sexta-feira, 11 de agosto de 2023


Reconciliação Nacional
/“Reativação da Comissão Organizadora é um grande passo na consolidação da confiança que os guineenses esperam”, diz Osíris Pina Ferreira

Bissau 11 Ago  23 (ANG) -  O membro da Comissão Organizadora da Conferência Nacional denominado “Caminho para Consolidação da Paz e Desenvolvimento “,afirmou hoje que a reativação desta comissão por parte da Assembleia Nacional Popular (ANP), é um grande passo e desafio  para não quebrar as espectativas da população relativamente ao processo em causa.

Osíris Pina Ferreira, numa entrevista exclusiva a ANG em reação à decisão parlamentar disse que a conferência em causa é uma iniciativa da ANP sob alto patrocínio do Presidente da República e do Governo da Guiné-Bissau, cujos  trabalhos iniciaram desde 2009 com o Presidente Malam Bacai Sanhá e depois retomado pelo Chefe de Estado Manuel Serifo Nhamadjo.

“É um processo muito complexo porque iniciou com   auscultação dos guineenses tendo sido ouvido mais de 3 mil cidadãos, em diversos pontos do país ,mais a diáspora África e Europa ou seja começou de baixo para cima ao contrário de outros processos de construção da paz que começaram de cima para baixo”, explicou.

Segundo Pina Pereira, este processo é inclusivo envolvendo todos os actores da vida social, visando encontrar qual é o melhor caminho para reforçar o diálogo, uma vez que a visão da comissão é construir pontes com os atores políticos e sociais nacionais para que possam relacionar de uma forma mais positiva, para se poder reforçar instituições democráticas, contribuindo no processo de construções de paz  e desenvolvimento da Guiné-Bissau e fazendo com que os cidadãos ganhem mais confiança entre eles fazendo com que  o Estado se torne mais forte .

Segundo Ferreira, o processo em causa culminou com um relatório final denominado “Em nome da Paz”, e o documento está dividido em nove capítulos que entre outros fala do Estado e Identidade como um Processo Complexo em construção, Democracia e Organização do Estado e suas Políticas, e o outro fala da Justiça como Elemento Central da Construção de Estado Democrático e Diáspora da Guiné-Bissau, como uma Politica de Transformação Sócio -económica .

Osíris Ferreira salientou que até aqui há uma confusão entre as pessoas ou seja, muitos pensam que é esta comissão que vai reconciliar as pessoas, o que não corresponde a verdade, uma vez que a comissão não tem este mandato, uma vez que o seu  papel é ouvir pessoas, trazer contributos, organizar a conferência para que os atores políticos possam identificar qual é a melhor solução para o problema.

“Por isso, a comissão fez um estudo dos diferentes processos existentes no Senegal, Guiné Conacri, Costa de Marfim e Timor Leste, para conhecer as  complexidades deste processo, e não para fazer uma cópia, mas sim  ver e escolher qual é a melhor forma adaptável à Guiné-Bissau”, disse.

Na Conferência segundo diz, será criada uma outra estrutura própria com o mandato específico para ver como se irá  trabalhar cada espeto, uma vez todos serão envolvidos no processo, desde pessoas com deficiências, militares crianças, jovens, adultos e  policias.

Ferreira considerou que, com a reativação da comissão foi dado um passo grande na consolidação  da confiança dada à  comissão .

“É um desafio e maior  responsabilidade que a comissão tem agora, porque não deve quebrar as espetativas da população. Por isso, deve pegar o relatório e organizar as pessoas para irem para a Conferência almejada”, salientou.

De acordo com ele, o processo deve ser inclusivo  e as pessoas devem ser auscultadas para ver qual é a melhor solução para que se possa buscar aquele caminho para o desenvolvimento que todos desejam, e diz que  é esse o, grande desafio da comissão nesta fase.

A comissão era presidida pelo Padre Domingos da Fonseca já falecido e neste momento está a ser substituído pelo Padre Domingos Cá.

A Conferência Nacional denominado “Caminho para Consolidação da Paz e Desenvolvimento tinha  três objectivos principais, nomeadamente assumir o passado, garantir a justiça e a reconciliação nacional, através da promoção de espaços para o perdão e o luto, organizar o presente, incentivando o diálogo e a verdade, contribuir para a restauração da confiança na sociedade guineense e preparar o futuro, desenhando um novo rumo que garanta a convivência pacífica que viabilize o desenvolvimento económico e que permita promover a unidade nacional.ANG/MSC/ÂC//SG

 

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