ONU/Conselho de Segurança renova regime de sanções ao Mali por mais um ano
Bissau, 31 Ago 22 (ANG) - O Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) renovou, na terça-feira, por 15 votos a favor, um conjunto de sanções sobre o Mali, que prevê o congelamento de bens e proibições de viagens até 31 de Agosto de 2023, anunciou hoje a Lusa.
Aprovado por unanimidade
com 15 votos a favor dos Estados-membros, o projecto de resolução de
terça-feira votado estende ainda o mandato do Painel de Peritos do Mali até 30
de Setembro de 2023.
As sanções da ONU ao
Mali, que contemplam proibições de viagens e o congelamento de bens a
indivíduos e entidades ligados a violações do acordo de paz e ataques armados,
foram criadas e aprovadas pela primeira vez em 2017 e têm sido renovadas todos
os anos.
Além de estender o
regime de sanções, o projecto de resolução que este ano partiu da França e do
México lamenta que o comité que monitoriza a implementação do Acordo de Paz e
Reconciliação do Mali de 2015 não se tenha reunido desde Outubro de 2021, e
manifesta a "impaciência significativa com as partes" pelos
persistentes atrasos na sua implementação.
Conforme o painel de
peritos do Mali observou no seu relatório final, publicado no início deste mês,
a implementação do acordo de paz pelo Governo e grupos separatistas étnicos
tuaregues "estava paralisada, com nenhum dos mecanismos de implementação a
funcionar".
Pela primeira vez desde
Julho de 2017, o relatório expressa preocupação com a ameaça de confronto entre
as partes, observando que continuam a aumentar a sua força militar.
Em 29 de Junho, o
Conselho de Segurança já havia adoptado uma resolução estendendo o mandato da
Missão de Estabilização Integrada Multidimensional das Nações Unidas no Mali
(MINUSMA) até 30 de Junho de 2023.
Essa resolução manteve
as prioridades estratégicas da missão para apoiar a implementação do Acordo de
Paz e Reconciliação do Mali de 2015, a transição política e os esforços para
estabilizar o centro do Mali.
Apelou ainda à cessação
de todas as restrições à liberdade de movimento da MINUSMA e expressou sérias
preocupações sobre repetidas e crescentes alegações de violações do direito
internacional dos direitos humanos e do direito internacional humanitário pelas
forças de defesa e segurança malianas.
Contudo, essa foi a
primeira vez que o Conselho de Segurança aprovou a renovação do mandato da
MINUSMA sem unanimidade, uma vez que a China e a Rússia se abstiveram. Os dois
países citaram preocupações com a "linguagem intrusiva" da resolução
sobre direitos humanos e a ênfase excessiva colocada no mandato de direitos
humanos da MINUSMA.
Na votação desta
terça-feira, China e Rússia integraram a lista de 15 Estados-membros que
aprovaram a renovação das sanções. ANG/Angop
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