quarta-feira, 20 de novembro de 2024

 CAN-2025/Guiné-Bissau derrotada por Moçambique  falha apuramento para a competição 

Bissau,20 Nov 24(ANG) -  A seleção de futebol da Guiné-Bissau foi derrotada ,terça-feira pela seleção de Moçambique, por 2-1no seu reduto em Bissau e este resultado minou o sonho guineense de realizar a quinta participação consecutiva na CAN, a ter lugar em Marrocos.

A partida  contava para a sexta jornada do grupo I da fase de qualificação para a competição. 

Os ‘Djurtus’ orientados por Luís Boa Morte  ficou fora da fase final da 35.ª edição do CAN que terá lugar em Marrocos, de 21 de dezembro de 2025 a 18 de janeiro de 2026.

Após quatro participações consecutivas no CAN, em que  a Guiné-Bissau nunca conseguiu apurar-se para a fase seguinte, a Federação de Futebol do país (FFGB), decidiu mudar a equipa técnica substituindo o selecionador Baciro Candé por Luís Boa Morte.

Em seis jogos realizados na fase de qualificação para o CAN’2025, a Guiné-Bissau venceu apenas uma partida na primeira jornada frente à seleção de Eswatini em partida realizada em Bissau, graças ao golo de Bura. 

Após o triunfo frente ao Eswatini, a Guiné-Bissau perdeu na segunda jornada diante de Moçambique, perdeu na terceira jornada diante do Mali, empatou com Mali para quarta jornada em Bissau, empatou com Eswatini na quinta jornada e perdeu no encerramento da sexta jornada em casa frente à seleção de Moçambique. 

Esta partida poderia dar a qualificação a Guiné-Bissau, pois os pupilos de Boa Morte estiverem superiores à seleção de Moçambique, assumindo completamente a posse de bola, mas essa superioridade não se traduziu em golos

Moçambique demonstrou  ser uma seleção mais experiente em relação à Guiné-Bissau e conseguiu fazer dois golos de bolas paradas que lhe permitiu vencer os Djurtus, em Bissau e carimbar o passaporte para a próxima edição do maior torneio de futebol africano.

Os golos dos Mambas, como é conhecida a seleção moçambicana, foram marcados por intermédio de Bruno Langa e Stanley Ratifo, respectivamente aos 8 e 65 minutos, da partida realizada no Estádio Nacional 24 de Setembro.

O único golo da Guiné-Bissau foi apontado por intermédio de Beto, que se estreou a marcar pela seleção nacional, no seu quarto jogo oficial pela seleção nacional. Após um canto apontado por Carlos Mané, o avançado do Everton da primeira liga inglesa limitou-se a cabecear a bola para o fundo da baliza do guardião moçambicano.

A equipa técnica nacional fez várias mexidas e mudanças táticas na segunda parte, mas acabou por não resultar e a seleção adversária saiu vencedora, apesar da fraca exibição durante os 90 minutos, assistido por número considerável dos adeptos guineenses.

O jogo ficou marcado por várias críticas ao trabalho da equipa de arbitragem que veio da Nigéria devido a algumas decisões que tomou, principalmente na primeira parte e que deixou indiferente o selecionado Boa Morte e alguns jogadores .

Para além da crítica ao trabalho da equipa de arbitragem foi visível a troca de palavras entre adeptos da Guiné-Bissau e de Moçambique que assistiam ao jogo nas bancadas.

No final do jogo, Luís Boa Morte lamentou a derrota que deixou a Guiné-Bissau fora do CAN.

“Foi um jogo que dominamos e tivemos dificuldades em fazer mais golos, mas uma partida que dominamos e sabíamos que a seleção de Moçambique é uma equipa organizada e conseguiu fazer dois golos. O primeiro foi bem feito e o segundo foi por culpa nossa, mas temos que dar o mérito ao adversário. Contudo, dominamos e não conseguimos materializar”, disse.

Fazendo o balanço da campanha de qualificação para o CAN durante três meses, o técnico luso-santomense entende que foi curta, porque não houve tempo para permitir a preparação da equipa da melhor forma.

“Sem arranjar desculpas foi a nossa culpa não ter conseguido apuramento para a prova”, afirmou Boa Morte, visivelmente triste pela derrota.

Embora tenha reconhecido a derrota, Boa Morte não aceitou parabenizar a seleção de Moçambique e limitou-se a lamentar a situação política que aquele país lusófono vive após anúncios dos resultados das últimas eleições presidenciais.

Satisfeito pela qualificação para o CAN, o Selecionador Moçambicano, Chiquinho Conde enalteceu o trabalho que tem feito a frente dos Mambas desde que assumiu o cargo, e que permitiu qualificar a seleção de Moçambique em 2023 e 2025.

“É fantástico conseguir este resultado e quero agradecer a todos aqueles que proporcionaram este projeto que permitiu eu estar na minha cadeira de sonho. Sempre disse quando comecei essa caminhada em 2021, que isso seria uma missão patriótica e espinhosa, porque a seleção de Moçambique esteve arredada 13 anos de uma grande competição e estrutura da federação e os jogadores proporcionaram esta oportunidade de desfrutar esta minha carreira do sonho quando eu menos esperava … no segundo ano consecutivo estamos novamente no CAN”, disse.

“Quero desde já agradecer os meus jogadores, a estrutura da Federação de Futebol, todos os meus colaboradores e dedicar esta vitória a todo o povo moçambicano, porque eu sei que estamos a atravessar momentos difíceis em termos políticos”, afirmou Conde.

O selecionador dos Mambas que foi jogador de futebol e agora treinador sublinhou que a sua equipa se empenhou  no sentido de dar alegria ao povo moçambicano e que espera que esta vitória e a qualificação possa minimizar o sofrimento do povo moçambicano que luta pelo direito.

