Birmânia/Líder do governo deposto Aung San Suu Kyi condenada a mais seis anos de prisão
Bissau, 16 Ago
22 (ANG) - Aung San Suu Kyi, ex-dirigente birmanesa, foi condenada nesta
segunda-feira (15) a mais seis anos de prisão no âmbito de um processo movido
pela junta militar, julgado como “politico” pela Comunidade Internacional.
a sido condenada por um total de 11 anos de prisão –, foi considerada culpada por 4 casos de corrupção que elevam a sua pena a 17 anos de cadeia. Porém, esta pena pode aumentar devido à quantidade de processos que ainda estão por julgar, que podem acrescentar algumas dezenas de anos de reclusão para a líder do governo deposto.
Em Fevereiro de 2021, Aung San Suu Kyi foi
presa durante um golpe de estado levado a cabo pelo comandante-chefe das forças
armadas, Min Aung Hlaing, e foi levada para a prisão de Naypyidaw – onde
se encontram centenas de deputados – no final de Junho.
O estabelecimento prisional, onde a antiga
Conselheira de Estado permanece em isolamento, também é palco do processo
movido no ano passado pela junta a portas fechadas.
Os legisladores indicados pela junta
apertaram o “cerco” contra as pessoas próximas à condenada, ao proibirem que os
advogados comuniquem com a imprensa e organismos internacionais.
Não obstante, fontes próximas ao processo
afirmam que a dirigente apresentava um “bom estado de saúde” no início da
leitura do julgamento desta manhã.
Esta condenação
soma-se à lista de processos que ainda estão por julgar.
Além da acusação de corrupção, Suu Kyi
enfrenta outros processos por violação da lei sobre os segredos de Estado, por
suposta fraude eleitoral e por sedição, todas passíveis de penas consideráveis
à luz da constituição birmanesa.
No final de Abril, a activista foi
condenada a cinco anos de prisão em virtude da lei anticorrupção, por ter
recebido cerca de 600 mil dólares e mais de 11 quilos de ouro por parte do
antigo ministro e governador da região de Rangum. Soma-se outra condenação pela
importação e posse ilegal de “walkie-talkies”, por uma suposta violação das
restrições ligadas à COVID-19 e incitação ao desacato público.
Outras figuras
do governo e pessoas próximas a San Suu Kyi também foram condenadas.
Nang Khin Htwe Myint, chefe do gabinete
ministerial, foi condenada a 75 anos de cadeia e Phyo Zeya Thaw, deputado e
artista, foi condenado à morte e executado no final de Julho.
Vencedora do Prémio Nobel da Paz em 1991,
Aung San Suu Kyi é uma figura ilustre do seu país. Conhecida pela sua posição
"pró-democracia", esteve presa por cerca de 15 anos durante os
regimes militares anteriores.
Esta detenção provocou uma onda de
manifestações violentas por todo o país. Até ao momento, cerca de 2100 civis
foram mortos pelas forças de segurança e mais de 15 000 pessoas foram detidas,
de acordo com organizações de direitos humanos locais. ANG/Angop
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