Moçambique/ Desconhecidos matam três pessoas e raptam 10 mulheres e crianças
Bissau, 16 Mar 23(ANG) – Um grupo armado desconhecido matou na terça-feira três residentes de uma aldeia de Cabo Delgado, norte de Moçambique, de onde raptaram 10 mulheres e crianças, relataram quarta-feira fontes locais.
“Fomos surpreendidos
ontem [terça-feira] por volta das 18:00 [13:00 em Cabo Verde]: surgiram
‘terroristas’ e decapitaram três pessoas, um meu vizinho e dois da força
local”, descreveu uma residente de 69 anos que vive em Mitope, distrito de
Mocímboa da Praia.
“É uma tristeza porque
estamos perto de [forças de] segurança aqui em Awasse”, referiu na língua local
‘kimwani’, numa alusão ao posto mais próximo onde há tropas ruandesas
estacionadas, na Estrada Nacional 380 (EN380), a via asfaltada que cruza Cabo
Delgado.
A residente contou que
andou a pé durante a noite, de Mitope até Awasse, à procura de segurança.
Uma outra fonte da
comunidade fez saber que o mesmo grupo levou para parte incerta oito mulheres e
duas crianças.
“Levaram nossos
familiares, 10 no total, são oito mulheres e duas crianças que não sabemos para
onde foram”, lamentou um residente de 47 anos, que também falava já a partir de
Awasse.
Após o ataque, os
membros da força local estiveram reunidos e alertaram as autoridades, pedindo
um aumento do c.
“Estamos a trabalhar
para que isso não volte a acontecer e as autoridades já foram informadas. Nós
não vamos descansar até que a paz volte a reinar aqui em Mitope”, disse um dos
elementos.
A comunidade de Mitope
fica junto a Awasse, ao longo da EN380.
A província de Cabo
Delgado enfrenta há cinco anos uma insurgência armada com alguns ataques
reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
A insurgência levou a
uma resposta militar desde Julho de 2021 com apoio do Ruanda e da Comunidade de
Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos
projectos de gás, mas surgiram novas vagas de ataques a sul da região e na
vizinha província de Nampula.
O conflito já fez um
milhão de deslocados, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para
os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de
conflitos ACLED. ANG/Inforpress/Lusa
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