Política / PR pede tréguas das crises político-governativa que frequentemente ocorrem no país
Bissau, 09
Ago 23 (ANG) – O Presidente da República pediu tréguas das convulsões
político-governativa no país ao dirigir-se, terça-feira aos líderes dos órgãos
da soberania presentes na cerimónia de investidura de Geraldo João Martins nas
funções de primeiro-ministro.
“Estou a
falar para o Geraldo mas serve também para vocês todos. É preciso tréguas, Que
ninguém se acomode no seu pelouro sem se preocupar com o que se passa noutras
instituições” disse.
O chefe de
Estado sustentou que, por inerência de funções é reservado ao Presidente da
República o papel de moderar e de aconselhar.
“A partir
de hoje vão aparecer pessoas para te dizer coisas que podem te colocar num
desentendimento com o Domingos Simões Pereira. Tens que ter capacidades para gerir
tudo isso”, disse Umaro Sissoco Embaló que também pediu a Coligação PAI-Terra
Ranka para permitir que o novo Primeiro-ministro tenha autoridade sobre os
demais membros do governo.
Embaló
declarou que, não é porque não pertence ao partido de Geraldo é que vai
providenciar para que não haja entendimento no seio da Coligação.
“Quero ser
um presidente que alerta sobre os problemas que possam surgir, Presidente que apoia,
porque é a Guiné-Bissau que está em causa. Vou lhe dar um conselho: temos um
acordo com o Fundo Monetário Internacional, faça tudo para o manter”, disse
Sissoco.
Prometeu
vigiar a maioria conquistada nas eleições pela Coligação PAI-Terra Ranka e
chama a atenção à todos os partidos que se juntaram à Coligação por via de
acordo pós eleitoral de que devem saber que não podem fazer o que querem mas
sim o que a Coligação determinar.
“Vou
ajudar-vos a vigiar essa maioria para que não haja nova maioria após as
eleições. Essa gente pode um dia votar uma Moção de censura ao Governo mas quem
vai legalizar essa Moção é o Presidente da República. Posso dizer não, e renovar-te
a confiança”, declarou.
Pede para
avisar aos seus antigos colegas de que não há mais maioria parlamentar para
além desta da PAI-Terra Ranka.
Umaro
Sissoco Embaló desejou ao Presidente da Assembleia Nacional Popular(ANP)-parlamento, Domingos Simões Pereira e ao Primeiro-ministro, Geraldo Martins
que façam quatro anos de mandato, e reiterou que a campanha agora é a
Guiné-Bissau.
“Somos
irmãos. Se eu me empenhar, o Domingos se empenhar e os venerandos juízes se
dedicarem à causa da Guiné-Bissau.... a Comunidade Internacional vai dizer, de
facto, isso está a mudar. Vamos conseguir”, sublinhou.
Presentes
na cerimónia de investidura de Geraldo Martins estiveram, para além do presidente
da ANP, Domingos Simões Pereira, o presidente do Supremo Tribunal de Justiça,
José Pedro Sambú, o presidente do Tribunal de Contas ,Amadu Tidjane Baldé e o
Procurador-geral da República, Bacari Biai.
Crises
político-governativa têm sido recorrentes nos últimos anos na Guiné-Bissau.
Em 2019, o
PAIGC ganhou as eleições mas o seu governo foi demitido por desentendimento
entre o então PM, Aristides Gomes e o Presidente Sissoco Embaló.
Nas
eleições anteriores, ganhas pelo PAIGC, foi o presidente Mário Vaz, candidato
presidencial do PAIGC, que recusou nomear Domingos Simões Pereira nas funções
de Primeiro-ministro. ANG//SG
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