quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Crise na ANP


Guineenses se divergem quanto  actuação dos deputados 

Bissau, 21 Jan 16 (ANG) – Cidadãos guineenses se  divergem quanto as criticas sobre a actuação dos 15 deputados contestatários do PAIGC e os do PRS que prosseguiram com os trabalhos após o Presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP) ter suspendido a sessão, alegando falta de condições. 

Ouvidos  pelo repórter da Agência de Notícias da Guiné (ANG) os cidadãos Alberico Correia, Cadijatu Candé e Braima Mané condenaram, por unanimidade, a actuação destes deputados, acusando-os de tentarem levar a cabo “ um golpe de estado”.

Para Alberico Correia, os deputados não podiam continuar com os trabalhos, porque nessa altura todos os elementos do governo já se encontravam fora da ANP, bem como os restantes deputados do PAIGC. 

“ Enquanto guineense, estes deputados estão a defender os seus interesses e não o interesse do povo, por isso não podem continuar a exercer as funções de representantes do povo e devem lembrar que o poder se conquista nas urnas e não na ANP.

Cadijatu Candé e Braima Mané partilham a mesma opinião, pois consideraram de "anormal" a conduta destes representantes do povo.

Cadijatu Candé disse que os deputados são eleitos para defender o interesse do povo, por isso não existe razão para a desordem verificada esta segunda-feira na ANP.

Contudo, apela ao bom senso no seio dos atores políticos e em particular aos deputados para o bem da sociedade guineense em geral.

Braima Mané disse que os deputados deviam obedecer a decisão de Cipriano Cassama enquanto presidente da Assembleia Nacional Popular e não o contrário e apelou aos deputados para se dialogarem como forma de resolver qualquer problema e para que haja a paz e estabilidade na Guiné-Bissau.

Por outro lado, Abdulai Turé e Pascoal da Costa congratularam-se com a decisão  dos 15 deputados expulsos do PAIGC e os do PRS de constituir uma nova mesa na ANP e prosseguiu os trabalhos.

“Estou de acordo com acção destes deputados, porque o presidente da ANP não devia ter suspendido a sessão, ele como responsável, e  para bom funcionamento deste órgão, devia pedir calma aos deputados, permitindo as partes dialogarem”, justificou Abdulai Turé.

Em relação a decisão da comissão permanente da ANP Abdulai Turé disse que esta deveria ser remetida a plenária para  efeitos de apreciação e votação.

Enquanto Pascoal da Costa deu igualmente razão aos representantes do povo contestatários dos libertadores e dos renovadores e disse estar contra a decisão da comissão permanente da ANP de expulsar esses deputados. 

Até presentemente não se conseguiu uma solução para a crise no parlamento. 

A sessão deveria recomeçar esta quinta-feira depois de duas suspensões na segunda e terça-feira, por falta de condições de trabalho.

De novo foi adiada, segundo fontes do parlamento até a criação de condições de segurança para o efeito.

Consta que os 15 deputados cuja perda de mandato foi declarada pela Comissão Permanente da Assembleia Nacional Popular, depois de serem expulsos do PAIGC recusaram-se a sair do parlamento. 

ANG/LPG/SG


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