ONU/Moçambique assume presidência rotativa do Conselho de Segurança
Bissau, 09 Mar 23 (ANG) - Moçambique assumiu a presidência do Conselho de Segurança das Nações Unidas e ao longo do mês de Março vai organizar um evento especial sobre mulher, paz e segurança rumo aos 25 anos da resolução 1325, que, em 2000, estabeleceu a agenda “Mulheres, Paz e Segurança” no Conselho de Segurança.
A Organização das Nações Unidas instou
esta terça-feira, 7 de Março, à obrigatoriedade de inclusão de mulheres em
todas as reuniões e nos processos de tomada de decisão, defendendo a aplicação
de consequências em caso de incumprimento.
A ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação
moçambicana, Verónica Macamo, destacou a importância do tema "mulher,
paz e segurança rumo ao 25 aniversário da resolução 1325 do Conselho de
Segurança" debatido no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
A chefe da diplomacia moçambicana disse à ONU
News que as mulheres vão ter um lugar à mesa para falar sobre solução de
conflitos e defendeu que também é essencial ouvir os jovens para atingir a paz.
A resolução 1325 é uma ferramenta importante para combater as desigualdades
entre homens e mulheres, afirmou a ministra moçambicana, reconhecendo que, em
contextos violentos, as mulheres sofrem de maneiras específicas."Um
tema oportuno e relevante no mundo e particularmente em Moçambique",
defendeu.
Este debate no dia internacional da
mulher "é uma oportunidade para avaliar os resultados da
implementação da resolução 1325. A agenda sobre mulheres paz e segurança
constitui uma das grandes oportunidades e desafios para a comunidade
internacional, para África; para a SADC e Moçambique, em particular",
lembrou.
"As mulheres constituem um dos grupos
da sociedade mais afectados por conflitos armados. Os direitos das mulheres
continuam a ser gravemente violados e, em consequência, parte da maior parte
dos refugiados, deslocados internos são constituídos por mulheres,
raparigas, crianças e pessoas com deficiência", descreveu a ministra dos Negócios Estrangeiros
e Cooperação, acrescentando tratar-se de "uma triste realidade que
prevalece apesar do Conselho de Segurança das Nações Unidas terem
adoptado várias resoluções para reverter esta situação".
Para aplicar a resolução 1325, "Moçambique
implementou o plano nacional da acção sobre as mulheres, paz e segurança,
alcançando resultados assinaláveis com destaque para vários pontos", lembrou
a responsável pela diplomacia moçambicana. Verónica Macamo afirmou
que Moçambique "reforçou a segurança das mulheres e a projecção de
serviços integrados às sobreviventes aos vários tipos de violência. O país
trabalhou na promoção socio-económica das mulheres, num contexto de recuperação
pós conflito, bem como na igualdade de acessos à terra, à educação, à saúde.
Apostou no aumento da protecção política de mulheres nos órgãos de governação a
nível central, províncial, municipal e distrital e que tem como presidente [no
Parlamento] uma mulher. Moçambique tem paridade de género, de 50%-50%, no
conselho de ministros", descreveu.
O mês da presidência moçambicana termina
com um debate aberto a nível ministerial sobre o terrorismo, a prevenção do
extremismo violento e o reforço da cooperação em torno da temática. O Conselho
de Segurança vai presidido pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, no dia
28 de Março de 2023, numa sessão sobre o tema "Combate ao
terrorismo e extremismo violento".ANG/RFI
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