terça-feira, 17 de dezembro de 2024

CEDEAO/ "Ou se reforma ou cai na desgraça e desaparece", diz analista cabo-verdiano

Bissau, 17 Dez 24(ANG) - Os líderes da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental reuniram-se,  domingo(15), em Abuja, na Nigéria, com as questões de segurança e a saída do Burkina Faso, Mali e Níger a marcarem a agenda da organização.


A CEDEAO deu um prazo de seis meses, até 29 de Julho de 2025, aos três países para reconsiderar a saída da organização e anunciou ainda a criação de um tribunal especial para julgar os crimes cometidos na Gâmbia sob o regime de Yaya Jammeh.

Em entrevista à RFI , Daniel Medina, analista político de Cabo Verde, reconhece que a CEDEAO vive um momento de crise grave, sublinhando que está mesmo em causa a sobrevivência da organização.

Quais são as principais conclusões desta cimeira da CEDEAO?

As grandes conclusões apontam para uma instabilidade - um momento de crise grave - que só com muita diplomacia será possível ultrapassar-se. Este é um momento perturbador, talvez dos momentos mais dramáticos desde a criação da CEDEAO. Ou haverá uma reformatação para acabar com as nuances e as leis, para que as ambições de todos sejam cumpridas, ou então [a organização] poderá cair na desgraça e desaparecer.

Este desmoronamento está ligado à saída do Mali, Burkina Faso e do Níger?

De certa forma, sim. Mas há outras nuances paralelas. Por exemplo, nós temos o caso da Guiné-Conacri, que continua a ser governada por um grupo militar. Os outros três - Burkina Faso, Mali e Níger - também estão a ser governados por grupos [militares]. Tivemos até há pouco tempo, as coisas neste momento melhoraram sensivelmente, instabilidade política no Senegal e a Guiné-Bissau continua a viver uma tensão que nós não sabemos caracterizar e não sabemos até quando vai persistir. 

Quer dizer que há nessa zona um elemento desestabilizador que tem a ver tanto com a perspectiva do passado, como com a não aceitação das directivas da CEDEAO. Além daquilo que todos nós já conhecemos, acrescenta-se a parte que tem gerado essa crise, que é a dos extremistas islâmicos que estão cada vez mais naquela zona da CEDEAO.

Têm sido muitas as críticas feitas à liderança da CEDEAO, nomeadamente da organização ter dois pesos e duas medidas….

Isso tem alguma relatividade, mas é verdade. De há uns tempos a esta parte, a liderança não é assim tão boa e as partes sentem-se no direito de não respeitar certas directivas. [A organização precisa] de novas perspectivas fundacionais.

Essas mudanças estruturais passariam por que tipo de reformas?

São desafios enormes e cada país deve dar o seu contributo, defendendo também que devem ser reforçadas as instituições dos diferentes países para que se tenha uma boa governança. Ou seja, respeito pela democracia e salvaguarda do Estado de Direito.

No caso da Guiné-Bissau, por exemplo, são conhecidos os atropelos à Constituição, as denúncias de violações dos direitos humanos, as perseguições políticas, mas a CEDEAO acaba por não tomar uma posição relativamente ao país….

Essa é uma boa pergunta. Tocar, neste momento, no caso da Guiné-Bissau, poderá espoletar uma outra possível saída. A Guiné-Bissau tem prenúncios de estar ligada a determinados factores económicos e também ao narcotráfico. Atacar, entre-aspas, a Guiné-Bissau, pode significar que ela não é bem-quista.

Ao mesmo tempo, mostra a fragilidade de uma organização que acaba por ficar refém deste tipo de situações…

Naturalmente que nós todos sabemos que a CEDEAO não está forte. Essa fraqueza é demonstrada nas cimeiras e quando não se fala do Senegal, da Guiné Conacri e só se fala desses três países - Burkina Faso, Mali e Níger, que dizem que não se voltam a sentar à mesa para negociações - apesar da mediação que possa ser feira pelo Presidente do Senegal -  as expectativas não são as melhores. Salvo se acontecer algum milagre.

Burkina Faso, Mali, Níger anunciaram a criação da "Aliança dos Estados do Sahel". O que se pode esperar em termos de luta contra o jihadismo, nesta região onde os jihadistas ganham terreno? A saída destes três países pode também ter consequências políticas?

Partimos do princípio de que quantos mais países tem uma organização, mais forte é a estrutura. Por isso, a saída destes países e a criação desta Aliança não os favorece, salvo se esta nova organização se posicionar como uma frente bélica para atacar o Jihadismo. Porém, três países não vão conseguir vencer essa luta que não diz respeito apenas à África Ocidental, mas sim ao continente africano no seu todo.  

Esta aliança dos Estados do Sahel pode vir a ser uma concorrente da CEDEAO?

Penso que não. Salvo se outros países que estão nessa situação - com tentativas de golpe de Estado, com uma democracia que não é democracia - quiserem fugir da alçada da CEDEAO e integrarem esta nova organização do Sahel. Mas é tudo uma incógnita em ambos os lados.

A CEDEAO é uma organização que é económica, a saída destes três países terá um impacto na questão da livre circulação de pessoas e bens?

