Washington/Blinken manifesta apoio dos EUA à
decisão da CEDEAO para restabelecer a ordem no Níger
Bissau, 11 Ago 23 (ANG) - O secretário do
Departamento de Estado norte-americano, Antony Blinken, manifestou esta
quinta-feira o seu apoio à iniciativa da Comunidade Económica dos Estados da
África Ocidental (CEDEAO) para restabelecer a ordem constitucional no Níger.
"A
CEDEAO, a organização que reúne os países da África Ocidental, está a
desempenhar um papel de liderança fundamental ao tornar claro o imperativo de
um regresso à ordem constitucional e nós apoiamos a liderança e o trabalho da
CEDEAO nesta matéria", disse Blinken durante uma conferência de imprensa.
O
governante norte-americano, equivalente ao ministro dos Negócios Estrangeiros,
disse ter falado com o Presidente deposto, Mohamed Bazoum, uma dúzia de vezes
desde que os militares tomaram o poder, e manifestou a sua preocupação com a
sua segurança e bem-estar, pelos quais "a junta é responsável".
Embora
a organização da África Ocidental tenha concordado com a ativação
"imediata" de uma força regional com vista a uma eventual intervenção
militar no Níger, Blinken sublinhou em comunicado que os Estados Unidos
"apreciam a determinação da CEDEAO em explorar todas as opções pacíficas
para resolver a crise".
"A
democracia é a melhor base para o desenvolvimento, a coesão social e a
estabilidade no Níger. Estamos do lado do povo nigerino e trabalharemos para
atingir estes objetivos", acrescentou o secretário de Estado.
Nas
últimas semanas, apesar dos avisos, a junta militar do Níger ignorou os apelos
da CEDEAO e tomou mesmo medidas para se consolidar, incluindo a nomeação de um
governo.
Entre
os seus aliados estão as autoridades do Burkina Faso e do Mali, que já avisaram
que uma hipotética intervenção militar no Níger seria também uma
"declaração de guerra" contra eles.
O
Níger está sob um regime militar, que emergiu depois do golpe de Estado de 26
de julho, e apresentou os membros do Governo liderado por Ali Mahaman Lamine
Zeine e composto por 20 ministros.
O
anúncio foi utilizado para demonstrar a transição do poder naquele país
africano, mas pode ser encarado como um sinal de desafio à CEDEAO. ANG/Lusa
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