terça-feira, 8 de julho de 2025

Moçambique/ MISA exige investigação a actos de “tortura psicológica e intimidação" contra jornalistas

Bissau, 08 Jul 25 (ANG) - Ο MISA Moçambique exige que ministério da Defesa Nacional que investigue e se pronuncie sobre os actos de “tortura psicológica, intimidação e confisco temporário de material jornalístico” levados a cabo por agentes das Forças de Defesa e Segurança contra um grupo de 16 jornalistas.

O acto ocorreu, na semana passada, no distrito de Macomia, província de Cabo Delgado.

O director do Instituto de Comunicação Social da África Austral, Misa-Moçambique, Ernesto Nhanale, vincou a posição do órgão face às denúncias de sevícias de que foram alvo 16 jornalistas, no distrito de Macomia, província de Cabo Delgado, norte do país.

Os 16 jornalistas de diversos órgãos de comunicação social seguiam, na semana passada, para o distrito de Mueda, em Cabo Delgado, a convite da Direcção Nacional de Estradas para realizar cobertura das obras de asfaltagem do troço Mueda-Negomano, integrado no Corredor de Desenvolvimento de Mtwara. Nesse momento, teriam sido abordados por um contingente das Forças de Defesa e Segurança, que acusam de “tortura psicológica, intimidação e confisco temporário de material jornalístico”.

Ernesto Nhanale, director do Instituto de Comunicação Social da África Austral, exige que o Ministério da Defesa conclua esta investigação por forma não só a responsabilizar, mas também que sirva de lição para todos”, Nhanale acrescenta que os agentes de segurança ordenaram os jornalistas a ficarem “em fila, foram fotografados e depois levaram-lhe o material, prenderam-nos por duas horas, entre torturas, questionários e eles ficaram sem saber o que se havia passado, porque em nenhum momento tinham desobedecido às ordens dos militares”. ANG/RFI

Brasil/Cimeira dos BRICS encerra com ameaças de novas taxas alfandegárias por parte dos EUA

Bissau, 08 Jul 25 (ANG) -  A cimeira dos BRICS, a aliança composta por 11 países do chamado Sul Global, foi encerrada segunda-feira, no Rio de janeiro.

 O encontro terminou sob tensão, após o presidente norte-americano Donald Trump ter anunciado, na madrugada de domingo para segunda-feira, a implementação de novas taxas alfandegárias contra qualquer país que se alinhe com as posições do grupo.

Apesar do contexto internacional agitado, os 11 países optaram por uma postura cautelosa. A declaração final, assinada ontem, condena os ataques contra o Irão e expressa preocupação face à guerra comercial em curso — mas sem mencionar directamente Israel e os Estados Unidos.

A declaração também menciona uma proposta sobre o conflito entre Israel e a autoridade Palestiniana. A declaração propõe uma solução de dois Estados, mas o ministro dos negócios estrangeiros iraniano Abbas Araghchi expressou “reserva” e afirmou que o Irão ia prestar propostas unilaterais.

Essa prudência, no entanto, não terá sido suficiente para Donald Trump. Através da rede social Truth Social, o presidente norte-americano anunciou a aplicação de uma taxa alfandegária adicional de 10% sobre todos os países que, segundo ele, se alinhem com as chamadas “políticas antiamericanas” dos BRICS. A medida deverá entrar em vigor a 1 de Agosto.

Um contexto que não impediu o presidente de Angola João Lourenço que também preside a União Africana pedir à aliança dos BRICS para se virarem para o continente africano.

"Sentimos que estamos agora diante de uma possibilidade real, ao nível dos BRICS e das suas instituições, de podermos falar sobre o financiamento para o desenvolvimento de África e das infra-estruturas de que necessita para corresponder mais cabalmente aos desafios que enfrenta, de modo a transpor os obstáculos que condicionam a realização de projectos essenciais na área da agricultura, saúde,  educação,  ciência e da tecnologia,  energia, dos transportes, das telecomunicações e de outros domínios”, disse João Lourenço.

O Chefe de Estado de Angola acrescentou: "os BRICS podem ter um desempenho relevante e actuante no sentido de se construir o maior equilíbrio na discussão sobre os temas referentes à governação mundial entre o sul global e os países desenvolvidos. Os BRICS têm neste contexto um campo de intervenção decisivo e fundamental para que se reequilibre a abordagem relativa à ordem económica mundial em que sobressaem as questões que dizem respeito ao comércio, assente sobre bases mais justas ao investimento e ao financiamento em moldes menos onerosos para os mais necessitados." ANG/RFI

 

segunda-feira, 7 de julho de 2025

Diplomacia/Presidente da República diz que sua viagem aos EUA tem um   “significado importante” para o país

Bissau, 07 Jul 25(ANG) – O Presidente da República disse hoje que a sua deslocação hoje para os EUA tem um “significado importante” para o país, na medida em que vai  reunir na próxima quarta-feira, (9), com o  Presidente Donald Trump, em Washington, para discutir possibilidades  de investimento e cooperação económica.

