quarta-feira, 25 de setembro de 2024


79ª Sessão da Assembleia Geral ONU
/Presidente da República apela  a reforma das Nações Unidas

Bissau, 25 Set 24(ANG) – O Presidente da República disse que continua apelar para a reforma do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas que deve ter em conta os interesses da África, nos termos do Consenso de Ezulwini e da Declaração de Sirte dos Chefes de Estado e de Governo da União Africana.

Umaro Sissoco Embalo que discursava hoje, na 79ª Asssembleia Geral das Nações Unidas em Nova Iorque,  disse que oito décadas depois da fundação da ONU em 1945, vivemos hoje num contexto mundial totalmente diferente.

“Reformar a arquitetura financeira internacional é fundamental, para promover uma maior inclusão nomeadamente da África, tendo em conta o papel e a contribuição do continente africano na economia mundial.Neste contexto, saudamos a realização da Cimeira do Futuro”, salientou.

O Presidente da República disse esperar que o “Pacto para o Futuro” possa impulsionar esforços coletivos, com vista a alcançar as metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e a “Agenda 2063: A África que Queremos” da União Africana.

“Como membro do Grupo de Trabalho Global sobre a Proteção Social para Nutrição, Capital Humano e Desenvolvimento Económico Local do Grupo dos Sete Mais (G7+) vamos trabalhar juntos com outros distintos membros do Grupo, com vista, a erradicação da fome e a realização progressiva de todos os outros Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)”, sublinhou Umaro Sissoco Embalo.

O chefe de Estado frisou que na Guiné-Bissau estão empenhados na promoção do diálogo, da reconciliação nacional, da consolidação da democracia e do Estado de Direito, bem como no desenvolvimento sustentável do pais. Apesar do impacto negativo da difícil situação económica e financeira mundial, a economia guineense continua a crescer como resultado de políticas públicas acertadas.

Adiantou que a prática de prestação de contas tem garantido uma maior transparência na gestão económica e financeira do Estado.

“Adotamos medidas que, sendo difíceis, revelaram ser necessárias para impulsionar o sector privado e criar bases mais sólidas para uma economia dinâmica e inclusiva”, disse.

Declarou que, estão a promover uma maior participação das mulheres e dos jovens empreendedores. Estamos a investir na construção e melhoramento de infra_estruturas básicas, rodoviárias e outras.

“Declaramos guerra à corrupção e ao crime organizado. Conseguimos restaurar a confiança nas nossas relações com instituições financeiras internacionais e com outros parceiros bilaterais e multilaterais”, salientou.

Embalo afirmou que continuam  a apostar no reforço das relações de amizade e cooperação que a Guiné-Bissau mantém no mundo, frisando que, por isso prosseguem uma política de consolidação da paz e da resolução pacífica de conflitos, na África Ocidental, no continente africano, e em geral no mundo.

“È neste quadro que se inseriu as visitas de amizade e trabalho que, nos últimos meses, efectuei a Rússia, a Ucrânia, a Israel e a Palestina. Nesse contexto, reitero o meu apelo para se pôr fim ao embargo injusto e muito prejudicial a que o povo irmão de Cuba está submetido há décadas”, disse.

O Presidente da República sublinhou que recentemente, tive a honra de servir a África como Presidente da Aliança de Líderes Africanos Contra Malária.

“Registamos progressos significativos num contexto mundial muito difícil. Apostamos na mobilização de apoios para a reposição do Fundo Global. Trabalhamos com o sector privado para promover a produção de medicamentos, vacinas e redes contra a malária”, disse.

O chefe de Estado adiantou que encoraja a transferência de tecnologias para empresas africanas. Lançamos Conselhos de Fundos para Acabar com a Malária e apoiamos movimento de jovens contra a malária..

“Apesar dos progressos que foram alcançados, os desafios persistem. Nos próximos três anos, a ALMA vai registar um déficit de 1,5 mil milhões de dólares. O aquecimento global e as precipitações associadas as alterações climáticas estão a expandir o alcance geográfico dos mosquitos, e, assim a expor à ameaça da Malária mais 170 milhões de pessoas no continente africano”, revelou Umaro Sissoco Embalo.

O Debate Geral da 79ª sessão da Assembleia Geral da ONU começou terça-feira (24) na Sede das Nações Unidas em Nova York. Presidentes, chefes governamentais e representantes de alto nível de vários países vão apresentar o posicionamento e as soluções de cada país sobre questões de interesse comum, tais como agravamento dos conflitos geopolíticos, promoção do desenvolvimento sustentável e resposta a crises globais.ANG/ÂC

           Desporto/Guiné-Bissau perde uma posição no ranking da FIFA

Bissau,25 Set 24(ANG) - A Seleção Nacional de Futebol da Guiné-Bissau perdeu uma posição no Ranking da FIFA, de acordo com a última atualização feita na passada quinta-feira, 19 de Setembro de 2024.

Os Djurtus que ocupavam a posição 114 na atualização de 18 de Julho com 1168.49 pontos, caíram para a posição 115 na atualização de 19 de Setembro, passando agora a somar 1166.02 pontos. Desta forma, os comandados de Luís Boa Morte perderam 2.47 pontos.

Antes da atualização do Ranking, no corrente mês, a Seleção Nacional defrontou Eswatini em Bissau, tendo vencido por tangencial 1 bola à zero, no dia 5, e no dia 10, perdeu em Maputo com a seleção de Moçambique por 2-1. Ambos os jogos contaram para o Grupo I de qualificação para o CAN’2025.

