Afeganistão/Decreto
talibã sobre mulheres exclui direito ao trabalho e educação
Bissau, 03 Dez 21(ANG) – O Governo talibã emitiu quinta-feira um decreto especial sobre os direitos das mulheres concentrado sobretudo nos direitos matrimoniais, mas sem mencionar a possibilidade de acesso ao trabalho ou à educação.
“A
mulher não é uma propriedade, mas sim um ser humano nobre e livre; ninguém a
pode trocar em nome de um acordo ou para terminar com uma animosidade”,
indica o documento referindo-se a uma prática comum no Afeganistão.
O
texto sublinha “que ninguém pode obrigar as mulheres a casarem-se por coacção
ou pressão”, incluindo as mulheres viúvas que “têm direito” a escolher o
próprio futuro.
As
mulheres têm direitos patrimoniais sobre os bens familiares, incluindo as
viúvas, sendo que devem receber dote em caso de novo casamento.
O
documento pede aos vários ministérios e ao Supremo Tribunal assim como a todos
os governadores regionais para difundirem amplamente as indicações para que
toda a população e instituições “tomem conhecimento e não se cometam
infrações”.
No
entanto, o decreto de seis pontos não dá resposta aos vários pedidos das
mulheres afegãs e da comunidade internacional, desde que os talibãs tomaram o
poder no passado dia 15 de Agosto, sobretudo em matérias relacionadas com o
direito ao trabalho e à educação.
O
novo regime (Emirato Islâmico) tem referido desde Agosto que as mulheres podem
voltar, no futuro, aos postos de trabalho ou à escola, mas que antes deve
criar-se o “contexto” necessário no quadro da lei islâmica.
Até
ao momento, apenas foi autorizada às mulheres a instrução primária ou
atividades laborais no sector da saúde.
As mulheres
afegãs continuam à espera de decisões alargadas e têm ocorrido corajosos
protestos sobre a questão em Cabul.
No anterior regime talibã (1996-2001) apesar das promessas, as mulheres foram obrigadas a manter-se em casa e só eram autorizadas a sair caso fossem acompanhadas por um homem, membro da família.ANG/Inforpress/Lusa
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