segunda-feira, 15 de abril de 2013


Correios não consegue recuperar dinheiro emprestado à sucessivos governos

Bissau, 12 Abr. 13 (ANG) - O Director-Geral dos Correios da Guiné-Bissau revelou hoje que, os sucessivos governos que o país conheceu de 1996 à 2003 contraíram uma dívida aos seus serviços num montante de um milhão de dólares, utilizados na reabilitação de estradas e em outras acções no país.

Lino Leal que falava à ANG, disse que herdou os Serviços dos Correios com grandes dificuldades tendo neste momento 40 meses de salários em atraso para com os trabalhadores, encontrando-se incapacitado para liquidar a referida dívida e sem meios materiais para melhorar o desempenho dos serviços.

“Muitos funcionários se deparam com problemas de saúde e outros até perdem a vida devido a falta do incentivo e meios financeiros “, informou Leal.

O responsável dos Correios da Guiné-Bissau explicou que a actual Direcção já comunicou essa situação ao Presidente da República e Primeiro-Ministro com documentos comprovativos do empréstimo da dívida a fim de procurar uma solução satisfatória.

Lino Leal disse que, no final destes contactos, o Chefe de Governo assinou um documento que permite os serviços de Correios poder levantar, em cada mês, no Tesouro Público, um montante de 15 milhões de Francos CFA para pagamento de um mês de atrasados e o mês corrente mas que o referido documento não foi atendido pelos serviços das Finanças, que tem alegado falta de verbas.

O Director Geral precisou que a Direcção do Sindicato de Base dos Correios programou um encontro com o Primeiro-Ministro, Rui Duarte Barros, para lhe manifestar a preocupação em relação ao facto que considera de estranho, uma vez que, enquanto Chefe do Governo, autoriza um documento mas esse não é atendido pelos serviços das finanças.

“A dívida foi confirmada pelo actual porta-voz do Governo, Fernando Vaz que confirma os dossiers porque a sua versão final foi feita quando exercia a função do Secretário de Estado dos Transportes “revelou.

O Director Geral precisou que, os serviços dos Correios da Guiné-Bissau funcionam com mais de 120 funcionários e apela ao bom senso do Governo para ajudar a encontrar uma solução satisfatória que permitirá um grande alívio e uma motivação aos trabalhadores.  

Leal informou ter iniciado uma visita às delegacias regionais de Cacheu e Canchungo tendo constatado o estado avançado das suas instalações.

A visita deverá abranger todas as delegações dos Correios instalada nas diferentes regiões do país.

ANG/AI

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