sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

São Tome e Príncipe/Ilza Amado Vaz nova primeira-ministra de São Tomé e Príncipe

Bissau, 10 Jan 25 (ANG) -  Ilza Amado Vaz, ministra da justiça cessante é a nova primeira-ministra de São Tomé e Príncipe, nomeada quinta-feira pelo Presidente Carlos Vila Nova.

Ilza Amado Vaz fazia parte da liste de três personalidades submetidas pela ADI na sequência do chumbo do nome de Hélio Almeida, ex governador do Banco Central, pelo chefe de Estado.

Carlos Vila Nova tinha demitido na segunda o governo de Patrice Trovoada, alegando, nomeadamente, deslealdade institucional.

A ADI embora tenha recorrido da demissão do seu governo, nos moldes feitos pelo Presidente, para o Tribunal Constitucional submeteu, como solicitado, nomes para a chefia do executivo, na sequência da queda do governo de Patrice Trovoada.

A ADI dispõe de maioria absoluta na Assembleia Nacional. Este partido, como outros, tinha, porém, defendido a realização de eleições legislativas antecipadas.

O MLSTP-PSD, na oposição, tinha, porém, defendido que a ADI apresentasse novo nome.

Ilza Amado Vaz era até agora Ministra da justiça, administração pública e direitos humanos. Ela torna-se na terceira mulher a chefiar um executivo no arquipélago.

Para além de Ilza Amado Vaz a ADI tinha proposto outras duas mulheres: Celmira Sacramento, presidente da Assembleia Nacional, e Ângela Costa, ministra da saúde e direitos da mulher.

O Presidente alegara que Hélio Almeida, o primeiro nome apresentado pela ADI (Aliança democrática independente), não colhia a sua "sensibilidade", obrigando o partido a apresentar propostas alternativas.ANG/RFI

Estados Unidos/ Incêndios deixam cenário devastador no bairro de Pacific Palisades

Bissau, 10 Jan 25 (ANG) - Os incêndios florestais que fustigam Los Angeles desde terça-feira provocaram a morte de, pelo menos, 10 pessoas e destruíram cerca de 10.000 edifícios. Os fogos nos bairros de Pacific Palisades e de Eaton já são considerados os mais devastadores da história de Los Angeles.

Na quinta-feira à noite, o incêndio que fustigava o bairro de Pacific Palisades, onde ficam as mansões de multimilionários e celebridades, continuava por dominar. O realizador Jon Turtletaub caminha nas ruínas de um infantário, o dos seus três filhos, e a realidade é bem mais devastadora que os filmes de Hollywood.

 “Muita gente diz que parece um cenário de cinema. Sim, parece aqueles momentos dos grandes filmes, mas aí são efeitos especiais. Aqui não é um filme. Os filmes são em duas dimensões, são imagens”, disse Turtletaub.

 Neste bairro residencial abastado, no noroeste de Los Angeles, entre as montanhas de Santa Monica e o oceano Pacífico, o cenário é de destruição. E muitos apontam o dedo à incúria das autoridades locais. Paul perdeu a sua casa.

"A gravidade dos fogos poderia ter sido evitada. Não se pode parar os fogos florestais, mas não houve mitigação, não houve nenhum plano estratégico de prevenção. Não percebo. Eles sabiam o perigo destes ventos e ninguém teve um plano. Vai haver um preço político a pagar”,disse Paul.

A população está em estado de choque desde terça-feira, quando o incêndio mais devastador da história de Los Angeles arrasou a comunidade de Pacific Palisades.

Estima-se que este seja já um dos desastres naturais com os maiores prejuízos na história dos Estados Unidos: entre 135 e 150 mil milhões de dólares, segundo as contas da AccuWeather, uma empresa que fornece dados sobre o impacto de fenómenos meteorológicos extremos. 

A estimativa fundamenta-se no facto de os incêndios estarem a destruir propriedades de valor muito elevado, além dos prejuízos ao nível de turismo. Pelo menos 10.000 casas e outros edifícios arderam completamente. ANG/RFI

Moçambique/ Venâncio Mondlane alertou para tomada de posse de Daniel Chapo

Bissau, 10 Jan 25 (ANG) - O candidato presidencial moçambicano Venâncio Mondlane regressou ao país e garantiu que, caso o Conselho constitucional emposse Daniel Chapo como Presidente da república no dia 15 deste mês de Janeiro,  o país terá dois chefes de Estado.


Mondlane falava no Mercado de Estrela que foi obrigado a abandonar devido aos fortes disparos da polícia contra a multidão que o seguia.

Foram milhares as pessoas que acompanharam o candidato presidencial no seu percurso entre a Praça da Independência ao Mercado de Estrela no centro da cidade de Maputo.