Relativamente às trocas de mimos com Boa Morte, Conde lembrou ao técnico nacional que é fundamental ser digno ganhar ou perder uma partida de futebol e diz que ficou triste pela postura do selecionador da Guiné-Bissau. Conde afirma ainda que se o Boa Morte pretende continuar como treinador é fundamental ter humildade como pessoa.

Inserida no grupo I, a Guiné-Bissau ficou pelo caminho com 05 pontos na tabela classificativa e as seleções do Mali e Moçambique garantiram o apuramento para o CAN. Mali conseguiu somar 14 pontos e a seleção, que venceu a Guiné-Bissau fora e dentro, conseguiu somar 11 pontos.

No último lugar ficou a seleção de Eswatini com dois pontos na tabela classificativa. Eswatini foi derrotado por 6 a 0 diante do Mali, a única seleção que não perdeu nenhum jogo no grupo I.

Contratado em Março último para substituir Baciro Candé, Luís Boa Morte tinha como o principal objetivo qualificar a Guiné-Bissau, mas acabou por não conseguir esta proeza. O foco agora é o Mundial.

A Guiné-Bissau vai agora voltar a competir em março de 2025 para o acesso ao Campeonato do Mundo 2026. Três jogos já disputados, a Guiné-Bissau venceu uma partida e empatou três jogos. Djurtus empataram no último jogo diante do Egipto em Bissau.

Após empate com os egípcios, a Guiné-Bissau soma seis pontos, atrás do Egito, que lidera o Grupo A com 10.ANG/O Democrata

Ambiente/ Jovens guineenses participam no Seminário da Juventude, Ambiente e Justiça Climática no Brasil

Bissau, 29 Nov 24 (ANG) -  Duas jovens guineenses, Aua Embaló e Gundo Sissé deixaram terça-feira o país rumo ao Brasil onde irão  participar  no Seminário da Juventude Lusófona, Meio Ambiente e Justiça Climática, a decorrer de 21 à 25 naquele país.

Segundo o Gabinete de Comunicação da Rede Luso na Guiné-Bissau, o evento serve de preparação destas jovens para o VIII Congresso Internacional de Educação Ambiental da CPLP e na COP30.

A iniciativa implementada  pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil tem como objetivo o fortalecimento da juventude lusófona, bem como dialogar e apoiar as ações da presidência da CPLP, que neste biênio 2023-2025, é coordenada por  São Tome e Príncipe, e tem como lema "juventude e sustentabilidade na CPLP".

As duas  jovens foram acompanhadas ao aeroporto internacional Osvaldo Vieira em Bissau, pelo Coordenador Adjunto da Rede Luso Guiné-Bissau, Sumba Nansil, Secretário Geral da Rede Luso,  Isnaba Posto Merba, e pelo Adjunto Responsável do Gabinete de Comunicação da organização lusófona, Alison Cabral.ANG/JD/ÂC//SG

terça-feira, 19 de novembro de 2024

Pescas/ Director-geral da Pesca Industrial nega que haja falta de peixe no mercado

Bissau, 19 Nov 24 (ANG) – O Diretor-geral da Pesca industrial disse haver  peixe suficiente para abastecer o mercado Nacional, contrariamente ao que algumas informações veiculadas na imprensa nacional indicam.

Amadú Djaló  disse que não se verifica a falta de peixe, porque  neste momento se encontram  nas unidades de conservação cerca 500 toneladas do peixes, mas diz que o problema tem a ver  com fraca capacidade de compra dos  guineenses.

“Neste momento todos os navios que operam tem obrigação de descarregar peixe no país para o mercado”, disse acrescentando que tem havido incumprimento dessa medida por parte de alguns armadores.

Segundo Djaló  já se faz a exportação do pescado nacional  para outros países, nomeadamente, Abidjan, Senegal e a República Popular da China.

Informações sobre a falta de peixe no mercado motivaram  esta terça-feira visitas  às unidades de Conservação e Transformação do Pescado no Porto de Pesca Artesanal de Alto Bandim, por parte do Diretor-geral da Pesca Artesanal, Cipriano Fernandes Sá.

Disse que o mercado está ser abastecido regularmente, tendo em conta a decisão do governo de reduzir o preço de licença em 30 a 35 por cento, para garantir que o consumidor tenha capacidade de compra de peixes.

Cipriano  Fernandes Sá revelou que neste momento o Ministério das Pescas e Economia marítima dispõe de 12 câmaras de conservação e de produção de gelo, que serão instalados nas oito localidades, por forma melhorar a capacidade produtiva dos pescadores. ANG/LPG//SG

Nova data das Legislativas/Presidente da CNE diz ter aconselhado  ao chefe de Estado para respeitar os 90 dias previstos na Lei

Bissau, 19 Nov 24 (ANG) – O Presidente interino da Comissão Nacional de Eleições (CNE), disse que aconselhou o chefe de Estado Umaro Sissoco Embaló à respeitar os três meses previsto na Lei para marcação da nova data das eleições uma vez que, a primeira que estava prevista para 24 de Novembro foi adiada.

Mpabi Caby falava à imprensa esta terça-feira, à saída de uma sessão de auscultação que o Presidente da República promoveu envolvendo  a direcção da CNE e os partidos políticos com assento parlamentar, visando a  marcação de uma nova data para as eleições legislativas antecipadas .

Questionado se a CNE está pront
a para responder à qualquer data que o Presidente da República venha a anunciar , respondeu que sim, acrescentando   que a instituição que lidera tem recursos humanos competentes para dar resposta ao processo eleitoral no país e que também têm fundos para conduzir os seus trabalhos.

Por sua vez, o líder da Coligação PAI-Terra Ranka,  Domingos Simões Pereira afirmou que  mostraram ao chefe de Estado que,  de momento, a fixação da data para realização das eleições legislativas significa adiar o destino do país.