No próximo mês de Outubro, a Seleção Nacional de futebol da Guiné-Bissau voltará a entrar em ação para a terceira e quarta jornada do Grupo I de qualificação para o CAN Marrocos 2025, defrontando em jornada dupla a seleção do Mali.ANG/O Golo GB



Comunicação Social
/Sindicato da Inacep suspende a greve que devia iniciar hoje e durante  três dias  

Bissau, 25 Set 24 (ANG) O Presidente do Sindicato de Base da Imprensa Nacional (Inacep) disse que suspenderam a greve que devia iniciar hoje e durante três dias, após um encontro que mantiveram segunda-feira com o ministro da Comunicação Social Florentino Fernando Dias, que prometeu encontrar soluções para resolução dos seus problemas.

Mohamed Lamine Monteiro em declarações exclusivas hoje à ANG, e explica que decidiram suspender a greve tendo em conta que o ministro da tutela prometeu fazer contatos com a direção da Inacep, com o ministro das Finanças e o Banco para pagamento de dois meses dos três de salário em atraso, frisando que, por isso já receberam desde segunda-feira,  um mês de ordenado em atraso.

Aquele responsável sindical disse que tinham agendado a conferência de imprensa na segunda-feira para explicar o motivo que os leva à greve, porque antes da hora,  o ministro da Comunicação Social lhes chamou e pediu para suspenderem a referida conferência de imprensa e tentarem encontrar um solução para o problema.

"O encontro com ministro foi muito satisfatório, pelo que suspendemos  a greve para dar-lhe benefício de dúvida, porque o motivo da convocação da paralisação foi por causa de atual direção da empresa que está a trabalhar de forma péssima na gerência  dos assuntos da Inacep”, salientou.

“Suspendemos a greve por causa de nosso ministro e não a direção, porque não fizeram nada para tal e nem nos deram nenhum motivo para que possamos confiar", disse Mohamed Lamine Monteiro.

Aquele responsável sindical afimou que, aproveitaram a oportunidade para mostrar ao ministro a visão que têm para futuro da empresa, que  também os explicaram que existe um plano para relançamento da Inacep.

Explicou que, o prazo para pagamento do segundo mês, referente ao Agosto e conforme acordado com o ministro é até hoje quarta-feira e caso não foi concretizado vão voltar ao Ministério para saberem o que está a passar e daí decidir qual será o próximo passo.ANG/MI/ÂC   

Politica/ Comissão Permanente dá  anuência ao Presidente da ANP para nomear  membros das Comissões Eventuais

Bissau, 25  set 24 (ANG)  - Os membros da Comissão Permanente, deram  anuência ao Presidente da Assembleia Nacional Popular(ANP), para, por Despacho, nomear os membros das Comissões Eventuais criadas pela Deliberação nº 1/2024 de 20 de setembro.

A decisão consta nas deliberações Nº 2/CP/2024 saída da reunião de emergência da Comissão Permanente realizada no dia 23 do corrente mês para apreciar a proposta da Ordem do Dia aprovada pela Mesa da ANP na mesma data, a que ANG teve acesso hoje.

A Comissão Permanente repudiou o assalto e cerco, pela segunda vez, ao Palácio Colinas de Boé, sede da ANP, por forças policiais afetas ao Ministério do Interior, e fiêis a Umaro Sissoco Embaló, que violaram, entre outros, os gabinetes de trabalho  do Presidente da ANP, Primeiro Vice-Presidente, da Diretora do Gabinete, do Secretário-Geral, e de todas as salas de reuniões dos órgãos, tendo sido trocadas as fechaduras do mesmos.

A Comissão Permanente convocou para o dia 26 de setembro os órgãos competentes da ANP para uma reunião extraordinária a ter lugar pelas 10h30 no Palácio Colinas de Boé, sede do parlamento, estendendo o convite à sociedade civil e população em geral para que assistam aos trabalhos parlamentares.

Relembrou que o papel e o compromisso constitucional das forças de defesa e segurança é de defender a legalidade e a soberania da vontade do povo expressa em eleições livres justas e transparentes da qual resultou a XI Legislatura.

Instruiu os Presidentes das Comissões Especializadas Permanentes a convocar os respectivos órgãos e estimular a execução das suas atividades e exercicio das competências regimentais.

 A Comissão Permanente evocou as responsabilidades que incumbem ao Presidente da Assembleia. Nacional Popular, em decorrência da aplicação do artigo 71° n. 1 da CRGB, a contactar as entidades civis e militares, para em conjunto encontrarem medidas que permitam salvaguardar a intregridade constitucional das instituições da República e a paz social.

Lembrou as forças de defesa e segurança da sua vocação republicana e que, ao abrigo dos artigos 20 e 21 da Constituição da República, a sua responsabilidade primordial é defender a legalidade democrática e garantir a segurança interna, em estrita observância das disposições constitucionais e legais.

Adoptar a utilização de meios temáticos para as reuniões de todos os órgãos da Assembleia Nacional Popular, sempre que assim for julgado útil ou necessário por quem tiver competência constitucional ou regimental de o convocar.

 Reiterar a Comunidade Internacional, em particular à CEDEAO, União Africana, CPLP, União Europeia e Nações Unidas para os sérios riscos para a paz e segurança que os atos do Presidente da República acarretam para a Guiné- Bissau.

 Aprovar neste "Dia do Constituinte", uma resolução que reitera o reconhecimento pela missão histórica cumprida pelos nossos gloriosos combatentes da Liberdade da Pátria e os pioneiros desta epopeia de afirmação da nossa liberdade, e assim renovar o compromisso de lutar pela nossa plena soberania e independència.

