terça-feira, 16 de agosto de 2022

Transportes terrestres/Diretor-geral de Viação e Transportes Terrestres considera de positivo a “Operação Stop” realizada na semana passada

Bissau,16 Ago 22(ANG) – O Diretor-geral de Viação e Transportes Terrestres, considerou de positiva a “Operação Stop”, levada a cabo pelas entidades lidadas  à segurança rodoviária, entre os dias 11 e 12 do corrente mês, em Bissau.

Em conferência de imprensa realizada hoje, André Deuna afirmou que a referida operação obrigou aos proprietários das 453 veículos a recorrerem a Agência de Seguros Guinebis para regularizarem os seus pagamentos.

Segundo Deuna, proprietários de 247 veículos viram-se obrigados a pagar Seguros junto da Agência seguradora Nsia, 562 tiveram que pagar as taxas do  Fundo de Conservação Rodoviária e 62 pagaram a Contribuição Industrial na Direcção Geral de Contribuições e Impostos.

Ainda como efeitos dessa operação contestada pela Federação de Motoristas,Deuna acrescentou que o Centro de Inspeção de Automóveis recebeu 247 veículos, 21 foram pagar  licenças de Circulação  e que 111donos de viaturas  pagaram o Título de Registo de Propriedade.

O Diretor-geral de Viação e Transportes Terrestres nega que os seus serviços estejam a violar o Memorando de Entendimento assinado com a organização de motoristas, em 2018, no que se refere ao pagamento de multas.

 Deuna sustenta que  nenhum utente rodoviário é obrigado a pagar  coimas nas vias públicas, e afirma que  todos os pagamentos são efetuados no Tesouro Público.

“Ouvimos as ameaças proferidas pelos responsáveis da Federação de que a próxima greve que irão convocar ficará na história. Que fiquem avisados de que   doravante a autoridade do Estado será aplicada contra os perturbadores da ordem”, referiu Deuna.

Aquele responsável disse ainda que, doravante, o Estado vai passar a pôr ordens em todos os Terminais de Transportes Públicos ao nível nacional, porque os referidos espaços não pertencem aos motoristas.

André Deuna acusou ainda Aos motoristas de estarem a especular os preços de transportes fixados pela Direção-Geral de Viação, tendo prometido banir a referida prática.

Anunciou  que vão desencadear uma nova “Operação Stop”, numa data a anunciar, e que será alargada ao  interior do país, com a finalidade de  acabar, de vez, com a circulação de viaturas sem documentos legais. ANG/ÂC//SG

   Kiev/Primeiro navio da ONU com cereais para África parte de porto ucraniano

 

Bissau, 16  Ago 22(ANG) – O primeiro navio humanitário fretado pela ONU para transportar cereais ucranianos deixou hoje o porto de Pivdenny, para África, com cerca de 23.000 toneladas, anunciou o Ministério das Infra-estruturas da Ucrânia.

“Esta manhã, o cargueiro partiu para o porto de Djibuti, onde a comida será entregue à chegada aos consumidores na Etiópia”, escreveu o ministério na plataforma de mensagens Telegram.

O navio foi fretado pelo Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas.

O ministro das Infraestruturas ucraniano, Oleksander Kubrakov, disse esperar que “mais dois ou três” navios fretados pela ONU partissem em breve.

Este é o primeiro carregamento de ajuda alimentar a deixar a Ucrânia desde que foi assinado em Julho por Kiev e Moscovo um acordo de exportação de cereais ucranianos, bloqueado devido à guerra entre os dois países.

O primeiro navio comercial partiu no dia 01 e mais de 15 navios no total deixaram a Ucrânia desde a entrada em vigor do acordo, segundo as autoridades ucranianas, mas nenhuma carga humanitária da ONU tinha ainda zarpado.

A Ucrânia e a Rússia estão entre os maiores exportadores mundiais de cereais, cujos preços dispararam desde o início da guerra.

De acordo com o Programa Alimentar Mundial, um número recorde de 345 milhões de pessoas em 82 países estão agora em grave insegurança alimentar, enquanto até 50 milhões de pessoas em 45 países estão em risco de morrer à fome sem assistência humanitária. ANG/Inforpress/Lusa

Birmânia/Líder do governo deposto Aung San Suu Kyi condenada a mais seis anos de prisão

Bissau, 16 Ago 22 (ANG) - Aung San Suu Kyi, ex-dirigente birmanesa, foi condenada nesta segunda-feira (15) a mais seis anos de prisão no âmbito de um processo movido pela junta militar, julgado como “politico” pela Comunidade Internacional.

Com esta condenação, a Prémio Nobel (Paz) de 77 anos – que já tinh
a sido condenada por um total de 11 anos de prisão –, foi considerada culpada por 4 casos de corrupção que elevam a sua pena a 17 anos de cadeia. Porém, esta pena pode aumentar devido à quantidade de processos que ainda estão por julgar, que podem acrescentar algumas dezenas de anos de reclusão para a líder do governo deposto.

Em Fevereiro de 2021, Aung San Suu Kyi foi presa durante um golpe de estado levado a cabo pelo comandante-chefe das forças armadas, Min Aung Hlaing, e foi levada para a prisão de Naypyidaw – onde se encontram centenas de deputados – no final de Junho.