Existem protocolos sobre todas essas matérias, o próprio tratado foi revisto em 1993 e prevê os mecanismos para desvinculação. Nenhum Estado é obrigado a ficar eternamente vinculado a um contrato, mas parece-nos que, apesar da posição reafirmada pelos Governos que perpetraram os golpes de Estado nesses países, haverá ainda espaço para o diálogo e para se encontrarem soluções que evitem a total implosão da CEDEO.  

A CEDEAO anunciou a criação de um tribunal especial para julgar os crimes cometidos na Gâmbia entre 1994 e 2017 sob o regime do ex-ditador Yaya Jammeh. Esta decisão chega a tempo?

Sim, chega a tempo e previne que hajam cenários desta natureza noutros Estados próximos. Nós não devemos esquecer o que se passou e devemos responsabilizar quem prevaricou. Neste caso, penso que esta decisão vem a tempo para haja respeito pelos direitos humanos e pela democracia.ANG/RFI

                          Mali/Inaugurada maior mina de lítio de África

Bissau, 17 Dez 24 (ANG) -  O Mali inaugurou domingo a maior mina de lítio de África, marcando a sua entrada no mercado deste metal essencial para baterias de veículos elétricos.

Com um custo total de investimento de aproximadamente 318 milhões de dólares americanos, a mina operada pela Lithium du Mali SA, com uma empresa chinesa como principal acionista, irá gerar aproximadamente 250 mil milhões de francos CFA em volume de negócios para os negócios detidos por malianos.

Localizada na região de Bougouni, a 150 km de Bamako, a unidade prevê uma produção anual de 500 mil toneladas de concentrado de espodumênio, uma fonte primária de lítio. Esta capacidade posiciona o Mali como um importante interveniente na produção de lítio, respondendo ao constante aumento da procura global, particularmente devido ao aumento de tecnologias verdes e de veículos eléctricos.

“A mina irá gerar cerca de 250 mil milhões de francos CFA em volume de negócios para empresas pertencentes a malianos. Este último obterá pelo menos 51% dos contratos de subcontratação”, indicou o Ministro das Minas, Professor Amadou Kéïta, citado pela comunicação social local.

De acordo com o novo código mineiro do país adoptado em Agosto de 2023, o estado do Mali tem direito a uma participação gratuita de 30% no projecto.ANG/FAAPA

segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

Regiões/ “Noventa e cinco  por cento das crianças da região de Bafatá foram vacinadas contra sarampo e rubéola”, diz delegado regional da Saúde

Bafatá, 16  Dez 24 (ANG) – O delegado regional de Saúde da região de Bafatá, fez um balanço positivo da campanha de vacinação de crianças contra sarampo e rubéola, que diz atinge  cerca de 95 por cento das crianças, em todas as localidades daquela região leste do país.

Em declarações ao Correspondente regional da ANG, Armindo Comando Sanhá disse que foram vacinadas  cerca de 49.733 crianças de 6 meses à 59 meses e 134.591 crianças com 9 meses a 14 anos, correspondente à cinco por cento de crianças imunizadas, com vitamina A e Albendazol, durante a campanha que decorreu de 06 à 15 deste mês, em todo o país.

O delegado enalteceu a colaboração da população, sobretudo dos pais e mães que levaram os seus filhos/as para serem imunizados.

Disse que esta colaboração  contribuiu muito para o sucesso da campanha na região.

Armindo Comando Sanhá disse que registou afluência da população nos postos instalados e nos centros de saúde para que os seus filhos possam ser vacinadas.

Questionado sobre os problemas encontros no terreno, Armindo Comando Sanhá disse que não houve grandes constrangimentos em termos de adesão da população, sobretudo, da comunidade estrangeira, que nas campanhas anteriores recusaram participar.ANG/WP/LPG/ÂC//SG

 

Níger/Trinta e nove aldeões mortos em duplo ataque perto de Burquina Faso

Bissau, 16 Dez 24 (ANG) – Trinta e nove aldeões foram mortos esta semana num duplo ataque a duas localidades no oeste do Níger, perto da fronteira com Burkina Faso, anunciou sábado à noite o exército nigeriano.


“Duas tragédias atrozes ocorreram nas localidades de Libiri e Kokorou: criminosos encurralados pelas operações incessantes das forças de defesa e segurança atacaram covardemente populações civis indefesas”, indica o boletim de operações militares publicado no site do Ministério da Defesa do Níger.

“O número de vítimas humanas é pesado e mostra 39 pessoas assassinadas, incluindo 18 em Kokorou e 21 em Libiri”, acrescenta o exército, que deplora “muitas mulheres e crianças” entre as vítimas “destes atos bárbaros”.

A data do ataque não é especificada, mas o boletim de operações menciona o período de 12 a 14 de dezembro.

As autoridades locais reafirmaram o seu compromisso de implementar todas as medidas necessárias para localizar e neutralizar os autores destes crimes e anunciaram medidas tomadas para reforçar a segurança nestas localidades.ANG/FAAPA


Nigéria/Burkina Faso, Mali e Níger têm seis meses para reconsiderar saída da CEDEAO

Bissau, 16 Dez 24 (ANG) - A CEDEAO deixou um prazo de seis meses (até 29 de Julho de 2025) ao Burkina Faso, Mali e Níger para estes reconsiderarem a saída da organização.


No domingo, a cimeira dos chefes de Estado e de governo da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, que decorreu em Abuja, tomou nota da saída destes três países que vai ser efectivada a partir de 29 de Janeiro de 2025.