A Comissão Permanente disse que a Assembleia Nacional Popular,  enquanto órgão soberano e nos termos da alinea f) do artigo 86. da Constituição com competência exclusiva para legislar sobre a organização judiciária e estatutos dos magistrados, instruiu a criação de uma Comissão Eventual para juntos dos atores judiciais, sector privado e sociedade civil identificar os constrangimentos e apresentar soluções que sirvam de alicerces do Programa Legislativo de Reforma do Sector da Justiça.

Considerou que os artigos 3 e 4" do Regimento da ANP determina sobre a inviolabilidade da sede da sua sede e que as instalações devem dispor de dispositivos de segurança permanentes, diretamente ligados ao Presidente da Assembleia Nacional Popular.

Relembrou  o Presidente da República, que  no dia 19 de setembro do ano em curso, em declarações à imprensa ameaçou ocupar a Assembleia Nacional Popular, caso a Comissão Permanente, na sua Sessão Extraordinária do dia 20 de setembro do corrente discutisse a problemática da justiça e do Poder Judicial

Manifestou-se preocupado com o comportamento anticonstitucional do Presidente da República que teima em tentar instalar um regime autocrático controlando e exercendo as competências de todos os órgãos de soberania por intermédio das pessoas por si ilegalmente instaladas, como sucede com o Supremo Tribunal de Justiça, Governo e agora com a Assembleia Nacional Popular.

Constatou que o regime instalado pelo Presidente da República demonstra receio de convocar o povo e ouvir o seu veredito em eleições livres, justas e transparentes, razão pela qual está a criar um ambiente de caos institucional.ANG/LPG/ÂC

Ambiente/ Ministro Viriato Cassama reafirma  compromisso com a proteção do  património natural guineense

Bissau, 25 Set 24(ANG) -  O ministro do Ambiente, Biodiversidade e Ação Climática reafirmou terça-feira o seu compromisso com a proteção do  património natural das florestas, rios e mangais, do país.

Viriato Luís Soares Cassamá em mensagem à nação publicada na página do facebook  do Ministério do Ambiente, Biodiversidade e Ação Climática  por ocasião do Dia da Independência,  24 de Setembro, disse que à biodiversidade, faz da Guiné-Bissau um dos países mais ricos do mundo em termos ecológicos.

O governante disse que, celebramos com profundo orgulho e respeito, mais um aniversário da nossa independência nacional pois a  sustentabilidade e a conservação ambiental são pilares fundamentais para garantir um futuro próspero para as gerações vindouras.

“Esta data memorável marca a vitória de um povo determinado, que lutou incansavelmente pela sua liberdade, pela dignidade e pela autodeterminação. É um momento para recordarmos os heróis e heroínas que sacrificaram as suas vidas em prol de uma Guiné-Bissau livre, soberana e próspera,”frisou.

Cassamá mostrou que, à  medida que todos  honram  o legado de Amílcar Cabral e de todos aqueles que estiveram na linha da frente da  luta de libertação, são  também convocados a refletir sobre o futuro da  nação.

Afirmou que, a independência que conquistamos exige, mais do que nunca, a união de todos nós em torno de uma causa comum, que é o desenvolvimento sustentável e a preservação dos recursos naturais que são a base da nossa riqueza e do nosso futuro.

Renovou seu apelo à  responsabilidade coletiva, desde governo, sociedade civil e parceiros internacionais, para  continuarem  a promover o crescimento económico sem comprometer os ecossistemas.

“Que o espírito de sacrifício e resistência dos nossos antepassados nos inspire a trabalhar em prol de uma Guiné-Bissau que se desenvolve em harmonia com a natureza, respeitando a nossa rica diversidade cultural e biológica”, salientou.


Aconselhou que, o Dia 24 de setembro seja um momento de renovação de energias, de reafirmação do nosso compromisso com a paz, a justiça social e a prosperidade ambiental,porque o
 futuro da nação depende da nossa capacidade de construir uma sociedade mais verde, mais inclusiva e mais resiliente às mudanças globais.ANG/JD/ÂC

 

51 anos de Independência/”Razões da luta de libertação e proclamação da independência, continuam a ser desafios presentes”, afirma líder do PAIGC

Bissau, 25 Nov 24 (ANG) - O Líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo-Verde (PAIGC) Domingos Simoões Pereira (DSP) afirmou na terça-feira que, as razões que motivaram a luta de libertação e proclamação da independência, continuam a ser desafios presentes no país.

Simões Pereira falava em entrevista à RFI em jeito de balanço dos 51 anos da Independência da Guiné-Bissau e Cabo-Verde que se assinala no passado  dia 24 do corrente mês..

De acordo com DSP, Amílcar Cabral e os seus companheiros deram tudo para Guiné-Bissau e que mostraram o caminho ideal. Mas que, infelizmente, é necessário inspirar-se sempre na bravura dos mesmos de modo à renovar as  forças com finalidade de enfrentar possíveis  desafios.

“Devíamos, ao assinalar os 51 anos, assumir uma postura de respeito da nossa Constituição, respeito das nossas leis e reconhecimento de que o povo é soberano e quem são os seus representantes. Uma vez feita a escolha por parte do povo, devíamos concentrar toda a nossa capacidade e toda a nossa energia a implementar programas de governação que melhorem a condição de vida da nossa população”, sugere o líder do PAIGC.

