quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Política/Líder da Coligação PAI Terra Ranka denuncia que polícias lançam gás lacrimogéneo contra líderes políticos da oposição

Bissau,21 Nov 24(ANG) - O líder da coligação PAI Terra-Ranka, Domingos Simões Pereira, denunciou que ele e outros líderes políticos, opositores do regime no poder, foram atacados com granadas de gás lacrimogéneo, quando realizavam uma passeata hoje de manhã em Bissau, informou a DW.


"Vários camaradas foram brutalmente agredidos e levados para parte incerta", disse o líder do Parlamento guineense, em conferência de imprensa, que terminou há instantes na capital guineense.

"Chegou a hora de o povo guineense se levantar e sair à rua no próximo dia 24 de novembro para dizer basta à restrições, à falta de liberdades fundamentais, falta da democracia e do Estado do Direito. O que aconteceu hoje em Bissau, nem no tempo do colonialismo acontecia. Vamos todos à rua protestar", afirmou numa rápida conferência de imprensa.

Entretanto a Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH), disse que tomou conhecimento através de fontes familiares, do que considera das detenções ilegais e abusivas de alguns líderes políticos ocorridas hoje dia 21 de novembro de 2024.


A LGDH em Nota de Imprensa a que ANG teve acesso, denunciou as detenções de
  Joana Cobdè Nhanca, Presidente do Movimento Social Democrático (MSD),  Vicente Fernandes, líder do Partido da Convergência Democrática, José Carlos Cá presidente da Comissão Política do PAIGC num dos círculos eleitorais de Bissau, todos dirigentes políticos da Plataforma Inclusiva PAI-TERRA RANKA e dois seguranças afetados ao Baciro Dja, Ex-Primeiro Ministro e Presidente em Exercício da coligação política Aliança Patriótica Inclusiva, API-Cabaz Garandi.

“Para além destas detenções, a LGDH soube que mais de uma dezena de dirigentes políticos estão com paradeiro desconhecido e que as forças de segurança estarão a efetuar caça às bruxas contra os opositores políticos que participaram no encontro de contacto com as bases políticas promovido conjuntamente pela Plataforma Aliança Inclusiva PAI TERRA RANKA e a Aliança Patriótica Inclusiva “Cabas Garandi””, disse a organização que defende os direitos humanos na nota.

A LGDH informa que estas detenções manifestamente ilegais, abusivas e criminosas, foram ordenadas pelo Presidente da República Umaro Sissoco Embaló, no âmbito dos seus esforços de destruir a democracia guineense e consolidar o seu regime ditatorial na Guiné-Bissau.

“As sistemáticas intervenções abusivas e desproporcionais das forças de segurança nas ações pacíficas de exercício das liberdades fundamentais asseguradas pela Constituição da República e pelos instrumentos internacionais assinados e ratificados pela Guiné-Bissau,  demonstram que o regime liderado por Umaro Sissoco Embaló constitui uma ameaça perigosa para a democracia, Estado de direito e à paz no país;”, salientou a nota.

A LGDH exige fim de perseguição política aos adversários para que o processo eleitoral possa ser retomado num quadro de liberdade e de segurança.ANG/ÂC

Religião/Califa Soares Cassamá é novo líder do Alto Comissariado para Peregrinação

Bissau,21 Nov 24(ANG) - Califa Soares Cassamá, chefe de Gabinete do Presidente da República Umaro Sissoco Embaló, foi nomeado Alto Comissário para a peregrinação e será responsável pela organização dos fiéis muçulmanos guineenses a lugares sagrados do islão, em 2025.

O antigo jornalista, foi nomeado através de um despacho datado de 19 de novembro e assinado pelo Primeiro-ministro, Rui Duarte Barros.

No documento, o Chefe do Governo argumenta que, considerando a periodicidade anual da peregrinação, impõe-se a necessidade de imprimir uma maior dinâmica ao atendimento, em tempo hábil, das demandas relacionadas com a viagem às cidades santas da Arábia Saudita, razão pela qual decidiu indicar Califa Soares Cassamá a responsabilidade de liderar o Alto Comissariado, em substituição de Mamadu Lamine Sanó (Djana Sanó).

