segunda-feira, 22 de agosto de 2022

                               Angola/Recta final da campanha eleitoral

Bissau, 22 Ago 22 (ANG) - Em Angola, mais de 14 milhões de pessoas vão ser chamadas na quarta-feira, 24 de Agosto, às urnas numas eleições que muitos analistas consideram como as mais disputadas de sempre da história do país, com uma luta renhida entre o MPLA e a UNITA.

Nas mesas de voto, os angolanos vão escolher o próximo Presidente da República e os deputados da Assembleia Nacional. Para o Presidente da República, a escolha faz-se entre oito forças políticas: MPLA, UNITA, CASA-CE,PRS,FNLA,APN, P-NJANGO e Partido Humanista de Angola.

 A UNITA encerrou esta campanha eleitoral, na Filda. Um comício que contou com o discurso de Filomeno Vieira Lopes e de Abel Chivukuvuko, que integram a Frente Patriótica que concorre ao lado da UNITA. Adalberto Costa Júnior, candidato da UNITA, disse que "chegou a hora da mudança", sublinhando que "tem todas as condições para fazer história no dia 24".

Está manhã, João Lourenço, que se recandidata ao cargo de chefe de Estado, reuniu-se com a Organização das Mulheres Angolanas do MPLA. Esta tarde recebeu os observadores internacionais na sede do MPLA.

Um dos pontos de controvérsia foram os cadernos eleitorais, com muitos partidos a denunciarem que existem mais de dois milhões de eleitores fantasma, tendo sido mesmo lançada  uma petição pública para pedir a limpeza dos registos de voto desactualizados. Também houve acusações de corrupção eleitoral por parte de diferentes organizações não-governamentais, especialmente no que diz respeito a receios da Instrumentalização dos eleitores.

 

Estas eleições contam com mais de 2.000 observadores nacionais e internacionais, no entanto, as dificuldades de acreditação destes observadores, especialmente a nível nacional, gerou acusações contra a Comissão Nacional Eleitoral (CNE). O Observatório Eleitoral Angolano (OBEA)  considerou mesmo que o atraso no credenciamento dos observadores internacionais poderia condicionar a transparência eleitoral.

 

A campanha eleitoral fica marcada pela chegada a Luanda dos restos mortais de José Eduardo dos Santos. As autoridades angolanas defendem que foram os tribunais espanhóis que definiram este calendário ao entregarem o corpo à ex-mulher do antigo líder, Ana Paula dos Santos, enquanto os analistas consideram que o MPLA e João Lourenço tiraram proveito político deste regresso.

 

A partir da meia-noite é dia de reflexão. É proibida qualquer acção de campanha. Na quarta-feira, 24 de Agosto, cerca 14 milhões de angolano estão habilitados a votar nestas eleições gerais, na qual concorrem oito candidatos, para as quintas eleições gerais do país. ANG/RFI

 

 

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