Política
“Querelas políticas podem levar ao bloqueio institucional na Guiné-Bissau”,
diz Simões Pereira
Bissau,12 Jan
16(ANG) - O líder do PAIGC, no poder na Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira,
receia que as querelas políticas no país possam bloquear as instituições do
Estado.
Presidente do PAIGC |
"Tenho medo que, dentro de pouco tempo, por uma questão do bloqueio,
voltemos a falar de eleições, o que consubstancia um desvio daquilo que é o
essencial", a governação do país, referiu hoje Simões Pereira em
declarações aos jornalistas.
O primeiro-Ministro
demitido pelo Presidente da República em Agosto passado, pediu que se deixe o
PAIGC governar, com o programa e mandato conferido nas eleições gerais de 2014.
O repto do líder do PAIGC é dirigido, entre outros, ao Presidente da República, José Mário Vaz - com quem mantém desavenças pessoais -, no sentido de este deixar o Governo executar as suas tarefas, "a bem do país".
"O Presidente da República está eleito até 2019, ninguém põe em causa a sua competência e as suas prerrogativas, mas que deixe o PAIGC governar", pediu.
Domingos Simões Pereira exortou igualmente os guineenses a permitirem que o debate político se faça apenas no parlamento e que as instâncias judiciais operem no âmbito da justiça.
O dirigente político afirmou que seria "complicado" se a Guiné-Bissau não fosse capaz de promover consensos e a governação do país devido a querelas internas, depois de ter realizado eleições elogiadas pela comunidade internacional, que prometeu fundos para apoiar o seu desenvolvimento.
Simões Pereira alude aos resultados da mesa redonda promovida pelo país com doadores em Março de 2015, na Bélgica, na qual a Guiné-Bissau recebeu uma promessa de apoio financeiro por parte dos parceiros na ordem de mil milhões de euros.
Mesmo com receios, o líder do PAIGC diz acreditar que o programa do Governo do Primeiro-ministro, Carlos Correia seja aprovado no Parlamento e que a legislatura siga até ao fim.
Os deputados aprovaram segunda-feira a data de 18 de Janeiro para a segunda apreciação e votação do programa do Governo.
Caso seja rejeitado, o Executivo cai de imediato, depois de numa primeira votação, a 23 de Dezembro, 15 deputados do PAIGC terem optado pela abstenção, impedindo que o documento tivesse o número de votos necessários para ser aprovado. ANG/Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário