Guiné-Bissau/ Jornalistas vão calar-se 24
horas contra “atentado à liberdade”
Bissau, 04 Ago
20 (ANG) - O Sindicato de Jornalistas e Técnicos da Comunicação
Social da Guiné-Bissau promete uma “paralisação a nível nacional” de 24 horas,
esta semana, para repudiar o ataque à Rádio Capital FM que classifica como
“atentado à liberdade de imprensa e de expressão”.
O objetivo é também “pressionar as autoridades para prosseguire
m com as investigações e apurarem os autores”.Indira Baldé,
presidente do Sindicato, avisa que é altura de dizer “Basta” às tentativas
de silenciar os jornalistas na Guiné-Bissau.
O objectivo é fazer uma “paralisação a
nível nacional” de 24 horas, esta semana, para repudiar o ataque à Rádio
Capital FM, um “atentado à liberdade de imprensa e de expressão”, conta à RFI
Indira Baldé, a presidente do Sindicato de Jornalistas e
Técnicos da Comunicação Social da Guiné-Bissau.
“É uma das acções
que o Sindicato de Jornalistas e Técnicos da Comunicação Social da Guiné-Bissau
vai levar a cabo em solidariedade com os profissionais da Rádio Capital FM,
vandalizada na semana passada por pessoas ainda não identificadas. É também uma
forma de pressionar as autoridades para prosseguirem com as investigações para
apurarem os autores morais e materiais deste acto que consideramos um atentado
à liberdade de imprensa e de expressão na Guiné-Bissau”, explica.
Indira Baldé sublinha que “é o momento de
dizer ‘Basta’”: “Há uma vontade dos profissionais da comunicação social em aderir a esta
iniciativa porque sentiram que a nossa profissão e a nossa vida estão em causa.
Então, os profissionais da comunicação social guineense estão mesmo mobilizados
para aderir a esta paralisação. É a única forma de manifestarmos o nosso
repúdio quanto a este acto que aconteceu com a Rádio Capital FM. Aconteceu com
a Capital, não sabemos, daqui a uns tempos, que radio será uma outra vítima,
não sabemos quem será a próxima vítima. Então, é o momento de levantarmos e
dizermos ‘Basta’.”
A presidente da Sinjotecs acrescenta :“Esta manifestação vai ter reacção porque o
próprio povo guineense sentiu que estão a ser limitados os seus direitos, o
direito de expressão. Pensamos que se os profissionais da comunicação social
começarem com esta luta, vamos ter a solidariedade do povo guineense porque
isso já foi demonstrado no dia em que a Rádio Capital sofreu aquele assalto.”
A presidente
do Sindicato de Jornalistas não tem medo que a acção venha a ter
represálias porque se está a manifestar o “direito de fazer um jornalismo livre na
Guiné-Bissau sem algum condicionalismo”. Perante a crise
político-institucional que tem abalado o país, “jornalismo livre” é possível? “Temos que lutar para isso”, disse.
Porém, Indira Baldé admite que o panorama
da comunicação social “está a ser um bocadinho difícil”, há medo e
autocensura.
“O panorama está a ser um bocadinho difícil porque - com as declarações do Presidente da República, há semanas, de avançar com a possível instalação de algum aparelho para controlar as informações via rádio ou online, - algumas pessoas estão com medo. Há algum medo e isto não é bom, é uma forma de intimidar indirectamente os profissionais da comunicação social, é uma forma de tentar criar um sentido de autocensura. Há algum medo de algumas pessoas em fazer o trabalho. Mas vamos lutar. Não há nada que se consegue de bandeja, a vida é uma luta e vamos lutar para isso,”referiu. ANG/RFI
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