Os chefes de Estado e de Governo da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) reuniram-se em cimeira em Abuja, na Nigéria. A organização tomou nota, um ano depois, da saída do Mali, Burkina Faso e Níger e vai efectivar essa decisão a de 29 de Janeiro de 2025. Segue-se, depois, um período de transição, no qual os três países, governados por juntas militares golpistas, podem voltar atrás.

O Mali, o Burkina Faso e o Níger adoptaram, em Julho, o tratado que formaliza a Aliança dos Estados do Sahel (AES), uma coligação que anunciaram em 2023, antes da sua saída da CEDEAO. Esta aliança contém um pacto de defesa mútua para lutar contra os grupos fundamentalistas islâmicos presentes na região, na sequência do seu afastamento dos países ocidentais, que lhes prestavam assistência militar contra o terrorismo, e dos seus vizinhos do bloco da África Ocidental, que ameaçaram intervir militarmente na sequência do golpe de Estado no Níger em 2023.

Belarmino Silva, embaixador cabo-verdiano junto da CEDEAO, explicou à RFI como vai funcionar o “período de transição” no qual a CEDEAO vai ficar “de portas abertas”.

RFI: O que vai acontecer nos próximos meses no que toca ao Mali, Burkina Faso e Níger?

Belarmino Silva, embaixador cabo-verdiano junto da CEDEAO: “Esses três países é que pediram para sair da CEDEAO. O Burkina Faso, o Mali e o Níger já tinham enviado à CEDEAO o pedido para saírem, só que o Tratado diz que tem que ser um ano depois da notificação formal. O que a CEDEAO fez agora é precisamente tomar nota tanto dessa decisão desses países que é unilateral, e dizer que isso efectivamente será contado a partir do dia 29 de Janeiro. Depois de 29 de Janeiro ficam fora da CEDEAO, mas a CEDEAO vai ficar com as portas abertas no período de transição de seis meses. Há questões económicas, questões de pessoal que trabalha na CEDEAO...”

Há comissários, nomeadamente, que têm nacionalidade do Níger, do Burkina Faso e do Mali…

“Exactamente. Não só comissários, mas também funcionários da CEDEAO. Por isso, durante seis meses, se esses países quiserem outra vez voltar à CEDEAO, vai-se interromper tudo e negociar a entrada novamente. Mas a partir de dia 29 [de Janeiro] torna-se efectiva a saída deles da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental.”

A CEDEAO teme pela sua sobrevivência com a saída destes três países que começa a efectivar-se em 2025?

“Não, essa questão não se põe, até porque a Nigéria acabou de pagar agora à CEDEAO quase 100 milhões de dólares de taxa comunitária atrasada. Portanto, essa questão não se põe. O maior problema que preocupa a CEDEAO são as pessoas, ou seja, a mobilidade, o comércio, a integração, mas as questões financeiras não se põem porque a CEDEAO tem formas de financiar as suas actividades sem nenhum problema.”

O que vai acontecer, por exemplo, para um cidadão cabo-verdiano que se queira deslocar ao Níger, au Mali ou ao Burkina Faso, já que a livre circulação é a política da CEDEAO? Como é que será agora com a saída efectiva desses países?

“Esses países já decidiram, um dia antes da cimeira, que todos os cidadãos da CEDEAO podem entrar, circular e residir livremente nesses países. Portanto, o problema não se põe nesse sentido. Põe-se o problema no sentido contrário porque a CEDEAO ainda não esclareceu como é que vai ser a questão da mobilidade desses países para a CEDEAO.  Agora da CEDEAO para esses países, eles já decidiram que têm a fronteira completamente aberta, incluindo a questão da residência.”ANG/RFI

 

África do Sul/”Alta taxa de criminalidade se deve à pobreza e desigualdade”, diz jacob Zuma

Bissau, 16 Dez 24 (ANG) -  A violência e as altas taxas de criminalidade na África do Sul devem-se à pobreza e às grandes desigualdades no país, disse domingo em Durban o antigo Presidente do Sul -africano, Jacob Zuma.

O antigo chefe de Estado e ex-presidente d
o Congresso Nacional Africano (que governa o ANC) discursava durante a celebração do primeiro aniversário do seu novo partido “uMkhonto weSizwe” (MK), criado em Dezembro de 2023.

“O elevado número de assassinatos, sequestros para resgate, assassinatos e roubos são o resultado de décadas de pobreza, injustiça económica negra e segregação social”, disse Zuma, dirigindo-se aos apoiantes do partido no Estádio Moses Mabhida, em Durban.

Neste sentido, garantiu que o seu partido está empenhado em devolver a liberdade económica ao povo, defendendo que “a criminalidade se deve ao facto de nós, negros, estarmos sujeitos à pobreza”.

O antigo Presidente contestou mais uma vez os resultados das eleições gerais de 29 de maio, argumentando que o seu partido MK tinha sido privado de vários votos.

“A instituição responsável pela contagem dos votos deve responder pelos seus atos, porque é a instituição responsável por um esquema que visa roubar nossos votos. Isso será revelado em tribunal”, disse ele.

Jacob Zuma foi oficialmente expulso em Novembro passado do Congresso Nacional Africano, o partido no poder na África do Sul desde o fim do apartheid em 1994. Esta decisão surge na sequência da decisão do Comité Nacional de Apelo Disciplinar do partido que confirmou a antiga expulsão do antigo Presidente por criar e liderando o novo partido uMkhonto weSizwe (MK).

