África do Sul/Ex-Presidente Jacob Zuma recebe perdão especial e não será novamente preso
Bissau, 11 Ago 23 (ANG) – O ex-presidente da
África do Sul, Jacob Zuma, recebeu um “perdão especial” presidencial e não será
reencarcerado para cumprir uma pena de prisão de 15 meses, anunciou hoje o
governo sul-africano.
O
anúncio foi feito hoje em conferência de imprensa, em Pretória, a capital do
país, pelo ministro da Justiça e serviços Correcionais, Ronald Lamola, e pelo
comissário nacional de Serviços Correcionais, Makgothi Thobakgale.
O
governante sul-africano indicou que o Presidente da República, Cyril Ramaphosa,
aprovou um “perdão especial” a infratores “não violentos” no país.
Ramaphosa
chegou à presidência em 2018 para substituir Jacob Zuma, obrigado a renunciar
ao cargo antes do fim do mandato pelo seu partido, o Congresso Nacional
Africano (ANC), após nove anos de governo envoltos em escândalos e acusações de
má gestão da coisa pública.
No
mês passado, o Tribunal Constitucional da África do Sul, a mais alta instância
da justiça do país, indeferiu um pedido de recurso do Governo sul-africano
contra o reencarceramento de Zuma, ordenado pelo Supremo Tribunal de Recurso
sobre a liberdade condicional médica concedida a Zuma.
Jacob
Zuma, 81 anos, estava em liberdade condicional médica desde 06 de agosto de
2021 fora da prisão onde estava a cumprir uma pena de 15 meses por se recusar a
comparecer perante uma comissão de inquérito sobre corrupção pública no período
em que foi Presidente, entre 2009 e 2018.
Em
julho de 2021, a África do Sul viveu uma onda de violência durante mais de uma
semana no seguimento da detenção do ex-presidente Jacob Zuma, que causou mais
de 300 mortos e originou mais de 2.500 detenções, segundo a Presidência
sul-africana.
O
antigo chefe de Estado sul-africano foi preso na sua residência em Nkandla, na
província sul-africana de KwaZulu-Natal, sudeste do país, para ser encarcerado
no renovado Centro Correcional de Estcourt.
Esta
foi a primeira vez na história da África do Sul que um ex-Presidente foi
condenado a uma pena de prisão.
Pelo
menos 40.000 empresas sul-africanas, entre os quais 161 centros comerciais,
foram saqueadas, queimadas ou vandalizadas nos violentos protestos durante duas
semanas.
Em
termos económicos, o governo sul-africano estimou que a violência custará à
economia 50 mil milhões de rands, ou 3,4 mil milhões de dólares (cerca de três
milhões de euros).
Zuma
enfrenta outros problemas legais, nomeadamente, acusações relacionadas com
subornos, que alegadamente terá recebido durante um negócio de aquisição de armas
pela África do Sul em 1999. ANG/Lusa
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