A peregrinação a cidade santa de Meca, Haaj 1446 do ano islâmico (correspondente a 2025 do calendário gregoriano), que é o quinto pilar da religião muçulmana, será em finais de maio de 2025.ANG/Nô Pintcha

Desporto/Federação de Luta da Guiné-Bissau inicia a terceira fase de captação de talentos

Bissau, 21 Nov 24(ANG) – A  Federação de Luta da Guiné-Bissau(FLGD), realizou quarta-feira, na povoação de Tchanguê, secção de Binar, sector de Bissorã, região de Oio, o torneio de descoberta de novos talentos de Luta Livre.

De acordo com a FLGB na sua página no Facebook, o evento que juntou quatro (4) tabancas arredores e cerca de 38 atletas de 13 aos 18 anos, enquadra-se no Projeto de Desenvolvimento do Sistema Desportivo Nacional/Luta Livre, iniciado no mês de maio deste ano, para identificar novos talentos para os próximos compromissos da Federação, com destaque para o Jogos Olímpicos da Juventude Dakar2026.

Informou ainda que, de igual formato com a primeira e segunda edição, realizada em Sucuto e Laté, a iniciativa de Tchanguê foi um sucesso, e permitiu identificar 15 novos lutadores.

Saliente-se que os atletas identificados nas referidas zonas, vão participar na última fase de prospeção na cidade de Bissau, no sábado, dia 23 do mês em curso.

Ao todo, FLGB precisa identificar no projeto 20 melhores atletas do sexo feminino e 10 masculinos, de 13 aos 15 anos. Mas, os restantes vão estar às ordens da equipa técnica para os futuros compromissos, sobretudo os maiores de 15 anos.ANG/ÂC

Comunicação social/ Direção da Rádio Sol Mansi protesta contra a agressão do seu jornalista por forças policiais

Bissau, 21 Nov 24 (ANG) - A Direção da Rádio Sol Mansi, (RSM) protestou  contra a agressão ao jornalista Turé da Silva por forças policiais na manhã, do dia 20 de novembro de 2024.

A agressão aconteceu enquanto o jornalista realizava a cobertura da vigília organizada pelos estudantes da Escola Superior de Educação (ESE).

A nota de protesto  referiu que o  jornalista estava devidamente identificado, usando colete visível e crachá de serviço da Rádio Sol Mansi, quando foi abordado pelo responsável pela operação policial.

Adiantou na Nota que, este, ao solicitar o cartão de identificação do profissional, iniciou uma agressão física, com socos e bofetadas, acusando-o, sem fundamento, de que os jornalistas estavam a incentivar a vigília. Outros agentes envolvidos confiscaram o telefone da Rádio utilizado pelo jornalista na cobertura.

A Direção da RSM entendeu  que este comportamento é inaceitável e configura uma violação flagrante da liberdade de imprensa e dos direitos humanos, bem como um abuso de poder por parte do responsável pela operação e da força policial em questão.

Apelou a abertura imediata de um inquérito para apurar os fatos e responsabilizar o oficial que comandava a operação e outros agentes envolvidos.

Pediu a devolução do telefone confiscado e garantia da integridade dos conteúdos nele armazenados.

De recordar que o jornalista da Rádio Capital, Carabulai Cassamá vulgo Alexandre também foi agredido pelas forças policiais no mesmo evento e encontra-se sob a observação dos médicos  numa unidade hospitalar em Bissau. ANG/JD/ÂC

Comunicação Social/ Bastonário da Ordem dos Jornalistas da Guiné-Bissau  condena espancamento de jornalistas pelas forças de segurança

Bissau, 21 nov 24 (ANG) - O Bastonário da Ordem de Jornalistas da Guiné-Bissau (OJGB) considera que o ato de espancamento de jornalistas ocorrido nesta quarta-feira, pelas forças de Segurança, evidencia que o “ país vive sob regime de ditadura”.

Citado pela Rádio Sol Mansi, o professor e jornalista António Nhaga reagiu à agressão policial contra profissionais de comunicação social que cobriam a manifestação dos estudantes da Escola Superior de Educação (ESE), contra o aumento das propinas na escolas de formação de professores.