O estabelecimento prisional, onde a antiga Conselheira de Estado permanece em isolamento, também é palco do processo movido no ano passado pela junta a portas fechadas.

Os legisladores indicados pela junta apertaram o “cerco” contra as pessoas próximas à condenada, ao proibirem que os advogados comuniquem com a imprensa e organismos internacionais.

Não obstante, fontes próximas ao processo afirmam que a dirigente apresentava um “bom estado de saúde” no início da leitura do julgamento desta manhã.

Esta condenação soma-se à lista de processos que ainda estão por julgar.

Além da acusação de corrupção, Suu Kyi enfrenta outros processos por violação da lei sobre os segredos de Estado, por suposta fraude eleitoral e por sedição, todas passíveis de penas consideráveis à luz da constituição birmanesa.

No final de Abril, a activista foi condenada a cinco anos de prisão em virtude da lei anticorrupção, por ter recebido cerca de 600 mil dólares e mais de 11 quilos de ouro por parte do antigo ministro e governador da região de Rangum. Soma-se outra condenação pela importação e posse ilegal de “walkie-talkies”, por uma suposta violação das restrições ligadas à COVID-19 e incitação ao desacato público.

Outras figuras do governo e pessoas próximas a San Suu Kyi também foram condenadas.

Nang Khin Htwe Myint, chefe do gabinete ministerial, foi condenada a 75 anos de cadeia e Phyo Zeya Thaw, deputado e artista, foi condenado à morte e executado no final de Julho.

Vencedora do Prémio Nobel da Paz em 1991, Aung San Suu Kyi é uma figura ilustre do seu país. Conhecida pela sua posição "pró-democracia", esteve presa por cerca de 15 anos durante os regimes militares anteriores.

Esta detenção provocou uma onda de manifestações violentas por todo o país. Até ao momento, cerca de 2100 civis foram mortos pelas forças de segurança e mais de 15 000 pessoas foram detidas, de acordo com organizações de direitos humanos locais. ANG/Angop

             Afeganistão/Mais de 80 jornalistas detidos e torturados

Bissau, 16 Ago 22 (ANG) - Mais de 80 jornalistas foram presos e torturados no Afeganistão no espaço de um ano, desde que os talibãs regressaram ao poder, por relatarem protestos pacíficos, revela a Amnistia Internacional (AI) num relatório publicado esta segunda-feira.

Segundo a AI, só em Maio e Junho, o Comité para a Protecção dos Jornalistas registou 11 detenções no Afeganistão, refere a organização de defesa dos direitos humanos, que denuncia "impunidade generalizada" para crimes como tortura e assassinatos por vingança.

No último ano, mais de 80 jornalistas foram presos e torturados por relatarem protestos pacíficos e o Afeganistão ocupa agora o 156.º lugar entre 180 países no Índice Mundial de Liberdade de Imprensa da organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), uma deterioração significativa face ao seu 122.º lugar em 2021.

"O que se seguiu ao fatídico dia de 15 de Agosto de 2021 (dia em que os talibãs voltaram ao poder, após a retiradas das forças internacionais) é uma crise de direitos humanos numa escala sem precedentes", aponta a AI num relatório documentado com entrevistas e fotografias.

"Fui espancado e chicoteado com tanta força nas pernas que não conseguia suportar ... A minha família assinou um documento prometendo que não falaria sobre o que me aconteceu após a minha libertação. Se o fizesse, os talibãs teriam o direito de prender toda a minha família", relatou um jornalista citado pela AI.

A Amnistia, segundo o site notícias ao minuto, considera que os meios de comunicação social do país e a liberdade de imprensa foram esmagados por uma combinação das restrições impostas pelos talibãs mas também pela crise financeira precipitada pela vitória do grupo.

Um inquérito coordenado pela RSF concluiu que 43 por cento dos órgãos de comunicação social tinham desaparecido três meses após a captura de Cabul pelos talibãs.

Cerca de 84% das mulheres jornalistas e 52% dos trabalhadores dos media do sexo masculino perderam o emprego durante este período, mostra o inquérito.

Em 19 de Setembro de 2021, o Centro de Comunicação e Informação do Governo emitiu um despacho contendo uma formulação vaga que proíbe os jornalistas de publicarem histórias "contrárias ao Islão" ou "insultos às figuras nacionais" e desde então foram impostas outras 11 regras restritivas ao jornalismo.

No relatório "O regime dos Talibãs: Um Ano de Violência, Impunidade e Falsas Promessas", a AI apela aos talibãs para que parem imediatamente de cometer violações e crimes graves em matéria de direitos humanos e pede à comunidade internacional que tome "medidas significativas" para os responsabilizar pelos crimes cometidos. ANG/Angop

Quénia/Protestos violentos  pela vitória de William Ruto que líderes africanos já felicitam

Bissau, 16 Ago 22(ANG) – Protestos, por vezes violentos,
eclodiram hoje em alguns pontos no Quénia, após o anúncio da vitória nas eleições presidenciais de 09 de Agosto do vice-presidente cessante, William Ruto, a quem líderes africanos já felicitaram.

Aos 55 anos, William Ruto foi declarado vencedor pelo presidente da comissão eleitoral com 50,49% dos votos, contra 48,85% do seu rival, Raila Odinga.

Os protestos eclodiram em vários bairros da capital Nairobi, como Mathare, Kayole e Kibera. Pneus foram incendiados para bloquear ruas e jovens atiraram pedras enquanto outros sopravam em vuvuzelas e assobios.