Numa conferência de imprensa, Zuma atacou o partido no poder e o seu presidente, Cyril Ramaphosa, acusando-o de estar nas mãos do “capitalismo branco” e dizendo que não reconhecia a sua família política. Ele já havia anunciado que não faria campanha para o ANC, nem votaria no partido nas eleições gerais que aconteceram em 29 de maio.

Na sequência dos desenvolvimentos políticos no país Arco-Íris, o antigo chefe de estado criou o seu próprio partido em Dezembro de 2023, denominado “uMkhonto we Sizwe (MK), em homenagem ao ramo armado do ANC durante a era do apartheid.

O partido MK tornou-se a terceira maior força política da África do Sul após as recentes eleições gerais. Está à frente do ANC e da Aliança Democrática (DA), ambos membros do governo de unidade nacional formado após as eleições. ANG/FAAPA


             África do Sul
/Pelos menos 14 mortos em acidente de viação

Bissau, 16 Dez 24 (ANG) -  Pelo menos 14 pessoas morreram num acidente de viação na segunda-feira nos subúrbios da cidade de Graaff-Reinet (900 km de Pretória), na África do Sul, revelou a polícia.

“A tragédia ocorreu durante uma colisão frontal entre um micro-ônibus e um carro nos arredores de Graaff-Reinet, na província do Cabo Oriental”, disse o porta-voz do Ministério dos Transportes, Unathi Binqose.

Ele disse que seis ocupantes do carro, provavelmente familiares, morreram no local, bem como sete pessoas a bordo do microônibus-táxi, enquanto a 14ª vítima sucumbiu posteriormente aos ferimentos no hospital.

Os serviços de emergência estão atualmente no local, tentando libertar as pessoas que ainda estão presas nos destroços, acrescentou Binqose.

Na semana passada, a Ministra dos Transportes, Barbara Creecy, disse que mais de 10.000 pessoas perderam a vida nas estradas da África do Sul só nos primeiros onze meses de 2024.

“Até agora, 10.154 pessoas morreram nas estradas do país este ano”, disse Creecy no lançamento da campanha de segurança rodoviária durante o período festivo para reduzir acidentes e mortes.

Ela sublinhou que o elevado número de acidentes rodoviários e as suas consequências têm um impacto considerável na sociedade sul-africana, defendendo que esse impacto "é medido em termos de vidas humanas perdidas, dor, tristeza e sofrimento e representa um custo significativo para a economia nacional".

As estradas sul-africanas estão entre as mais mortíferas de África. Segundo dados oficiais, cerca de 14 mil pessoas morrem todos os anos nas estradas do país.

Estes acidentes custaram à economia sul-africana mais de 164 mil milhões de rands (cerca de 11 mil milhões de dólares). ANG/FAAPA


França/ Autoridades mobilizam-se depois da passagem de Chido em Mayotte

Bissau, 16 Dez 24 (ANG) – quarenta e oito horas  depois de o ciclone tropical Chido ter atingido o arquipélago de Mayotte, chegou o momento da reconstrução e do balanço.

As autoridades francesas têm agora de actuar o mais rapidamente possível para resgatar os sobreviventes dos escombros das milhares de casas que foram destruídas.

Enquanto o ministro do Interior demissionário, Bruno Retailleau, e o ministro do Ultramar, François-Noël Buffet chegaram a Mayotte, as autoridades do distrito mais pobre de França mobilizam-se com toda a urgência para tentar salvar o maior número possível de sobreviventes, segundo o presidente da Câmara de Mamoutzou, a capital do arquipélago, Ambdilwahedou Soumaila.

“Naturalmente, esperamos encontrar pessoas, mesmo que estejam soterradas, mas que possam ainda estar vivas. É nisso que estamos a trabalhar, em todo o caso.

Em declarações ao canal de televisão francês BFMTV, o chefe da polícia de Mayotte disse que “o número de mortos será difícil de estabelecer devido à tradição muçulmana, que é muito forte em Mayotte, para que os corpos sejam enterrados nas 24 horas seguintes à morte”.

Perante a dimensão  dos estragos, Ambdilwahedou Soumaila está a fazer tudo o que está ao seu alcance para levar ajuda às vítimas, que se deparam com a falta de alimentos e ainda não têm acesso à água canalizada. A electricidade está a regressar gradualmente nesse território  francês.  

“Estamos realmente numa zona de guerra. Temos bairros  que foram completamente arrasados, por isso não há tempo para sentirmos pena de nós próprios. Pelo menos não para os responsáveis. Estamos a tentar mobilizar-nos para prestar assistência e ajuda a todas as pessoas que foram afectadas. Porque muitos, muitos, muitos dos nossos concidadãos estão hoje afectados, não têm teto, não têm água, não têm comida”.

O hospital de Mamoutzou sofreu graves danos e muitos dos centros médicos do arquipélago já não estão a funcionar. O Governo francês tenciona instalar um hospital de campanha.Foi criada uma ponte aérea entre a ilha da Reunião, também no Oceano Índico, e o arquipélago de Mayotte, para permitir o transporte de abastecimentos e de 800 elementos das forças de segurança civil.

