Quénia/Raila Odinga contesta
resultado das presidenciais
Bissau, 22 Ago 22 (ANG) - Raila Odinga, o segundo candidato mais
votado nas eleições presidenciais de 9 de Agosto, apresentou um recurso ao
Supremo Tribunal em que contesta os resultados, anunciou hoje fonte da sua
equipa.
O apelo "já lhes foi enviado" e "a cópia física
deverá chegar até às 14h00" (11h00), disse, em declarações à agência France-Presse,
Daniel Maanzo, membro da equipa jurídica da Odinga, que ficou em segundo lugar
nas eleições.
O vice-presidente em
exercício, William Ruto, venceu por uma margem estreita de votos, de acordo com
os resultados anunciados pela comissão eleitoral em 15 de Agosto.
Odinga, histórico
opositor queniano, anunciou no último sábado que iria recorrer aos tribunais,
descrevendo os resultados eleitorais como uma "brincadeira".
No passado dia 15, após
seis dias de espera pelos 50 milhões de quenianos, o presidente da Comissão
Eleitoral Independente (IEBC), um organismo independente que veio a revelar-se
profundamente dividido, anunciou a vitória de Ruto, com 50,49% dos votos,
contra 48,85% obtidos por Raila Odinga, representando uma diferença de cerca de
230.000 votos.
Minutos antes de a IEBC
anunciar os resultados, quatro dos seus sete comissários, numa posição
surpreendente, rejeitaram os resultados que viriam a ser anunciados, culpando o
presidente do organismo, Wafula Chebukati, pela gestão "opaca" e falta
de consulta.
Odinga rejeitou os
resultados no dia seguinte.
Dias depois, o líder da
IEBC acusou os quatro elementos dissidentes de pretenderem forçar uma segunda
volta das presidenciais entre Ruto e Odinga, algo que disse ter rejeitado.
A eleição marca uma
quinta derrota presidencial para Odinga, embora a sua candidatura tenha sido
apoiada este ano pelo Presidente em exercício, Uhuru Kenyatta, e pelo partido
no poder.
Todas as eleições
presidenciais no Quénia foram contestadas desde 2002, e as disputas conduziram
por várias vezes a confrontos sangrentos.
Em Agosto de 2017, o
Supremo Tribunal anulou as eleições presidenciais depois de Odinga ter
rejeitado a vitória de Kenyatta, na primeira decisão do género em todo o
continente africano.
Hoje é a data limite
para a apresentação da contestação do resultado das eleições ao Supremo
Tribunal queniano, que tem 14 dias para tomar uma decisão.
Se o Supremo deferir a
contestação e ordenar a anulação das eleições, estas deverão ser realizadas no
prazo de 60 dias.ANG/Angop
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