Simões Pereira alega existirem  problemas relevantes para solucionar nomeadamente o de Assembleia Nacional Popular, a caducidade da CNE e eleições no Supremo Tribunal de Justiça, para garantir que tudo corra na base das leis que regulam o regime democrático.

“Na minha opinião, depois da resolução desses  problemas, o Presidente da República poderia fixar uma data para realização das eleições presidenciais. Porque, a realização das eleições legislativas não vai resolver o problema com que a Guiné-Bissau se depara”, disse Domingos Simões Pereira.

Salientou que os partidos políticos legalmente constituídos deviam fazer parte das consultas para que possam dar as suas contribuições a respeito do mesmo processo.

Segundo o  Vice-coordenador do Movimento para a Alternância Democrática(Madem-G15), Aristides Ocante da Silva, o PR prevê o alargamento das consultas hoje iniciadas à todos os partidos legalmente estabelecidos, de modo a obter melhor resultado no que tange a marcação da data para realização das eleições legislativas no país. 

O líder do Partido dos Trabalhadores Guineense (PTG) Botche Candé, prometeu colaborar com Umaro Sissoco Embaló para tirar o país da crise em que se encontra.

As legislativas antecipadas estavam previstas para 24 de Novembro em curso mas foram adiadas para uma data a anunciar, razão pela a qual o Presidente da República inicio esta terça-feira novas consultas para a marcação de nova data para legislativas antecipadas. ANG/AALS/ÂC//SG

Economia/ UEMOA promete disponibilizar  50  mil milhões de francos CFA para financiar projectos na Guiné-Bissau

Bissau, 19 Nov 24(ANG) – O Comissário da União Económica e Monetária Oeste Africana (UEMOA) para Desenvolvimento Humano garantiu que os 50  mil milhões de francos CFA prometidos por esta organização comunitária para financiar   projetos e investimentos para o desenvolvimento na Guiné-Bissau ainda são  acessíveis.

Mamadú Serifo Jaquité deu esta garantia na cerimónia de  entrega de uma mensagem do Presidente da Comissão de UEMOA  ao Chefe de Estado Guineense, no quadro das celebrações de 60 anos das FARP, 51 anos da Independência e do Centenário de Amílcar Cabral.

Em declarações à imprensa, à saída do encontro com o Presidente da República, Serifo Jaquité disse que, na qualidade de Comissário, aproveitou dar algumas informações sobre o desenrolar das atividades da Comissão ao Umaro Sissoco Embaló e que  recebeu  conselhos e  instruções do chefe de Estado.

Referiu   que, nos últimos tempos, a UEMOA tem estado a dar uma atenção particular ao país, desde a aprovação de pacotes de financiamento e investimento , na Conferência dos chefes de Estados. 

Salientou que quadros da UMEOA se encontram em Bissau  com a finalidade de preparar  projetos e programas a serem executados , de acordo com as normas da organização.

O Comissário disse que estão a trabalhar na possibilidade de a língua portuguesa venha a ser de trabalho na UEMOA.ANG/JD/ÂC//SG

Migração ilegal/Resgatado no Atlântico com 249 pessoas a bordo o barco que partiu da Guiné-Bissau

Bissau,19 Nov 24(ANG) - Um barco com 249 pessoas a bordo( 11 mulheres, dois bebés e dezenas de menores), que terá partido há sete dias da Guiné-Bissau, foi resgatado pelo serviço de Salvamento Marítimo espanhol, anunciaram as autoridades esta segunda-feira.

O barco foi avistado sábado por um veleiro alemão que navegava a sudoeste de Dakhla (cidade do Saara Ocidental), a 603 quilómetros da ilha espanhola da Gran Canária, disse uma porta-voz da agência de salvamento.

Os seus ocupantes foram resgatados pelo navio Guardamar Talía por volta das 14h45 de domingo (13h45 em Lisboa) e chegaram ao porto de Los Cristianos, em Tenerife, adiantaram as autoridades espanholas.

Fontes dos serviços de emergência disseram que os ocupantes afirmam ter partido da Guiné-Bissau, o que implica que se aventuraram numa travessia em mar aberto de quase 1.900 quilómetros, dos quais já tinham percorrido dois terços quando foram avistados pelo veleiro Thor Geyenerdahl.

A confirmar-se a origem da travessia, será a embarcação que mais se afastou em direção às Ilhas Canárias nesta última etapa da Rota Atlântica, cujo extremo sul é marcado pelo Senegal e pela Gâmbia.

O barco foi abandonado à deriva com uma marca de identificação pelo Salvamento Marítimo para não dar origem a falsos alarmes se alguém o reencontrar na sua rota.

O número de menores a bordo (44, incluindo os dois bebés) é ainda provisório, uma vez que a idade de alguns dos jovens e adolescentes está a ser verificada.

O serviço de emergência 112 informou que quatro dos ocupantes do caiaque tiveram de ser transferidos para centros de saúde.ANG/Lusa

 

           Brasil/ Líderes do G20 anunciam Aliança Global contra a fome

Bissau, 19 Nov2 (ANG) - Os líderes do G20 reúnem-se  segunda-feira, 18 de Novembro, no Rio de Janeiro e debateram questões relacionadas com a cooperação, políticas económicas e ambientais.

Nesta presidência brasileira esta em causa a criação da Aliança Global contra a fome, com sede em Roma, que deverá funcionar até 2030. 

Entre os 37 países que já aderiram à Aliança Global está a França, a  Alemanha, a Espanha e também algumas instituições como é o caso da Fundação Bill e Melinda Gates. A aliança que terá sede em Roma, Itália, espera reunir maus de 100 países, nos próximos meses, e deverá funcionar até 2030. 

