quinta-feira, 11 de abril de 2013


Governo considera “falso, tendencioso e mentiroso”, alegado envolvimento do Presidente da República e Primeiro-Ministro no tráfico de drogas

Bissau, 11 Abr.13 (ANG) – O Governo de Transição da Guiné-Bissau, considerou “falsas, tendenciosas e mentirosas” as informações veiculadas pela agência de notícias inglesa, Reuters e retomada pela imprensa internacional, segundo as quais o Presidente da República, Serifo Nhamajo e o Primeiro-ministro, Rui Duarte Barros teriam tido conhecimento sobre o plano de receber drogas provenientes de Colômbia e que seriam posteriormente enviados para os Estados Unidos de América e Europa.  

A reacção do executivo de transição, consta num comunicado distribuído quarta-feira, dia 10 do corrente, à imprensa no qual afirma que as referidas informações visam, até para os menos entendidos, desacreditar as instituições da República, desestabilizar o país e semear a confusão.

“Haja vista, Manuel Serifo Nhamajo e Rui Duarte de Barros são pessoas de princípios, dignidade e decência, tendo nos currículos o desempenho dos mais altos cargos da Nação guineense e nas instituições sub-regionais”, afirma o Governo no seu comunicado.
O executivo afirma que os dois dirigentes nunca participaram na empreitada da disseminação do vício, não tinham conhecimento dos factos que motivaram a detenção do contra-almirante José Américo Bubo Na Tchuto e outros, e jamais dariam o seu acordo na utilização da Guiné-Bissau como interposto de drogas.
“O suposto uso de dinheiro do tráfico de drogas para o pagamento de salários também não corresponde a verdade, haja vista que os mesmos têm como facto gerador das receitas públicas e são pagos com grande dificuldade, em resultado do embargo económico imposto ao país”, refere o comunicado.
De acordo com o comunicado,  concorrem subsidiariamente para o cumprimento dessa obrigação do governo para com os seus funcionários e agentes, o fundo emergencial de solidariedade disponibilizado pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), a União Económica e Monetária Oeste Africana (UEMOA) e o governo da Nigéria.
“O Banco Central dos Estados da África Ocidental e o Fundo Monetário Internacional, este último com quem o Governo de Transição acordou um programa, podem provar a proveniência dos fundos para o pagamento dos salários e outras despesas”, esclarece o comunicado.
O executivo fez questão de esclarecer que  o cidadão José Américo Bubo Na Tchuto detido pelos Serviços da agência de combate ao tráfico de drogas dos EUA(DEA), ao princípio desta semana passou à reserva compulsiva desde 26 Dezembro de 2011, por determinação do Chefe de Estado, mediante decreto.
Desde então  à esta data – refere o comunicado - não exerce nenhuma função ou cargo, como pena adstrita à tentativa de golpe de Estado que protagonizou, tendo sido de imediato neutralizado e detido pelas Forças Especiais, por ordem do Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas.
“Por derradeiro, cabe ressalvar que José Américo Bubo Na Tchuto é suspeito, apenas, não condenado. Entretanto, a defesa de um cidadão é um direito constitucional de natureza processual penal e uma obrigação correlata do Estado, aqui e em qualquer país do mundo, tendo em vista a busca da verdade real, para que seja feita a justiça”, diz o comunicado do Governo.
O documento ainda refere que o Governo, no seu programa de luta contra o crime organizado, esclarece à Comunidade Internacional as suas dificuldades no combate à criminalidade transnacional, principalmente o crime organizado e o tráfico de drogas, por falta de recursos operacionais e judiciário.
Para o efeito, segundo o comunicado, várias cartas de pedido de apoio e ajuda, foram endereçadas pelo próprio Primeiro-Ministro de Transição, aos governos dos Estados Unidos de América, Inglaterra, Espanha, França e CEDEAO, solicitando, entre outros, apoios técnicos especializados, materiais e equipamentos, nomeadamente, radares, fiscalização por satélite, corvetas, helicópteros e aviões para Guarda Costeira. 

ANG/ÂC

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