Umaro Embaló falava hoje  à imprensa no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira momentos antes de partir para os EUA.

“A Guiné-Bissau hoje em dia saiu de um Estado de desordem para um Estado real. Os americanos não convidam para o seu país um Estado qualquer, mas sim um Estado estruturado”, disse.

O chefe de Estado acrescentou que , em termos económicos, a sua visita aos EUA,  será uma porta aberta para grandes oportunidades de negócios.

“Agora vamos sentar com o Presidente americano, para abordarmos as questões de cooperação entre os dois países”, afirmou.

O Presidente da República disse que a Guiné-Bissau passou por muitos anos sem se beneficiar de um apoio direto dos EUA, tal como outros países, dentre os quais o Senegal.

“Temos vários projetos em carteira com os EUA, e  já estávamos a  negociá-los. Agora vamos tentar implementá-los na prática com o Presidente Donald Trump”, disse.

Para além de Sissoco Embaló o Presidente Trump receberá igualmente os presidentes do Gabão, da Mauritânia e do Senegal, estando   previsto um almoço entre o chefe de Estado norte-americano e os quatro líderes africanos. ANG/ÂC//SG

  Regiões/Inspetor e Delegado Regional de Educação de Oio homenageados

 Bissorã, 07 Julho 25(ANG) – O  Diretor das  Escolas de Ensino Básico do sector de Mansaba, e da secção de Morés, na região de Oio, norte do país,  homenageou, Domingo, o Inspetor Paulo Vaz e o Delegado Regional da Educação Abubacar Demba Camará, durante a cerimónia do enceramento do ano letivo 2024/2025.

Em entrevista ao Correspondente da ANG na Região de Oio, Quimontche Joaquim N´fule Lopes, disse que homenageou os dois pelos trabalhos que têm  desenvolvido durante o ano lectivo, nomeadamente , em relação  ao aumento do nível de 4º para 6º ano de escolaridade.

Aquele responsável considerou este ano letivo de positivo, apesar de algumas dificuldades, nomeadamente  a falta de professores,  infraestruturas escolares.

Lopes defendeu que o Ministério da Educação deve  construir um liceu em Morés, por ser uma secção com mais de 30 tabancas, com longas distâncias entre elas.

O Delegado da Educação da  Região de Oio, Abubacar Demba Camará disse estar  satisfeito com a iniciativa da direção implementada com a colaboração de  pais e encarregados da educação dos alunos.

Garantiu que, no próximo  ano letivo,   a escola do Ensino Básico de Morés vai aumentar  de nível de 4 ano para   7º ano de escolaridade.

A escola neste momento conta com mais de  15 professores dentre os quais seis de novos ingressos, cinco contratados e os restantes pagos  pela comunidade e 419 alunos.

Camará pede ao Governo apoios para  finalização da obra do pavilhão em construção, desde 2016. ANG/AD/JD/ÂC//SG

 

 

Cultura/Jovens músicos da região de Biombo recebem formação sobre “resgate de valores culturais”

Bissau, 07 Jul 25 (ANG) - Cerca de 20 jovens músicos da região de Biombo, norte do país,  receberam no fim-de-semana, uma formação sobre a valorização e resgate dos valores culturais daquela zona, com a finalidade de alcançar um alto patamar no mundo da música e na promoção da cultura local.

Na ocasião, o formador Moisés Aleluia Lopes explicou que a formação foi feita de uma forma interativa tendo  os jovens músicos  feito uma análise geral do projeto resgate cultural denominado “Biombo Corda” e a sua visão futura.

“A análise geral sobre o projeto e a sua visão futura vai permitir trabalhar arduamente para melhorar, não só a classe artística da região de Biombo, mas também diferentes áreas que fazem parte da cultura”, disse Moisés .

A atual geração de músicos, segundo Moisés desconhece os valores éticos, comportamentais, morais e alguns costumes dos seus antepassados, e que isso merece especial atenção, uma vez que segundo ele, estes valores têm grande importância cultural.