O povo não trai. É de louvar e agradecer, estamos aqui para suportar e dar mais forças a ele, é assim em Moçambique, é alegria total”, afirmou um simpatizante. 

O nosso Presidente está vivo, vimos que ele tem saúde e é o que nós queremos. Mesmo que ele não governe nós estamos cientes que temos um líder, um líder que não é cobarde, um grande líder que luta pelo povo, é o que mais queremos”, frisou um apoiante de Venâncio Mondlane.

Mondlane, que viu a polícia disparar e matar três cidadãos no mercado de Estrela, deixou uma garantia:

Se eles quiserem tomar posse no dia 15, então em Moçambique vamos ter dois presidentes. Vamos ter um presidente da CNE e outro Presidente de quê? Do povo. Vamos ter um Presidente do Conselho Constitucional e outro Presidente de quê? Do Povo”, reforçou Venâncio Mondlane

O discurso de Venâncio Mondlane, para milhares de pessoas, foi interrompido por fortes disparos de balas verdadeiras e gás lacrimogênio.ANG/RFI

Tanzânia/Abertura da cimeira do Programa para Desenvolvimento da Agricultura em África

Bissau, 10 Jan 25 (ANG) – Os trabalhos da Cimeira do Programa Detalhado para o Desenvolvimento da Agricultura Africana (CAADP) foram inaugurados quinta-feira em Kampala.

Subordinado ao tema “Uma voz, uma terra”, o encontro visa apresentar uma visão ambiciosa do potencial agrícola dos países africanos no âmbito do CAADP, a fim de explorar os vastos recursos do continente.

O encontro de Kampala deve definir  caminhos para transformar os sistemas agroalimentares africanos, com foco na produção alimentar sustentável, na agroindustrialização e no comércio para a produção alimentar sustentável e a transformação económica. O objectivo é garantir a segurança alimentar, melhorar a nutrição e estimular o crescimento económico.

Organizada pela Comissão da União Africana, a Cimeira deverá atrair mais de 2.000 participantes, incluindo chefes de estado, funcionários governamentais, representantes do sector privado e da sociedade civil, bem como especialistas e cientistas.

Durante este evento, que continua até sábado, os participantes trabalharão para o desenvolvimento e adopção do Plano de Acção do CAADP (2026-2035) e da Declaração de Kampala.

O Reino de Marrocos está representado neste evento continental por uma delegação liderada pelo Ministro da Agricultura, Pescas Marítimas, Desenvolvimento Rural e Águas e Florestas, Ahmed El Bouari. ANG/FAAPA

quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

Cumprimentos Ano Novo/Presidente da República recomenda ao Governo a priorização da realização das eleições legislativas este ano

Bissau, 09 Jan 25 (ANG) – O Presidente da República recomendou ao Governo a priorização  da realização das eleições legislativas antecipadas para este ano, e que o combate a pobreza tome lugar central nos discursos e nas políticas públicas do Executivo.

Umaro Sissoco Embaló falava na cerimónia de cumprimentos de  Ano Novo pelo Poder Executivo, Chefias Militares, Presidente da Câmara Municipal de Bissau e Governadores Regionais.

Disse ser o momento de balanço, e que  2024 não foi ano fácil, porque enfrentou muitos desafios, num país sem grandes recursos.

Salientou que continua   crucial a cooperação internacional para concretização das  aspirações de desenvolvimento económico para o progresso social.

"É preciso garantir a presença internacional numa Guiné-Bissau positiva e respeitada, o propósito que tornou uma realidade que dignificou o país e o seu povo”, frisou Sissoco Embaló.

O chefe de Estado  acrescentou  que essa nova realidade resultou  de várias visitas  de vários chefes de Estados ao país , sublinhando  que a Guiné-Bissau, parece hoje um estaleiro de obras públicas.

“Estamos a levantar infraestruturas cruciais, em diversas regiões do país. Estamos a reduzir  simetrias externas e a unificar o mercado interno dos bens e serviços, a promover o bem social do país, e conseguimos quebrar o isolamento da zona Sul”,disse.

Umaro Sissoco Embaló realçou que a parte central da capital Bissau transformou-se  num Cartão de Visita do país, símbolo da agenda transformadora, do motivo de orgulho nacional, referindo que a agenda ansiosa está em execução, imbuída de reordenamento e valorização do território nacional, que não se limita apenas a projeção das infraestruturas.

Disse que uma boa campanha de comercialização de castanha de caju é sem dúvida muito importante, apesar de não ser suficiente.”É preciso intensificar a economia nacional e acrescentar mais valor aos produtos de exportação e transformar a economia numa perspetiva compatível com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, porque só assim vai ser possível  combater a pobreza no país”, sublinhou.

O Presidente da República afirmou que as Forças Armadas(FA) vão continuar a merecer a melhor atenção do Governo e que na qualidade de Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas reitera a sua confiança nas FA pelo  que podem contar com o seu total apoio.      

O Primeiro-ministro, Rui Duarte Barros realçou que o início de um ano novo é sempre oportunidade para abrir esperanças, reafirmar compromissos com o país, visando sempre o progresso e o bem estar das populações.

“É com determinação que anuncio em nome do Governo e em meu próprio nome a firme disposição de intensificar as ações de Executivo para implementar, à curto prazo, medidas que atendem as necessidades básicas da população.

Entre as prioridades do Governo, Rui Barros, destacou  melhorias na eficiência da administração pública com estabilização do pessoal na administração de serviços  e no controlo do sistema, adoção de medidas que visam, entre outras, garantir uma gestão eficaz dos recursos do país, eliminar as barreiras não transparentes no território nacional, tais  como o  comércio de estupefacientes, corte ilegal da madeira, e melhorar a próxima campanha de castanha de caju .

"É com grande honra que em nome do Governo,  das chefias militares e segurança e dos representantes do Poder Local que dirijo a vossa excelência e a sua família, sinceros votos de um feliz e próspero ano 2025”, disse o Primeiro-ministro que ainda desejou que 2025  seja  marcado pelo fortalecimento da união nacional e  avanço de iniciativas que promovem o bem estar das populações," disse Barros. ANG/MI/ÂC//SG

Cumprimentos Ano Novo/Presidente da República diz que a normalidade só volta ao parlamento  após eleições legislativas

Bissau, 09 Jan 25 (ANG) – O Presidente da República  disse hoje    que a Assembleia Nacional Popular(ANP) só volta a   normalidade depois das eleições legislativas prevista para este  ano, ainda sem  data marcada.

Umaro Sissoco Embaló que falava no ato de cumprimento do Ano Novo com  o poder legislativo, disse que todos sabem das razões da dissolução , por decreto presidencial, da 11ª legislatura, mas que, contudo, a instituição continua a funcionar de acordo com as normas aplicáveis.

O Presidente da República reiterou acusação de que os parlamentares são o maior foco de instabilidade na Guiné-Bissau, e sustentou que  o golpe que culminou com  a guerra civil de 07 de Junho de 1998 iniciou no parlamento, que diz ser a “instituição mais corrupta do país  e um  ninho dos malfeitores”.

Embaló disse ainda que é neste órgão legislativo que foi criada a crise que culminou com o golpe que derrubou o então Presidente Kumba Yalá, em 2003

Por sua vez, a   Presidente indigitada  da Assembleia Nacional Popular(ANP)Adja Satú Camará pediu  os atores políticos para se unirem a fim de desenvolver o país, salientando que  é o desejo dos deputados da nação.

Satú Camará Pinto pediu desculpas pelas falhas cometidas pelos parlamentares nos trabalhos e  nas tomadas de decisões.ANG/JD/ÂC//SG



Economia/ “A implementação do IVA  fortalece a economia ”, diz Mohamed Baldé

Bissau, 09 Jan 25 (ANG) – O representante do Ministro das Finanças no seminário de esclarecimento sobre o IVA, disse que a implementação desse imposto marca um passo significativo na evolução do sistema tributário e no fortalecimento da economia da Guiné-Bissau.

Mohamed Baldé, assessor jurídico do ministro das Finanças,  falava hoje na abertura do seminário de esclarecimento sobre a implementação do Imposto sobre o Valor Acrescentado(IVA), promovido pelo Ministério da Finanças, com a participação  dos elementos do setor público e privado.

Baldé disse que tanto o IVA como IGV caracterizam-se por impostos plurifásicos, que incidem sobres diferentes faces do circuito económico.

Acrescentou que  os princípios, mecanismos, fundamentos subjacentes a gestão e aplicação dos dois impostos são idênticos, nomeadamente  o princípio da generalidade porque ambos incidem  sobre  bens e serviços.

Mohamed Baldé disse que a taxa normal, tanto para o IVA assim como para  IGV, é de 19 por cento e que a taxa reduzida  para uns e para outro, que incide sobre bens essenciais é de 10 por cento.

Informou que a tributação adicional ao setor informal é uma medida que serve para corrigir  concorrência desleal entre declarantes e não declarantes.

Por usa vez, o Diretor-geral das Contribuições e Impostos  destacou  que a presença de diferentes personalidades na cerimónia é uma demonstração clara do compromisso conjunto de todos na construção de um sistema tributário mais eficiente, transparente e alinhado com as melhores práticas internacionais.

Para Uffé Vieira Gomes da Silva é preciso reforçar o diálogo entre a Administração Fiscal e os contribuintes, porque o IVA não é apenas um imposto, mas também  um instrumento estratégico que serve para  impulsionar o crescimento económico, fomentar a justiça fiscal e garantir recursos para o desenvolvimento sustentável do país.

“O IVA destaca-se pelas suas inúmeras vantagens. Este imposto, sendo baseado no consumo, reduz a carga fiscal sobre a produção, tornando os bens e serviços mais competitivos, especialmente em mercados externos”, destacou Uffé Vieira Gomes da Silva.

 Além disso, acrescentou, o IVA promove a equidade fiscal, uma vez que cada contribuinte participa de forma proporcional ao seu consumo, garantindo que todos contribuam de forma justa para o financiamento das despesas públicas.

Do ponto de vista das finanças públicas, o Diretor-geral das Contribuições e Impostos  afirmou que o IVA é uma fonte de receita mais estável e previsível, pois permite ao Estado investir com mais eficiência em setores prioritários, como a saúde, educação, infraestrutura e políticas sociais.

Disse que estes investimentos traduzem- se em melhorias diretas para a vida dos  cidadãos e no fortalecimento das bases do desenvolvimento económico e social.

Contudo, reconheceu que a sua  implementação  é um desafio, porque exige mudanças significativas na forma como todos, enquanto contribuintes e administradores,  vão relacionar com o sistema fiscal.

“A taxa de 10 por cento do IVA incidirá nos produtos da primeira necessidade e a taxa de 19 por cento vai incidir nos materiais de construção, de acordo com a qualidade”, explicou o  Diretor-geral
das Contribuições e Impostos  Uffé Vieira Gomes da Silva. ANG/LPG//SG

 

     Regiões/Universidade Bá-Biaguê vai abrir “Polo 2” no setor de Quebo

Catió,09 Jan 25(ANG) – A Universidade Bá-Biaguê anuncia a abertura do seu “Polo-2” no sector de Quebo, região de Tombali, sul do país.

A informação foi avançada , quarta-feira, ao correspondente da ANG na região de Tombali pelo responsável Pedagógico da referida Universidade, após um encontro de trabalho com o Diretor Regional de Educação de Tombali.

De acordo com José Ié, a abertura desse polo vai ajudar os alunos que concluíram o 12º ano e que necessitam de formação superior mas que não têm condições de irem à capital Bissau para prosseguir os estudos.

“Por esta razão, entendemos que era necessário um Centro Universitário na zona sul concretamente na região de Tombali”, frisou aquele responsável.

José Ié disse esperar que a população de Tombali saiba  receber e apoiar essa iniciativa, contribuindo com ideias para o bem estar do desenvolvimento do mundo académico na zona sul do país.

O Diretor regional da Educação de Tombali, Bubacar Djaló mostrou-se satisfeito com a iniciativa, frisando que a sua instituição está disponível e aberta para receber qualquer tipo de projeto que irá beneficiar a região.

Aquele responsável pediu ainda a Universidade Bá-Biaguê para colocar professores à altura de lecionar na futura instituição de ensino superior.

Disse que as inscrições para o arranque das aulas já iniciaram hoje, dia 09 do corrente mês no sector de Quebo.

Na primeira fase do projeto, diz Djaló, serão administrados os cursos de Enfermagem Geral, Gestão Aduaneira, Ciência da Educação e Administração.

A Universidade Bá-Biaguê iniciou as suas atividades no país em 2015 e tem a sua instalação principal em Bissau, concretamente no bairro de Quelelé e dispõe de parceiros estrangeiros nomeadamente  no Brasil. ANG/JQ/ÂC//SG

Branqueamento de capitais/”HÁ anos que temos vindo a alertar o Ministério Público sobre o fenómeno”, disse Justino Sá

Bissau,09 Jan 25(ANG) – O Presidente da Célula Nacional de Tratamento de Informação Financeira da Guiné-Bissau (CENTIF-GB), Justino Sá insurgiu-se contra o não andamento dos processos no Ministério Público.

A revolta desta instituição foi tornada pública,  quarta-feira, pelo Presidente da CENTIF-GB, numa entrevista à Rádio Sol Mansi sobre a notícia avançada pela CNN sobre corrupção que supostamente envolve um governante guineense.

Sá sustenta ainda a sua revolta pelo facto de, segundo diz, haver  vários  relatórios enviados ao Ministério Público e que indiciam os infratores mas que não tiveram o seguimento necessário.