O Presidente francês Emmanuel Macron vai realizar uma reunião de crise ainda hoje, uma vez que as autoridades temem centenas, se não milhares, de mortes. ANG/RFI

CEDEAO/Presidente da  Nigéria diz que a integração pode ajudar a ultrapassar os desafios da região

Bissau, 16 Dez 24 (ANG) – O Presidente em exercício da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental(CEDEAO), e da República Federativa da Nigéria disse que a integração pode ajudar à ultrapassar os desafios da região e traçar um caminho para garantir uma prosperidade partilhada.  

Bola Ahmed Tinubu falava , domingo, na 66ª Cimeira Ordinária dos Chefes de Estado e Governo da CEDEAO realizada em Abuja, Nigéria, e diz que  a sua liderança conta com apoio  para atingir objetivos da organização.

"A força da região da África Ocidental reside na nossa união, tal como disse Goam um dos pais fundadores da CEDEAO, na altura de assinatura do tratado de Lagos que criou a organização em 1975”, disse.

A 66ª Cimeira dos chefes de Estado e de Governo da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), tem na agenda o debate de  medidas de combate à malária e para o reforço da organização interna.

Relativamente ao combate da malária, um
relatório de 2023 da Comissão da CEDEAO identifica a África Ocidental, em especial a Guiné-Conacri e o Burkina Faso, como pontos críticos para a venda de medicamentos falsificados.

De acordo com esse relatório, importadores não autorizados destes dois países têm recorridos a laboratórios legais e ilegais, na Índia para se disporem de  medicamentos com ingredientes ativos reduzidos, para baixar os custos.

Ainda no que diz respeito ao estado atual no combate à malária na África Ocidental, a cimeira vai ter em conta os últimos números que apresentam, designadamente, a Nigéria como o país africano que em 2023 registou mais casos da doença (68.136.000) no continente africano.

Os dados foram divulgados na passada quarta-feira pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que apontou Cabo Verde como um caso de sucesso no combate à malária na África Ocidental, razão pela qual foi certificado como país livre da doença.

Quarta-feira, na preparação dos trabalhos desta 66.ª cimeira ordinária da CEDEAO, em Abuja, onde a organização tem a sede, o presidente da comissão, Omar Alieu Touray, salientou que a entidade “continua empenhada em fazer avançar a agenda de integração e desenvolvimento da África Ocidental”.

A unidade interna da CEDEAO foi abalada com o anúncio de saída da organização pelo Mali, Burkina Faso e Níger.

Os três países, governados por juntas militares golpistas, adotaram, em julho, o tratado que formaliza a Aliança dos Estados do Sahel (AES), uma coligação que anunciaram em 2023, antes da sua saída da CEDEAO.

Esta aliança contém um pacto de defesa mútua para lutar contra os grupos fundamentalistas islâmicos presentes na região, na sequência do seu afastamento dos países ocidentais, que lhes prestavam assistência militar contra o terrorismo, e dos seus vizinhos do bloco da África Ocidental, que ameaçaram intervir militarmente na sequência do golpe de Estado no Níger em 2023.ANG/Lusa

Regiões/Comité de Prática Nefasta promete trabalhar para pôr fim à Mutilação Genital Feminina na região de Oio

Bissorã, 16 Dez 24 (ANG) - O Comité Nacional de Abandono às Práticas Nefastas prometeu este fim-de-semana trabalhar no sentido de pôr fim à Mutilação Genital Feminina na região de Oio, norte do país.

A promessa foi expressa pela Presidente deste Comité, Marliatu Djaló no encontro promovido no  fim-de-semana na aldeia de N'mon, sector de Bissorã com a população local.

A  responsável afirmou que o compromisso da sua organização consiste em trabalhar, dia e noite, para terminar com a prática de Mutilação Genital Feminina naquela zona norte do país.

“Apesar dos esforços empreendidos para acabar com a prática de Mutilação Genital Feminina, ainda se verifica bastantes casos desta situação na região de Oio”, informou Marliatu.

Disse  que as actividades que estão a levar a cabo têm como objetivo principal sensibilizar os populares da região de Oio, principalmente os dos setores de Mansoa, Mansabá e Bissorã para cessarem de fazer a prática que po~e em risco a vida das meninas.

“Esta iniciativa de sensibilização para abandono das práticas nefastas iniciou na região de Gabu e será desenvolvida a nível nacional”, explicou a Presidente do Comité Nacional de Abandono às Práticas Nefastas.

Djalo contou que mais de 100 tabancas declararam publicamente o abandono às Práticas Nefastas na região de Oio.

A   mutilação  genital de menina é  proibida por lei ,há mais de 10 anos, mas algumas povoações muçulmanas ainda a praticam clandestinamente.

ANG/AD/AALS/ÂC//SG

Regiões/Administrador de Quinhamel enaltece aposta de jovens de Bissauzinho no ensino

Quinhamel, 16 Dez 24 (ANG) – O administrador do setor de Quinhamel, região de Biombo, norte do país, enalteceu o empenho dos jovens da secção de Bissauzinho no ensino, para construção de seus futuros.

De acordo com o despacho do correspondente da ANG em Biombo, Aldo José Lima fez esta exaltação  no ato da entrega de diplomas ao terceiro grupo de finalistas de 12º anos de escolaridade, da Unidade Escolar  de Bissauzinho.

