terça-feira, 16 de agosto de 2022

Birmânia/Líder do governo deposto Aung San Suu Kyi condenada a mais seis anos de prisão

Bissau, 16 Ago 22 (ANG) - Aung San Suu Kyi, ex-dirigente birmanesa, foi condenada nesta segunda-feira (15) a mais seis anos de prisão no âmbito de um processo movido pela junta militar, julgado como “politico” pela Comunidade Internacional.

Com esta condenação, a Prémio Nobel (Paz) de 77 anos – que já tinh
a sido condenada por um total de 11 anos de prisão –, foi considerada culpada por 4 casos de corrupção que elevam a sua pena a 17 anos de cadeia. Porém, esta pena pode aumentar devido à quantidade de processos que ainda estão por julgar, que podem acrescentar algumas dezenas de anos de reclusão para a líder do governo deposto.

Em Fevereiro de 2021, Aung San Suu Kyi foi presa durante um golpe de estado levado a cabo pelo comandante-chefe das forças armadas, Min Aung Hlaing, e foi levada para a prisão de Naypyidaw – onde se encontram centenas de deputados – no final de Junho.

O estabelecimento prisional, onde a antiga Conselheira de Estado permanece em isolamento, também é palco do processo movido no ano passado pela junta a portas fechadas.

Os legisladores indicados pela junta apertaram o “cerco” contra as pessoas próximas à condenada, ao proibirem que os advogados comuniquem com a imprensa e organismos internacionais.

Não obstante, fontes próximas ao processo afirmam que a dirigente apresentava um “bom estado de saúde” no início da leitura do julgamento desta manhã.

Esta condenação soma-se à lista de processos que ainda estão por julgar.

Além da acusação de corrupção, Suu Kyi enfrenta outros processos por violação da lei sobre os segredos de Estado, por suposta fraude eleitoral e por sedição, todas passíveis de penas consideráveis à luz da constituição birmanesa.

No final de Abril, a activista foi condenada a cinco anos de prisão em virtude da lei anticorrupção, por ter recebido cerca de 600 mil dólares e mais de 11 quilos de ouro por parte do antigo ministro e governador da região de Rangum. Soma-se outra condenação pela importação e posse ilegal de “walkie-talkies”, por uma suposta violação das restrições ligadas à COVID-19 e incitação ao desacato público.

Outras figuras do governo e pessoas próximas a San Suu Kyi também foram condenadas.

Nang Khin Htwe Myint, chefe do gabinete ministerial, foi condenada a 75 anos de cadeia e Phyo Zeya Thaw, deputado e artista, foi condenado à morte e executado no final de Julho.

Vencedora do Prémio Nobel da Paz em 1991, Aung San Suu Kyi é uma figura ilustre do seu país. Conhecida pela sua posição "pró-democracia", esteve presa por cerca de 15 anos durante os regimes militares anteriores.

Esta detenção provocou uma onda de manifestações violentas por todo o país. Até ao momento, cerca de 2100 civis foram mortos pelas forças de segurança e mais de 15 000 pessoas foram detidas, de acordo com organizações de direitos humanos locais. ANG/Angop

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