“O voto de Baba” (“pai”, em Suaíli, a alcunha dada pelos seus apoiantes a Raila Odinga) “foi roubado”, denunciou Emmanuel Otieno, taxista de motocicleta.

Em Kisumu (oeste), outro reduto do veterano político queniano de 77 anos, os protestos eclodiram e foram dispersos por gás lacrimogéneo.

Embora o país tenha permanecido calmo até agora, apesar da espera de dias pelos resultados, o ambiente tornou-se tenso segunda-feira e a polícia foi destacada em algumas zonas do país, abaladas no passado por protestos e violência pós-eleitoral por vezes mortal.

“O governo deve ouvir. Ele tem de refazer as eleições. Raila Odinga deve ser Presidente”, disse Isaac Onyango, de 24 anos, à France-Presse (AFP), com os olhos irritados com o gás lacrimogéneo disparado pela polícia para dispersar a multidão.

Noutros locais, milhares de quenianos saíram às ruas para festejar a vitória do vice-presidente cessante, como em Eldoret, no Vale do Rift.

Milhares de pessoas reunidas durante horas em frente a um ecrã gigante festejaram no segundo em que foram pronunciadas as palavras “sete milhões de votos”.

“É um dia fantástico! Sinto-me muito feliz, muito orgulhoso. Este país precisava de mudança”, disse James Kipror, 32 anos, à AFP.

Alguns líderes de países africanos, como a Etiópia, a Somália ou Zimbabué, felicitaram já o novo Presidente eleito do Quénia.

“Os meus parabéns a William Ruto pela sua eleição como Presidente da República do Quénia”, disse o primeiro-ministro da vizinha Etiópia, Abiy Ahmed, na sua conta no Twitter, pouco depois da publicação dos resultados eleitorais.

Na mesma rede social, o Presidente da vizinha Somália, Hassan Sheikh Mohamud, deu as suas “mais sinceras felicitações” ao Presidente eleito por “se tornar o quinto Presidente do Quénia”.

O Presidente do Zimbabué, Emmerson Mnangagwa, escreveu no Twitter as suas “felicitações” a Ruto e disse não ter “dúvidas de que servirá o seu país, o seu povo e o continente [africano] com distinção”.

Todas as eleições presidenciais no Quénia têm sido disputadas nas ruas ou em tribunal desde 2002.

Em 2007-2008, a contestação dos resultados por Raila Odinga levou a confrontos intercomunitários que fizeram mais de 1.100 mortos e centenas de milhares de deslocados, os piores confrontos pós-eleitorais desde a independência do Quénia em 1963. ANG/Inforpress/Lusa


Sociedade
/Apresentado hoje em Bissau Projecto da paz “Kassumaiaku” da autoria da Lizidória Mendes

Bissau, 16 Ago 22 (ANG) – O Projecto da paz, denominado “Kassumaiaku” que ficou na segunda posição do “Concurso Internacional  de Exelência em Liderança Feminina”, realizado no passado dia 18 Fevereiro, na Costa de Marfim, foi hoje apresentado em Bissau

“Kassumaiaku” da autoria de Lizidória Mendes, é um projecto de advogacia para promoção da paz, consolidação e sua construção na Guiné-Bissau, com o objectivo de promover a paz como uma via sustentável para o desenvolvimento.

O projecto terá a duração de 10 meses e vai ser implementada em três regiões: Bissau, Bafatá e Cacheu.

“Pretende-se ainda promover a mudança na dinâmica do uso das redes sociais e té-las como instrumento de promoção da paz e da educação, para uma comunicação não violenta”, disse Lizidória.

Kassumaiaku conta com a parceria da União Europeia, representada na cerimónia pela Embaixadora Sónia Neto.

Segundo a diplomata, a paz e segurança serão  prioridades na programação  2021-2027 da UE para a Guiné-Bissau, que pretente aproximar a segurança e  justiça aos cidadãos, reforçando as instituições do Estado de direito.

“Tal como  “Kassumaiaku”, a União Europeia promove o papel das mulheres na prevenção e resolução de conflitos, negociações de paz e manutenção da paz”, realçou Sónia Neto.

Segundo Sonia Neto, a mulher guineense desempenha um papel fundamental no processo da construção e consolidação da paz,para além da sua posição social, enquanto promotor do diálogo permanente nas suas comunidades.

ANG/LPG//SG

 

 
Tempo/INM prevê fraca chuva moderada com vento fraco  de até 15 km/h para as próximas 24 horas

Bissau, 16 Ago 22 (ANG) – O Instituto Nacional da Meteorologia (INM) prevê  chuva fraca, por vezes moderada, com fraco vento de quadrante Sul com velocidade de até 15 km/h no continente e moderado no  Noroeste, no mar até 25 km/h para as próximas 24 horas.

A informação consta no Boletim Meteorológico de previsão do tempo número 225/2022 do Instituto Nacional da Meteorologia, elaborado segunda-feira, dia 15 de Agosto,à que a ANG teve acesso hoje.

No boletim,o INM  informa que a visibilidade do tempo será boa (igual ou superior à 10 km) mas reduzida no momento da chuva (inferior à 7 km).

