Unicef/Pessoas sem água potável no Corno de África subiram de 9,5 para 16,2 milhões em cinco meses
Bissau,
24 Ago 22(ANG) – O número de pessoas sem acesso a água potável na Etiópia,
Quénia e Somália aumentou de 9,5 milhões para 16,2 milhões em apenas cinco
meses, alertou terça-feira, em comunicado, o Fundo das Nações Unidas para a
Infância (Unicef).
A
situação de urgência humanitária afecta ainda as crianças da região do Sahel,
acrescenta a agência das Nações Unidas.
“As
crianças no Corno de África e no Sahel poderão morrer em número muito elevado,
caso não seja prestada assistência urgente, numa altura em que a subnutrição
grave e o risco de doenças transmitidas pela água se sobrepõem”, adverte a
Unicef, que divulga o comunicado na Semana Mundial da Água.
Registos
anteriores demonstram que quando níveis elevados de subnutrição aguda grave em
crianças ocorrem ao mesmo tempo de surtos de doenças mortais como a cólera ou a
diarreia, a mortalidade infantil aumenta dramaticamente – e tragicamente.
“Quando a água não está disponível ou não é segura, os riscos para as crianças
multiplicam-se exponencialmente”, afirma a diretora-executiva da Unicef,
Catherine Russell, citada na nota.
“No
Corno de África e no Sahel, milhões de crianças estão apenas a uma doença de
distância de uma catástrofe”, continua Catherine Russel.
No
Burkina Faso, Chade, Mali, Níger e Nigéria, a seca, os conflitos armados e a
instabilidade “estão a originar uma situação de insegurança no acesso a água,
com 40 milhões de crianças a enfrentar níveis elevados a extremamente elevados
de vulnerabilidade hídrica”.
“De
acordo com os últimos dados da OMS [Organização Mundial de Saúde], já morrem
mais crianças em consequência de água e saneamento inseguros no Sahel do que em
qualquer outra parte do mundo”, lê-se no comunicado.
A
nota salienta ainda que mais de 2,8 milhões de crianças nas duas regiões –
Corno de África e Sahel -, “já sofrem de subnutrição aguda grave, o que
significa que correm até 11 vezes mais risco de morte por doenças transmitidas
pela água, do que as crianças bem nutridas”.
A
Unicef salienta que dispõe apenas de 3% do financiamento necessário para
prosseguir “assistência vital e serviços multissetoriais resilientes às
crianças e às suas famílias que precisam urgentemente de ajuda em todo o Corno
de África e no Sahel”.
“Deste
montante, a verba destinada à assistência em matéria de água, saneamento e
resiliência climática é muito reduzida. O apelo para a resposta às necessidades
das crianças e famílias vulneráveis em matéria de água, saneamento, e programas
de higiene na região do Sahel central está financiado em apenas 22%”, frisa a
organização.
A
ajuda que as crianças das duas regiões carecem inclui “a melhoria de acesso a
água resistente às condições climáticas, serviços de saneamento e higiene,
perfurações para a criação fontes fiáveis de águas subterrâneas,
desenvolvimento da utilização de sistemas solares, rastreio e tratamento de
crianças com subnutrição, e ampliação dos serviços de prevenção”, conclui a
Unicef.
ANG/Inforpress/Lusa
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