Mali/Junta militar golpista promete devolver o poder aos civis num prazo
de 18 meses
Bissau, 14 Set
20 (ANG) - A Junta militar do Mali sob pressão de apresentar o seu plano de
restauração de um poder civil no país, comprometeu-se a uma transição num prazo de 18 meses.
A CEDEAO pede 12
meses para um Governo civil no Mali.
"Pedimos e esperamos a compreensão, o apoio e o acompanhamento da comunidade internacional na implementação diligente e correcto da carta e do caderno de encargos da transição", declarou o coronel golpista, Assimi Goïta.
Peritos designados pela junta adoptaram
uma "carta" de transição no termo de três dias de discussões em Bamaco
entre personalidades políticas, da sociedade civil e militares.
Esta carta não foi publicada imediatamente
mas o documento em discussão previa uma transição de 18 meses conduzida pelo
presidente designado por um comité da Junta, segundo a agência noticiosa
francesa, AFP.
"Tomamos o compromisso perante vós de
não poupar esforços com vista à implementação de um conjunto de resoluções no
interesse exclusivo do povo", declarou o chefe da Junta, o coronel
Assimi Goïta, no encerramento das jornadas de concertação nacional.
"Pedimos e esperamos a compreensão, o
apoio e o acompanhamento da comunidade internacional na implementação diligente
e correcto da carta e do caderno de encargos da transição", acrescentou.
Certos parceiros internacionais do Mali,
como a CEDEAO, Comunidade económica dos Estados da África do oeste, reclamam um
regresso de um poder civil àquele país num prazo de um ano no máximo, no fim de
uma transição dirigida por civis.
A França, principal aliada do Mali contra
os jiadistas com mais de 5.000 soldados instalados no Sahel, insiste também o
mais rápido possível no regresso de um poder civil a aquele país oeste
africano.
Responsáveis da Junta devem ir agora ao
encontro dos chefes de Estado e de governo da CEDEAO que se reunirão, na
terça-feira, em Acra, capital do Gana, disse um colaborador do antigo
presidente nigeriano, Goodluck Jonathan, que levou a cabo uma longa mediação na
crise maliana.
Recorda-se que um grupo de coronéis
malianos, derrubou a 18 de agosto último o Presidente do Mali, Ibrahim Boubacar
Keïta, no poder desde 2013 e enfraquecido por um movimento de protesto durante
vários meses face à crise securitária, económica e institucional atravessada
por aquele país mas também devido à corrupção da sua classe política. ANG/RFI
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