EUA/Polícia declara-se culpada de
encobrir provas
Bissau, 24 Ago 22 (ANG) - Uma ex-agente da polícia de Louisville
declarou-se terça-feira culpada de ter fabricado a ordem judicial que resultou
na operação em que morreu uma afro-americana, em 2020.
E, posteriormente, de ter inventado uma história para encobrir a
sua responsabilidade.
Kelly Goodlett, de 35
anos, é a primeira pessoa considerada culpada pela morte de Breonna Taylor, que
provocou uma onda de protestos contra a polícia nos Estados Unidos.
Goodlett admitiu ter
"falsificado" com outro polícia o pedido de um mandado de busca
dirigido a um juiz, e depois ter mentido "para encobrir as falsas declarações"
iniciais.
A ex-agente enfrenta uma
pena até cinco anos de prisão e uma multa de 250.000 dólares.
No início de Agosto, o
Departamento de Justiça dos EUA acusou quatro agentes e ex-agentes, incluindo
Goodlett, de violação dos direitos civis de Taylor, que foi morta a tiro em
março de 2020, durante uma operação anti-droga na sua casa, onde nunca foram
encontrados narcóticos.
O procurador-geral dos
EUA, Merrick Garland, anunciou estas acusações contra actuais e ex-agentes do
Departamento de Polícia Metropolitana de Louisville, no Estado do Kentucky,
numa conferência de imprensa.
O Departamento de
Justiça norte-americano acusou Joshua Jaynes, Kelly Goodlett e Kyle Meany de
utilizarem uma declaração que sabiam ser falsa para obter um mandado de busca
naquela residência.
E realizaram a operação
que terminou com a morte da afro-americana.
A operação decorreu no
âmbito de uma operação anti-droga, onde a polícia solicitou vários mandados de
busca para várias casas.
No caso de Taylor, o
procurador-geral dos EUA explicou que os suspeitos afirmaram falsamente que
tinham chegado à sua casa pacotes relacionados com uma rede de narcotráfico.
Assim que a operação
começou, os polícias invadiram a casa de Taylor, onde a mulher estava com outra
pessoa, o seu namorado, que possuía legalmente uma arma de fogo e que achava
que os polícias eram assaltantes, tendo disparado contra estes, acrescentou
Merrick Garland.
O quarto réu é Brett
Hankison, acusado de uso excessivo de força e que, de acordo com o
procurador-geral dos EUA, "deslocou-se da entrada para a lateral do
apartamento e disparou mais dez tiros pela janela e porta de vidro deslizante,
ambos cobertos com persianas e cortinas.
A morte de Breonna
Taylor ocorreu meses antes do homicídio do afro-americano George Floyd, em
Maio, que desencadeou a maior onda de protestos e motins raciais nos EUA, desde
a década de 1960.
Para encerrar com uma
queixa civil, o autarca de Louisville concordou em pagar 12 milhões de dólares
à família de Breonna Taylor e iniciar reformas naquele departamento policial.
ANG/Angop
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