Sustentou que, infelizmente o país está capturado de crime organizado e que a única solução consiste em  fazer face a essa situação, contando obviamente com o apoio da Comunidade Internacional no que tange compreender a natureza dos problemas que o país enfrenta para que em conjunto possam transformar a Guiné-Bissau numa pátria de paz e que possa auferir o desenvolvimento.

Questionado sobre a situação da acusação que sofreu recentemente por parte de um dirigente do Madem-G15 José Carlos Monteiro no qual disse que ele violou a Constituição do país “ao ter abordado a situação do Supremo Tribunal de Justiça durante a reunião da Comissão Permanente da Assembleia Nacional Popular, e por isso que, não reune condições para continuar como chefe do parlamento guineense, tendo indigitada Adja Satu Camara, nova Presidente da ANP.

Simões Pereira afirma que, a mencionada  decisão é inexistente e que continua a ser o Presidente da ANP.

“Eu penso que essa introdução diz tudo. Revela o ambiente em que vivemos no país, a intenção do chefe de Estado, das pessoas que o acompanham de se acaparar de todos os poderes-legislativo e judicial. Ou as instâncias se alinham com aquilo que é a intenção e a vontade do Presidente, ou são objectos de assalto pelas próprias forças que deviam ser os garantes da ordem e da paz social”, disse Domingos Simôes Pereira.

Acrescentou que, a Comissão Permanente é constituída por deputados de vários partidos. Ou seja, de 15 deputados e que  todos estiveram presentes na ocasião e que para além disso, com uma assistência jurídica que pediu a análise de todos os instrumentos e reconheceu que não é só uma questão de vocação da Assembleia, mas que lhe é reservado essa competência a título exclusivo. Só a Assembleia tem competência para dotar os órgãos dos instrumentos de que necessitam para poder realmente cumprir a sua missão.

“Estamos a falar de um país onde o Presidente da República, depois de ter proclamado a dissolução do Parlamento e a formação de um Governo de iniciativa presidencial (situações que não estão previstos na Constituição), marca eleições para o dia 24 de Novembro, sendo que o órgão responsável pela recepção das candidaturas- que é o Supremo Tribunal de Justiça- não tem presidente”, lamentou.

O líder do PAIGC contou que, está claramente estabelecida tanto no Regimento da Assembleia como na Constituição- que, em caso de dissolução da ANP, esse órgão de soberania funciona através da sua Comissão Permanente.ANG/AALS/ÂC

 

Burkina Faso/Junta Militar denuncia supostas tentativas de desestabilização

Bissau,25 Set 24(ANG) -  A junta militar do Burkina Faso denunciou nesta segu
nda-feira ter abortado várias tentativas de desestabilização implicando o antigo presidente interino, o tenente coronel Paul Henri Sandaogo Damiba, antigos ministros com o apoio de certos serviços de informação de potências ocidentais.

O ministro da segurança, Mahamadou Sana, alegou na televisão do Burkina Faso que por detrás destas tentativas de desestabilização estavam tanto civis, como militares, no activo ou tendo deixado a classe e, mesmo, o país.

O tenente coronel Paul-Henri Sandaogo Damiba, antigo presidente de transição, seria o chefe da vertente militar deste suposto complot.

De acordo com o ministro da segurança o primeiro ataque corresponderia ao de 24 de Agosto em Barsalogho, no centro-norte.

Na altura, segundo fontes locais, mais de 400 civis tinham morrido num ataque reivindicado pelo Grupo de apoio ao Islão e aos muçulmanos.

O governante alega que o plano deveria desembocar no assalto ao palácio presidencial, na capital.

Várias pessoas teriam sido detidas, algumas teriam, mesmo, sido abatidas durante uma tentativa de fuga, incluindo Ahmed Kinda, antigo comandante das forças especiais.

O complot teria sido orquestrado por cidadãos do Burkina a viver no estrangeiro, com o dedo a ser apontado à Costa do Marfim pela junta militar no poder em Uagadugu.ANG/RFI

Cabo Verde/ Selo em homenagem a Amílcar Cabral leva à demissão do líder parlamentar do MpD

Bissau,25 Set 24(ANG) - A emissão de selo em homenagem ao centenário de Amílcar Cabral gera crise no partido no poder em Cabo Verde, em vésperas das eleições autárquicas. O líder do grupo parlamentar do MpD, Paulo Veiga, abandonou o cargo afirmando que tem tido muitas dificuldades na articulação com os membros do Governo. 

Em conferência de imprensa para esclarecer as razões que o levaram à renúncia do mandato, o ainda líder do grupo parlamentar do MpD, partido no poder em Cabo Verde, Paulo Veiga, explicou que tem havido falta de articulação entre os membros do Governo e a bancada do MpD no Parlamento. A “gota de água” foi a emissão do selo comemorativo do centenário do nascimento de Amílcar Cabral.

O motivo da minha demissão é que nós tomamos um posicionamento e o Governo com toda a legitimidade pode fazer o que fez, estamos a falar no 12º selo emitido em nome de Amílcar Cabral, mas por respeito e por articulação deveria comunicar-me o que se passava, os acordos que as instituições Correios de Cabo Verde e Correios de Portugal fizeram. 

Qual a minha surpresa - e, também, em contacto com os meus colegas, nenhum foi avisado - de ver aquilo acontecer da forma como aconteceu. 

Portanto, há aqui um problema de articulação e eu considerei uma falta de respeito para comigo que faz a articulação, porque eu depois tenho que ir responder aos colegas deputados, pelo menos aos que votaram contra, como é que isso sucede e por que é que eu não lhes avisei.”