“O que está a acontecer é a chamada de atenção que temos vindo a fazer há tempo. Este caso demostra que é difícil trabalhar na Guiné-Bissau, onde as entidades judiciais não funcionam em plenitude. O branqueamento de capitais requer poder judicial forte, há anos que temos vindo a enviar relatórios ao Ministério Público sem que haja a evolução do processo”, lamentou o presidente da CENTIF.

Carlos Brandão ex-administrador e responsável pelo Departamento de Risco do Novo Banco (Portugal) foi demitido na administração desta instituição bancária e é suspeito de ter sido corrompido por pelo menos um membro do Governo da Guiné-Bissau, com quem mantinha encontros secretos, para branquear na banca portuguesa, fortunas desviadas do erário público guineense.

 “É preocupante a situação dada as carências que a Guiné-Bissau enfrenta na educação e saúde, acima de tudo, ver alguém a tomar do estado para levar a outro lado, é revoltante”, sublinhou. ANG/Sol Mansi




Branqueamento de capitais
/PR  nega que dinheiro público tenha sido desviado para um banco  português  

Bissau, 09 Jan 25(ANG) - O Presidente da República Umaro Sissoco Embalo, desvalorizou quarta-feira as notícias de um alegado esquema de corrupção que aponta para desvio de dinheiro do país por parte de governantes, que seria depositado num banco em Portugal.

“Para mim isso é uma palhaçada. Sabemos qual é o espírito da imprensa portuguesa em relação à Guiné-Bissau”, defendeu Embaló, em declarações aos jornalistas à margem da cerimónia de lançamento de um livro no Centro Cultural Português, em Bissau.

A imprensa portuguesa tem dado ecos às notícias de uma investigação judicial em curso em Portugal que levou à demissão de Carlos Brandão do cargo de administrador do Novo Banco, num processo que teria como cúmplices elementos do Governo da Guiné-Bissau.

De acordo com a imprensa portuguesa, Brandão teria recebido desse esquema avultadas somas em euros e que teria depositado no Novo Banco.

Umaro Sissoco Embalo negou essa possibilidade e ainda questionou sobre quem teria esse dinheiro na Guiné-Bissau que disse ser um “país de bem”.

“Estava a seguir (a notícia) com todo o interesse, mas a partir do momento que comecei a ouvir os números em causa apaguei aquelas informações. Disse às pessoas que não tem interesse”, observou Embalo.

O Presidente guineense notou que nem a delegação do Banco Central de Estados da África Ocidental (BCEAO) possui milhares de euros, quanto mais, disse, um cidadão, pelo que aquela notícia “é de gente irresponsável”.

Umaro Sissoco Embalo destacou que tem travado um combate à corrupção no país e que na Guiné-Bissau “não existe nenhum rico”.

“Mesmo que eu não goste de ti, dizer milhares de euros é muita coisa. Não estamos a falar de escudos, nem de CFA, estamos a falar de euros”, sublinhou Embalo, referindo-se a antiga moeda corrente de Portugal e a atual moeda da Guiné-Bissau.

O chefe de Estado guineense frisou que não gosta de politizar nada, mas que considerava aquelas informações de “infantilismo de gente com vontade malévola de falar mal do país”.ANG/Lusa

 

São Tomé e Príncipe/Presidente rejeita nome de Hélio Vaz de Almeida para primeiro-ministro

Bissau, 09 Jan 25 (ANG) – O Presidente de São Tomé e Príncipe, Carlos Vila Nova, rejeitou esta quinta-feira, o nome de Hélio Vaz de Almeida para primeiro-ministro e exige novo nome da Acção Democrática Independente (ADI).

O  nome do antigo ministro das Finanças e antigo governador do Banco Central, de Hélio Vaz de Almeida, para o cargo de primeiro-ministro, foi proposto,  quarta-feira,  pela Acção Democrática Independente (ADI), após a demissão do governo liderado por Patrice Trovoada.

“Este candidato não acolhe a minha sensibilidade”, afirmou o chefe de Estado numa conferência de imprensa. Carlos Vila Nova pediu à ADI, partido vencedor - com maioria absoluta - das eleições legislativas de 2022, que apresente um novo nome até ao final do prazo estipulado, ou seja, esta quinta-feira, sublinhando que o partido dispõe de vários quadros qualificados para assumir a função.

Esta rejeição acontece num momento de instabilidade política no arquipélago, desencadeada pela demissão do governo na segunda-feira. O Presidente justificou a decisão com a "falta de lealdade institucional", incluindo a assinatura de acordos internacionais sem o seu conhecimento, e pelas ausências prolongadas de Patrice Trovoada do país. No decreto presidencial que oficializou a demissão do executivo, Carlos Vila Nova apontou, ainda, uma "assinalável incapacidade" de resolver os desafios enfrentados pelo país, incluindo problemas económicos e sociais.

