João de
Barros defende formação de um governo inclusivo para desbloquear o país
Bissau,
12 Abr.13 (ANG) – O Jornalista e analista político guineense, João de Barros, defendeu
hoje que é urgente a criação de um Governo inclusivo para libertar o país do
bloqueio financeiro imposto pela Comunidade Internacional.
Em
entrevista exclusiva à Agência de Notícias da Guiné(ANG), sobre o primeiro
aniversário do golpe de Estado de 12 de Abril, Barros disse que o país precisa
de uma classe política à altura dos novos desafios.
“O
golpe de Estado de 12 de Abril do ano passado agravou ainda mais a situação
sócio económica do país. Por Isso, os políticos devem sentar-se a mesma mesa
para encontrarem uma saída viável para a Guiné-Bissau porque ,se a situação
prevalecer, o povo, os jovens e as crianças em particular, é que mais vão sofrer”, considerou
.
João de Barros disse ainda que é urgente
começar a valorizar a cultura da ciência como única forma de tirar o país da
situação em que se encontra.
“A Guiné-Bissau está num declínio intelectual
desde a morte de Amílcar Cabral até aos dias de hoje. A título de exemplo,
Cabral era considerado um estadista intelectualmente reconhecido no mundo e com
o seu desaparecimento, veio o Luís Cabral com o nível apenas de um taberneiro e
seguidamente, Nino Vieira, com profissão de electricista e sem falar dos sucessivos
Chefes de Estado-Maiores que passaram nas nossas Forças Armadas, a maioria é
analfabeto”, frisou.
O analista político referiu que o país se depara
com falta de políticos experientes, trabalhadores e investigadores, isso porque,
neste momento, nenhum deles tem uma formação enquanto político, acrescentando
que, quando deixam de exercer as funções vão para casa e ficam no desemprego.
“Não podemos continuar a ter políticos que só
fazem promessas ao povo, mas sim, os que reúnem requisitos necessários para a governação”,
referiu.
João
de Barros sublinhou que o ensino guineense está a degradar-se dia após dia,
porque a educação como ciência pedagógica e as infra-estruturas escolares quase
que não existem.
Barros
sublinhou que é frequente notar-se actualmente o funcionamento de certos serviços
inadequados a volta dos recintos escolares, nomeadamente, barracas que vendem
bebidas alcoólicas e de prostituição, o que não ajuda, em nada, pela qualidade
do ensino que todos desejamos.
“O
país está a beira de 40 anos da independência. O que está a acontecer neste
momento, é uma vergonha nacional e pode transformar-se em tragédia se as
pessoas não obedecerem os apelos da Comunidade Internacional. Julgar que
somente a CEDEAO pode resolver os nossos problemas, é um erro”, disse.
ANG/LPG
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