O objectivo principal desta Aliança Global contra a fome passa pela criação de projectos e políticas públicas que já foram aplicados com sucesso no combate à fome. Os países que enfrentam desafios específicos poderão escolher as medidas mais adequadas às suas necessidades e aproveitar os recursos disponibilizados pelas entidades participantes.

A meta é alcançar 500 milhões de pessoas e retirar todas as nações do mapa da fome, elaborado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Esta iniciativa surge num contexto de retrocesso no combate à fome. Segundo um relatório da ONU de 2023, o mundo regrediu aos níveis de 2008, com 733 milhões de pessoas a passar fome.

Os líderes do G20 reúnem-se nesta segunda-feira, 18 de Novembro, no Rio de Janeiro para debater questões relacionadas com a cooperação, políticas económicas e ambientais.

Os chefes de Estado e de Governo das maiores economias, incluindo os presidentes das duas superpotências, o americano Joe Biden e o chinês Xi Jinping, devem tentar fazer avanços na questão dos financiamentos para as políticas ambientais.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu neste domingo, 17 de Novembro, no domingo aos líderes do G20 para que assumam a “liderança” e façam “compromissos” para permitir “um resultado positivo na COP29”, a conferência sobre o clima em Baku onde as negociações estão paralisadas há uma semana.

Os membros do G20 (19 países, bem como a União Europeia e a União Africana) representam 85% do PIB global e 80% das emissões de gases com efeito de estufa.

A invasão russa da Ucrânia e a ofensiva israelita em Gaza e no Líbano são outras questões que vão ser debatidas no G20. A reunião de alto nível acontece no dia em que Washington autorizou a Ucrânia a usar mísseis de longo alcance contra a Rússia. ANG/RFI

 

COP29/“Precisamos de soluções de curto a médio prazo” para fazer face às alterações climáticas

Bissau, 19 Nov 24 (ANG) - Os ministros dos países membros do Acordo de Paris têm até sexta-feira para definir como financiar um trilião de dólares por ano.

O secretário executivo da ONU para o Clima, Simon Stiell, pediu menos “teatro” e mais acção. Nélio Zunguza, economista agrário moçambicano e coordenador executivo da Plataforma Juvenil para Acção Climática YCAC MOZ lamenta que os mais altos representantes das nações tenham escolhido ir ao Brasil, ao G20, em vez de virem à COP29.

Na base da discórdia está o clássico pingue-pongue entre países ricos e o resto do mundo, com o financiamento e os esforços de redução de emissões de gases a serem empurrados de um lado para o outro.

Mas se as decisões se querem em Baku, o dinheiro e poder estão concentrados, até esta terça-feira, no Rio de Janeiro, na cimeira do G20, onde o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu “compromissos” para salvar a COP29.

A participar na cimeira do clima, no Azerbaijão, está Nélio Zunguza, economista agrário moçambicano e coordenador executivo da Plataforma Juvenil para Acção Climática YCAC MOZ. Em declarações à RFI, lamenta que os mais altos representantes das nações tenham escolhido ir ao Brasil ao G20, em vez de virem à COP29:

Nós vimos o número dos tomadores de decisão, ao mais alto nível que se deslocaram a esta COP, foi um número bastante reduzido para as últimas duas COP’s que eu pude assistir e isso já é um sinal. Mas, entretanto, começou recentemente o G20 e temos a China, os Estados Unidos, ao mais alto nível de representação.

Qual é a mensagem que queremos transmitir?

Será que as COP’s ainda têm relevância? O que é que se pretende? Se têm, como é que isso se torna efectivo? 

Numa COP em que o objectivo único é o financiamento, até agora não estamos a ter clareza em termos de estrutura, de como é que esse financiamento estará disponível. E estamos a precisar de recursos para responder aos eventos climáticos extremos.

Nélio Zunguza integrou igualmente um painel intitulado “O impacto das políticas climáticas da União Europeia nos países em desenvolvimento: o do CBAM (Mecanismo de ajustamento carbónico fronteiriço) em Moçambique. 

O encontro teve em foco o CABM e estivemos a conversar com jovens moçambicanos e jovens europeus, sobre quais seriam as implicações reais sob o ponto de vista socioeconómico para a vida dos jovens, mas também olhando para aquilo que é o contrabalanço em termos de ganhos ambientais nesta jornada de transição justa, principalmente para Moçambique. 

A COP29 decorre até dia 22 de Novembro em Baku, capital do Azerbaijão. ANG/RFI

 

Bélgica/João Gomes Cravinho é o novo representante especial da União Europeia para o Sahel

Bissau, 19 Nov 24 (ANG) -  Os responsáveis pela diplomacia europeia nomearam  segunda-feira, o antigo ministro português dos Negócios Estrangeiros para o cargo de representante especial da União Europeia para o Sahel.

João Gomes Cravinho assume o cargo já no próximo mês de Dezembro, devendo permanecer em funções até Agosto de 2026.

Em comunicado, a instituição refere que o novo responsável vai trabalhar para o alcance da “paz duradora, estabilidade e desenvolvimento desta região, que integra o Burkina Faso, o Chade, Mali, a Mauritânia e o Níger, estratégica em termos de segurança.

Enquanto representante especial da União Europeia para o Sahel, João Gomes Cravinho vai colaborar com os países da bacia do Lago Chade, outros países e entidades regionais ou internacionais dentro e fora da região, incluindo o Magrebe e o Golfo da Guiné e os países vizinhos afetados pela dinâmica do Sahel", avança o documento.

De acordo com a agência de notícias Lusa, a nomeação do antigo ministro português dos Negócios Estrangeiros já tinha sido acordada na semana passada, mas foi oficializada hoje, em Bruxelas, com João Gomes Cravinho a assumir o cargo no próximo mês de Dezembro, devendo permanecer em funções até Agosto de 2026.