A ADI, liderada por Patrice Trovoada, enviou na quarta-feira uma carta ao Presidente com a indicação de Hélio Vaz de Almeida como sucessor, e defendeu a realização de eleições antecipadas. O partido, que considera a destituição do governo inconstitucional, solicitou ao Tribunal Constitucional que anule a decisão presidencial.ANG/RFI


Moçambique/Venâncio Mondlane regressa a Maputo e mostra-se disponível para diálogo

Bissau, 09 Jan 25 (ANG) - O candidato presidencial e líder da oposição Venâncio Mondlane chegou, esta quinta-feira de manhã, a Maputo, depois de mais de dois meses a liderar a contestação aos resultados das eleições gerais a partir do exterior.

Mondlane manifestou-se disponível para o diálogo e para negociar, mas acusou as autoridades de "uma espécie de genocídio silencioso".

Foi sob fortes medidas de segurança na zona do aeroporto internacional de Maputo que Venâncio Mondlane regressou ao país, após mais de dois meses a liderar a contestação aos resultados das eleições gerais a partir do exterior.

Pouco depois de aterrar em Maputo, Venâncio Mondlane manifestou-se disponível para o diálogo e para negociar.

“Quero quebrar a narrativa de que estou ausente por vontade própria da iniciativas de diálogo, estou aqui em carne e osso para dizer que se querem negociar, dialogar comigo, querem ir à mesa de negociações estou aqui presente para o diálogo”, disse.

O líder da oposição justificou o seu regresso com o facto de não poder continuar fora do país quando o povo está a ser massacrado” e acusou o regime de "uma espécie de genocídio silencioso".

Apercebi-me que o regime optou por uma estratégia de criar uma espécie de genocídio silencioso, as pessoas estão a ser sequestradas nas suas casas, estão a ser executadas extrajudicialmente nas matas, estão a ser descobertas as valas comuns com supostos apoiantes de Venâncio Mondlane.

Eu acho que não posso estar ao fresco, bem protegido, quando o próprio povo, que está no suporte da minha candidatura, dos meus valores, está a ser massacrado.

Questionado se está disposto a assumir um cargo executivo, o candidato presidencial referiu que a única função que pretende assumir é a de “defender este povo, de lutar por este povo, lutar pela verdade, lutar pela justiça, lutar pelos valores”.

Mondlane repetiu que não aceita os resultados eleitorais proclamados pelo Conselho Constitucional e que dão a vitória ao candidato apoiado pela Frelimo, no poder, Daniel Chapo, cuja posse está marcada para 15 de Janeiro.

Venâncio Mondlane acrescentou que quer estar no país “nos bons e nos maus momentos como um sujeito histórico activo” e disse querer “fazer isso aqui dentro do país, independentemente dos riscos associados a essa situação”.

 Não me interessa o que eu vou passar, mas eu vou a Moçambique e vou provar que eu não estive em Moçambique por medo, por receio de ser morto, de ser preso, isso são coisas pequenas, temporais, passageiras. O que faz história são os valores que tu defendes, é o sacrifício que estás disponível a passar a favor dos outros, a favor da unidade.

Depois de ter chegado, Mondlane foi para o centro da capital, mas a polícia dispersou, com recurso a tiros e gás lacrimogéneo, uma multidão de apoiantes que o ouviam, com pessoas a serem atingidas, de acordo com a agência Lusa.

Já antes de aterrar em Moçambique, ouviram-se tiros e houve gás lacrimogéneo nas imediações do aeroporto, onde os apoiantes de Mondlane estiveram concentrados para acolher o candidato. Mas os acessos estavam bloqueados e fortemente vigiados pela polícia e por militares.

Ainda esta manhã, cinco partidos políticos moçambicanos asseguraram, após novo encontro com o Presidente Filipe Niusy, que estão abertos a integrar o candidato presidencial Venâncio Mondlane no diálogo interno. Foi Daniel Chapo, o candidato declarado vencedor das presidenciais, quem leu o comunicado de imprensa conjunto da Frelimo, Renamo, Podemos, MDM e Nova Democracia. Daniel Chapo anunciou que os partidos políticos vão formar grupos de trabalho que incluem comissões técnicas para discutir reformas estatais para colocar fim à crise pós-eleitoral no país. ANG/RFI

           Chade/Dezanove mortos num ataque ao Palácio Presidencial

Bissau, 09 Jan 25 (ANG) - Ouviram-se tiros na noite de 08 de Janeiro no centro da capital do Chade, perto da Presidência e segundo o porta-voz do Governo, 19 pessoas morreram, incluindo 18 suspeitos do ataque.