A liderança do grupo parlamentar do MpD defende que Amílcar Cabral, por não ter sido um estadista em Cabo Verde, não deve merecer celebrações de Estado como aconteceu com o centenário de Aristides Pereira, o primeiro Presidente de Cabo Verde.  

Paulo Veiga disse ainda que “Amílcar Cabral é um herói nacional, pessoa importante para a história do país, mas não o pai da nação cabo-verdiana, pois a nação tem 562 anos”.

Em Outubro de 2023, os deputados do MpD chumbaram uma proposta de resolução para que o Estado celebrasse o centenário de Amílcar Cabral.

O actual vice-presidente da bancada parlamentar do MpD, Celso Ribeiro, foi o nome indicado pela Comissão Política Nacional do MpD para presidir o seu grupo parlamentar e a eleição deve acontecer na próxima semana, antes da primeira sessão parlamentar do novo ano político, que está prevista para 09 de Outubro.

A liderança do MpD - tanto o presidente do partido e primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva como o secretário-geral do MpD, Luís Carlos Silva - tem relativizado a crise instalada no partido no poder, afirmando que o partido de centro-direita está focado na preparação das eleições autárquicas previstas para 01 de Dezembro próximo.ANG/RFI

 

TIC/Jovens europeus mostram uso cada vez mais problemático de redes sociais

Bissau,25 Set 24(ANG)  - A utilização problemática das redes sociais está a aumentar entre os jovens europeus, que são também mais propensos a desenvolver o vício do jogo, alertou esta quarta-feira a Organização Mundial da Saúde (OMS).


“Precisamos de uma acção imediata e sustentada para ajudar os adolescentes a parar a utilização potencialmente prejudicial das redes sociais, que tem demonstrado levar à depressão, ao 'bullying', à ansiedade e ao mau desempenho escolar”, afirmou o diretor da OMS para a Europa, Hans Kluge, em comunicado.

Em 2022, 11% dos adolescentes (13% das raparigas e 9% dos rapazes) mostraram sinais de utilização problemática das redes sociais, em comparação com apenas 7% quatro anos antes, de acordo com dados obtidos junto de 280.000 jovens com 11, 13 e 15 anos de 44 países da Europa, Ásia Central e Canadá.

Os sintomas são semelhantes aos da toxicodependência: incapacidade de controlar a utilização excessiva, sentimentos de desistência e abandono de outras atividades em favor das redes sociais e consequências negativas na vida diária.

Este fenómeno é mais prevalente entre os adolescentes romenos de 13 e 15 anos, afetando 28% deles, e menos prevalente entre os adolescentes neerlandeses (3%).

Outra fonte de preocupação é que um terço dos adolescentes joga jogos em linha diariamente e 22% deles durante pelo menos quatro horas, disse a OMS, sublinhando que 12% de todo o grupo de análise tem um comportamento problemático em relação ao jogo (16% dos rapazes e 7% das raparigas).

“É essencial que tomemos medidas para proteger os jovens, para que possam navegar na paisagem digital em segurança e sejam capazes de fazer escolhas informadas sobre as atividades online, maximizando os benefícios e minimizando os riscos para o bem-estar mental e social”, afirmou uma responsável da OMS/Europa, Natasha Azzopardi-Muscat, citada num comunicado de imprensa.

A agência da ONU sublinhou, no entanto, os benefícios de uma utilização responsável das redes sociais, em particular a ligação entre aqueles que partilham as mesmas paixões e interesses.

Como 36% dos jovens e 44% das raparigas de 15 anos que afirmaram estar em contacto digital constante com amigos.

Os jovens “precisam de dominar as redes sociais e não deixar que as redes sociais os dominem”, insistiu Azzopardi-Muscat.

A OMS recomenda, por conseguinte, que as autoridades de cada país melhorem os ambientes digitais e as medidas educativas para permitir que os jovens entrem no mundo digital com toda a segurança.ANG/Inforpress/Lusa

Ucránia/Presidente Zelensky nos EUA confiante num fim próximo para a guerra com a Rússia

Bissau,25 Set 24(ANG) - O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, numa entrevista ao canal televisivo ABC News afirmou nesta segunda-feira que o seu país estaria perto do fim da guerra.

O chefe de Estado da Ucrânia está em visita aos Estados Unidos: uma visita a uma fábrica de armamento na Pensilvânia, a participação na Assembleia Geral da ONU constam da sua agenda.

O presidente ucraniano afirma ser possível pressionar o seu homólogo russo, de forma firme, a acabar com a guerra nesta entrevista à ABC News dos Estados Unidos.

Volodymyr Zelensky afirmou ainda que "estamos mais perto da paz do que pensamos, estamos perto do fim da guerra".

Enquanto isso Vladimir Putin condiciona a abertura de negociações de paz à desistência por parte da Ucrânia da adesão à NATO e a que Kiev ceda os territórios entretanto anexados no sul e no leste do país por Moscovo.

Zelensky será recebido na quinta-feira por Joe Biden. O presidente ucraniano deve apresentar ao seu anfitrião um plano de vitória nesta guerra e procurar convencê-lo a dar a autorização a que a Ucrânia utilize armas ocidentais de longo alcance para visar alvos na Rússia.

Um plano que Zelensky vai também revelar perante o Congresso e perante os dois candidatos à Casa Branca, o ex presidente republicano, Donald Trump, e a vice-presidente democrata cessante, Kamala Harris.ANG/RFI

Guerra Médio Oriente/Borrell lamenta número “inaceitável” de mortos no Líbano

Bissau 25 Set (ANG) – O alto representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, considerou hoje que os ataques israelitas no Líbano provocaram um número “inaceitável” de mortos.