A região do Sahel atravessa actualmente várias crises simultâneas, como a crise de segurança com ataques regulares perpetrados por grupos armados e terroristas contra civis e forças de segurança, acrescentando-se a vaga de golpes de Estado. Para além da Guiné Conacri houve registo de três golpes militares no Burkina Faso, no Níger e no Mali.

No passado mês de Outubro, em declarações à agência de notícias Lusa, João Gomes Cravinho considerou que a Europa é o único continente que será capaz de resolver os problemas desta região.

"Trabalho não me vai faltar, e importância estratégica da região para a Europa também não; se não tomarmos conta disto, e mais ninguém vai tomar, porque os Estados Unidos olham para o Sahel como um problema que afeta a Europa, a NATO também não tem instrumentos nem vocação para trabalhar aqui, portanto é a União Europeia que tem de usar os seus instrumentos para gerar uma dinâmica diferente na região", disse.

Desde 2014, que a União Europeia e os Estados-membros disponibilizaram cerca de 8 mil milhões de euro para apoiar a segurança, a defesa, assistência humanitária e desenvolvimento da região.ANG/RFI

        Senegal/ Projeções dão Pastef como vencedor das legislativas

Bissau, 19 Nov 24 (ANG) - O partido no poder no Senagal -Pastef- é dado como o grande vencedor das eleições legislativas antecipadas de domingo(17).

 De acordo com as projecções publicadas hoje pela imprensa senegalesa, o Pastef deverá obter " maioria absoluta" no Parlamento.

A Rádio RFM atribui ao Pastef 119 dos 165 assentos, o site de informação Dakaractu avança que o partido no poder  terá obtido até 131 deputados e o diário governamental "Le Soleil" fala “na onda do Pastef”. 

Os dois dos principais líderes da oposição, o presidente da câmara de Dakar, Barthélémy Dias e Amadou Ba, ex-primeiro-minsitro, bem como outros opositores felicitaram o Pastef. Apesar do escrutínio ter decorrido sem qualquer incidente, a coligação Takku Wallu Senegal do ex-Presidente Macky Sall, denunciou num comunicado de imprensa uma “fraude massiva organizada pelo Pastef”.

Os órgãos eleitorais têm até amanhã à noite, 19 de Novembro, para publicar os resultados oficiais provisórios a nível departamental, todavia as sondagens apontam para uma provável vitória “esmagadora” do partido no poder. Este resultado vai permitir ao chefe de Estado e chefe do executivo implementar "o programa político e reformas de transformação do país".

Cerca de 7,3 milhões de eleitores foram chamados às urnas no domingo, para eleger 165 deputados e decidir se dariam ou não os meios para a dupla- Bassirou Diomaye Faye e Ousumane Sonkocumprir as promessas de melhorar a vida de uma população, cuja grande parte luta diariamente para sobreviver. O chefe de Estado e chefe do executivo querem partilhar os rendimentos dos recursos naturais, como os hidrocarbonetos e a pesca, combater a corrupção, transformar o Estado e o sector da justiça. ANG/RFI

Política/Presidente da República volta convocar PAI Terra Ranka para auscultações sobre nova data das legislativas

Bissau,19 Nov 24(ANG) - O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, recebe esta terça-feira em audiências separadas, os partidos políticos com representação parlamentar para a marcação da data das eleições legislativas antecipadas.

De acordo com a agenda enviada a ANG pelo Gabinete de Comunicação e Relações Públicas da Presidência da República, os encontros vêm na sequência do adiamento, alegadamente por falta de condições técnicas, da ida às urnas inicialmente prevista para 24 de novembro deste ano.

No entanto, Umaro Sissoco Embaló, desta vez, vai ouvir a Coligação PAI Terra Ranka, que tinha excluído do último encontro com os partidos, após os vendedores das últimas legislativas terem faltado à anterior convocatória do Chefe de Estado.

O Movimento para Alternância Democrática (MADEM-G15), o Partido da Renovação Social (PRS), o Partido dos Trabalhadores Guineenses (PTG) e a Assembleia do Povo Unido-Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB) também serão ouvidos por Sissoco Embaló.

Cada formação política terá dez minutos para discutir com o Presidente da República a nova data das eleições, indica a agenda oficial disponibilizada pela Presidência guineense.

Umaro Sissoco Embaló receberá ainda esta terça-feira, a Comissão Nacional de Eleições (CNE), órgão de gestão eleitoral caduco há mais de dois anos, e que está a ser contestado pelos partidos políticos que se opõem ao regime de Embaló.ANG/ÂC


 CAN-2025/ Selecionador nacional promete lutar pela vitória para marcar presença na competição  

 Bissau,19 Nov 24(ANG) - O selecionador nacional de futebol, Luís Boa Morte, prometeu lutar pela vitória diante da seleção de Moçambique para que a Guiné-Bissau possa marcar a quinta presença consecutiva no Campeonato Africano das Nações, o CAN-2025, a realizar-se em Marrocos.

“Posso prometer que a equipa vai-se dedicar, vai-se entregar e vai tentar ganhar o jogo, porque é a vitória que nos interessa e é o que queremos e vamos trabalhar neste para tentar conseguir os três pontos de forma a nos garantir o apuramento para o CAN”, afirmou.

Luís Boa Morte falava segunda-feira em conferência de imprensa de antevisão do jogo de hoje, terça-feira, frente a seleção de Moçambique a contar para a sexta jornada do grupo I da fase de qualificação para a maior competição de futebol em África

“Todo o povo da Guiné-Bissau quer o os três pontos para alcançarmos o apuramento e agora vamos trabalhar, porque sabemos que vamos encontrar uma boa equipa que pratica um bom futebol, mas vamos só pensar em nós e menos no adversário e fazermos o que está ao nosso alcance”, disse.

