quarta-feira, 9 de agosto de 2023

 Política / PR pede tréguas das crises político-governativa que frequentemente ocorrem no país

Bissau, 09 Ago 23 (ANG) – O Presidente da República pediu tréguas das convulsões político-governativa no país ao dirigir-se, terça-feira aos líderes dos órgãos da soberania presentes na cerimónia de investidura de Geraldo João Martins nas funções de primeiro-ministro.

“Estou a falar para o Geraldo mas serve também para vocês todos. É preciso tréguas, Que ninguém se acomode no seu pelouro sem se preocupar com o que se passa noutras instituições” disse.

O chefe de Estado sustentou que, por inerência de funções é reservado ao Presidente da República o papel de moderar e de aconselhar.

“A partir de hoje vão aparecer pessoas para te dizer coisas que podem te colocar num desentendimento com o Domingos Simões Pereira. Tens que ter capacidades para gerir tudo isso”, disse Umaro Sissoco Embaló que também pediu a Coligação PAI-Terra Ranka para permitir que o novo Primeiro-ministro tenha autoridade sobre os demais membros do governo.

Embaló declarou que, não é porque não pertence ao partido de Geraldo é que vai providenciar para que não haja entendimento no seio da Coligação.

“Quero ser um presidente que alerta sobre os problemas que possam surgir, Presidente que apoia, porque é a Guiné-Bissau que está em causa. Vou lhe dar um conselho: temos um acordo com o Fundo Monetário Internacional, faça tudo para o manter”, disse Sissoco.

Prometeu vigiar a maioria conquistada nas eleições pela Coligação PAI-Terra Ranka e chama a atenção à todos os partidos que se juntaram à Coligação por via de acordo pós eleitoral de que devem saber que não podem fazer o que querem mas sim o que a Coligação determinar.

“Vou ajudar-vos a vigiar essa maioria para que não haja nova maioria após as eleições. Essa gente pode um dia votar uma Moção de censura ao Governo mas quem vai legalizar essa Moção é o Presidente da República. Posso dizer não, e renovar-te a confiança”, declarou.

Pede para avisar aos seus antigos colegas de que não há mais maioria parlamentar para além desta da PAI-Terra Ranka.

Umaro Sissoco Embaló desejou ao Presidente da Assembleia Nacional Popular(ANP)-parlamento, Domingos Simões Pereira e ao Primeiro-ministro, Geraldo Martins que façam quatro anos de mandato, e reiterou que a campanha agora é a Guiné-Bissau.

“Somos irmãos. Se eu me empenhar, o Domingos se empenhar e os venerandos juízes se dedicarem à causa da Guiné-Bissau.... a Comunidade Internacional vai dizer, de facto, isso está a mudar. Vamos conseguir”, sublinhou.

Presentes na cerimónia de investidura de Geraldo Martins estiveram, para além do presidente da ANP, Domingos Simões Pereira, o presidente do Supremo Tribunal de Justiça, José Pedro Sambú, o presidente do Tribunal de Contas ,Amadu Tidjane Baldé e o Procurador-geral da República, Bacari Biai.

Crises político-governativa têm sido recorrentes nos últimos anos na Guiné-Bissau.

Em 2019, o PAIGC ganhou as eleições mas o seu governo foi demitido por desentendimento entre o então PM, Aristides Gomes e o Presidente Sissoco Embaló.

Nas eleições anteriores, ganhas pelo PAIGC, foi o presidente Mário Vaz, candidato presidencial do PAIGC, que recusou nomear Domingos Simões Pereira nas funções de Primeiro-ministro. ANG//SG

Sem comentários:

Enviar um comentário