Campanha de cajú/Presidente da Associação de Intermediários anuncia possibilidades de exportação de 130 mil toneladas
Bissau, 15 Set 20 (ANG) - O Presidente de Associação Nacional dos Intermediários de Negócios da Guiné-Bissau (ANINGB) revelou esta terça-feira que já têm 130 mil toneladas de castanha de cajú para exportação e que perspectivam atingir 150 mil toneladas no presente ano.
Lassana Sambú, em entrevista
exclusiva à Agência de Notícias da Guiné(ANG), disse ainda que a quantidade
prevista pelo Ministério de Comércio era de 130 mil toneladas, mas que pretendem ultrapassar
isso.
“A pandemia de Covid-19
complicou a comercialização de castanha de cajú de certa forma, porque até o
preciso momento não conseguimos atingir a quantidade que costumamos exportar anualmente neste período de tempo”, disse
aquele responsável.
Sublinhou que normalmente
entre os meses de Agosto e Setembro,
chove bastante na Guiné-Bissau e que as pessoas sempre têm dificuldades de vender o referido produto.
Tendo justificado que por isso, muitos agricultores não conseguiram vender as
suas castanhas.
Acrescentou que até então
existe uma quantidade considerável de
castanha de caju armazenado, com dificuldades de venda, porque os países que têm
o contrato para comprar essa castanha estão com problemas de Covid-19, que assola o
mundo.
“Muitas das vezes, os
agricultores acabam por perder, porque os compradores exigem qualidade da
castanha de caju, mas no nosso caso, a perda poderá ser maior uma vez que o
tempo chove constantemente e não há condições para secagem, e o produto acaba
por ficar húmido”, lamentou.
Segundo Lassana Sambú, 17
por cento da receita fiscal do país provêm da castanha de caju.
“Por essa razão o governo deve criar um programa de emergência para apoiar os
agricultores, vâo ter problemas sérios, porque venderam os seus produtos ao preço muito baixo”, disse.
Sambú defendeu que os intermediários
têm um importante papel no processo de comercialização de castanha de caju,
porque além de comprar os produtos nas mãos dos agricultores para revender aos
exportadores, abastecem o campo com a finalidade
de ajudar aos agricultores para que possam ter meios sustentáveis para as suas sobrevivências.
Acrescenta que apesar de serem fonte de receitas interno, não
recebem nenhum tipo de apoio por parte do governo para as suas actividades, e
que vivem de quota , que não é
suficiente para os seus afazeres.
“Se fizemos parte na produção
de uma receita, é bom que beneficiamos da
mesma para as nossas actividades, uma vez que dependemos apenas da quota
que pagamos”, defendeu Sambú.
Acrescentou que no ano
passado conseguiram arrecadar um montante de mil milhões e novecentos noventa e
cinco milhões de francos CFA, na base de um despacho que permite o desconto de
10 francos por quilo, que devia reverter
para o Fundo Nacional de Promoção Industrial(FUNPI), através de um conta
cotitulada.
Disse que, que
referido dinheiro não faz parte de nenhuma taxa do governo e que acabaram
por não beneficiar do mesmo.
O Presidente da ANINGB disse
que, no ano passado, conseguiram exportar 195.547 (cento e noventa e cinco mil
e quinhentos quarenta e sete) toneladas
de Castanha de Caju e que pediram um fundo para fazer campanha de
sensibilização sobre boas práticas de conservação de castanha de caju mas nada
conseguiram até o momento.
“Só vamos tolerar o governo mais duas semanas Se não surtir efeito, vamos reagir duramente uma vez que somos a força do sector privado do país. Pretendemos paralisar actividades comerciais 10 dias, caso não
houver solução para os nossos problemas”, ameaçou Sambu.ANG/AALS/ÂC//SG
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