A partida entre as duas seleções lusófonas que será disputada no Estádio Nacional 24 de Setembro em Bissau, será crucial para uma  das duas seleções garantir uma vaga para o próximo CAN.

Apesar do seu otimismo em garantir o apuramento para a competição organizada pela Confederação Africana de Futebol (CAF), Boa Morte lamenta a falta de eficácia dos avançados em fazer golos neste fase da qualificação, principalmente no último jogo frente a seleção de Eswatini na semana passada, onde a Guiné-Bissau desperdiçou várias ocasiões de golo e perdeu oportunidade de encurtar a distância na tabela classificativa em relação a seleção de Moçambique.  

Questionado se está preocupado com este embate frente a seleção moçambicana, o selecionador nacional garantiu que o grupo está focado no seu objetivo de garantir o apuramento para a competição que será disputada em 2025. 

“Se só a vitória nos interessa para estarmos presentes no CAN, temos que ir a procura da vitória. É imperativo. Caso de vida ou morte. A agente não pode definir o futebol pela vida ou morte, mas temos que ir a procura do objetivo para conseguir os três pontos no sentido de marcar a presença no CAN”, explicou.

Esta conferência de imprensa que foi antecedida pelo último treino da seleção nacional, o técnico nacional foi acompanhado pelo internacional guineense, Jefferson Encada. O jovem defesa direito, um dos melhores jogadores da Guiné-Bissau nos últimos tempos, não jogou na última partida diante do Eswatini por causa de visto para entrar na África do Sul.

Na sua curta declaração, Encada começou por enaltecer o adversário pela qualidade que tem demonstrado, mas garantiu o grupo vai lutar pelo três pontos para marcar a presença no CAN.

A Seleção de Moçambique, que chegou na madrugada de segunda-feira a Bissau, realizou ainda ontem o treino de adaptação aos relvados de Estádio Nacional 24 de Setembro.

Refira-se que, na atual tabela classificativa, a equipa de Moçambique ocupa o segundo lugar com oito pontos, menos três do que o já qualificado Mali e mais três do que a Guiné-Bissau que, em terceiro lugar, ainda tem hipóteses de qualificação.

Com apenas dois pontos e já sem chances de apuramento, Eswatini está em quarto e último lugar e fecha a campanha visitando o Mali, na terça-feira, à mesma hora que os Mambas jogam na Guiné-Bissau.

Na partida de hoje em Bissau, é fundamental os Djurtus vencerem a partida e marcar muitos golos para garantir um lugar no próximo CAN’2025 a realizar-se em Marrocos.

Os dois primeiros classificados de cada um dos 12 grupos apuram-se para a fase final do CAN. A Guiné-Bissau, com uma nova estrutura técnica, busca a quinta qualificação consecutiva para o CAN, uma vez que esteve presente nas últimas quatro edições desta prova, mas nunca apurou-se para fase seguinte da prova.

O maior torneio africano de futebol disputa-se de 21 de dezembro de 2025 a 18 de janeiro de 2026, em Marrocos.ANG/O Democrata

 

segunda-feira, 18 de novembro de 2024


Saúde Pública
/ “O Hospital Regional de Canchungo funciona com  médicos e enfermeiros residentes  em Bissau e muitos não comparecem à tempo ao serviço”, diz  Diretor- geral

Bissau, 18 Nov 24 (ANG) – O Diretor-geral do hospital regional de Canchungo “Buota Na Fantchamna” revelou que o estabelecimento sanitário funciona com médicos e enfermeiros com residência fixa em Bissau o que esta situação tem reflexos negativos no funcionamento deste hospital.

Estevão Malú fez a revelação em entrevista ao Jornal Nô Pintcha, e   pediu a intervenção do governo   para , o mais rápido possível, acabar com esta situação que diz, configurar uma “anarquia”.

“Cada um faz o que bem lhe apetece e ninguém quer ser advertido. Estamos à beira do colapso, caso a situação não for solucionada", diz Malú.

O hospital regional de Canchungo dispõe de 11 médicos, 27 enfermeiros e quatro analistas, mas todos eles com residências fixas em Bissau", lamentou.

De acordo com Estevão Malú, esta situação reflete negativamente no funcionamento do hospital, porque, momentos houve em que alguns não conseguem comparecer ao serviço, e Malú diz que estas ausências têm sido recorrentes.

"Estamos a trabalhar num regime bastante pesado e sobrecarregado. Digo isso, porque mais de metade desses técnicos não moram em Canchungo, de maneiras que é difícil residir na capital e trabalhar no interior, sobretudo num pais onde as estradas apresentam péssimas condições sem falar dos imprevistos, portanto, o melhor é residir na zona onde foi colocado", disse.

Malú prossegue dizendo que  essa atitude de alguns técnicos colide com a ética e deontologia profissional, o que diz ser  inaceitável.

Disse que  é preciso disciplinar a Administração Pública no seu todo, e que sem isso, será difícil falar do progresso e do desenvolvimento em todos os setores.

Segundo o diretor-geral, a falta de responsabilização está a corroer a Função Pública e incentivar a corrupção ao mais alto nível, pelo que defende a aplicação de sansão às pessoas que, sistematicamente, ausentam-se nos seus postos de serviços.

"A situação deplorável em que se encontra alguns hospitais e centros de saúde do interior é por falta de controlo rigoroso dos recursos humanos a nível da Administração Pública. Os técnicos levam mais horas de serviços nas clinicas privadas, um comportamento que está a prejudicar o serviço público de saúde", denunciou.

Nesta entrevista concedida ao jornal Nô Pintcha, o diretor-geral do hospital regional Bouta  Na Fantchamna falou sobre a  falta de meios e segurança, e revelou que se deparam  com enormes dificuldades em termos de funcionamento.