As temperaturas màximas nas zonas Centro, Norte e Leste vão variar de 30° C (em Bissau) à 33° C ( em Bafatá e Farim) e as mínimas de 23° C (em Farim, Bafatá, Gabú e Pirada, Buruntuma e Madina de Boé) à 25° C (em Bissau).

Nas zonas Sul e Ilhas, as temperaturas  vão atingir  máximas de 28° C (em Bubaque) à 32° C  em (Buba) e as mínimas vão variar  entre 23° C (em Buba) à 25° C (em Bolama e Bubaque).

Segundo o boletim, o estado do mar vai ser pouco agitado com ondulação de Noroeste até (1,5) metros de altura, ANG/MI/ÂC//SG


Saúde Militar
/Estado-maior General das Forças Armadas capacita elementos da Polícia Militar em matéria de saúde operacional

Bissau, 16 Ago 22(ANG) – O Estado-maior General das Forças Armadas(CEMGFA),  promoveu hoje uma acção de capacitação de 15 elementos da Polícia Militar(PM) na área de saúde  operacional, da emergência  e socorro em combate , e terá duração de quatro dias.

Na cerimónia de abertura do acto,  em representação do CEMGFA, Samuel Fernandes disse que o curso de socorro é de “suma inportância”  sobretudo quando “eles” enquanto soldados ou tropas devem estar empenhados numa missão onde podem sofrer qualquer lesão ou atingidos por bala inimiga.

 Segundo  o Chefe de Divisão de Saúde Militar, Quinhim Nantote, as Forças Armadas têm uma estrutura de saúde chamada  de operacional que é instalada  na linha de frente  e que difere  da saúde pública em termos de atendimento.

Quinhim Nantote disse não se tratar de preparação de  técnicos para a guerra, mas sim, para para uma missão de paz ou para socorrer a população em qualquer altura.

Aquele responsável  disse que a referida formação será alargada para todas as unidades militares, paramilitares, confissões religiosas e a sociedade civil,  em todo o pais.

Esta é a primeira formação dos militares guineense na matéria da saúde operacional fruto de acordo  de cooperação no domínio ajuda  militar solidária com as Forças Armadas portuguesas. ANG/JD/ÂC//SG

segunda-feira, 15 de agosto de 2022

Transportes terrestres/Federação de Motoristas pede demissão do ministro dos Transportes e Comunicações

Bissau,15 Ago 22(ANG) – O presidente do Conselho de Representantes das Associações de Motoristas  pediu hoje a demissão do ministro dos Transportes e Comunicações e do Diretor-geral da Viação e Transportes terrestres aos quais responsabilizam pela realização da “Operação Stop”, durante três dias.

Em conferência de imprensa realizada hoje, em reação a “operação stop” levada a cabo na semana passada, Abubacar Djaló  criticou  que a desorganização que se verifica no sector dos transportes terrestres se deve a culpa dos  dois responsáveis.

“Avisamos ao Presidente da República que, se não demitir o ministro dos Transportes e o Diretor-geral da Viação e Transportes Terrestres, vamos desencadear uma greve nunca vista no sector dos transportes, para exigir os nossos direitos”, disse Djaló.

Aquele responsável afirmou que já reuniram Conselho Diretivo da Federação e que este órgão já deu aval para se avançar com um Pré-Aviso de greve que durante a sua vigência não haverá nenhuma negociação.

O Secretário-geral da Federação, Caram Cassamá negou que a “Operação Stop” esteja a ser levada a cabo por todas as instituições ligadas à segurança rodoviária, contrariando afirmações de Maninho Fernandes, vice-presidente da Comissão Técnica de Automobilismo, da Direção-geral da Viação e Transportes Terrestres.

Cassamá disse que na referida operação, participam apenas três instituições, nomeadamente a Direção-geral da Viação e Transportes Terrestres, a Brigada da Guarda Nacional e da Polícia de Trânsito.

Informou que, em nenhuma legislação do país no sector dos transportes existe de que as Alfândegas devem participar nas ações de fiscalização nas estradas.

Acrescentou que há dois meses, os agentes do Fundo Rodoviário e das Finanças haviam saído às ruas para fazer as suas respectivas cobranças.

Na quinta-feira passada, com o início da Operação Stop, a Federação Nacional das Associações dos Transportes Terrestres orientou os seus associados para que parassem as suas viaturas em casa enquanto estivesse em curso a referida operação.

O que dirigentes da Federação dizem ser “um boicote” à Operação Stop levada a cabo pelo Governo, serviu de protesto ao alegado incumprimento, por parte do Governo, do memorando de Entendimento assinado em 2018.

No referido Memorando consta entre outros, o compromisso de  realização conjunta de “Operações Stop”, de três em três meses, a diminuição de postos de polícias nas estradas e a criação de um “Guichet único” para pagamento de todas as multas aplicadas aos motoristas. ANG/ÂC//SG

        Obituário//Sepultados  restos mortais do ex-ministro Abubacar Baldé

Bissau, 15  Ago 22(ANG) – O Secretáriado Nacional  do Partido  Africano da Independência da Guiné e Cabo do Verde (PAIGC) endereçou  condolências à família  do ex-ministro do Interior,Abubacar Baldé,cujos restos mortais foram a enterrar no    domingo na sua residência, no Alto Bandim, em Bissau.

Abubacar Baldé, lider fundador do Partido UNDP, faleceu no passado dia 8 de Agosto, na cidade do Porto, Portugal, aos 71 anos de idade, vítima de doença prolongada.