Para além de condenar veementemente o ato, Nhaga disse que “realmente, não existe democracia na Guiné-Bissau”.

Perante esta situação, António Nhaga admitiu existências de risco de jornalistas serem assassinados durante o processo eleitoral em curso.

Para isso, apelou a intervenção urgente da comunidade internacional e das organizações que defendem os direitos dos jornalistas para garantir a proteção dos profissionais de comunicação social no país.

Por outro lado, o Bastonário disse que o processo eleitoral representa um alto risco para classe jornalística. Razão pelo qual aconselhou aos jornalista para se cuidarem durante a cobertura das eleições.

Dois jornalistas, um da Rádio Capital FM e outro da Rádio Sol Mansi, ambos órgãos privados, foram brutalmente agredidos por agentes da polícia vinculados ao Ministério do Interior.ANG/ Sol Mansi

 

Regiões/ “Tabanca de Farim Co depara com a falta de infraestruturas escolares e sanitária”, diz Sunto Mandjam

Farim, 21 nov 24 (ANG) – O chefe da tabanca de Farim Co, no sector de Farim, região de Oio, norte do país, Sunto Mandjam afirmou que deparam com a falta de infraestruturas escolares e sanitária.

Em entrevista à ANG, o  chefe do referido tabanca, com mas de 2000 habitantes, disse que sem as infraestruturas escolares as crianças são obrigadas a percorrer de motorizada uma distância de 15 quilómetros para frequentar as aulas no sector de Farim e os que não tem essa possibilidade ficam sem ter acesso a educação científica.

Esta situação, conforme Sunto Mandjam  contribui para aumento do número de crianças que ficam fora do sistema do ensino.

“Tendo em conta as más condições da estradas e da falta de um estabelecimento sanitário nessa tabanca para primeiro socorro, transportamos os doentes e grávidas de motorizadas e caretas de burros para centro de saúde de Farim para receber o tratamento médico e medicamentosa.

Nesta entrevista, Sunto Mandjam  disse que, para além dessa situação, enfrentam também questão de roubos de gados, praticado pelos jovens da mesma tabanca e arredores.

Por isso, apelou ao Governo para minimizar os seus sofrimentos, através da construção de infraestruturas escolares, um centro de saúde e uma esquadra de policia.

Em relação a falta da água, Sunto Mandjam  renovou o seu pedido ao executivo na aquisição de caretos de eletrobombas avariado há muito tempo para  garantir a retoma do fornecimento da água n
a tabanca Farim Co.ANG/ AD/LPG/ÂC


     
China/Governo promete medidas para prevenir ataques indiscriminados

Bissau, 21 Nov 24(ANG) - O ministro da Segurança Pública da China, Wang Xiaohong, pediu "mais medidas preventivas" para "manter a estabilidade social" após os últimos ataques indiscriminados registados no gigante asiático, foi hoje noticiado.

 "Devemos tomar medidas práticas para prevenir e controlar as fontes de risco. Para o fazer, devemos investigar minuciosamente cada caso e resolver os conflitos e disputas das pessoas antes que seja tarde demais", disse Wang, citado pelo Diário do Povo.

De acordo com o jornal oficial do Partido Comunista Chinês, o ministro realçou, durante uma deslocação à província de Liaoning (nordeste), que as autoridades devem "reforçar as tarefas de prevenção" para "garantir a segurança da população e manter a estabilidade social".

"Temos de resolver os problemas das pessoas com precisão. E à medida que o final do ano se aproxima, devemos também reforçar a fiscalização da segurança nos transportes rodoviários e nos grandes eventos", acrescentou Wang.

Na terça-feira, o Ministério Público da China prometeu "punições severas, rigorosas e rápidas" para aqueles que cometessem "crimes hediondos" após uma recente vaga de ataques.

A procuradoria afirmou, em comunicado divulgado após uma reunião de trabalho, que irá implementar "uma abordagem de tolerância zero para crimes dirigidos contra alunos ou que comprometam a segurança escolar".

A reunião sublinhou "a importância de processar tais casos de forma decisiva e rápida para alcançar um poderoso efeito dissuasor".