"Além de insuficiência de pessoal técnico, também confrontamos com a falta de colchões, materiais hospitalares, medicamentos e a luz elétrica, essa última tem a ver com a dívida que a antiga direção contraiu com o dono do gerador que fornecia energia ao hospital.

Além dessa situação, contou que têm dificuldades relacionadas com  o abastecimento regular de água potável, aliás, houve tempo em que o hospital ficou oito meses sem água. Para sanear a situação a direção  adquiriu  um gerador com capacidade de abastecer todo o hospital, porque têm equipamentos que a energia gerada por painéis solar não consegue arrancar.

“Acresce a esses condicionalismos a situação de casas de banho que estão quase disfuncionais, devido à falta de meios para sua manutenção, isso para não falar do edifício do hospital que está numa fase avançada de degradação, com as paredes escombradas e a pintura totalmente envelhecida.

Malú disse que há uns meses, o Projeto Saúde é a Vida doou uma quantidade de baldes de tintas de óleo, orçado em mais de 587 mil francos CFA para reabilitar a pediatria.

Sobre a questão de segurança, o diretor-geral disse que algumas pessoas transformaram o hospital no local de furto e, em consequência, vários materiais hospitalares foram subtraídos, nomeadamente colchões, portas, janelas, entre outros.

De acordo com aquele responsável,  a direção não tem condição para garantir a segurança, e os malfeitores se aproveitam dessa situação, ao calar da noite, para praticar roubo. O mais caricato, diz, é que alguns pacientes, ao receberem alta, embrulham cobertores e outros materiais e levam para casa.

Em relação à capacidade do hospital de resposta aos desafios sanitários, Estevão Malu assegurou que a maioria dos materiais ali instalados já estão fora de uso.

A título de exemplo apontou o  aparelho de ecografia, que, segundo disse, para fazer leitura dos resultados são obrigados a escrevê-los à mão, uma prática que diz estar em desuso.

Segundo Estevão Malú,  com esses velhos aparelhos, os médicos levam horas e horas a espera dos resultados de análises para poder concluir os diagnósticos. ANG/ Nô Pitcha

Agricultura/Tiniguena e PADES assinam Convenção Operacional para as regiões de Bolama e Quinará

Bissau,18 Nov 24(ANG) - A ONG Tiniguena e o Projeto de Apoio ao Desenvolvimento Econômico das Regiões do Sul (PADES) assinaram no fim de semana um acordo que visa apoiar o aumento da produção agrícola, segurança alimentar e a diversificação do rendimento dos agricultores nas regiões de Bolama-Bijagós concretamente nos setores de Bolama, Uno e Bubaque, e em Tite e Empada, na Região de  Quinará.

Segundo o site da Tiniguena,  Miguel de Barros, Diretor Executivo foi quem assinou para a  ONG e da parte do PADES,assinou Adelino das Neves Nunes Correia, coordenador do projeto.

Para além de PADES, a Tiniguena também assinou a mesma Convenção Operacional com os seus parceiros de implementações locais nomeadamente para o sector de Tite, com a Associação Nacional para o Desenvolvimento Local Urbano (NADEL), para setor de Bolama, com a Associação de Profissionais para o Desenvolvimento Local e Promoção Económica (APRODEL).

E para o setor de Empada com a Associação Nacional para o Combate à Pobreza e Fome na Guiné Bissau (ANCOPF-GB).

Os acordos visam reforçar as capacidades técnicas e de gestão de projetos e a proteção do meio ambiente e respeito aos direitos sociais das referidas  organizações sociais.

Os setores de Uno e Bubaque têm a intervenção direta da própria Tiniguena.

O referido Plano Operacional prevê  a integração do desenvolvimento das empresas rurais nas cadeias de valor agrícola, reabilitação comunitária dos perímetros das bolanhas, adoção de práticas modernas avançadas na agricultura e horticultura, e o melhoramento dos caminhos rurais, não só nas políticas publicas locais mas também ao nível nacional.

Ainda  prevê a adoção de práticas de gestão ambiental e adaptação às mudanças climáticas sob planos de gestão ambiental adotados localmente.

A convenção válida para um período de 12 meses, (Novembro de 2024 a Novembro de 2025) é financiada pelo Fundo Internacional para o Desenvolvimento da Agricultura (FIDA).ANG/ÂC//SG

 

Brasil/Cúpula do G20 põe à prova papel de Lula como líder mundial, enquanto COP29 segue em impasse

Bissau, 18 Nov 24 (ANG) - Lideranças das 20 maiores economias do mundo chegaram no domingo (17) no Brasil para a cúpula do G20, que começa hoje(18), no Rio de Janeiro.

O evento será uma prova de fogo para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mostrar o Brasil como um grande ator global, apesar de percalços de Brasília na diplomacia desde que ele voltou ao poder.    

Dois anos depois de anunciar ao mundo que "o Brasil voltou", após o isolamento do país durante o governo do ex-presidente de extrema direita Jair Bolsonaro, Lula se mostra orgulhoso de ser o anfitrião do grande evento – e exatamente um ano antes de receber a Conferência do Clima sobre mudança climática (COP30) em Belém, além da cúpula do Brics.

O presidente, de 79 anos, pedirá que os líderes dos países mais ricos do mundo se comprometam com uma aliança contra a fome e promovam um imposto aos super-ricos, dois projetos emblemáticos da presidência brasileira do G20. Os dois projetos conquistaram inúmeros apoios durante as negociações prévias, realizadas ao longo do ano.

Ele também os incentivará a fazer mais contra as mudanças climáticas, em um momento em que o Brasil registra avanços nesta área, com a redução do desmatamento, e enquanto as negociações na COP29 sobre o clima encontram-se bloqueadas em Baku, no Azerbaijão.