“O mais importante consiste em trabalhar na base de união e de ter em conta e respeitando a  opinião dos outros , para que, juntos, possamos  procurar a forma ideal para atingir melhores resultados", disse o formador.

Por sua vez, o Coordenador do Projeto Resgate, Alberto Cá, disse que a iniciativa de formação de músicos visa a promoção da imagem  cultural da região de Biombo, de modo a levar a música ao alto nível, com base na união no seio dos músicos
daquela zona norte da Guiné-Bissau.

Alberto sublinhou que, na realidade, as pessoas devem valorizar os seus costumes locais tendo em conta a importância que representa  nas suas vidas e nos seus valores culturais.

O músico participante na formação, Mister G, disse estar confiante que, com a capacitação que receberam vão fazer algo de melhor para a promoção da cultura na região de Biombo, uma vez que têm talento para tal.

“Na realidade, esta formação vai nos incentivar a se focar no essencial, sobretudo na criação com base em aspectos relevantes da cultura e no resgate das tradições que correm o risco de desaparecer”, sublinhou o  Mister G.ANG/AALS/ÂC//SG

 

Política/Presidente da República diz que elementos do MMS foram longe demais nas suas provocações

Bissau, 07 Jul 25 (ANG) – O Presidente da República disse hoje que os elementos do grupo denominado Movimento Manta Sagrada(MMS), foram longe demais com as suas provocações  ao confrontarem-se com os guardas presidenciais  em Lisboa/Portugal, no passado dia 03 de Julho.

Umaro Sissoco Embaló falava à imprensa no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira de Bissau,  à chegada da viagem que o levou a Espanha, Portugal e finalmente Cabo Verde, onde participou nas comemorações dos 50º aniversário da independência deste país.

Questionado pelos jornalistas sobre os acontecimentos que culminaram com o espancamento de um dos elementos do MMS pelas guardas do Chefe de Estado, disse que apesar de serem marginais não deixem de ser filhos da Guiné-Bissau, considerando o acto de uma vergonha.

“Cada acto tem a sua resposta adequada e há uma coisa que as pessoas não sabem. Todos os corpos da guarda presidencial têm imunidade, estas pessoas foram longe demais, são irresponsáveis e infantis, mas apesar de tudo  fiquei com pena dele quando vi o vídeo do seu espancamento", disse.

O Presidente da República  promete acabar, de vez, com  actos de gênero, tendo lamentado o comportamento de certos imigrantes, sobretudo em França e Portugal. “Fazem o que nenhum outro povo faz aos seus governantes”, disse.

O Chefe de Estado disse que vai voltar a Portugal no próximo mês e que agora vai passar a informar onde está hospedado, e quem criar desordem a resposta será adequada,  realçando que o cidadão espancado de nome Mario Biaguê vulgo Marius Dji, podia ter perdido a sua vida e que nada iria acontecer.

 “Deixei uma instrução muito firme e estamos a trabalhar com as autoridades portuguesas,  esta situação vai acabar , mesmo se alguém tiver duas nacionalidades", disse.

O Chefe de Estado que deixou Bissau esta segunda-feira rumo aos Estados Unidos de América, enalteceu a cultura democrática dos cabo-verdianos e o amor a pátria, que diz ter constatado na sua passagem àquele país, para assistir os festejos dos 50 anos de independência do país irmão, celebrado no dia 05 de Julho. ANG/MSC/ÂC//SG

                Sudão do Sul/ONU lança alimentos do ar para evitar  catástrofe

Bissau, 07 Jul 25 (ANG) - Programa  Alimentar Mundial das Nações Unidas (PAM) começou a lançar ajuda alimentar de emergência do ar para milhares de famílias no estado do Alto Nilo, no Sudão do Sul, anunciou hoje aquela agência da ONU.

Esta é a primeira vez em mais de quatro meses que o PAM consegue "fornecer assistência alimentar e nutricional vital a mais de 40.000 pessoas que enfrentam uma fome catastrófica nas partes mais remotas dos condados de Nasir e Ulang, áreas que só podem ser acedidas por via aérea", indicou a agência em comunicado.

Mais de um milhão de pessoas no Alto Nilo enfrentam fome aguda, incluindo mais de 32.000 que já experimentam níveis extremos de fome (IPC5), o nível mais alto de insegurança alimentar, de acordo com a ONU.

Esse número triplicou desde o início do conflito armado em março, provocando deslocamentos em massa, inclusive através da fronteira com a Etiópia, onde o PAM fornece ajuda alimentar vital a cerca de 50.000 pessoas que fugiram do Alto Nilo em busca de alimentos e segurança, explica.

