Covid-19/LGDH alerta que "incúria das autoridades"
pode provocar nova vaga de infeções
Bissau,22 Dez 21(ANG) - A Liga Guineense dos Direitos Humanos alertou terça-feira que a "incúria das autoridades" pode provocar uma nova vaga de infeções pelo novo coronavírus na Guiné-Bissau.
"Não obstante, o alerta permanente da OMS
(Organização Mundial de Saúde), as autoridades guineenses continuam insensíveis
à propagação vertiginosa da nova variante, permitindo e organizando concertos
musicais, comícios e ajuntamentos políticos sem observância mínima de medidas
de prevenção", refere, em comunicado a Liga Guineense dos
Direitos Humanos.
A organização
não-governamental lamenta também que as autoridades nacionais violem as medidas
de prevenção adotadas, levando os cidadãos a "desrespeitar as orientações sanitárias previstas no estado de alerta em
vigor".
A Liga Guineense dos
Direitos Humanos salienta que o atual contexto social e económico do país,
caracterizado pelo aumento da pobreza devido ao elevado custo de vida, é "manifestamente incompatível com a adoção de
eventuais medidas radicais", referindo-se a eventuais
restrições das liberdades de circulação, encerramento de mercados, entre
outras.
A organização
não-governamental exortar as "autoridades
nacionais, em especial o Alto Comissariado para a Covid-19" a
reforçar as ações de sensibilização e o processo de vacinação em curso para
conter a "nova variante tendo
em consideração o fluxo das ligações aéreas nesta quadra festiva".
"Caso contrário, o país poderá enfrentar nas
próximas semanas mais uma vaga de infeção para à qual as estruturas sanitárias
não estão minimamente preparadas", sublinha.
A Liga pede também aos
cidadãos para "cumprirem
rigorosamente as medidas sanitárias em vigor", nomeadamente o
uso de máscara e a lavagem de mãos.
A Guiné-Bissau registou na
última semana mais oito casos positivos da doença provocada pelo novo
coronavírus. Segundo os dados do Alto Comissariado para a Covid-19, desde o
início da pandemia a Guiné-Bissau registou um total acumulado de 6.456 casos e
149 vítimas mortais. Em relação à vacinação, há 255.000 pessoas totalmente vacinadas
e 388.666 com uma dose da vacina.
A Guiné-Bissau pretende
vacinar até 638.147 pessoas com 18 anos ou mais em todo o território nacional
para que seja atingido o objetivo de vacinar 70% da população.
O Governo guineense decretou
a 28 de outubro o estado de alerta na saúde pública até 29 de janeiro e impôs a
obrigatoriedade de vacinação para professores, funcionários públicos e
estudantes do ensino superior e para circulação nos transportes públicos
rodoviários e fluviais.
No decreto, as autoridades
guineenses mantiveram o uso obrigatório da máscara na via públicas e nos
espaços fechados de acesso ao público e voltou a permitir a prática de
desportos coletivos.
As
reuniões e manifestações voltam também a ser permitidas, bem como os eventos
sociais, culturais e a realização de atividades político-partidárias e o
funcionamento de discotecas, salas de festa e outros locais de diversão,
mediante o cumprimento de regras de higienização das mãos, uso correto da
máscara e de distanciamento físico. ANG/
LUSA
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