Segundo a nota de condolência do PAIGC, à que a ANG teve acesso,o malogrado aderiu ao partido nos finais do ano 70 , na tenra idade logo nos primórdios da Luta Armada, e foi um dos primeiros responsáveis do partido na Administração do Estado guineense.

“Após a indepenndência, o falecido dirigiu empresas emergentes como a FARMEDI e Estrela do Mar, tendo  se revelado como um economista e administrador competente e um responsável sério e íntegro no exercício das suas funções”, refere a Nota..

Bubacar Baldé após ter sido designado nos anos 80 e 90 Secretário-geral nos Ministérios das Pescas e Obras Pública, seria sucessivamente nomeado nos governos do PAIGC para funções de Ministro do Interior, da Função Pública e do Comércio e mais tarde, “devido a sua grande experiência nos domínios técnico-administrativo”, foi convidado a assessorar os presidentes Kumba Yalá, Malam Bacai Sanhá e Serifo Nhamadjo.  ANG/JD//SG

Justiça/PGR nega haver pressão  das  autoridades judiciais militares para a  transferência do caso 01 de Fevereiro para a promotoria militar

Bissau, 15 Ago 22(ANG) -  A Procuradoria Geral da República (PGR) nega, em comunicado, as  afirmações do advogado Marcelino Intupé, segundo as quais  as autoridades judiciárias militares estão a pressionar o Ministério Público para que transfira  o caso  01 de Fevereiro do ano em curso para A promotoria militar.

“O advogado de algumas pessoas acusadas de tenattiva de golpe de Estado de 01 de Fevereiro, tenta manipular a opinião pública para obter ganhos inconfessos”, diz a PGR no comunicado enviado esta segunda-feira à ANG.

Acrescenta:”o Marcelino Intupé esqueceu ou está de má fé em não lembrar ou fingir não lembrar, que os processos dos supostos implicados nesta ação de tentativa de sublevação foram acusados e remitidos ao juiz julgador no Tribunal comum (Tribunal de Relação de Bissau)para efeitos de julgamento, desde passado de 19 de Julho”.

Numa recente entrevista à ANG, Marcelino Intupé ainda disse que os militares detidos no âmbito do processo sobre o caso 01 de Fevereiro correm perigo de vida devido as más condições das prisões onde se encontram encarcerrados, e que não foram produzidas provas que incriminem os seus constituintes.

O comunicado da PGR refere que os processos podiam e deviam ser remetidos ao juíz julgador, muito antes dessa data, caso não tivesse havido o requerimento ao Juiz de instrução criminal, por parte dos advogados de alguns dos suspeitos.

Por outro lado, a PGR refere que lamenta essas declarações do advogado Intupé, que considerou de infelizes de um jurista
, e diz que  Marcelino Intupé , “no mínino, devia ter a honestidade  inteletual  de dizer a verdade”, em prol duma justiça que garanta a paz social, onde o concurso dos advogados não é menos importante.

A Procuradoria declara que  niguém e muito menos  o advogado Marcelino Intupé conseguirá beliscar o trabalho  que a magistratura do Ministério Público está a levar a cabo, com vista a afirmação da justiça na Guiné-Bissau. ANG/MI//SG   

            Diplomacia/Países bálticos reclamam proibição de vistos a russos

 Bissau, 15 Ago 22 (ANG) – Os líderes da Letónia e da Estónia insistiram ,domingo, na necessidade de se endurecer restrições de viagem aos russos, incluindo a proibição de vistos turísticos, contrariamente ao que defende a Alemanha, cujo governo rejeita um veto generalizado aos cidadãos russos.

O Presidente da Letónia, Egils Levits, apelou para a adopção dessas medidas a nível da União Europeia (UE) e solicitou o cancelamento das autorizações de residência e vistos já emitidos pela Letónia.

“A Letónia, juntamente com a Finlândia, a Estónia, a República Checa e outros países com interesses semelhantes, deveria impulsionar uma demanda à escala europeia para deixar de emitir vistos turísticos aos cidadãos russos. Estas seriam sanções adicionais contra a Rússia”, disse Levits num evento em Riga.

O presidente letão questionou se é “política e moralmente justificável” que os turistas russos continuem “a passear pacificamente pela Europa” enquanto o exército russo “mata e queima na Ucrânia”.

Levits fez estas observações durante um evento para cidadãos letões que sofreram repressão sob o regime soviético entre 1940 e 1991.

“A Letónia não concede vistos turísticos aos russos desde o início da invasão em 24 de Fevereiro. Outros países continuam a emiti-los, o que não é política nem moralmente justificável”, insistiu ele, através da sua conta no Twitter.

A embaixada da Letónia em Moscovo anunciou que deixaria de emitir vistos a cidadãos russos, excepto para assistir ao funeral de um membro da família.

A Estónia, por seu lado, já tinha anunciado que deixará de admitir cidadãos russos com vistos emitidos pelo país para o espaço Schengen a partir de 18 de Agosto.

O chefe do governo estónio, Kaja Kallas, também apelou para que a proibição fosse alargada a todos os países Schengen. A sua homóloga finlandesa, Sanna Marin, pronunciou-se igualmente a favor da extensão da proibição a todos os países Schengen.