"A ligação entre o conflito e a fome é tragicamente evidente no Sudão do Sul, e temos visto isso nos últimos meses no Alto Nilo", afirmou Mary-Ellen McGroarty, diretora do PAM no Sudão do Sul.

"Sem um aumento significativo da assistência, os condados de Nasir e Ulang correm o risco de cair numa fome generalizada. Precisamos urgentemente de levar alimentos a estas famílias e estamos a fazer tudo o que está ao nosso alcance para chegar àqueles que mais precisam antes que a situação se agrave", acrescentou McGroarty na nota.

O PAM pretende chegar a 470.000 pessoas no Alto Nilo e no norte de Jonglei durante a época de escassez --- a época de maior fome do ano, que se estende até agosto ---, mas os combates contínuos e as limitações logísticas têm dificultado o acesso e uma resposta abrangente. Até agora, só foi possível chegar a 300.000 pessoas no Alto Nilo.

"As principais rotas fluviais que conduzem ao estado devem ser reabertas com urgência para prestar apoio humanitário contínuo às famílias necessitadas", uma vez que se trata das rotas mais adequadas para chegar a vastas zonas dos estados do Alto Nilo e do norte de Jonglei, mas que estão bloqueadas devido aos combates ativos desde meados de abril, indica-se no comunicado.

O PAM tem 1.500 toneladas métricas de alimentos prontas para serem transportadas assim que as rotas fluviais voltarem a funcionar, explicou a agência da ONU.

"Onde conseguimos fazer entregas de forma constante, vimos um progresso real", disse McGroarty, acrescentando que, no entanto, se não conseguirem fazer com que os alimentos cheguem às pessoas "a fome agravar-se-á e tornar-se-á uma ameaça real e presente".

O Sudão do Sul é palco de tensões crescentes que se agravaram em março passado com a detenção de várias figuras-chave do principal partido da oposição, o Movimento de Libertação do Povo do Sudão na Oposição (SPLM-IO, na sigla em inglês), liderado pelo primeiro vice-Presidente do país, Riek Machar, que se encontra em prisão domiciliária.

O país africano sofreu uma guerra de cinco anos que matou cerca de 400.000 pessoas e terminou com o acordo de paz de 2018, que estipulava um acordo de partilha de poder entre o Governo e a oposição, mas cujas principais disposições nunca foram aplicadas.ANG/Lusa

 

Saúde pública/Um  hospital para   23 ilhas habitadas do Arquipélago de Bijagós

Bissau, 07 Jul 25(ANG) - O Arquipélago de Bijagós com cerca de 33 mil pessoas divididas por 23 ilhas habitadas, conta com um único hospital, instalado em Bubaque, salientou à Lusa Élcio Marques Vieira, enfermeiro na ilha de Formosa.

Élcio e dois outros enfermeiros trabalham no centro de saúde de Formosa, mas deviam atender de forma regular as populações das ilhas vizinhas de Tchedignha, Nghago e Maio, o que nem sempre conseguem devido à falta de meios de transporte.


Mesmo para casos graves de crianças ou grávidas, Élcio e a sua equipa sentem "muitas dificuldades" para transportar os doentes para o hospital de Bubaque, contou à Lusa.

"Somos um centro de saúde tipo C para cuidados primários. Recebemos o doente e damos assistência durante três dias, se não melhorar teremos de o levar para Bubaque, onde existe um hospital regional", explicou.

Para estas e outras deslocações, a equipa de Élcio acaba por recorrer às canoas de pescadores, mesmo sabendo que "não têm as mínimas condições" para transportar doentes ou medicamentos em condições de segurança.

"Por exemplo, neste momento, não temos paracetamol em xarope, só vamos ter isso talvez para a semana", observou.

O enfermeiro gostava que o Governo ampliasse o centro de saúde de Formosa para albergar mais técnicos que atualmente praticamente partilham o mesmo espaço.

"É preciso ampliar o centro para criar uma pequena pediatria e também separar as salas de consultas para adultos e para crianças", defendeu Élcio Marques Vieira, que trabalha nas ilhas Bijagós há cerca de dez anos.

Antes de chegar ao centro de saúde de Formosa, Élcio trabalhou nas ilhas de Unhocume e Sogá.

A enfermeira Tamara Fernandes Monteiro Sá trabalhou nas ilhas de Caravela, Bubaque e Uno entre 2014 e 2020, até regressar ao Hospital Nacional Simão Mendes, em Bissau, mas não se esqueceu das dificuldades experimentadas para "resolver os problemas dos doentes, sobretudo das grávidas".

