sexta-feira, 26 de agosto de 2022

Angola/MPLA vence eleições gerais com 51,07% dos votos e UNITA conquista 44,05%

Bissau,  26 Ago 22(ANG) – O MPLA venceu as eleições gerais de Angola com 51,07%, seguido da UNITA com 44,05% dos votos, divulgou a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) de Angola.


Os resultados provisórios foram divulgados hoje pelo porta-voz da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), Lucas Quilundo, numa altura em estavam escrutinadas 97,3% das mesas de voto, pelo que não deverá haver alterações substanciais, adiantou.

O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) elege 124 deputados e a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) fica com 90 assentos parlamentares.

A histórica Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), o Partido de Renovação Social e o estreante Partido Humanista de Angola, único liderado por uma mulher (Bela Malaquias) elegem dois deputados cada um e a coligação CASA-CE deixa de ter representação parlamentar.

A Comissão Nacional Eleitoral de Angola (CNE) confirmou assim  a vitória do MPLA nas eleições gerais pela quinta vez consecutiva, mas desta feita com a margem mais reduzida de sempre e num contexto de ampla contestação.

Com 51,07% dos votos e 124 assentos parlamentares conquistados, seguido da UNITA com 44,05% dos votos contabilizados e 90 deputados, o MPLA perde assim a maioria qualificada pela primeira vez desde que são realizadas eleições no país, traduzindo-se num resultado inédito.

Desta maneira, o tabuleiro político complica-se para o partido governante, que não contará com uma habitual maioria qualificada de dois terços dos deputados no parlamento para aprovar projectos de lei e reformas, obrigando a recorrer a alianças extrapartidárias.

Outros partidos contestam os resultados, que é o caso da CASA-CE, que é um dos grandes derrotados destas eleições, perdendo a totalidade dos seus deputados na Assembleia Nacional.

Por outro lado, a UNITA tenta acalmar os apoiantes que contestam os resultados e diz ter provas – por intermédio de uma contagem paralela – que garantiriam a sua vitória.

O MPLA, que contrariamente às últimas eleições, reduziu o número de intervenções públicas, minimiza as queixas dos partidos opositores e promete melhorar a governação do país.

Rui Falcão, porta-voz do partido no poder desde a independência em 1975, relativizou a perda da maioria qualificada na Assembleia Nacional.

Rúben Sicato, um dos dirigentes do partido do Galo Negro, afirmou numa conferência de imprensa realizada na sede do partido que a contagem das actas está a ser efectuada de maneira paralela de forma a garantir a transparência.

Com um cenário de ampla contestação da oposição, os próximos dias serão cruciais para os destinos dos angolanos, que anseiam por uma melhora das condições de vida no país.  ANG/Inforpress/Lusa

Sem comentários:

Enviar um comentário