terça-feira, 12 de janeiro de 2016



Política

“Querelas políticas podem levar ao bloqueio institucional na Guiné-Bissau”, diz Simões Pereira

Bissau,12 Jan 16(ANG) - O líder do PAIGC, no poder na Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira, receia que as querelas políticas no país possam bloquear as instituições do Estado.
Presidente do PAIGC

"Tenho medo que, dentro de pouco tempo, por uma questão do bloqueio, voltemos a falar de eleições, o que consubstancia um desvio daquilo que é o essencial", a governação do país, referiu hoje Simões Pereira em declarações aos jornalistas.
 
O primeiro-Ministro demitido pelo Presidente da República em Agosto passado, pediu que se deixe o PAIGC governar, com o programa e mandato conferido nas eleições gerais de 2014.
 
O repto do líder do PAIGC é dirigido, entre outros, ao Presidente da República, José Mário Vaz - com quem mantém desavenças pessoais -, no sentido de este deixar o Governo executar as suas tarefas, "a bem do país".
 
"O Presidente da República está eleito até 2019, ninguém põe em causa a sua competência e as suas prerrogativas, mas que deixe o PAIGC governar", pediu.
Domingos Simões Pereira exortou igualmente os guineenses a permitirem que o debate político se faça apenas no parlamento e que as instâncias judiciais operem no âmbito da justiça.
 
O dirigente político afirmou que seria "complicado" se a Guiné-Bissau não fosse capaz de promover consensos e a governação do país devido a querelas internas, depois de ter realizado eleições elogiadas pela comunidade internacional, que prometeu fundos para apoiar o seu desenvolvimento.
 
Simões Pereira alude aos resultados da mesa redonda promovida pelo país com doadores em Março de 2015, na Bélgica, na qual a Guiné-Bissau recebeu uma promessa de apoio financeiro por parte dos parceiros na ordem de mil milhões de euros.
 
Mesmo com receios, o líder do PAIGC diz acreditar que o programa do Governo do Primeiro-ministro, Carlos Correia seja aprovado no Parlamento e que a legislatura siga até ao fim.
 
Os deputados aprovaram segunda-feira a data de 18 de Janeiro para a segunda apreciação e votação do programa do Governo.
 
Caso seja rejeitado, o Executivo cai de imediato, depois de numa primeira votação, a 23 de Dezembro, 15 deputados do PAIGC terem optado pela abstenção, impedindo que o documento tivesse o número de votos necessários para ser aprovado.
ANG/Lusa

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