"Há ilhas perto de Bubaque às quais  não é fácil aceder, a não ser que a pessoa venha até Bissau e apanhar uma piroga", exemplificou Tamara Sá, enaltecendo os apoios que recebia de um projeto das Organizações Não Governamentais (ONG) que trabalham na zona.

A enfermeira considera as ilhas Bijagós como zona rica, mas onde existe "pouca produtividade" e "falta de tudo", nomeadamente transportes e agências de transferência de dinheiro, o que acaba por encarecer os produtos de primeira necessidade.

O arroz, base da dieta alimentar dos guineenses, é vendido quase ao dobro do preço em relação à zona continental do país, disse Tamara Sá, salientando que o produto vem de Bissau.

"Digamos que não há dinheiro em circulação nas ilhas" Bijagós, observou a enfermeira.

O pescador Ibraima Barros, baseado na ilha de João Vieira Poilão, está contente que o arquipélago dos Bijagós seja considerado Património Mundial Natural pela UNESCO, mas já vê com maus olhos a possibilidade de aumentar o interesse de mais visitantes à região.

"Haverá grande vantagem para o Estado da Guiné-Bissau, mas desde que não traga restrições na zona de pesca, porque isso poderá impactar negativamente nas nossas atividades", afirmou Ibraima Barros.

O jornalista da rádio comunitária Okimka Pampa, na ilha de Orango Grande, Domingos Alves não tem dúvidas sobre "a bondade" do reconhecimento para o arquipélago das Bijagós, mas já não tem certeza sobre se o Estado da Guiné-Bissau terá a capacidade para fiscalizar as atividades de pesca na zona envolvida, ilhas de João Vieira Poilão, Orango e Formosa.

Domingos Alves apontou como estratégia "a sensibilização contínua" das populações do arquipélago de Bijagós.

As ilhas, consideradas um tesouro natural e cultural, fazem parte da lista de 32 sítios de todo o mundo candidatos à Património Mundial, que vão conhecer a decisão da UNESCO, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, a 11 de Julho, em França.

A 47.ª reunião do Comité do Património Mundial decorre até 16 de Julho, na sede da UNESCO em Paris, França.ANG/Lusa

 

França/Bijagós e Parque Nacional de Maputo na corrida a Património Mundial da UNESCO

Bissau, 07 Jul 25 (ANG) - Arranque este domingo, 06 de Julho, A 47.ª reunião do Comité do Património Mundial decorre desde domingo, na sede da UNESCO em Paris, França.

Em cima da mesa a decisão sobre as candidaturas de locais que esperam ser reconhecidos como Património Mundial.

Na lista está o arquipélago dos Bijagós, na Guiné-Bissau, e o Parque Nacional de Maputo, em Moçambique. A decisão está prevista para o dia 11 de Julho.

Até ao dia 16 de Julho, o Comité do Património Mundial da UNESCO reúne-se, em Paris, para analisar as candidaturas de locais que esperam ser reconhecidos como Património Mundial. Entre os 32 dossiers provenientes de todo o mundo, estão as candidaturas do arquipélago dos Bijagós, na Guiné-Bissau, e do Parque Nacional de Maputo, em Moçambique.

Há mais de uma década que a Guiné-Bissau tenta elevar as ilhas dos Bijagós a Património MundialAo confirmar-se essa conquista, será o primeiro do país reconhecido com o estatuto mundial.

O relatório da União Internacional para a Conservação da Natureza sublinha que o arquipélago é “provavelmente o mais importante local em África e um dos mais importantes do mundo em termos de ninhos de tartarugas marinhas, e o segundo mais importante de recolha de comida em África para a rota de migração do Atlântico Este, que é de importância global para as aves migratórias”, avança a agência de notícias Lusa.

O Instituto da Biodiversidade e das Áreas Protegidas, organismo público guineense que coordenou a candidatura, assegura que “o estatuto de Património Mundial não impede o desenvolvimento.”

A candidatura do “Ecossistema Marinho e Costeiro do Arquipélago dos Bijagós – OMATÍ MINHÕ” não abrange todas as ilhas, foca-se nos seguintes pontos: Parque Natural das Ilhas de Orango, Parque Nacional Marinho João Vieira e Poilão e a Área Marinha Protegida Comunitária das Ilhas Urok e a ligação entre esses três parques.