Pelo menos, 550 pessoas morreram na sequência dos ataques no Líbano e mais de 3.000 ficaram feridas.

“Este número de vítimas civis é inaceitável. Este conflito é antigo. Verificou-se um agravamento da situação”, afirmou Borrell, em declarações à agência espanhola EFE, nas Nações Unidas.

Borrell assinalou também a divisão dos países da União Europeia na assembleia-geral das Nações Unidas, no que se refere à votação sobre o conflito em Gaza.

Países como a Espanha e a Irlanda condenam firmemente o Governo israelita, enquanto Alemanha ou França apresentam posições mais ambiguas.

“Já há algum tempo que os países europeus votam de forma diferente e cada um representa a sua própria sensibilidade relativamente à política externa”, notou.

Para o alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros, estas diferentes posições não ajudam, nem permitem que a UE intervenha no conflito de Gaza com “a força necessária.ANG/Inforpress/Lusa

 

Justiça/LGDH condena assalto a sede da ANP e  exige um inquérito “urgente e transparente” do Ministério Público

Bissau, 25 Set 24(ANG) - A Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH), condenou aquilo que considera de assalto à sede da Assembleia Nacional Popular(ANP), pelas forças de segurança que permitiu à invasão do gabinete do presidente do hemiciclo, Domingos Simões Pereira, pela segunda vice-presidente, Adja Satú Camará, utilizando o mecanismo de "Golpe de Estado" neste órgão da soberania do país.

Em conferência de imprensa realizada terça-feira, o Presidente da organização que defende os direitos humanos Bubacar Turé, considera esta ação de "arbitrária e anti-constitucional" e exige ao Ministério Público a abertura de um inquérito urgente e transparente para a detenção dos envolvidos neste caso do assalto da Assembleia Nacional Popular (ANP) nesta "ação ilegal".

Bubacar Turé, manifesta a sua indignação face ao silêncio da Comunidade Internacional, nomeadamente a ONU, UA, CEDEAO e CPLP perante as atrocidades cometidas pelo atual regime na Guiné-Bissau.

“O secretário de Estado da Ordem Pública utilizou de forma ilegal e arbitrária as forças de segurança da Guiné-Bissau, os meios bélicos da Guiné-Bissau, as armas oficiais da Guiné-Bissau, decidiu assaltar a Assembleia Nacional Popular, violando de forma grave as portas do gabinete do presidente da Assembleia e demais responsáveis deste órgão de soberania para instalar a segunda vice-presidente, Satu Camara utilizando este mecanismo que é o Golpe de Estado”, disse.

Turé disse que a LGDH condena vigorosamente esta ação arbitrária e anticonstitucional do secretário de Estado da Ordem Publica e da segunda vice-presidente do Parlamento e exige a restauração imediata da ordem constitucional na Assembleia Nacional Popular.ANG/ÂC

terça-feira, 24 de setembro de 2024


Dia da Independência
/Presidente da República enaltece  reafirmação do Estado guineense no “concerto das Nações”

Bissau, 24 Set 24(ANG) – O Presidente da República afirma que, a reafirmação do Estado guineense no “concerto das Nações” é sem dúvida, o facto histórico mais notável das últimas décadas”.

Umaro Sissoco Embalo em mensagem à Nação por ocasião do Dia da Independência do país que se celebra hoje, 24 de setembro, frisou que, é este o contexto que continuará a marcar as celebrações dos 51º Aniversário da nossa Independência, cujo ato central vai ter lugar no próximo dia 16 de Novembro.

“Há Cinquenta e um anos – do dia 24 de Setembro de 1973 – a Assembleia Nacional Popular, proclamava, pela voz do Comandante João Bernardo Vieira, ‘Nino’, o Estado independente da Guiné-Bissau”, recordou o chefe de Estado.

Umaro Sissoco Embalo disse que a independência nacional não é apenas uma conquista do passado e  é um património inesgotável de todos os guineenses, de homens e mulheres que, ontem, combateram e venceram a dominação estrangeira.

Disse que, é um património também de homens e mulheres, de hoje, dos guineenses que, em todos os setores da nossa vida: Na Administração do Estado e na vida económica; Nas Forças de Defesa, Segurança e na Diplomacia; Na Educação e na Saúde; Na Cultura, no Desporto, nas Artes, vão dando o máximo de si próprios pelo progresso económico e social, e pela dignidade do povo guineense.

“Também eles são combatentes pela nossa Independência. São combatentes pela nossa Liberdade. São combatentes pela consolidação da nossa Soberania Nacional. Enfim, a independência nacional que hoje começamos a celebrar é um legado que se transmite à juventude guineense - a portadora do futuro que nós queremos ter. É um futuro desafiante que a Juventude Guineense – a “Geração do Concreto” - tem de assumir”, sublinhou.

Umaro Sissoco Embalo afirmou que isso exige a consolidação do Estado de Direito Democrático na Guiné-Bissau, e a concretização dos mais altos desígnios de Desenvolvimento Sustentável tal como foram articulados pela Agenda 2030 das Nações Unidas e pela Agenda 2063 da União Africana.

