Portugal/Activista angolano em greve de fome há 15 dias
Bissau, 14 Dez 21 (ANG) - Tomás Kissamá de Castro, activista angolano que vive em Portugal, está em greve de fome há 15 dias em frente à Assembleia da República, em Lisboa.
O activista denuncia as condições sociais "vulneráveis" em
Angola e pede a intervenção do Presidente português, Marcelo Rebelo
de Sousa, junto da União Europeia para que se enviem observadores para as
próximas eleições presidenciais, de 2022.
A fazer greve de fome
em frente à Assembleia da República
portuguesa, o activista pretende obter uma resposta clara por
parte do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
"Apelamos ao
Presidente para intervir na União Europeia para enviar observadores justos,
claros e transparentes para as eleições de 2022. Portugal tem uma palavra a
dizer e pode fazer um papel extraordinário para os países PALOP, como
árbitro da União Europeia", explicou.
Em entrevista à RFI,
Kissamá de Castro falou também sobre a realidade social que se vive em Angola.
"Em pleno século
21, vemos pessoas a morrer de fome, vemos pessoas a não terem nada para
comer, vemos pessoas a serem ignoradas na sua própria terra e vemos um governo
ditatorial que mata jovens activistas. Por esse motivo, abri a greve de fome
porque uma revolução africana tem de ser entendida numa revolução mundial",
defendeu, referindo que as instituições europeias têm de perceber realmente o
que está a acontecer em Angola, a nível social e político.
O também autor do livro “O Corno de
África” salientou que a situação tende a piorar cada vez mais em Angola, se não
forem adoptadas políticas para solucionar os problemas do país.
O activista deu o exemplo muito claro da
região sul do país, local em que se vive um problema de escassez
alimentar.
"Esse panorama de fome, de miséria extrema
agrava-se a cada dia que passa em Angola. Os direitos humanos estão a ser
quebrados no sul de Angola. A situação social é muito frágil. Vemos crianças a
comerem no lixo, vemos pessoas a morrerem por não terem nada para comer", acrescentou.
Apesar das circunstâncias actuais, Kissamá de
Castro acredita que o país tem recursos para ultrapassar esta crise social e
reiterou o pedido de ajuda à comunidade internacional.ANG/RFI
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