O Governo da Guiné-Bissau está confiante nesta elevação das ilhas Bijagós a Património Natural Mundial. Citado pela agência Lusa, o ministro do Ambiente, Biodiversidade e Acção Climática, Viriato Cassamá, que chefia a delegação guineense na 47.ª reunião do Comité do Património Mundial, disse acreditar que a declaração das Bijagós como Património Natural Mundial “trará muita mais-valia às comunidade Bijagós, porque irá ser uma porta de entrada de financiamento para conservação da biodiversidade e também a implementação de alguns projectos, ambientais, sociais, culturais”.

A decisão da UNESCO, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, está prevista para o dia 11 de Julho.

Moçambique submeteu a candidatura do Parque Nacional de Maputo ao estatuto de Património MundialEsta área faz fronteira com o parque das Zonas Húmidas de iSimangaliso, na África do Sul, que já foi reconhecido pela UNESCO.

Caso a candidatura moçambicana seja aprovada, os dois países poderão avançar com um modelo de gestão conjunta, centrado na protecção da biodiversidade e na circulação das espécies entre os dois territórios. ANG/RFI

         Nigéria/Acidente de viação no norte do país faz pelo menos 21 mortos

Bissau, 07 Jul 25 (ANG) - Pelo menos 21 pessoas morreram num acidente rodoviário entre um camião pesado e um veículo comercial que transportava passageiros no estado de Kano, no noroeste da Nigéria, anunciaram hoje as autoridades.


De acordo com a agência espanhola de notícias, a Efe, o Corpo Federal de Segurança Rodoviária informou que um camião pesado e um veículo comercial que transportava passageiros colidiram no domingo na autoestrada entre Zaria e Kano, uma importante estrada que liga as duas cidades na região norte do país.

Em comunicado, as autoridades disseram que a investigação preliminar revelou que o motorista do veículo comercial "violou as regras de trânsito estabelecidas, dirigiu em contramão, resultando numa colisão frontal fatal com o camião que vinha em sentido contrário".

Apenas três pessoas sobreviveram ao acidente com ferimentos, enquanto 19 homens e duas mulheres morreram, acrescenta-se ainda no comunicado.

Os acidentes são comuns nas principais vias da Nigéria, muitas vezes resultando em perda de vidas.

No ano passado, 5.421 pessoas morreram em todo o país em 9.570 acidentes, de acordo com dados das autoridades citados pela Efe. ANG/Lusa

 

Moçambique/Norte do país regista crise humanitária "cada vez mais profunda"

Bissau, 07 Jul 25 (ANG) - A ONU alerta que o norte de Moçambique registou, em junho, uma crise humanitária "cada vez mais profunda", causada pela escassez de financiamento, desastres naturais e escalada de violência armada na província de Cabo Delgado.


A escalada da violência por parte dos grupos armados não estatais continuou a provocar novas deslocações, a perturbar os serviços essenciais, a restringir severamente os movimentos, a exacerbar a insegurança alimentar e a impedir a prestação de assistência vital", refere-se no relatório do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês).

A província de Cabo Delgado, situada no norte do país, rica em gás, enfrenta desde 2017 uma rebelião armada, que provocou milhares de mortos e uma crise humanitária, com mais de um milhão de pessoas deslocadas.

As novas movimentações de extremistas no norte de Moçambique incluem Niassa, província vizinha de Cabo Delgado, onde, desde a sua eclosão em 29 de abril, provocaram pelo menos duas mortes: dois guardas florestais decapitados.

De acordo com o OCHA, em 24 de junho, 568 pessoas, incluindo 324 crianças, fugiram dos ataques de grupos armados na aldeia de Quinto Congresso, no distrito de Macomia, em direção "à já sobrelotada" sede distrital, elevando o número total de deslocados pelo conflito para 48 mil desde um de janeiro, muitos necessitando urgentemente de alimentos, abrigo, bens de primeira necessidade e água potável.

"O conflito continua a ter impacto nas necessidades de proteção das pessoas. No início de 2025, Cabo Delgado viu um aumento de 22% nos casos de violência baseada no género relatados em comparação com 2024, devido à melhoria das denúncias e à crescente consciencialização, mas também ressalta o impacto do conflito específico de género", explica.

O documento acrescenta que o Governo facilitou o regresso das populações às suas zonas de origem nos distritos de Macomia, Metuge e Montepuez, em Cabo Delgado, e recentemente em Mecula, no Niassa, "em grande parte devido à inadequada assistência humanitária e à sobrelotação dos locais de deslocação".

