“Golpe de Estado de 2012 valeu a pena”,
diz Artur Sanha
Bissau 11 Abr. 13 (Lusa/ANG) - O
coordenador do Fórum de partidos que sustentam o Governo de transição na
Guiné-Bissau, Artur Sanhá, considera que “valeu a pena” o golpe de Estado de 12
de Abril de 2012, com o qual concordou, refere a agência Lusa.
Antigo Primeiro-ministro e actual presidente da Câmara
Municipal de Bissau, Artur Sanhá defende que o regime deposto pelos militares
praticava “muitos males” pelo que, nota, só podia ser destituído através de um
golpe de Estado.
“Realmente valeu a pena, porque nós temos muitas
provas de maldade do regime deposto com o golpe de 12 de Abril de 2012, temos
provas de muitas perseguições, abusos de alienação de recursos naturais, factos
que devem fazer com que, em qualquer Estado, um punhado de indivíduos
nacionalistas se levantem um dia para por fim a essas coisas”, diz Sanhá.
Segundo a Lusa, o coordenador do Fórum de partidos
signatários do pacto de transição (instrumento pelo qual se regem o Governo e a
Presidência da República desde o golpe) diz que decidiram apoiar o levantamento
militar por concordarem com a acção.
“Nós apoiámos os promotores do golpe de Estado, porque
sabíamos dos males que se passavam que iam contra a nossa realidade e o nosso
destino”, observa Artur Sanhá, enumerando de seguida os “avanços alcançados”
pelo Governo de transição.
“Em termos governativos, o governo está de parabéns
porque estamos a ver bons sinais em termos de uma gestão transparente, uma
gestão com austeridade e um certo dinamismo no campo político e diplomático, o
que mostra que existe um aval dos parceiros regionais e sub-regionais”, afirma.
“Pode ter havido algum atraso em relação ao processo
eleitoral, mas isto justifica-se por causa de falta de reforma legal, mas
estamos convictos que será uma tarefa para breve”, observa o responsável.
Artur Sanhá disse ainda que não é fácil governar a
partir de um golpe de Estado, mas mesmo assim diz que “dias melhores virão”
para a Guiné-Bissau.
“O país aguarda sucessos dentro dos parâmetros do
Programa do Governo de transição, no entanto qualquer regime que saia de um
golpe de Estado tem sempre dificuldades em termos de relacionamento externo a
nível de política internacional”, sublinha Sanhá.
O coordenador do Fórum entende que é preciso que os
guineenses se juntem para levar avante o país.
“É muito importante um consenso nacional amplo.
Ninguém deve ficar de fora”, observa Sanhá, referindo-se às demais forças que
têm aderido ao pacto de transição.
A 12 de Abril do ano passado os militares da
Guiné-Bissau afastaram os governantes legítimos. O governo de transição não é
reconhecido pela maior parte da comunidade internacional.
Lusa/ANG
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