Política/Odete Semedo diz que o líder da ANP tem
vários materiais a sua disposição e não deve
cair em erros
Bissau,02 Jun 20(ANG) - A
segunda-vice-presidente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo
Verde (PAIGC), afirmou que o presidente da Assembleia Nacional Popular(ANP),
Cipriano Cassamá, tem a sua disposição várias opções e é preciso que não
se deixe cair em erros de paralaxe.
Maria Odete Costa Semedo falava
segunda-feira aos jornalistas à saída do encontro de auscultação com o
presidente da ANP para encontrar uma solução política que leve à formação de
novo governo, de base alargada.
A iniciativa do presidente da ANP insere-se
no âmbito da recomendação da Comunidade Económica dos Estados da África
Ocidental (CEDEAO), que instou ao Presidente Umaro Sissoco Embaló a nomear um
novo primeiro-ministro e novo governo respeitando os resultados das eleições legislativas de 10 de março de
2019, ganhas pelos libertadores (PAIGC).
Maria Odete Semedo lembrou que a
Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) propôs às
autoridades nacionais uma saída política e o PAIGC abraçou essa proposta,
deixando cair assim, vários aspetos e prerrogativas para ver se se criam
as condições para que o país possa ter um governo de base alargada e
possa caminhar para o desenvolvimento.
“Cipriano Cassama tem na sua frente um lápis, copo e água, agora vai depender da
capacidade dele observar o que tem a frente e tomar uma decisão, de contrário
vai respaldar sobre a sua responsabilidade. Nessa hora é a própria maioria
confortável que o PAIGC tem que poderá estar a ser posta em causa”, avisou.
Semedo disse que no encontro, alertaram ao presidente da Assembleia
Nacional Popular sobre o desafio que tem pela frente, sendo um assunto que
cabia à CEDEAO resolver, mas que acabou por passar para as suas mãos”,
assinalou.
Por sua vez, o coordenador do Movimento para Alternância
Democrática (MADEM G-15), afirmou que a saída da atual situação política passa
necessariamente pelo agendamento da discussão do programa do atual governo na
Assembleia Nacional Popular, dado que é a casa para fazer política.
“Na audiência, deixamos claro ao presidente
do Parlamento que não concordamos com a forma como ele envolveu a Comunidade
Internacional (P5) na busca de solução e diálogo interno. No meu entendimento,
deviam ser apenas com partidos políticos”, informou Braima Camará em declarações à imprensa.
Braima Camará disse que o presidente da
ANP deve convocar apenas os guineenses para discutirem e chegar a entendimento,
de forma a resolver o problema internamente, deixando assim de receber lições
de moral da comunidade internacional. Contudo, disse que o líder do Parlamento
guineense disse-lhes que a sua intenção era apenas informar a Comunidade
Internacional sobre o processo de diálogo.
Para o vice presidente do Partido da
Renovação Social(PRS), Jorge Malú, cada grupo de partidos políticos está a
reivindicar uma maioria, mas advertiu que qualquer maioria neste momento não
oferece confiança nem garantias de estabilidade governativa, por isso, sustenta
que é preciso prosseguir com o trabalho junto das estruturas partidárias no
sentido de unir as forças para uma estabilidade governativa.
“Compreendemos perfeitamente essa
preocupação dos titulares dos órgãos da soberania, por isso é que estamos a ver
a possibilidade de encontrar entendimento a nível das formações políticas, de
forma democrática em que a maioria é determinada pelo voto e a ANP é o único
espaço para demonstrar essa maioria parlamentar”, salientou Jorge Malú.
O dirigente dos renovadores assegurou
que existe um governo que resultou de um acordo de incidência parlamentar de
três formações políticas a quem deve ser permitido apresentar o seu instrumento
de governação para ver se tem maioria ou não.
Acrescentou que esse é o pedido que
fizeram ao presidente da ANP, de forma “a saber, na verdade, quem tem a
verdadeira maioria parlamentar.
Cipriano Cassamá tem até ao dia 18 de
Junho para apresentar ao chefe de Estado uma proposta de solução para a
formação de um governo de base alargada, depois de falhada a tentativa para o
efeito a 22 de Maio, por falta de consenso entre os partidos com assento
parlamentar. ANG/ÂC//SG
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