Segundo o OCHA, a população que regressa não encontra nada nas suas áreas de origem, "uma vez que as suas casas, parcelas agrícolas e meios de subsistência foram destruídos e os serviços básicos não foram restaurados", e os que optaram pela reinstalação "verificaram que os locais propostos não dispunham de serviços essenciais".

A agência das Nações Unidas apontou ainda para a persistência das "necessidades e lacunas" pós-ciclone, explicando que, com as restrições de financiamento, as pessoas afetadas pelos três ciclones, que, além da destruição de milhares de casas e infraestruturas, provocaram cerca de 175 mortos, no norte e centro do país, "não receberam assistência adequada".

"As primeiras avaliações realizadas desde março nos distritos de Lalaua e Muecate em Nampula revelaram que um total de 70 mil pessoas foram afetadas pelos ciclones mas não receberam assistência desde março", avança.

Outro problema apontado pelo OCHA refere-se ao declínio em cerca de 26% no financiamento humanitário entre 2024 e 2025, caindo de 74 milhões de dólares (62,8 milhões de euros), para 55 milhões de dólares (46,7 milhões de euros).

"Como resultado, cerca de 260 mil pessoas ficaram sem acesso a serviços de higiene, enquanto 200 mil pessoas continuam sem abrigo adequado (..). Além disso, o programa de recolha de amostras laboratoriais, que servia 25 mil pessoas por mês, principalmente pessoas com VIH e tuberculose, foi abruptamente interrompido", acrescenta.ANG/Lusa

China/ Governo apela aos BRICS para liderarem reforma da governação global

Bissau,07 Jul 25 (ANG) - O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, defendeu hoje que os países do bloco de economias emergentes BRICS devem assumir a liderança na reforma do sistema de governação global, e apelou à resolução pacífica de conflitos.




As leis e a ordem internacionais enfrentam "sérios riscos" num cenário global marcado por "mudanças sem precedentes em mais de um século" e por uma crescente ineficácia das instituições multilaterais, afirmou Li, representante da China na 17ª cimeira de chefes de Estado e de Governo do grupo.

Perante este contexto, o chefe do Governo chinês destacou o "valor contemporâneo" da visão de governação global proposta pelo Presidente chinês, Xi Jinping, ausente pela primeira vez de uma cimeira dos BRICS.

"Perante conflitos e divergências crescentes, é necessário reforçar o diálogo com base na igualdade e no respeito mútuo. E face a interesses comuns profundamente entrelaçados, é preciso procurar contributos conjuntos através da solidariedade", afirmou Li.

O dirigente chinês apelou ao bloco de economias emergentes para que defenda a independência, demonstre sentido de responsabilidade e desempenhe um papel mais ativo na construção de consensos internacionais, sublinhando a importância de agir "com base na moral e na justiça".

Li considerou ainda que os países dos BRICS devem estar na "linha da frente da cooperação para o desenvolvimento".

O governante chinês anunciou a criação este ano de um centro de investigação China -- BRICS, que será dedicado às "novas forças produtivas de qualidade", bem como um programa de bolsas para atrair talento em setores como a indústria e as telecomunicações.

"É essencial que os nossos países promovam a inclusão, o intercâmbio e a aprendizagem mútua entre civilizações", acrescentou.

Li reiterou que a China está pronta para trabalhar com os restantes membros do grupo, no sentido de alcançar uma governação global mais justa, equitativa e eficiente.

Este domingo, o primeiro de dois dias da cimeira, marcada pelas ausências de Xi Jinping e do Presidente russo, Vladimir Putin, terminou com uma declaração de 126 pontos, abordando temas como a guerra comercial desencadeada pelo Presidente dos EUA, Donald Trump, a escalada de violência no Médio Oriente e a necessidade "urgente" de reformar as Nações Unidas, o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional.ANG/Lusa

sexta-feira, 4 de julho de 2025

Diplomacia/Presidente da República analisa com Donald Trump possibilidades de investimento e cooperação

Bissau, 04 Jul 25(ANG) - O Presidente da República (PR) Umaro Sissoco Embaló, vai reunir na próxima quarta-feira, (9), com o  Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em Washington, para discutir possibilidades  de investimento e cooperação económica.



Segundo a Lusa, fontes governamentais em Bissau adiantaram quinta-feira  que Sissoco Embaló será recebido por Trump juntamente com os Presidentes do Gabão, da Mauritânia e do Senegal. Está igualmente previsto um almoço entre o chefe de Estado norte-americano e os quatro líderes africanos.

Segundo as mesmas fontes, o Presidente guineense, que se encontra de passagem por Portugal, deverá seguir viagem para os Estados Unidos no domingo, 6 de julho.