O chanceler alemão Olaf Scholz rejeita esta possibilidade, argumentando que já foram adoptadas sanções apropriadas a nível da UE contra as pessoas da comitiva do Kremlin.

“É a guerra de (Vladimir) Putin. E acho este tipo de abordagem difícil”, disse Scholz na quinta-feira, insistindo que o presidente russo “é responsável por esta guerra”, não a população como um todo.

Uma proibição geral dos vistos turísticos “seria dirigida contra toda a população, incluindo os inocentes”, disse. ANG/Inforpress/Lusa

 

        São Tomé e Príncipe/ Onze forças participam nas legislativas de 25 de  Setembro

Bissau, 15 Ago 22(ANG) - Dez partidos e uma coligação vão concorrer às eleições legislativas, autarquicas e regionais ,em São Tomé e Príncipe, agendadas para o próximo dia 25 de Setembro.

Neste escrutínio, antevê-se  uma  luta renhida  entre o MLSTP-PSD, líder  da actual coligação  governamental, e  ADI,  a maior  força  política  da  oposição. 

Pela  terceira  vez na  história  da  democracia  santomense, instituída  em  1990 com  o  referendo à  Constituição, os  eleitores  são  chamados  a  eleger  os  55  deputados  da Assembleia Nacional, regionais e os vereadores  das  seis  câmaras distritais.

Nos  círculos  eleitorais  da  diáspora  vão ser   eleitos  pela  primeira  vez  os  deputados  para  África  e para a Europa.

Na próxima semana, o  Tribunal  Constitucional  vai  divulgar  a  lista  definitiva dos  partidos  legitimados para  as próximas  eleições.

Entretanto, a Comissão Eleitoral  Nacional  já  constituiu  e  empossou  as  comissões  eleitorais  distritais  e  regionais. Uma campanha de educação  cívica  e  capacitação  dos  membros  dos  partidos  indigitados  para  as  assembleias  de  voto está a ser feita em todo o país.ANG/RFI

 

 Tempo/Meteorologia prevê possibilidade de ocorrência da chuva fraca no Sul e Ilhas nas proximas 24 horas

Bissau, 15 Ago 22 (ANG) – A previsão meteorológica para às próximas 24 horas indica que  o céu estará nublado com a  possibilidade de ocorrência de chuva fraca por vezes moderada, acompanhada de trovoadas ocasionais no Sul e Ilhas. 

A informação consta no Boletim Meteorológico do tempo produzido no Domingo (14 de Agosto) e válido até 19 horas de hoje, segundo o qual haverá vento variável, moderado com a velocidade até 23 km/h no continente e de quadrante oeste, no mar até 28 km/h.

Segundo o mesmo Boletim, prevê-se  a visibilidade boa mas reduzida no momento da chuva (igual ou superior a 10 km).

As temperaturas máximas nas zonas Centro, Norte e leste, refere o Boletim, variam de 31°C (em Bissau), à 33°C (em Bissorã, Farim, Bafata, Gabu e Pirada) e as mínimas de 23°C (em Farim, Bafata, Gabu e Buruntuma, a 25°C (em Bissau).

Nas zonas Sul e Ilhas, as temperaturas máximas vão variar de 29°C (em Bubaque), a 32°C (em Buba) e as mínimas variam de 24°C (em Buba e Cacine), a 26°C (em Bolama e Bubaque). ANG/DMG/ÂC//SG

 Brasil-Eleições/Campanha inédita liderada por Lula da Silva e Bolsonaro arranca na terça-feira

Bissau, 15 Ago 22(ANG) – Disputada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo atual Presidente, Jair Bolsonaro, os dois líderes mais relevantes da política brasileira atual, a campanha eleitoral, inédita no maior país da América Latina, começa na terça-feira.


Para o jornalista e analista político Thomas Traumann, a disputa entre um presidente e um ex-presidente, além de inédita, deverá monopolizar as atenções dos brasileiros e, dentro desta perspectiva, ele não crê que os demais adversários terão hipótese de incomodar os líderes na campanha que começa agora.

“É a primeira vez na história do Brasil e uma das raras histórias no mundo que você tem um concorrente que é ex-presidente. Isso é uma coisa muito importante porque muda completamente a característica da campanha e significa que nós temos dois personagens que são conhecidos por quase 100% da população”, frisou Traumann.

“São dois personagens que já foram testados e, além disso, produzem sentimentos muito fortes na população. Os brasileiros ou amam ou odeiam o Lula [da Silva], ou amam ou odeiam o Bolsonaro”, acrescentou.

Este alto nível de conhecimento dos eleitores manifesta-se nas sondagens divulgadas no país, que de forma geral apontam Lula da Silva com pouco mais de 40% das intenções de voto e Bolsonaro com mais de 30% da preferência dos eleitores.

“Raramente você vai achar brasileiros que são indiferentes aos dois. Acho que esta é a grande característica desta eleição. Isto explica o facto de que a todas as tentativas feitas nos últimos meses para promover um terceiro candidato que pudesse furar [a polarização] fracassaram”, avaliou Traumann, que prevê que Lula da Silva e Bolsonaro irão somar mais de 80% dos votos válidos já na primeira volta.

Além deles, disputam também o lugar no Palácio do Planalto o ex-governador Ciro Gomes, em terceiro lugar nas sondagens, e as senadoras Simone Tebet, em quarto lugar, e a recém-lançada candidata e senadora Soraya Thronicke, que terá grande espaço para fazer propaganda eleitoral devido à dimensão do seu partido.