“Aproveito esta ocasião para expressar o nosso reconhecimento aos Representantes do Corpo Diplomático acreditados no nosso país, pela colaboração dos seus respetivos países com o Estado da Guiné-Bissau Estendo os nossos agradecimentos às Organizações Internacionais, nossas parceiras no processo de desenvolvimento que, com o seu apoio, estamos empenhados em implementar”, salientou.ANG/ÂC

segunda-feira, 23 de setembro de 2024

Comunicação social/Sindicato de Base da INACEP-ECP pondera decretar uma paralisação de três dias

Bissau, 23 Set 24(ANG) – O Presidente do  sindicato de base da Imprensa Nacional(Inacep), disse que ponderam avançar com uma paralisação  de três dias com início na próxima quarta-feira, em reivindicação ao pagamento de  três meses de salário em atraso.

Em declarações hoje à imprensa, Mohamed Lamine Monteiro, vulgo Baba, disse que a conferência de imprensa que agendaram para hoje, segunda-feira, foi suspensa, temporariamente, porque o ministro da Comunicação Social convocou o sindicato para uma reunião ainda esta segunda-feira.

Baba disse que o governante alegou que a carta de pedido de audiência enviada desde a semana passada pelo sindicato só chegou ao seu gabinete na manhã de hoje.

Lamine Monteiro disse que , mesmo depois de reunir com o ministro da tutela, a greve só será levantada se os  três meses de salário(Julho,Agosto e Setembro) forem pagos,  tendo afirmado que acredita que desta vez terão cem por cento de adesão,  porque os funcionários que furaram a greve na primeira vaga  estão a sofrer consequências.

Monteiro acrescentou que, com a exceção da parte no Serviço de Passaportes nomeadamente  a CETIS, os da parte da INACEP vão observar a  greve.

Mohamed Monteiro garantiu que se até a próxima sexta-feira  não houver resposta positiva a greve vai continuar. ANG/JD/ÂC//SG

Dia Internacional da Paz/-Primeiro-ministro defende preparação de gerações futuras  para preservação da paz

Bissau, 23 Set 24 (ANG) – O Primeiro-ministro defendeu sábado que é importante treinar as  gerações futuras sobre o diálogo inter-religioso visando o combate  a violência e preservação da paz.

Rui Duarte Barros falava no ato comemorativo do Dia Internacional da Paz que decorreu sob o lema: "A importância do diálogo Inter-religioso na consolidação da paz e na prevenção da radicalismo e extremismo violento", organizado pelo Governo, Nações Unidas e Observatório de Paz.

Sublinhou que, o fenômeno do radicalismo e extremismo violento constituem um dos maiores desafios de segurança que o mundo enfrenta nos dias que correm, devido as consequências nefastas nas sociedades,  e diz que são factores do enfraquecimento de alicerces da democracia e do Estado do Direito, com repercursões negativas no aumento de pobreza extrema.

Rui Barros salientou  que a Guiné-Bissau está inserida num contexto regional, marcado pelo aumento  de atividades criminosas, levados a cabo por diversos grupos radicais extremistas, que ocuparam grandes áreas do território de vários países da CEDEAO e do Sahel, nomeadamente Mali, Burkina Faso, Níger, Chade, entre outros, gerando problemas sócio-financeiros, através do tráfico de drogas, manipulação e incentivo de migrações.

Referiu que ao longo dos últimos anos, os números de mortes dos deslocados internos, em consequências das práticas extremistas, tem vindo a aumentar consideravelmente, sem que haja espetativas alguma de curto prazo para a sua diminuição.

Para aquele responsável, a iniciativa do Observatório de Paz “Nô Cudji Paz”, é uma mais valia  que ajuda ao Governo e a população em geral a estabelecer pontes de diálogo e sinergias na consolidação da paz e prevenção do radicalismo e extremismo violento.

"Nos últimos dois anos e meios, o Observatório de Paz tem sido, não só uma iniciativa renovadora do diálogo entre diferentes atores nacionais, mas também de formação e reforço de capacidade de diversos elementos da sociedade, nomeadamente os lideres religiosos, tais como imanes, padres, pastores, mulheres entre outros", disse.

Disse que, ernquanto cidadão atento e chefe do Governo em particular, tem acompanhado a dinâmica de aproximação e de partilha de visão entre os lideres religiosos sobre diversos assuntos da sociedade facilitadas pelo projeto Observatório da Paz.

Disse que, a sua presença no evento é testemunho da sua disponibilidade pessoal e do Governo, para criação de  sinergias necessárias com atores da sociedade civil, no sentido de garantir uma ampla participação de todos os segmentos da sociedade, no reforço da consolidação dos alicerces da coesão nacional e duma paz sustentável e duradora na Guiné-Bissau.

Na  Guiné-Bissau as celebrações do Dia Internacional de Paz decorreram desde  16 de Setembro, com atividades promovidas pelos responsáveis dos projetos do Fundo para Construção da Paz (PBF) nas comunidades de Gabu, Biombo e Bissau.

Nesse quadro, no  dia 21 de Setembro, a ONU apoiou a organização de uma série de eventos em Bissau, incluindo: animação musical com participação de artistas, campanha para promover a compreensão do conceito de paz entre os guineenses, com vídeos disponíveis nas plataformas digitais da ONU como Facebook, Twitter e YouTube. ANG/MI/ÂC//SG

Nova Iorque/ONU adopta "Pacto para o Futuro" para reforçar multiculturalismo

Bissau, 23 Set 24(ANG) – Dezenas de dirigentes do mundo inteiro reúnem-se no domingo na Cimeira do Futuro, em Nova Iorque, para traçar um "futuro melhor" para a humanidade, e lutar contra o impacto das guerras, da pobreza e do aquecimento climático.