Os Estados Unidos encerraram a sua embaixada em Bissau na sequência do conflito político-militar de 1998. Desde então, as autoridades guineenses têm vindo a manifestar interesse na reabertura da missão diplomática norte-americana na capital.

Antes de partir para os Estados Unidos, Umaro Sissoco Embaló deverá marcar presença, este sábado, 5 de julho, nas celebrações do 50.º aniversário da independência de Cabo Verde, onde está previsto que intervenha na cerimónia solene. ANG/Lusa

 

Política/Estada em Lisboa do Presidente da República Umaro Sissoco Embalo marcada por incidentes entre a sua comitiva e ativistas

Bissau, 04 jul 25(ANG) - A estada na capital portuguesa (Lisboa),  a título privado, do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, foi marcada na quinta-feira (03.07) por incidentes em Lisboa entre um grupo de ativistas e a comitiva presidencial.

Fonte da Polícia de Segurança Pública (PSP) disse à agência de notícias Lusa que os incidentes ocorreram ao final da tarde de quinta-feira (03.07) junto a uma unidade hoteleira e que um dos ativistas ficou com ferimentos ligeiros.

A PSP foi alertada pelas 19:15, local, 18,15 de Bissau, para a ocorrência e agentes policiais deslocaram-se ao hotel para recolha de depoimentos.

A fonte da PSP acrescentou à Lusa que vai relatar o sucedido ao Ministério Público.

Em dezembro passado, num encontro com a comunidade guineense na capital francesa, o corpo de segurança de Sissoco Embaló teve de o proteger "perante ameaças de violência", confirmou o próprio à chegada a Bissau.

Um grupo de cidadãos guineenses apresentou uma queixa à polícia francesa contra alguns elementos da Presidência da República da Guiné-Bissau, que acusaram de os terem agredido num encontro que Embaló realizou com a comunidade guineense em Paris durante uma visita à capital francesa no início de dezembro de 2024.

Umaro Sissoco Embaló tem previsto viajar para Washington onde tem agendado, dia 9, um encontro com o Presidente Donald Trump, para conversações sobre oportunidades de negócios, disse hoje à Lusa fonte do Governo em Bissau.

De acordo com a mesma fonte, Sissoco Embaló será recebido por Trump juntamente com os Presidentes do Gabão, Mauritânia e do Senegal.

Antes de seguir para os Estados Unidos, o Presidente guineense irá participar, sábado, nas festividades do 50.º aniversário da independência de Cabo Verde.

O chefe de Estado guineense encontra-se em viagem ao estrangeiro desde segunda-feira (30.06), dia em que discursou na abertura da quarta conferência da ONU sobre o financiamento do desenvolvimento que decorreu em Sevilha(Espanha).ANG/DW/Lusa

Desporto Futebol/FFGB endereça condolência à Federação Portuguesa de Futebol pela morte “drástica” do Diogo Jota e irmão
André Silva

Bissau, 04 Jul 25(ANG) – A Federação de Futebol da Guiné-Bissau (FFGB),  endereçou, quinta-feira, a sua condolência e total solidariedade à Federação Portuguesa de Futebol (FPF), pela morte “drástica” do futebolista português que atuava no Liverpool FC da Primeira Liga Inglesa, Diogo Jota,  e do seu irmão mais novo André Silva, vitimas de acidente de viação.

Em nota à imprensa à que a Agência de Notícias da Guiné (ANG), teve acesso, assinada pelo seu Presidente Carlos Alberto Teixeira.

“ Com muita tristeza que tomamos conhecimento da notícia da morte trágica dos futebolistas portugueses “Diogo Jota” e o seu irmão “André Silva”, na manhã de quinta-feira em Espanha”, refere a Nota que acrescenta que  o desporto português e mundial, estão de luto com este funesto acontecimento.

Neste sentido, a Instituição que gere o futebol nacional, vem por este meio prestar solidariedade à Federação Portuguesa de Futebol (FPF), a qual estende ao Liverpool FC e ao Futebol Clube de Penafiel.

De acordo com o documento, a FFGB pediu ainda à Federação Portuguesa de Futebol (FPF), que transmita esta nota de pesar à família dos dois irmãos futebolistas malogrados

O internacional português Diogo Jota, que até antes do seu falecimento representava a equipa inglesa de Liverpool FC, sofreu “brutal” acidente de viação na madrugada de quinta-feira,  com o seu irmão mais novo André Silva, e os dois não resistiram ao incidente e acabaram por falecer. ANG/LLA/ÂC//SG