A polícia da cidade chinesa de Changde, na província central de Hunan, deteve na terça-feira um homem de 39 anos acusado de atropelar vários peões em frente a uma escola.

As autoridades locais afirmaram que as vítimas, cujo número não foi divulgado e que foram levadas para o hospital, não apresentavam ferimentos que pusessem em risco a sua vida.

No último ano, multiplicaram-se no país asiático os ataques indiscriminados contra transeuntes.

Na semana passada, um homem conduziu um automóvel contra um grupo de pessoas à porta de um centro desportivo em Zhuhai (sul), cidade que faz fronteira com Macau, provocando pelo menos 35 mortos e 43 feridos.

Em fevereiro, um homem matou pelo menos 21 pessoas na província oriental de Shandong com uma faca e uma pistola.

Em julho, um automobilista de 55 anos atropelou uma multidão em Changsha (centro da China), matando oito pessoas, na sequência de um litígio sobre propriedade.

Em outubro, um homem de cerca de 50 anos esfaqueou cinco pessoas à porta de uma escola em Pequim, incluindo três crianças.

Os motivos são muitas vezes pouco claros ou não são tornados públicos, mas a imprensa local classifica frequentemente estes episódios como "vingança contra a sociedade", ou seja, ataques em que o agressor atua contra pessoas inocentes por frustração devido a disputas legais, sentimentais ou comerciais.ANG/Lusa

Conflito Médio Oriente/Israel garante não estar em guerra com as Forças Armadas do Líbano

Bissau,21 Nov 24(ANG) - O exército libanês anunciou esta quarta-feira, a morte de um soldado num ataque israelita no sul do Líbano, um dia depois de outros três soldados terem sidos mortos. Israel já veio dizer que está em guerra com o Hezbollah no Líbano, e "não contra as Forças Armadas Libanesas".

Depois de o exército libanês anunciar a morte de quatro soldados em dois ataques israelitas, Telavive garantiu que está em guerra com o Hezbollah no Líbano, e "não contra as Forças Armadas Libanesas".

Num comunicado enviado à agência France Press, o exército isralita garante que está a fazer operações específicas contra a organização terrorista Hezbollah e não contra as Forças Armadas Libanesas. 

"Enfatizamos que [o exército israelita] está a realizar operações específicas [no Líbano] contra a organização terrorista Hezbollah e que não está a agir contra as Forças Armadas Libanesas, diz em comunicado. 

De acordo com o Governo libanês, cerca de 40  militares morreram, desde Outubro do ano passado, devido ao conflito entre Israel e Hezbollah.

Esta quarta-feira, o ministro israelita dos Negócios Estrangeiros, Gideon Saar, disse  que qualquer acordo de cessar-fogo no Líbano deveria permitir a Israel a "liberdade de acção" contra o movimento islâmico libanês Hezbollah.

“Em qualquer acordo que concluamos, devemos preservar a nossa liberdade de acção em caso de violações”, disse Gideon Saar, num encontro com os embaixadores estrangeiros.

As declarações foram feitas numa altura em que é esperado um enviado americano em Israel para discutir uma proposta de cessar-fogo americano. O líder do Hezbollah libanês, Naïm Qassem, já veio dizer que não aceitaria qualquer acordo de cessar-fogo que viole “a soberania” do Líbano, enquanto Israel afirma querer manter a “liberdade de ação” contra a formação pró-iraniana.ANG/RFI

 

         Guerra da Ucrânia/Rússia acusa EUA de "prolongarem a guerra"

Bissau,21 Nov 24(ANG) - Moscovo acusou nesta quarta-feira, 20 de Novembro, os Estados Unidos de "prolongarem a guerra" com o aumento da entrega de armas a Kiev, pouco depois de os meios de comunicação social terem anunciado que Washington entregou minas antipessoais à Ucrânia. 

No milésimo dia da ofensiva russa na Ucrânia, Kiev informou que o exército tinha atacado um depósito de arsenal logístico das tropas russas perto da cidade de Karachev, na região de Bryansk. O depósito era utilizado para armazenar bombas e munições, incluindo as fornecidas pela Coreia do Norte.

