Angola/Classe jornalística atira-se
contra transformação da TV Zimbo e TV Palanca em canais especializados
Bissau, 04 Set
20 (ANG) - O governo angolano pretende transformar a TV Zimbo e Palanca TV,
agora sob seu controlo, em canais públicos especializados em notícias e
desportos.
Jornalistas
opõem-se e avisam que a medida agride a pluralidade de informação.
A Media Nova, detentor da TV Zimbo, Rádio Mais, Jo
rnal O País e da Gráfica Damer, e a Interactive, produtora da TV Palanca e da Rádio Global, foram recuperados pelo Estado, por serem projectos privados “arranjados” com dinheiro público.Teixeira Cândido, secretário-geral do Sindicato
dos Jornalistas Angolanos, explica que a classe manifesta-se contra a
transformação da TV Zimbo e Palanca TV em canais especializados de notícias e
desportos.
Num declaração conjunta lida pelo
jornalista, o grupo desafia o Governo indicar profissionais idóneos ou
não-governamentais para acompanhar todo processo de transição para o sector
privado.
Teixeira Cândido espera que o Governo
respeite a independência da linha editorial dos referidos órgãos comunicação
social, abstendo-se de quaisquer interferências directas ou indrectas.
Considera prioritário que o executivo
dedique o seu esforço na melhoria da qualidade das condições de trabalho dos
órgãos públicos, assim como o acesso de todos os cidadãos aos seus serviços
transferindo os órgãos agora recuperados para o sector privado.
As associações profissionais recordam que
a liberdade de expressão não é apenas uma componente essencial dos regimes
democráticos, pois que o grau de democraticidade do Estado é também aferido
pela efectividade de que gozam os seus cidadãos.
O comunicado conjunto espelha que, para
que se exerça uma cidadania consciente, necessário se torna ter acesso ao
máximo de opiniões, realidades que só se concretizam mediante a pluridade de
informação e a diversidade de órgãos de comunicação social.
Para o grupo, o plano de transformação dos
órgãos agride a pluralidade de informação e sujeita os cidadãos a um monopólio
de um Estado disfarçado, o que representaria um retrocesso grave da liberdade
de imprensa, violando a lei de Imprensa no seu artigo 250.
Perde, por sua vez, transparência no
processo de privatização dos canais que, recentemente, passaram para controlo
do Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação
Social.
Subscreveram o comunicado, o Sindicato dos
Jornalistas Angolanos (SJA), o Fórum das Mulheres Jornalistas, MISA-ANGOLA, a
Associação de Imprensa Desportiva (AIDA), e Associação dos Comunicólogos de
Angola (ACAN). ANG/Angop
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