“Bolsonaro e Lula da Silva são os dois grandes, os dois políticos mais populares do século XXI no Brasil. Eles têm bases populares reais que não são partidárias ou regionais. Eles representam duas visões muito diferentes do Brasil e têm essa relação muito próxima do eleitorado. Acho que isso faz com que esta campanha seja muito diferente de qualquer coisa a que já se assistiu”, comentou.

O especialista, que também se dedica a analisar sondagens qualitativas, disse acreditar que a disputa de 2022 tem como principal campo de batalha conquistar apoio das mulheres, que recebem entre dois e cinco salários mínimos, têm rendimentos irregulares e são, na sua maioria, ‘chefes de família’, ou seja, têm filhos, mas não maridos.

“É esse grupo [de mulheres] que vive nas regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, de São Paulo, Minas Gerais que sente a inflação de uma forma muito pesada. Elas têm críticas ao Bolsonaro, mas elas não têm simpatia ao Lula da Silva porque também sentiram a recessão de 2014, 2015 e 2016. Esse é o grupo – se você pergunta para mim – onde acredito que será decisivo e pelo qual os candidatos lutarão num grande campo de batalha”, avaliou Traumann.

Para o especialista, o tema central que deverá definir o voto das mulheres e também de outros segmentos da população será a economia.

“O Brasil é, historicamente, e sempre foi o país do voto económico. Toda a nossa teoria na ciência política indica que o voto económico nada de braçada [é central] no Brasil. A questão toda é que o Brasil está um país mais pobre do que era há quatro anos, mais pobre que era há oito anos, mais pobre do que era há 12 anos”, frisou Traumann.

Seguindo nesta linha de raciocínio, o analista avaliou que o aumento do valor dos programas sociais aprovados no Congresso nos últimos meses, a criação de programas para categorias como motoristas de camiões e táxis, e verbas destinadas a parlamentares devem impulsionar os números de Bolsonaro nas próximas semanas, acirrando a disputa com Lula da Silva pela liderança e pela vitória.

“Literalmente, é dinheiro que está caindo na mão das pessoas, somado à queda na taxa da inflação. Tem um efeito direto para mim, não há dúvida nenhuma”, frisou.

Questionado sobre o peso das notícias falsas na corrida eleitoral, o especialista considera que neste ano elas não serão tão determinantes quanto foram em 2018 porque Lula da Silva e Bolsonaro são muito conhecidos e as pessoas já têm uma opinião formada sobre eles.

Para Traumann, outros dois temas terão peso: o aborto e a flexibilização de armas.

“As mães pobres do Brasil até aguentam muita coisa do Bolsonaro, mas o facto de que as armas estão liberadas e que matam os filhos delas, isso não. Ao mesmo tempo, elas são contra o aborto”, pontuou.

Segundo a justiça eleitoral brasileira, o prazo para registo das candidaturas a presidente e a vice-presidente da República, governadores e vice-governadores, senadores e respetivos suplentes, deputados federais e deputados estaduais ou distritais termina na segunda-feira (15).

Na terça-feira (16), começa a propaganda eleitoral dos candidatos, incluindo divulgação na internet e por altifalantes, caminhadas, ‘carreatas’ (desfiles de carro) ou passeatas. A campanha termina a 01 de outubro, véspera da primeira volta das eleições.

Em 26 de agosto começa o horário eleitoral gratuito nos sistemas de rádio e televisão do Brasil, que vai até 30 de setembro para os candidatos que concorrem na primera volta.

Prevista apenas para disputa de cargos executivos, ou seja, governador regional e Presidente, a segunda volta das eleições brasileiras será realizada em 30 de outubro caso nenhum candidato alcance maioria absoluta dos votos válidos na primeira votação.  ANG/Inforpress/Lusa

 Xcongresso PAIGC / Líder do partido confiante na realização da reunião magna na data marcada

Bissau, 15 Ago 22 (ANG) – O líder do Partido Africano da Independencia da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) disse estar confiante  na ralização do X congresso do partido, agendado para os dias 19 à 21 deste mês, após ter sido adiado várias vezes, devido o recurso enterposto no Tribunal por um dos militantes  do partido de nome Bolom Conté.


Domingos Simões Pereira falava no  fim de semana,  na cerimónia de entrega de troféu a equipa vencedora do torneio de futebol em sua homenagem, organizado  no circulo eleitoral 25, em Bissau.

 Domingos Simões Pereira sustentou que o PAIGC é um partido político e têm o direito de organizar o seu congresso, e que vai realizar o evento na data marcada.

Para o efeito, Simões Pereira sublhinhou que diligências vão de ser tomadas para que sejam  ultrapassados  todos os obstáculos jurídicos, que têm sido criados ao partido, cumprindo a lei e fazendo valer os seus direitos políticos de realizar o congresso.

“Quem intenta o recurso jurídico para impedir um partido político de realizar o seu congresso, não percebe o jogo democrático.   Os partidos políticos são associações políticas, quando têm problemas convocam o congresso”, explicou.

Domingos Simões Pereira afirmou que, quando o poder político está a impedir os partidos de realizar o seu congresso, é porque não está preparado para viver na democracia. “É  isto que o povo guineense tem que perceber”, disse.

