Ensino Superior/Corpo docente da UAC manifesta solidariedade para com estudantes em protestos
Bissau, 02 Mar 23 (ANG) - O corpo docente da Universidade Amílcar Cabral (UAC), formado por professores internos e contratados diz espressar total solidariedade para com os estudantes em protestos para melhores condições de funcionamento da instituição.
A solidariedade foi expressa
através de numa Carta Aberta à que a ANG teve hoje acesso.
“Acreditamos profundamente no projeto de
Ensino Superior de Qualidade no país, e mais ainda numa instituição pública com
essa vocação, cujo nome carrega um
simbolismo, tanto no contexto nacional quanto internacional. Só por este motivo
a universidade devia ser uma referância de produção do conhecimentos e de
cultura inteletual, ao encontro das exigências e desafios contemporâneos”,
lê-se na Carta Aberta.
No mesmo documento, os
professores da UAC dizem que estão cientes
dos seus compromissos e que por isso, decidiram realizar uma reunião no dia 17
de Fevereiro findo com o propósito de concertar e alinhar as suas posições face
ao “momento crítico” à que a universidade
atravessa.
Sublinharam que houve
tentativas de dialógo com a reitoria com vista a discutir os problemas
estruturais mais urgentes da universidade mas que não tiveram sucesso.
“Na realidade, os problemas
estruturais mais urgentes da UAC são os seguintes: a postura antidemocrática que
atual Direção tem assumido com o corpo docente, falta de transparência e má
gestão de recursos financeiros provenientes do pagamento das propinas pelos
estudantes e das verbas doados pelo Ministério das Finanças, falta dos projetos
pedagógicos dos cursos, situação dos professores efetivos com salário em dia
mas que não têm horário ou cadeira para lecionar”, refere na Carta Aberta.
No documento, figura também
que têm ainda os seguintes problemas: a questão
de Biblioteca com infraestrutura precária e referências bibliográficas
imcompatíveis com os cursos que a instituição oferece, salas de aulas
insuficiente para o número de estudantes, falta de internet que impossibilita
realização da investigação, falta de apoio às atividades académicas realizadas
dentro e fora da universidade, nomeação dos coordenadores sem critérios
objetivos, entre outros.
“Diante dos pontos acima
expostos, cruciais e indespensáveis para o funcionamento de uma universidade,
vimos que a solução desses problemas é urgente, o que antes passam pela abertura
ao dialógo sério e regular com outros setores e grupos que compõem a instituição universitária”, refere o documento.
Na Carta Aberta o corpo
docente da UAC, diz que, caso a situação
continuar no mesmo rítmo, vão acionar os legítimos e democráticos meios de
pressão no sentido de fazer com que os
responsáveis cumpram as suas responsabilidades institucionais.
Na semana passada, os estudantes da Universidade
Amílcar Cabral (UAC), encerraram as portas daquela que é a única universidade
pública do país em protesto contra a forma como é dirigida.ANG/AALS/ÂC//SG
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