A justiça abriu uma investigação aos acontecimentos.

Esta manhã, tudo estava mais calmo na capital chadiana, após os momentos de tensão na noite passada em que mais de 20 pessoas tentaram atacar o complexo presidencial, no bairro Djambel Bahr.

Esta quinta-feira, o Governo descartou que seja um ataque terrorista. O porta-voz do Governo e ministro dos Negócios Estrangeiros, Abderaman Koulamallah, afirmou que não são jihadistas do grupo terrorista Boko Haram, visto que não é o modo operatório deles, sendo um acto isolado e desesperado cometido por jovens da capital, Ndjamena.

O ministro explicou que a situação está sob controlo das forças armadas e que agora é o momento da justiça entrar em acção para estabelecer os motivos que levaram estes jovens a atacar a Presidência, e saber se há cúmplices neste caso.

Os atacantes chegaram em dois carros, simulando uma avaria à frente de uma das portas da Presidência, antes de atacarem os guardas. Armados com facas, eles mataram um militar e feriram mais três.

A defesa da Presidência foi rápida a colocar-se em posição e em uma hora e um quarto com vários tiros, tudo acabou pelas 21 horas, hora local.

O balanço do ataque contra o Palácio Presidencial é de 19 mortos: 18 no que diz respeito aos atacantes e um membro das forças de segurança, bem como seis pessoas feridas e detidas.

O grupo de atacantes contou com a participação de 24 pessoas, indicou o ministro dos Negócios Estrangeiros.

Esse ataque ocorreu poucas horas após a visita em Ndjamena do ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, que teve vários encontros durante o dia, inclusive com o Chefe de Estado Mahamat Idriss Déby, no Palácio Presidencial.ANG/RFI

Coreia do Sul/ Presidente deposto visado por segundo mandado de captura

Bissau, 09 Jan 25 (ANG) – A justiça emitiu a 7 de Janeiro um segundo mandado de captura contra o presidente destituído, Yoon Suk-Yeol, após a sua tentativa frustrada de impor a lei marcial a 3 de Dezembro passado.

Centenas de apoiantes do antigo chefe de Estado acampam junto à sua casa, para tentar impedir a sua detenção. 

Apesar do frio que reina na capital da Coreia do Sul, apoiantes do chefe de Estado deposto Yoon Suk-Yeaol continuam a acampar nas ruas à volta da sua residência e os agentes do Serviço de Segurança Presidencial ergueram barricadas  com o objectivo de impedir a polícia de aceder ao edifício. 

Esta terça-feira 7 de Janeiro, a justiça emitiu um segundo mandado de captura contra o presidente destituído, que deverá ser posto em prática nos próximos dias. 

Yook Suk-Yeol é visado por uma investigação por insurreição desde que tentou impor a lei marcial, a 3 de Dezembro, antes de voltar atrás face à mobilização dos parlamentares, apoiados por milhares de manifestantes. 

Uma primeira tentativa de detenção foi realizada pelos funcionários do Gabinete de investigação sobre a corrupção de altos funcionários (CIO). A operação falhou devido a um confronto de cerca de seis horas entre membros do Serviço de Segurança Presidencial e militares. 

Contactado pela RFI, Miguel Morais, jovem português a residir neste momento em Seul, relatou o receio inicialmente partilhado por muitos sul-coreanos de que a situação degenere, antes de regressar a uma calma relativa.

“No início acho que foi um receio para toda a gente, porque a Coreia tem um histórico bastante triste em relação a confrontos.

Mas penso que os coreanos fazem um trabalho espetacular ao tentar que as coisas se mantenham normais na vida diária. Claro que, havendo muitas manifestações, às vezes há, por exemplo, atrasos em autocarros, o que não é nada comum cá. Havendo muitas manifestações nas ruas, alguns autocarros têm de fazer outras rotas.

Mas de resto, e fora daquela primeira fase, agora parece estar tudo normal. Acho que os coreanos já estão a ficar cansados disto e querem mudança, querem ter alguém com quem não tenham que se preocupar e que não faça este tipo de escândalos. Preocupa-lhes a imagem que isto dá a outros países no mundo, porque isto foi notícia global e eles têm medo que isto divulgue a imagem de que a Coreia não é país que se possa levar a sério. E isso é uma coisa muito importante para eles”, disse Miguel Morais

Um dos advogados do presidente, Yoon Kab-keun, contestou novamente a legitimidade do mandado de detenção. O advogado desmentiu ainda as declarações segundo as quais o chefe de Estado teria escapado da sua residência.  ANG/RFI

EUA/Governantes reafirmam "soberania" face às ameaças expansionistas de Donald Trump

Bissau, 09 Jan 25 (ANG)  - O Presidente-eleito dos Estados-Unidos afirmou querer anexar o canal do Panamá, o Canadá e a Groenlândia, pela força se necessário,  em resposta, os governantes dos países visados e do bloco europeu reiteraram o princípio de "soberania" aplicável a todos os países do mundo. 