Na ocasião, aquele responsável afirmou que estão a celebrar  uma conquista grandiosa, fruto de muito esforço, dedicação e superação, frisando que enquanto representante do poder local, está disponível para apoiar, na medida das suas possibilidades, aos finalistas, para  enfrentarem novos desafios, com esperança de um dia colher frutos desta trajetória.

Por seu turno, a madrinha dos finalistas, Suaila Cá sublinhou  que o sucesso dos finalistas se deve a determinação do  pais e encarregados de educação, uma vez que são peças fundamentais, por serem os primeiros a comprar a primeira caneta, calções para que os seus filhos possam enfrentar a escola.

“Eu como a madrinha agradeço a vocês por terem-me escolhido e espero que possam converter o que aprenderam no negócio informal para poder sustentar a vossa casa e para poder assegurar os vossos filhos”,disse.  

O presidente da Comissão Organizadora dos finalistas Lemos Imbali Nancassa, aconselhou aos finalistas a não abandonarem essa caminhada por que é  muito interessante para eles, enquanto futuros quadros do país.

No total foram 33 finalistas, vindas das diferentes tabancas arredores de Bissauzinho e contou, entre outras, com a presença do imame da Comunidade Muçulmana de Quinhamel, Mamadú Tcherno Djaló .ANG/JN/MSC/ÂC//SG

Turismo/Governo abre época turística com anúncio de 12 projetos estratégicos

Bissau, 16 dez 24 (ANG) – A Conselheira Especial do Presidente da República Susana Teixeira Embaló presidiu, no fim de semana, a abertura da época turística 2024/2025, em que o Governo anunciou a realização de vários  projetos estratégicos para o desenvolvimento do setor.

A abertura do novo ano turístico  decorreu  numa das unidades hoteleiras em Bissau, sob o lema: “Turismo Sustentável e Inclusivo. Descoberta o Destino Enigmático”.

No ato, o Ministério do Turismo e Artesanato apresentou, na pessoa do diretor-geral, Umaro Baldé, cerca de 12 projetos , e foi apontada a construção de um complexo turístico como um dos maiores desafio do Ministério para reforçar a capacidade de atendimento aos técnicos e a criação do jardim zoológico e aldeia artesanal.

Ainda se prevê a criação de um sistema nacional de estatística que permitirá saber qual é a contribuição do turismo no Produto Interno Bruto PIB, o número de turistas que visitam o país e as suas respectivas nacionalidades.

A Identificação e reabilitação dos edifícios abandonados, podendo ser transformados em centros de lazer e escritórios e promoção do ecoturismo nas ilhas e nas outras regiões, são outras atividades previstas.

Para além disso, pretende-se a atualização e criação de pacotes legislativos, porque a lei-base do setor em vigor é dos anos 80,  e  a harmonização das mesmas com as da comunidades em que  o país está inserido, nomeadamente a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental e União Africana.

A promoção do destino, através da participação do país na feiras internacionais de turismo, o empoderamento das mulheres no sector turístico foram  outros projetos apresentados na cerimónia de abertura da nova época turística 2024/2025.

Na sua curta intervenção, a  Conselheira Especial do Presidente guineense Susana Teixeira Embaló disse tratar-se de um momento de projeção do potencial turístico da Guiné Bissau.

Reiterou o compromisso da Presidência da República de  apoiar o Ministério do Turismo e Artesanato e os técnicos, para que esta época seja marcada de sucessos, inovação e  um acolhimento memorável  dos visitantes.

“Unidos continuaremos a trabalhar para mostrar ao mundo as infinitas oportunidades que a Guiné Bissau tem para oferecer”, afirmou Susana Teixeira Embaló.

O  ministro do Turismo e Artesanato, Alberto Demba Turé afirmou que o ato  se reveste de particular significado para todos os que acreditam no poder transformador do Turismo.

“Nesta cerimónia de abertura oficial da Época Turística 2024/2025, reafirmamos o compromisso da Guiné-Bissau com um turismo sustentável, inclusivo e alinhado com as aspirações de desenvolvimento do nosso povo”, disse.

Afirmou que o país tem registado avanços notáveis nos domínios de infraestruturação, da energia, da saúde, pilares fundamentais para o fortalecimento do setor turístico nacional.

Demba Turé afirmou que o turismo é mais do que uma atividade económica, frisando que é uma ferramenta de transformação social e um catalisador de oportunidades.

 “Estes projetos reflectem uma visão ambiciosa, enraizada na realidade turística do nosso pais. Abrangem  da resolução de problemas de legislação  ao regulamentação do setor, a formação e capacitação através do projecto de complexo turístico que integra Escola Nacional de Hotelaria e Turismo, Jardim Zoológico e Aldeias Artesanais, promoção do destino Guiné-Bissau, assim como as problemas de dados estatísticos do turismo através da criação de Conta Satélite de Turismo”, explicou Alberto Ture.

Afirmou que, o lema desta época turística que é “Turismo Sustentável e Inclusive: Descubra o Destino Enigmático",  não foi escolhido por acaso,

 “Reflecte a assistência do que aspiramos para o turismo na Guiné-Bissau, uma atividade que respeita e preserva os recursos naturais. valorizando as culturas locais e envolve as  comunidades, posicione o país  como um destino autêntico e singular no mapa turístico mundial”, disse.

O ministro convida aos  parceiros de desenvolvimento e investidores para se apropriarem  dos projetos estratégicos e acompanharem o Governo na sua concretização, alegando ser a materialização de uma visão nacional que encara  o turismo como um setor fundamental pura o progresso económico e social do país.

