Oslo/UE e NATO apontam Noruega como essencial para contrariar chantagem energética da Rússia
Bissau, 17 Mar 23 (ANG) – A presidente da Comissão Europeia e o secretário-geral da NATO insistiram hoje na Noruega na necessidade de proteger as infraestruturas críticas dos Estados-membros e consideraram que Oslo é um parceiro essencial para assegurar o fornecimento de energia.
Ursula von der Leyen e Jens
Stoltenberg visitaram hoje uma plataforma petrolífera na Noruega, acompanhados
pelo primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Støre.
Em declarações no final
da visita, Von der Leyen reconheceu que Oslo sempre foi “um grande parceiro,
ainda mais nos últimos 12 meses”, quando o Kremlin (Presidência russa) “tentou
chantagear” a União Europeia (UE) com o corte no fornecimento de gás natural.
“Precisávamos de
parceiros e foi isso que a Noruega foi, aumentou a sua produção [de gás
natural] de 78 mil milhões de metros cúbicos para 90 mil milhões de metros
cúbicos”, acrescentou a presidente da Comissão.
Ladeada por Stoltenberg
e Støre, Ursula von der Leyen insistiu na necessidade de proteger “as
infraestruturas críticas”: “Os últimos meses ensinaram-nos isso.”
Von der Leyen aludiu ao
ato de sabotagem que visou os gasodutos Nord Stream, em setembro do ano
passado, que transportam gás natural desde a Rússia até à Alemanha e cuja
autoria ainda está por averiguar, apesar de haver agora a suspeita de que foi
perpetrado por uma organização pró-ucraniana.
“A União Europeia e a
NATO têm visões muito claras” sobre como proteger as infraestruturas críticas,
reconheceu a presidente da Comissão Europeia, argumentando que a união das duas
perspetivas vai criar uma “visão holística” do problema e sobre aquilo que é
necessário fazer para o resolver.
O secretário-geral da
Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) concordou com as palavras da
responsável da UE e acrescentou que o Presidente da Federação Russa, Vladimir
Putin, “falhou na tentativa” de chantagear os países que estão a apoiar a
Ucrânia desde 24 de fevereiro de 2022.
O representante frisou
que a NATO aumentou a presença no Mar do Norte e no Mar Báltico e exemplo
disso, apontou Stoltenberg no local, são os navios da Guarda Costeira e um
helicóptero que estavam a rodear a plataforma petrolífera.
A proteção de todas as
infraestruturas críticas não pode ser constante, explicou o líder da NATO, pela
impossibilidade de salvaguardar milhares de quilómetros de infraestruturas
submarinas, mas para isso, advertiu, existe a cooperação entre os
Estados-membros da UE e da NATO (a maioria faz parte das duas organizações,
como Portugal).
Há uma constante
“monitorização de perto”, assegurou Stoltenberg, e acontecendo alguma coisa, a
NATO vai “reagir depressa”.
A presidente da Comissão
Europeia disse também que com a Noruega vai ser possível avançar na “Liga dos
Campeões” da energia sustentável: “Só tínhamos uma 'aliança verde' com o Japão,
agora também há uma com a Noruega.”
A ofensiva militar russa
no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a
Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda
Guerra Mundial (1939-1945). ANG/Lusa
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