Donald Trump apelou o Canadá a se juntar aos Estados Unidos para tornar-se no 51° Estado americano, a 6 de Janeiro, horas depois do anúncio da demissão do primeiro-ministro Justin Trudeau.

Este, no Canadá, vincou que "nunca, nunca mesmo, o Canadá fará parte dos Estados-Unidos" e que o país "não se deixará intimidar pelas ameaças".  

Dois dias depois, numa conferência de imprensa na sua residência na Flórida, Donald Trump afirmou desta vez querer "retomar" o canal do Panamá, construído em 1914 pelos Estados-Unidos, explicando não querer continuar a pagar as taxas de passagem para os navios norte-americanos.

Reacção do ministro dos Negócios Estrangeiros Javier Martinez-Acha: "a soberania do Panamá não é negociável, é parte da nossa história de luta é uma conquista irreversível. As únicas mãos que controlam o Canal são do Panamá e assim continuará a ser". 

Quanto à Gronelândia, onde Donald Trump pretende também içar a bandeira norte-americana, o objectivo do presidente recém-eleito é claro, trata-se de "comprar" a ilha, um território autónomo da Dinamarca, situado entre o Atlântico Norte e o oceano Arctico. 

A primeira-ministra dinamarquesa Mette Frederiksen reagiu, afirmando que a "Gronelândia não está à venda". No bloco europeu, o chefe da diplomacia francesa também respondeu, na radio France Inter, às ameaças expansionistas de Donald Trump. Jean-Noël Barrot, frisou que a União Europeia "não permitirá que países ataquem as fronteiras soberanas" do da comunidade europeia.   

Em resposta à pergunta de um jornalista, Donald Trump não excluíu o recurso à força, recusando-se a descartar as opções de coerção militar ou económica para alcançar os seus objectivos. ANG/RFI

Literatura/PR considera de “ grande importância” lançamento do Livro sobre Vida e Obra do combatente Manuel  Santos

Bissau, 09 Jan 25 (ANG) - O Presidente da República (PR) considerou , quarta-feira, de “grande importância” o lançamento do Livro sobre a Vida e Obra do combatente da Liberdade da Pátria, Manuel Isabel  Santos vulgo “Manecas”.

Umaro Sissoco Embaló falava  no ato do lançamento do   livro, que decorreu na Embaixada de Portugal em Bissau, e que retrata o percurso  do Manecas  na Luta pela libertação da Guiné e Cabo Verde.

O chefe de Estado Guineense afirmou ainda que Manecas Santos foi um militar exemplar e que por isso, não podia ficar de fora sem presenciar o ato de lançamento do livro sobre a sua vida e obra.

Sustentou que Manecas Santos foi um comandante histórico durante a luta pela libertação da Guiné-Bissau e Cabo Verde,  que  merece admiração e consideração.

“Na qualidade do Presidente da República e do guineense que sou tenho o dever de participar em assuntos importantes da Nação e esta homenagem sobre a vida e obra de Manecas Santos não fica de fora dos aspetos relevantes da Guiné-Bissau”, disse Embaló.

No livro intitulado Manecas Santos, a escritora cabo-verdiana explora as realidades sociais da Guiné-Bissau e das ilhas de Cabo Verde, duas antigas colónias portuguesas na África  Ocidental, e as motivações políticas dos combatentes do Partido Africano da Independência de Guiné e Cabo Verde (PAIGC).

Manecas Santos  nasceu  em Cabo Verde, em 1936, foi um dos mais destacados comandantes pela independência da Guiné-Bissau e Cabo-Verde. Ele liderou o assalto ao quartel de Guiledje, sul do país foi responsável pela introdução dos mísseis “Strella” que mudou completamente o cenário da luta colonial entre a Guiné-Bissau e Portugal.

Trata-se do 1º livro de Rosário Luz que iniciou a sua carreira em 2012, com uma coluna no semanário “Expresso das Ilhas”, focada nos aspetos únicos da política, história e cultura de Cabo Verde, ela tem contribuído regularmente com artigos de opinião para várias publicações, tanto locais como estrangeiras, mantendo sempre o foco na singularidade da experiência cabo-verdiana.ANG/AALS/ÂC//SG