Peru/Justiça pede prisão preventiva para ex-presidente Castillo
Bissau, 02 Mar 23 (ANG) - O Ministério Público peruano pediu terça-feira 36 meses de prisão preventiva para o antigo Presidente Pedro Castillo (2021-2022), que já se encontra detido, por crimes de organização criminosa, conluio e tráfico de influência.
O
pedido de prisão preventiva contra Castillo e os ex-ministros Juan Silva
Villegas e Geiner Alvarado Lopez foi divulgado na conta oficial da rede social
Twitter do Ministério Público.
A
justiça peruana explicou que esta exigência de prisão preventiva por 36 meses
corresponde "ao processo pelos crimes de organização criminosa, conluio e
tráfico de influência".
Além
disso, o Ministério Público solicitou prisão preventiva contra o ex-ministro
dos Transportes e Comunicações, Juan Silva Villegas, como alegado autor do
crime de organização criminosa e conluio simples, e contra o ex-ministro da
Habitação, Construção e Saneamento, Geiner Alvarado, como alegado autor do
crime de organização criminosa.
Castillo
está detido desde 07 de Dezembro de 2022, tentativa fracassada do ex-Presidente
Pedro Castillo de dissolver o Congresso, governar por decreto e convocar no
imediato eleições para uma assembleia constituinte.
Acusado
de auto-golpe de Estado, a justiça decretou 18 meses de prisão preventiva
contra o ex-Presidente em 16 de Dezembro, enquanto é investigado pelos crimes
de rebelião e formação de quadrilha.
O Ministério
Público pediu 36 meses de prisão preventiva, mas desta vez pela alegada
liderança de Castillo durante o seu Governo de uma organização dedicada a obter
dinheiro em troca de concursos fraudulentos de obras públicas.
Esta
investigação do Ministério Público foi oficializada depois do Congresso ter
aprovado, em 17 de Fevereiro, o relatório final de uma reclamação
constitucional contra o ex-Presidente, etapa prévia necessária.
O
ex-Presidente já não possui a imunidade com que contava por se tratar de um
caso ocorrido durante o seu mandato como chefe de Estado.
Após
a detenção de Castillo em Dezembro de 2022, iniciaram-se no Peru manifestações
anti-governamentais que já causaram 70 mortos.
A
crise política que abala o Peru é também reflexo do enorme fosso entre a
capital e as províncias pobres que apoiam o ex-Presidente Castillo, de origem
ameríndia, e que nunca foi aceite no Palácio Presidencial pela elite e a
oligarquia da capital, e pelos principais 'media' na posse de abastados
empresários.
Os
manifestantes exigem a renúncia da Presidente Dina Boluarte, o encerramento do
Congresso, a antecipação das eleições e a convocação de uma assembleia
constituinte. ANG/Angop
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