“Nós vamos enfrentar e vamos derrotar todos os obstáculos”., disse o líder do PAIGC.

 O Partido Africano da Independência da Guiné é Cabo Verde (PAIGC) remarcou o seu Congresso Ordinário para os dias 19, 20 e 21 do mês corrente, após a decisão do Tribunal de Relação que considerou improcedente o recurso interposto pelo recorrente, Bolom Conté (militante), condenando a este a pagar uma multa de 200 mil francos CFA e ainda a arcar com as custas judiciais.

Bolom Conté, militante do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) interpôs um recurso de agravo junto do Tribunal da Relação de Bissau. 

Conté interpôs, de novo, no passado dia 05 de Agosto, um recurso de agravo enviado ao venerando juiz desembargador do Tribunal da Relação de Bissau.

Lê-se no recurso que não se conformando com o  acórdão n.°1/2022, de 29 de julho, Bolom Conte pretende interpor-se junto do Supremo Tribunal de Justiça. 

Os tribunais estão em férias judiciais, devendo os mesmos voltarem a funcionar, em Outubro, depois da abertura do ano judicial.ANG/LPG/ÂC//SG

         Afeganistão/Imprensa vive grave crise após um ano de talibãs no poder

 Bissau, 15 Ago 22 (ANG) – A comunicação social afegã atravessa um grave período após um ano de Governo talibã, devido à crise económica e à crescente censura e repressão, segundo a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) e a Comissão para a Protecção dos Jornalistas (CPJ).

A CPJ, com sede em Nova Iorque, salienta num novo relatório que a liberdade de imprensa no Afeganistão se degradou acentuadamente desde que os talibãs tomaram o poder em Cabul, a 15 de Agosto de 2021, e denuncia detenções, agressões e restrições de movimentos a jornalistas, especialmente mulheres.

“Os movimentos dos talibãs para reprimir os meios de comunicação estão a ter um impacto devastador. As medidas particularmente restritivas contra as jornalistas equivalem a uma tentativa de apagar as mulheres da vida pública”, disse num comunicado a presidente da CPJ, Jodie Ginsberg.

O relatório da CPJ baseia-se em entrevistas a profissionais e documenta também casos de ataques e restrições impostas aos meios de comunicação social desde que, em Agosto do ano passado, os talibãs recuperaram o poder no Afeganistão.

Segundo a CPJ, desde então, o número de órgãos de comunicação sofreu uma redução significativa e o número de mulheres jornalistas caiu a pique.

O documento indica que a situação se deve tanto às políticas dos talibãs, como à profunda crise económica que se vive no país, cujo novo regime a maior parte da comunidade internacional não reconheceu.

Ao mesmo tempo, a CPJ destaca o compromisso que demonstram ter com a profissão muitos jornalistas, tanto os que permaneceram no país como os muitos que estão no exílio, e pede mais apoio internacional para eles.

“Os talibãs devem sofrer uma pressão internacional significativa, para mudarem de rumo e pararem de atacar a imprensa livre”, sustentou Ginsberg.

Segundo outro relatório publicado esta semana, pela ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF), o Afeganistão perdeu cerca de 60% dos seus jornalistas desde a queda de Cabul nas mãos dos talibãs – tendo as mulheres sido as profissionais mais afectadas – e quase 40% dos seus meios de comunicação social.

Segundo o estudo da RSF, sediada em Paris, o Afeganistão perdeu no último ano 39,95% dos seus órgãos de comunicação social e 59,86% dos seus jornalistas.

Três quartos das mulheres jornalistas estão agora no desemprego, num contexto de profunda crise económica e de repressão da liberdade de imprensa, indicou a organização.

“Dos 11.857 jornalistas contabilizados antes de 15 de Agosto de 2021, agora só há 4.759. As mulheres são as mais afectadas: 76,19% perderam o emprego”, precisou a RSF no documento.

O secretário-geral da organização, Christophe Deloire, lamentou num comunicado que o jornalismo tenha sido dizimado no Afeganistão e os meios de comunicação social submetidos a regulamentação “que restringe a liberdade de imprensa e abre caminho à repressão e à perseguição”.

“As autoridades devem comprometer-se a pôr fim à violência e ao assédio aos trabalhadores nos meios de comunicação e devem permitir-lhes fazer o seu trabalho sem serem importunados”, acrescentou.

A “carnificina” infligida ao jornalismo afegão foi particularmente forte no caso das mulheres: elas desapareceram completamente em 11 das 34 províncias do país, referiu a RSF.

“Das 2.756 mulheres jornalistas e trabalhadoras nos meios de comunicação social antes de 15 de Agosto [do ano passado], só 656 continuam a trabalhar. Dessas, cerca de 84,6% trabalham na região de Cabul”, precisa a ONG no documento.

A RSF recolheu o testemunho de várias jornalistas refugiadas em países vizinhos, mas também o de Meena Habub, directora da Rouidad News, uma agência de notícias que criou após o regresso ao poder no país dos talibãs.

“Preferi ficar no meu país para continuar a dar notícias e a defender o que as mulheres conquistaram nos últimos 20 anos. As condições de vida e de trabalho das mulheres jornalistas no Afeganistão sempre foram difíceis, mas a situação actual não tem precedentes”, lamentou Habub. ANG/Inforpress/Lusa