Governo abre campanha de comercialização do Caju com novo requisito
para exportação do produto
Bissau,
02 Abr 13 (ANG) – A Carta de Crédito Irrevogável, passará a ser o requisito
principal para a obtenção de autorização para a exportação da castanha de Caju
durante a campanha de comercialização do presente ano.
O
novo requisito foi transmitido aos operadores do sector pelo ministro do
Comércio, da Indústria e Valorização dos Produtos Local Abubacar Balde, no último fim-de-semana, em Quinhamel, na
cerimónia da abertura oficial da campanha de comercialização da castanha do
Caju, presidida pelo Primeiro-ministro de Transição, Rui de Barros, que não
usou de palavra.
O
governante que no seu discurso, não anunciou o preço indicativo de base, disse que durante a campanha, não será aceite a
utilização de outros tipos de modalidades que ao longo dos anos têm causado
prejuízos, particularmente aos operadores económicos, às instituições
financeiras, ao Governo e país em geral.
Abubacar
Baldé sublinhou que a intervenção dos exportadores da castanha será limitada
apenas ao recinto portuário de Bissau e os mesmos não devem interferir directa
ou indirectamente na comercialização.
“Será
reforçada a fiscalização e aplicadas penalizações pesadas, aos agentes que, sem
estabelecimento comercial, exercem actividades de intermediação, e que
igualmente não pagam impostos, taxas e outros contribuições exigidas por lei”,
avisou o titular da pasta do Comércio.
Por
sua vez, o Presidente da recém criada, Agência Nacional de Caju da Guiné-Bissau
(ANCA), Henrique Mendes, disse que o país atingiu um sucesso notável no
desenvolvimento do sector cajueiro, tendo a produção passado de 49 mil
toneladas em 1995, para 115 mil em 2005 e aproximadamente 180 mil, em 2011.
“Calcula-se
ainda que, a plantação de cajueiros cobre actualmente 210 à 220 mil hectares, o
que representa cerca de 6.7 à 7.4 da área total cultivável do país. Em nenhum
outro país do mundo a plantação do cajueiro cobre mais de 2% dessa área”,
revelou Mendes.
Mendes
informou que, o Caju suporta mais de 48 por cento das despesas de alimentação
das famílias do mundo rural, acrescentando por isso, que é urgente uma mudança
de actitude de forma coerente e sustentável.
“Devido
a plantação, em grande escala, que está a ser realizada na Índia, o principal
importador da castanha de Caju da Guiné-Bissau associada ao aumento de produção
do Caju à nível mundial, assim como a constante volatilidade dos preços da
amêndoa, torna-se extremamente importante e urgente a criação de condições
reais para a promoção e o desenvolvimento de actividades de transformação de Caju e demais produtos agrícolas na Guiné-Bissau”,
aconselhou.
Henrique
Mendes destacou que a capacidade potencial de indústrias de transformação
instaladas no país, que é de 15.000 toneladas, permitiria a criação de 5.000
postos de trabalho directos e permanentes durante todo o ano e mais 5.000
empregos indirectos.
“A
criação da Agência Nacional de Caju da Guiné-Bissau revela a preocupação ao
interesse e determinação do Governo em criar condições técnicas indispensáveis
para a organização de toda a fileira do Caju no interesse dos principais actores”,
salientou.
Disse
que, considerando a vantagem comparativa da qualidade da castanha da
Guiné-Bissau em relação aos demais países emergentes, o Governo,
através da ANCA-GB, decidiu, a partir deste ano, certificar todas as
castanhas destinadas à exportação.
ANG/ÂC
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