Caso 01 de Fevereiro/“Militares detidos correm perigo de vida”, diz o Advogado Ntupé
Bissau, 11 Ago
22(ANG) - O advogado dos militares
detidos na sequência de tentativa de golpe de Estado, ocorrida no passado dia
01 de Fevereiro, disse que os seus constituintes correm perigo de vida, devido a más condições das prisões.
Marcelino Ntupé que
falava hoje em conferência de imprensa sobre a situação em que se encontram os
militares em causa, disse que alguns precisam da assistência médica porque se
encontram doentes.
Afirmou que o Ministério
Público depois de concluir a investigação sobre a tentativa de golpe de Estado produziu
um despacho que ordena a libertação de todos os presos não acusados e aqueles
que foram acusados, no sentido de guardarem o julgamente em liberdade.
Depois disto,
advogados de outros detidos recorreram à Juíza de Instrução Criminal e esta por
sua vez “ teve a coragem” de produzir um despacho que ilibou os que foram acusados de serem autores morais e
financiadores da tentativa.
Marcelino Ntupe lamentou o incumprimento do Despacho do
Ministèrio Público, assim como o da Juíza de Instrução criminal mas preferiu
não identificar quem não está a cumprir essas ordens.
Afirmou que as
autoridades nacionais têm receio de submeter o processo ao julgamento, porque
ninguém vai ser condenado por este caso, por “falta de elementos juridicos”
para o efeito.
Por isso, disse que
os militares estão “sequestrados, porque não estão perante uma prisão preventiva.
Ntupé revelou que o
Ministério Público está a ser pressionado para transferir o processo para o
Tribunal Militar, mas não
identificou quem exerce essa pressão.
Acrescentou que o recém nomeado Presidente do Tribunal
Militar está igualmente a pressionar os magistrados no sentido de julgarem o
processo em conformidade com as “ orientações recebidas”.
Criticou o que diz
ser “silêncio” da União Europeia e das Nações Unidas em relação ao processo, e
sustenta que apesar de ser um assunto interno estas organizações deviam
pronunciar sobre o incumprimento das decisões judiciais, pois o não cumprimento
das decisões constitui uma violação dos direitos.
Os dois Despachos,
segundo Ntupé, deveriam ser objecto da discussão e de constestação por parte das
organizações da sociedade civil nacionais e internacionais, mas diz que,infelizmente,
continuam a não falar do assunto.
Um grupo de homens armados,
dispararam vários tiros no passado dia 01 de Fevereiro do ano em curso, junto
ao Palácio do Governo onde decorria um Conselho de Ministros, com a presença do
Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, e do primeiro-ministro, Nuno
Nabiam.
O ataque provocou pelo menos oito
mortos e quatro feridos, segundo fontes médicas.ANG/LPG/ÂC//SG
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