No arranque da Cimeira foi adoptado o "Pacto para o futuro", em que os países comprometem-se a trabalhar para a "manutenção da paz", apesar da oposição ao texto de alguns países, incluindo da Rússia.

O "Pacto para o Futuro", o principal documento a sair deste evento e que foi obtido através de amplas negociações intergovernamentais, apresenta, em mais de 20 páginas, 56 acções em áreas que vão desde a importância do multilateralismo ao respeito pela Carta da ONU e à manutenção da paz. Aborda-se a necessidade da reforma das instituições financeiras internacionais e a reforma do Conselho de Segurança da ONU, assim como a luta contra as alterações climáticas, o desarmamento e o desenvolvimento da inteligência artificial.

A luta contra o aquecimento global foi um dos pontos delicados das negociações, tendo havido discórdia quanto à referência, no documento, à “transição” para abandonar os combustíveis fósseis. 

Em cima da mesa, a colaboração e confiança entre os países do Norte e os países do Sul. Os países em desenvolvimento exigiram compromissos concretos sobre a reforma das instituições financeiras internacionais, para facilitar o acesso de alguns deles ao financiamento para lidar com desafios como os impactos das alterações climáticas.

Durante as negociações, a Rússia, apoiada pela Bielorússia, o Irão, a Coreia do Norte, o Nicarágua e a Síria, apresentou uma emenda ao projecto, defendendo que a ONU “não pode intervir” nos assuntos “internos” dos Estados, mas a maioria da Assembleia recusou-se a validar esta proposta.

A Rússia manifestou a sua oposição ao texto, não impedindo a sua adopção. O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Vershinin afirmou que "ninguém está satisfeito com este texto" e que o acordo "não pode ser considerado multilateralista". 

Durante a cimeira, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, apelou os países a pôr em prática as medidas contidas no Pacto e os seus anexos, o Pacto Digital Global e Declaração para as Gerações Futuras.

"Hoje, desafio-vos a agir, a pôr em prática o Pacto para o Futuro, privilegiando o diálogo e a negociação, pondo fim às guerras que fragmentam o mundo e reformando a composição e os métodos de trabalho do Conselho de Segurança. É preciso acelerar a reforma do sistema financeiro internacional e colocar as novas tecnologias ao serviço do interesse superior da humanidade. O que determina o nosso sucesso ou fracasso não é a adopção deste acordo, mas sim as nossas acções e o seu impacto na vida das populações que servimos. E em todo o mundo, as pessoas aspiram à paz, à dignidade e à prosperidade. Agora, vamos ao trabalho", afirmou o secretário-geral da ONU, António Guterres.

No entanto, o Pacto não é vinculativo, o que levanta algumas questões sobre a sua concretização, nomeadamente porque alguns dos princípios apresentados, como a protecção de civis em conflitos, são violados diariamente pelo mundo fora.ANG/RFI

 

       Portugal/ Primeira "Marxa Cabral" leva centenas de pessoas à rua

Bissau, 23 Set 24 (ANG) – Centenas de pessoas reuniram-se  sábado(21),em Lisboa, na primeira "Marxa Cabral" em Portugal organizada pelo Movimento Negro, no quadro do centenário do líder da luta pela independência Amílcar Cabral.

A primeira Marcha Cabral levou centenas de pessoas à rua este sábado 21 de Setembro em Lisboa para celebrar o centenário do nascimento do líder independentista africano Amílcar Cabral, assinalado a 12 de setembro. O activista guineense Yussef explica que por ocasião da homenagem a Cabral, o Movimento Negro, um colectivo panafricanista, pretende internacionalizar os valores e ideiais e da luta de resistência de Amílcar Cabral. 

"Há todo um contexto a nível nacional e internacional que levou vários colectivos e individualidades a organizarem esta marcha. O objectivo é institucionalizá-la, esperamos repetí-la nos próximos anos. Neste momento, a luta de Amílcar Cabral interpela-nos seja para fazer face às várias injustiças com as quais nos deparamos aqui na Grande Lisboa, com a questão do racismo, da discriminação de género, ou com a situação de desemprego. Mas na verdade, esta marcha também tem uma vertente internacionalista, na medida em que nos solidarizamos com a luta do povo palestiniano que neste momento é vítima de um genocídio. Ao mesmo tempo, também denunciamos a destruição do Estado de Direito na Guiné-Bissau, que pode ser sinónimo de ditadura", começa por explicar o activista guineense Yussef.

O Movimento Negro em Portugal, na origem da organização desta marcha, reúne vários coletivos e organizações pan-africanistas. Neste âmbito, pretendem homenagear o ideólogo das lutas de libertação na Guiné-Bissau e Cabo Verde e a internacionalização das suas ideias. 

"Há uma crítica no sentido de dizer que os objectivos pelos quais se fez a luta de libertação nos nossos países até este momento não foram concretizados. Os objectivos da geração de Cabral, dos movimentos de libertação, seja do PAIGC de Cabral, seja do MLSTP em São Tomé, seja do MPLA em Angola ou da Frelimo em Moçambique, ainda não foram concretizados. Então o pensamento de Cabral, o método de Cabral, os objectivos das lutas de libertação, continua a interpelar-nos de tal forma que pensamos também que nos próximos anos esta marcha deve realizar se", considera Yussef.

Durante a Marcha foi lida  uma declaração segundo a qual Setembro passa, a partir de domingo, a ser  o mês das Marxas Cabral em Portugal. ANG/RFI