O Vice Presidente da Associação dos Operadores Turísticos e Similares da Guiné-Bissau, Rui de Carvalho defendeu  que não se deve confinar apenas nas ilhas mas sim estender  as actividades turísticas por todo o território nacional.

 “Temos uma oportunidade de transformar as  nossas joias inexploradas do interior espalhada em todo o país, em santuários apelativos, a um turismo ambiental de qualidade, que respeite a natureza, cultura e visa melhoria de vida e a valorização dos elementos culturais, preservando o ambiente ecológicos, e estimular,  economicamente, as actividades que geram  impactos positivos nas regiões e respectivas comunidades”, disse  Rui Carvalho.

Carvalho ainda defendeu a  aposta na formação, porque, diz, sem ela não será possível tirar  partido das condições excecionais de que o país dispõe.

Disse que deve-se apostar na formação junto das comunidades rurais para que adquiram conhecimento necessários para a defesa  do ambiente e melhor exploração  do potencial económico transversal deste sector, que por si só pode alavancar outros setores subsidiários, nomeadamente agricultura, e pecuária.

Ainda sugeriu a formação de jovens e mulheres para que eles próprios possam criar  micros, pequenas e médias empresas por todo o país e assim contribuírem
para o combate ao desemprego.

 “Em primeiro lugar na formação dos formadores em todas as áreas capazes de passar os conhecimentos adquiridos para outros e assim perpetuar o saber, e na reciclagem técnica dos trabalhadores, dos gestores e técnicos do turismo. Todos precisamos estar permanentemente atualizados neste mundo em constante mudança”, disse.

Rui de Carvalho Para pediu a colaboração do Ministério da tutela na implementação da Escola Nacional de Hotelaria e Turismo, a garantia da  estabilidade e criação de condições necessárias para atração de investimentos.

ANG/LPG/ÂC//SG

sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

20 anos do IBAP/Ministro do Ambiente afirma que a instituição tem sido um pilar indispensável na preservação do património natural do país

Bissau,13 Dez 24(ANG) – O ministro do Ambiente, Biodiversidade e Ação Climática disse hoje que o Instituto da Biodiversidade e das Áreas Protegidas(IBAP), tem sido um pilar indispensável na preservação do património natural da Guiné-Bissau.

Viriato Luís Soares Cassamá que discursava  no ato oficial da celebração dos 20 anos de existência do IBAP, disse que esta instituição é reconhecida como um dos “hotspots” da biodiversidade mais rico da África Ocidental.

“Este instituto é fruto da visão e do esforço conjunto dos pioneiros comprometidos a saber: Alfredo Simão da Silva, Carlos Schwartz, vulgo Pepito, Capitão Justo Nadum, Honório Fernandes, Joãozinho Mané e demais pessoas anónimas”, salientou o governante.

Cassamá ainda apontou outros que diz serem também
 pioneiros e combatentes da conservação comprometidos: Nelson Dias, Cipriano Cassamá, Aristides Ocante, Augusta Henriques, Justino Biai, Abílio Rachid, João Sousa Cordeiro, Sambú Seck e Aissa Regalla de Barros.

Ainda indicou nomes de alguns expatriados tais como Perre Campredon, Paulo Catri, António Araújo, Luís Catarino, Charlotte Karibuhoye, Ahmed Sinhori, Emé Joseph entre outros.

“Estas distintas personalidades têm desempenhado um papel ímpar na criação, gestão e conservação das nossas áreas protegidas e do nosso património natural, garantido que continuassem a  sustentar a vida de diversas espécies e a oferecer os serviços ecossistêmicos cruciais para o bem-estar das gerações presentes e futuras”, frisou.

O ministro do Ambiente, Biodiversidade e Ação Climática destacou que nos últimos 20 anos, o IBAP implementou ações transformadoras, tais  como o fortalecimento do Sistema Nacional das Áreas Protegidas, que agora cobre 26 por cento do território nacional, incluindo zonas terrestres e marinhas.

“Estes espaços não são apenas refúgios para a nossa rica biodiversidade, mas também fontes de resiliência ecológica e económica para as comunidades locais que neles vivem e com eles interagem”, sublinhou.

O governante disse que o envolvimento das comunidades locais tem sido um dos pilares do sucesso do IBAP, com abordagens participativas e holísticas.

Acrescentou  que o instituto tem capacitado homens e mulheres em práticas de conservação sustentável, incentivando uma relação harmónica entre as pessoas e a natureza.

Disse que os projetos de ecoturismo, agricultura sustentável e valorização dos produtos locais são exemplos concretos de como é possível aliar a conservação e o desenvolvimento humano.

“As parcerias estabelecidas ao longo destes 20 anos, são também dignas de destaque, o IBAP tem contado com o apoio inestimável de organizações internacionais, como a União Internacional para a Conservação da Natureza(UICN), o Fundo Global para Ambiente(GEF), a várias agências das Nações Unidas, além de parceiros bilaterais e multilaterais”, disse.

Em termos de perspectivas, o ministro do Ambiente afirmou que estão na linha de frente para o alcance  da meta 30x30, no âmbito do Novo Quadro Global para a Biodiversidade de Montreal e Kuming, que poderá ser suportada pela aprovação da candidatura do Arquipélago de Bijagós como Património Natural da UNESCO.