O meio ambiente "foi a agenda em que o governo Lula mais avançou", disse à AFP Roberto Goulart Menezes, coordenador do Núcleo de Estudos Latino-Americanos da Universidade de Brasília (UnB).

Lula busca se estabelecer como líder mundial na luta ambiental e pode se orgulhar de a Amazônia brasileira ter registrado o menor desmatamento em 12 meses nos últimos nove anos, apesar dos incêndios e de uma seca recorde este ano, ligados ao aquecimento do planeta.

O Brasil também aumentou sua meta de redução de emissões de carbono e propôs mecanismos financeiros inovadores para conseguir aumentar a proteção das florestas mundiais.

A eventual saída de Washington do Acordo de Paris sobre o clima, após o retorno de Donald Trump à Casa Branca, abre a porta para reforçar ainda mais a liderança do Brasil nesta frente.

As tensões diplomáticas ligadas ao aquecimento global serão discutidas como prioridade na cúpula, enquanto a COP29 permanece em um impasse nas questões de financiamento climático. Ao lado do combate à fome e a pobreza, e a reforma das instituições globais, as mudanças climáticas fecham o trio das prioridades de Brasília à frente do G20 este ano.

 

Os países do G20 representam 85% da economia global e são também responsáveis ​​por mais de três quartos das emissões mundiais de gases com efeito de estufa. São também os maiores contribuintes para os bancos de desenvolvimento que impulsionam o financiamento necessário para combater o aquecimento global.

“Todos os países devem fazer a sua parte, mas o G20 deve dar o exemplo”, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, na semana passada, em seu discurso em Baku. “São os maiores emissores, com maiores capacidades e responsabilidades”, acrescentou.

Chegar a um acordo torna-se ainda mais difícil com o esperado regresso ao poder do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que se prepara para retirar mais uma vez o país do Acordo de Paris sobre o clima, como fez durante o seu primeiro mandato na Casa Branca.

O secretário-executivo da ONU para o clima, Simon Stiell, escreveu uma carta aos líderes do D20 no sábado, implorando-lhes que agissem em relação ao financiamento climático, inclusive aumentando os subsídios aos países em desenvolvimento e ao avanço das reformas dos bancos multilaterais de desenvolvimento. 

No entanto, os mesmos combates que têm atormentado a COP29 desde o seu lançamento, na semana passada, se repercutem nas negociações do G20, segundo diplomatas próximos das reuniões no Rio.

 

O Brasil reafirmou neste sábado (16) que os países emergentes não estão dispostos a contribuir para o financiamento contra as mudanças climáticas, mas espera destravar na cúpula essa questão crucial para as negociações da COP29.

Os países desenvolvidos, principalmente os europeus, têm pressionado para que grandes nações em desenvolvimento, como China, Índia, Turquia e o próprio Brasil, também destinem recursos para enfrentar os problemas ambientais em países de baixa e média renda.

Mas estes países mantêm sua posição contrária à participação das nações em desenvolvimento no financiamento climático, sob o argumento de que os países desenvolvidos são historicamente os principais responsáveis pelas emissões que causaram o aquecimento global – um princípio sacramentado no Acordo de Paris.

Lula tem tentado restabelecer sua imagem de diplomata carismático e hiperativo, focado no Sul global, o que fez com que Barack Obama o chamasse de "o político mais popular da Terra" em seus dois primeiros mandatos (2003-2010).

Depois de tomar posse, em janeiro de 2023, o presidente dedicou-se a "reconstruir pontes" após "os problemas deixados pelo governo anterior em política externa", explicou à AFP o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Agora "o Brasil voltou a ocupar seu papel tradicional, de parceiro confiável da comunidade internacional e construtor de consensos" (...) "com todos os atores e blocos relevantes do mundo", destacou o chanceler brasileiro.

Lula "representa os interesses dos mercados emergentes, mas também tenta construir pontes", acrescentou uma fonte do governo alemão, antes do G20.

"É difícil negar que 'o Brasil voltou'", diz Michael Shifter, do think tank Diálogo Interamericano. No entanto, "ele cometeu alguns erros", observa o analista à AFP.

O presidente foi muito criticado por ter declarado que Rússia e Ucrânia compartilhavam a responsabilidade pela guerra, o que o levou a "limitar os danos" e condenar a invasão russa, complementou Shifter.

Ao contrário da maioria dos países ocidentais, aliados incontestáveis de Kiev, o Brasil optou por promover, com a China, uma proposta de paz que não teve resposta até agora, ao mesmo tempo que mantém contatos com o presidente russo, Vladimir Putin.

Segundo o ex-diplomata e professor Paulo de Almeida, o "antiamericanismo" de Lula explica sua posição nesse conflito, assim como em relação a Israel. O presidente brasileiro classifica insistentemente a campanha militar israelense como um "genocídio". Os confrontos entre os dois países levaram à retirada mútua de seus representantes diplomáticos.

  Venezuela é outra frente incômoda para Lula, que não reconhece a reeleição de Nicolás Maduro nem apoia as denúncias de fraude da oposição nas eleições de julho. O brasileiro tentou uma mediação que não deu frutos e acabou o afastando da posição da maioria dos países da região e do Ocidente, ao mesmo tempo que provocou tensões na relação com Caracas.

Para Shifter, o presidente "demonstrou-se relutante em empreender um esforço diplomático sério para combater a fraude flagrante e a repressão crescente de Maduro".

A Venezuela tem sido "uma oportunidade perdida para Lula", avalia o especialista, embora recentemente ele tenha endurecido sua posição a ponto de vetar a entrada de Caracas no Brics.

Sobre essas questões delicadas, o ministro Mauro Vieira afirma que "nem o Brasil nem o presidente Lula prometeram fazer milagres e resolver problemas tão complexos de forma voluntária ou mágica".ANG/RFI/AFP