Diplomacia/Etiópia expulsa do país sete responsáveis de agências das Nações Unidas
Bissau, 01 Out 21 (ANG) - A Etiópia anunciou quita-feira que vai expulsar do país sete responsáveis de agências das Nações Unidas.
Em causa, a alegada "interferência" em assuntos internos,
nomeadamente, no que diz respeito à guerra no Tigray.
"O Ministério dos Negócios Estrangeiros etíope,
em cartas emitidas hoje, declarou sete pessoas que trabalham para várias ONG
internacionais na Etiópia 'persona non grata' por interferirem nos assuntos
internos do país", pode ler-se no Facebook oficial do
ministério.
O governo etíope deu
ainda 72 horas aos sete funcionários de agências da ONU, entre elas o
Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), para abandonarem o
país.
Esta decisão surge um
dia após a entrevista do chefe humanitário das Nações Unidas à agência de
notícias AP. O responsável falou sobre a crise na Etiópia e classificou-a como
uma "mancha" na consciência.
As reações a esta
decisão da Etiópia já começaram a surgir. António Guterres, secretário-geral da
ONU, mostrou-se chocado com a notícia e salientou que "todas as operações
humanitárias da ONU são guiadas pelos princípios fundamentais da humanidade,
imparcialidade, neutralidade e independência".
França também já
reagiu à notícia e reiterou que os funcionários da ONU devem continuar as suas
missões, uma vez que a crise humanitária no país continua a piorar, com mais de
5 milhões de pessoas a viverem numa situação de insegurança alimentar.
Os Estados Unidos da
América também já vieram condenar "veementemente" a decisão da
Etiópia e garantiram que "não hesitarão" em usar as "ferramentas
à sua disposição" caso sejam necessárias. Washington deu o exemplo de
eventuais sanções financeiras aos protagonistas do conflito que assola o norte
do país.
De salientar que a
Etiópia vive um período de grande instabilidade política e social após o início
da guerra em novembro do ano passado, que parece não estar perto do fim.
Na próxima semana, o
país vai assistir à formação de um novo governo, uma fonte de esperança para as
milhares de pessoas que se encontram no meio do conflito.ANG/RFI
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