Estado-Maior General
das Forças Armadas refuta envolvimento de António Injai no narcoterrorismo
Bissau, 22 Abr.13 (ANG) – O Porta-Voz do
Estado-maior General das Forças Armadas, Daba na Walna pede aos americanos para
que efectuassem mais investigações com vista
a identificação dos verdadeiros
traficantes de armas.
Em conferência de imprensa realizada
recentemente em Bissau, o Coronel Na Walna considerou graves as acusações que estão
a ser feitas contra o chefe de Estado-maior General das Forças Armadas.
Ouvimos através dos órgãos de comunicação social,
que o CEMGFA esteja envolvido no tráfico de drogas e armas e que estaria a
conspirar contra os Estados Unidos de América “, explicou.
Na Walna disse que, não é intenção de ninguém
nas Forças Armadas e não faz parte das suas posturas, apoiar conflitos,
contribuir ou colaborar com as forças terroristas que ameaçam a paz no mundo.
O Coronel do exército referiu que, pelo
contrário, em 2006, as FARP deram provas de combate ao terrorismo ao combater,
de forma enérgica, a rebelião de Casamança, que utilizava o território da Guiné-Bissau
como a sua rampa para criar instabilidade no Senegal.
“Nós não somos contra que os Estados Unidos
investiguem e procurem saber, através de todos os mecanismos que têm a sua
disposição e com a colaboração da polícia Interpol, das forças que estão a fomentar
o terrorismo internacional, porque o tráfico de drogas e armas, incomoda a todo
o mundo”, frisou.
O Porta-Voz do EMGFA disse lamentar contudo a
forma como está a ser feita a operação.
“Os agentes secretos dos Estados Unidos ao
chegarem ao país, não constataram nenhuma acção de tráfico de drogas e não ser a
invenção de actos. Aliciaram o Bubu Na Tchuto para participar nos cenários que
montaram e acabaram por detê-lo, ” disse.
“Apelamos
aos Estados Unidos e à todas as pessoas de bom senso, para que façam uma
investigação séria que leva a captura de pessoas que vendem armas, e não
inventem cenários porque qualquer homem é vulnerável”, vincou.
Daba Na Walna sublinhou que, mesmo os que agora
batem palma e criticam, se os agentes infiltrados dos EUA, haviam contactado à
eles, com promessas de pagamentos de milhões de dólares, certamente que teriam
caído na mesma cilada.
“Com
isso, devo dizer que os verdadeiros traficantes de armas, estejam a rir-se
agora, porque inventou-se um traficante de armas e os verdadeiros ficaram
impunes em liberdade”, disse.
Explicou que a história começou de forma
rocambolesca, no Estado-maior, quando um suposto empresário foi ter com o
António Injai com a única finalidade de raptá-lo.
“Chegou aqui um senhor e disse que é um homem
de negócios e tem acções em Libéria, Senegal entre outros. Veio com a promessa
de oferecer ao CEMGFA, 12 viaturas Land Cruiser, 12 mil pares de uniformes e o
Injai perguntou-lhe das contrapartidas das referidas ofertas O homem inclusive
mandou-nos buscar as facturas pró-formas que levou consigo”, explicou.
Na Walna salientou que, passados alguns dias,
o mesmo empresário, telefonou ao CEMGFA para saber onde é que estava, e na
altura António Injai estava em Dakar de regresso à Bissau proveniente de
Burkina Faso.
“Sabendo que o CEMGFA teria perdido o voo
para Bissau, o homem prontificou-se a ir busca-lo no seu jacto privado". O
objectivo era raptá-lo tal como fizeram ao Bubo, mas António Injai recusou a
oferta de boleia.”, disse.
“Um
dia antes da detenção de Na Tchuto, o referido empresário voltaria a telefonar
ao António Injai, dizendo-lhe que estaria no alto mar com o dinheiro
correspondente ao número de viaturas e fardas que prometera, e pediu ao CEMGFA para se encontrassem no alto-mar, o
que o CEMGFA recusou .
O
actual CEMGFA, Tenente-General, António Injai foi acusado por um Procurador
Norte-americano de narcoterrorismo. Ele e o actual chefe de Estado-Maior da
Força Aérea, Papa Câmara, são alvos de um mandado de captura internacional.
ANG/ÂC
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