Angola/MPLA vence eleições gerais com 51,07% dos votos e UNITA conquista 44,05%
Bissau, 26 Ago 22(ANG) – O MPLA venceu as eleições gerais de Angola com 51,07%, seguido da UNITA com 44,05% dos votos, divulgou a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) de Angola.
Os resultados
provisórios foram divulgados hoje pelo porta-voz da Comissão Nacional Eleitoral
(CNE), Lucas Quilundo, numa altura em estavam escrutinadas 97,3% das mesas de
voto, pelo que não deverá haver alterações substanciais, adiantou.
O Movimento Popular de
Libertação de Angola (MPLA) elege 124 deputados e a União Nacional para a
Independência Total de Angola (UNITA) fica com 90 assentos parlamentares.
A histórica
Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), o Partido de
Renovação Social e o estreante Partido Humanista de Angola, único liderado por
uma mulher (Bela Malaquias) elegem dois deputados cada um e a coligação
CASA-CE deixa de ter representação parlamentar.
A Comissão
Nacional Eleitoral de Angola (CNE) confirmou assim a vitória do MPLA nas eleições gerais pela
quinta vez consecutiva, mas desta feita com a margem mais reduzida de sempre e
num contexto de ampla contestação.
Com 51,07% dos votos e 124 assentos
parlamentares conquistados, seguido da UNITA com 44,05% dos votos
contabilizados e 90 deputados, o MPLA perde assim a maioria qualificada pela
primeira vez desde que são realizadas eleições no país, traduzindo-se num
resultado inédito.
Desta maneira, o tabuleiro político
complica-se para o partido governante, que não contará com uma habitual maioria
qualificada de dois terços dos deputados no parlamento para aprovar projectos
de lei e reformas, obrigando a recorrer a alianças extrapartidárias.
Outros partidos contestam os resultados,
que é o caso da CASA-CE, que é um dos grandes derrotados destas eleições,
perdendo a totalidade dos seus deputados na Assembleia Nacional.
Por outro lado, a UNITA tenta acalmar os
apoiantes que contestam os resultados e diz ter provas – por intermédio de uma
contagem paralela – que garantiriam a sua vitória.
O MPLA, que contrariamente às últimas
eleições, reduziu o número de intervenções públicas, minimiza as queixas dos
partidos opositores e promete melhorar a governação do país.
Rui Falcão, porta-voz do partido no poder
desde a independência em 1975, relativizou a perda da maioria qualificada na
Assembleia Nacional.
Rúben Sicato, um dos dirigentes do partido
do Galo Negro, afirmou numa conferência de imprensa realizada na sede do
partido que a contagem das actas está a ser efectuada de maneira paralela de
forma a garantir a transparência.
Com um cenário de ampla contestação da oposição, os próximos dias serão cruciais para os destinos dos angolanos, que anseiam por uma melhora das condições de vida no país. ANG/Inforpress/Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário