ONU/ Secretária-geral adjunta
pede "ambições claras para reduzir pobreza e desigualdade até 2030"
Bissau, 02 Mar 23 (ANG) - A secretária-geral adjunta das Nações
Unidas, Amina Mohammed, defendeu hoje que a comunidade internacional tem de
"definir ambições claras" para ajudar os países africanos a
implementarem soluções de raiz africana e atingir os objectivos.
"Temos um entendimento comum de que através de soluções
lideradas por África, nascidas em solo africano, podemos mudar o rumo e estar à
altura do desafio de cumprir a Agenda 2063 e os Objectivos do Desenvolvimento
Sustentável (ODS), disse Amina Mohammed durante a sua intervenção na nona
sessão do Fórum Regional Africano sobre o Desenvolvimento Sustentável
(ARFSD-9), que decorre esta semana em Niamey, a capital do Níger.
"Os líderes mundiais têm de definir ambições claras para
reduzir a pobreza e a desigualdade até 2030 e têm de fazer isto através da
realização de investimentos em África, investimento nas nossas economias,
investimento no nosso povo, especialmente mulheres e jovens", acrescentou
a responsável na sua intervenção, de acordo com o comunicado de imprensa
enviado pela Comissão Económica das Nações Unidas para África (UNECA) à Lusa.
O ARFSD-9 é organizado pela UNECA em conjunto com o Governo do
Níger e outros parceiros, com o tema genérico de 'Acelerar a recuperação verde
e inclusiva depois de múltiplas crises e a implementação integrada e total da Agenda
2030 para o Desenvolvimento Sustentável e a Agenda 2063'.
Na intervenção, a responsável da ONU salientou que os dirigentes
africanos têm também de definir metas e políticas claras de redução da pobreza
e da desigualdade, recomendando que alavanquem o financiamento e alinhem os ODS
com as instituições e os orçamentos nacionais, para potenciar o investimento
internacional no continente.
Neste sentido, a digitalização das economias será fundamental
para alimentar a transformação de África, defendeu o secretário-executivo da
UNECA em exercício.
"O 'business as usual' não vai resultar para África, temos
de ultrapassar a divisão digital, principalmente entre os géneros, para
garantir uma verdadeira inclusão, e libertar o potencial da quarta revolução
industrial em África", disse António Pedro, apontando como uma grande
oportunidade a previsão de que o comércio electrónico vai aumentar 50% em
África até 2025. ANG/Angop
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