Disse que essa proposta já foi depositada em fevereiro deste ano e que a sua avaliação  está no bom caminho.

O ato comemorativo dos 20 anos de fundação do IBAP foi marcado com  distinções, físicas e póstumas, de diversas personalidades que marcaram a vida desta instituição, dentre eles, o seu primeiro Diretor-geral Alfredo Simão da Silva, e os agentes  de Guarda-Parque mais destacados.

O Instituto da Biodiversidade e das Áreas Protegidas foi criado à 14 de Dezembro de 2004.ANG/ÂC//SG

Cultura/Centro Cultural Franco Bissau Guineense inicia comemoração
dos 20 anos após  reabertura ao público

Bissau, 13 Dez 24 (ANG) – O Centro Cultural Franco Bissau Guineense (CCFBG), iniciou hoje um festival cultural de três dias, alusivo a comemoração dos 20 anos após a sua  reabertura no país, e dos  70º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Em entrevista exclusiva à Agência de Notícias da Guiné (ANG), o Diretor do Centro Cultural Franco Bissau Guineense (CCFBG) Paul Barascut disse que o objetivo do  evento é  relembrar os momentos marcantes que  centro viveu, desde a sua  reabertura no país, em 2004.

“O Centro Cultural Bissau Guineense é um Centro Bi-Nacional ou seja do Governo da Guiné-Bissau e da França,  criado para promover  intercâmbio entre os dois países, numa iniciativa conjunta concretizada em 2004”, salientou.

Aquele responsável disse que iniciaram hoje o   festival que assinale os 20 anos da sua reabertura, para relembrar os feitos históricos que o centro  acolheu durantes estes 20 anos.

Segundo as suas explicações, o Centro Cultural Franco Bissau Guineense através do seu auditório, recebeu inúmeros espetáculos, concertos, danças, teatros e sessões de cinemas, e é dos poucos espaços para apresentação de filmes no país.

Barascut acrescentou que o centro recebeu muitos eventos ligado à artes plásticas através da sua galeria  e pátio, conferências universitárias , assim como da Sociedade Civil, e ainda milhares de alunos que frequentam o curso de francês.

“Por outro lado, pretendemos fazer uma abertura para o futuro, para  mostrar que esta casa permanece como um espaço aberto para a juventude. O palco instalado na praça Che Guevara vai receber durante três dias, concertos gratuitos de músicos de diferentes gerações”, declarou o responsável.

Entre os músicos que vão animar as celebrações, cerca de 20, se destacam, Sidónio Pais, Sambala Kanuté, Binhã, Rui Sangará, Atanásio Atchuen, As One..

Sobre as comemorações dos 70 anos da declaração universal dos fieitos humanos disse que vão ser assinalados com a abertura de  uma oficina de escrita criativa para os Rapperes, apresentação do Filme “Humam Right” que relata a vida dos emigrantes nos Estados Unidos de América (EUA), no sábado, realização de  um concurso de arte pelos Direitos Humanos, realização de uma feira de artesanato, e de  produtos transformados como caju, sumos.

Segundo Paul Barascut , o ambiente festivo vai contar com  barracas que fornecerão comidas e bebidas aos celebrantes.

O evento conta com o apoio dos governos  da Guiné-Bissau e a França), e de outros parceiros internacionais.

De acordo com Paul Barascut, o evento que conta com patrocínios dos governos da Guiné-Bissau, da França e outros parceiros, terá no último dia a exibição do filme “Olhos Azuis de Yonta, de Flora Gomes , que contou com a participação da atriz Dina Adão, em homenagem a esta atriz, recentemente falecida. ANG/LLA/ÂC//SG    

Regiões / Pescadores artesanais da região de Bafatá denunciam aumento de pesca com rede de monofilamento

Bafatá, 13 Dez 24 (ANG) – Os pescadores artesanais da região de Bafatá, leste do país, denunciaram junto das autoridades administrativas locais o aumento da actividade de pesca com a rede de monofilamento, entretanto proibido, no rio Geba.

A denúncia foi confirmada  hoje por Idrissa Bá em declarações à ANG, a saída de um encontro tripartida, entre o administrador do setor de Bafatá, delegado do Ministério das Pescas e os pescadores.

“Queremos a intervenção das autoridades como a Delegacia Regional das Pescas e do administrador do setor de Bafatá, para estancar esta prática ilícita, que é a utilização de redes de malhas finas nas actividades da pesca no rio Geba”, implorou.

Bá acrescentou  que, se a prática ou o uso ilegal da rede proibida nas actividades de pesca pelo Governo, continuasse, a região corre o risco de ficar sem algumas espécies de peixe no rio Geba.

O administrador do setor de Bafatá, Bubacar Candé lembrou aos pescadores que o uso da referida rede é proibida e prometeu acionar mecanismos para pôr cobro a tais práticas, caso continuassem a se registar.

Para o efeito, Idrissa Bá pede a colaboração de todos para o combate da pesa com esse tipo de rede que destrói a riqueza haliêutica.

O Delegado Regional das pescas de Bafatá, Alfucene Sambú defendeu a necessidade de  pôr cobro ao uso desse tipo de  rede na pesca artesanal, porque, diz, “caso contrário, as futuras gerações podem não ter peixes”.ANG/WP/LPG/ÂC//SG