A Coreia do Norte enviou à Rússia novas remessas de sistemas de artilharia e lançadores de mísseis para apoiar o esforço de guerra na Ucrânia, a informação foi avançada por um parlamentar sul-coreano.

Ontem, o Presidente Volodymyr Zelensky alertou para o risco de derrota contra Moscovo no caso do fim da ajuda americana, julgando que está em jogo a “sobrevivência” da Ucrânia. Washington levantou esta semana as restrições à utilização pela Ucrânia de mísseis de longo alcance fabricados nos EUA para responder aos ataques russos.

O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, disse temer uma “escalada” no conflito entre a Rússia e a Ucrânia, após a luz verde dada por Washington a Kiev para o uso de mísseis americanos em território russo, o que descreveu como “grande erro”.

Já a China apelou à “calma” e “contenção” um dia depois de o Presidente russo, Vladimir Putin, ter assinado um decreto que expande as suas possibilidades de utilização de armas nucleares.

"Sob as atuais circunstâncias, todas as partes devem permanecer calmas e exercer moderação, trabalhando juntas através do diálogo e da consulta para aliviar as tensões", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian. 

O Papa Francisco assinalou esta quarta-feira, 20 de Novembro, o milésimo dia desde o início da invasão russa da Ucrânia, qualificando-a de aniversário trágico” e “um desastre vergonhoso para a humanidade”, na presença da primeira-dama ucraniana, Olena Zelenska.

Um possível ataque aéreo significativo terá motivado o encerramento da embaixada dos Estados Unidos na capital ucraniana. As autoridades recomendam ainda aos cidadãos norte-americanos para estarem preparados para se abrigarem imediatamente, na eventualidade de um alerta de ataque ser anunciado. 

A ameaça de uma ataque levou as embaixadas de Itália, Espanha e Grécia em Kiev a encerrarem as portas, alegando razões de segurança e pedindo precauções aos cidadãos nacionais.

Por seu lado, num comunicado, o Ministério russo da Defesa disse ter abatido 50 drones ucranianos, nas últimas horas, especialmente nas regiões fronteiriças com a Ucrânia.ANG/RFI

      Moçambique/ Filipe Nyusi convida os quatro candidatos presidenciais

Bissau,21 Nov 24(ANG) - O Presidente moçambicano convidou os quatro candidatos presidenciais para um diálogo aberto com vista a encontra uma solução para a crise pós eleitoral caraterizada por uma onda de protestos violentos. Filipe Nyusi falava na última noite numa comunicação a nação.  

O ambiente de manifestações que Moçambique vive não dá para mais e admite preocupação do Presidente da República, que quer o envolvimento de todos para a pacificação do país.

"Precisamos do envolvimento de Lutero Simango, Daniel Chapo, do Venancio Mondlane e do Ossufo Momade. Quero aproveitar esta ocasião para convidar a todos eles para aceitar o meu apelo e posterior encontro, reunirmos os 4 para, em conjunto, avaliarmos esta situação e encontrarmos uma solução que beneficie os moçambicanos, que amamos. O nosso povo precisa de nós, não há problema que não possa ser resolvido pelos moçambicanos"

Filipe Nyusi lamentou, contudo, o impacto das mais de 200 manifestações registadas em quase um mês.

"Em consequência ficaram feridos 807 cidadãos dos quais 66 membros da PRM ( Policia da Republica de Moçambique). Lamentamos a perda de vida de 19 cidadãos, 5 dos quais membros da PRM. Os danos desta violência publica acabaram agredindo os que mais sofrem de carências sociais" 

O chefe de Estado moçambicano revelou também receios que as manifestações poderão forcar a revisão em baixa do crescimento da economia nacional bem como precipitar o despedimento de trabalhadores por algumas empresas.ANG/RFI

EUA/Merkel revela como lidava com Trump(e conselhos de Papa Francisco)

Bissau,21 Nov 24(ANG) - A ex-chanceler alemã contou que não ficou com u
ma "boa sensação" sobre Donald Trump durante a sua visita à Casa Branca, em 2017. "Concluí das minhas conversas: Não haveria trabalho conjunto para um mundo em rede com Trump", lamentou.

A ex-chanceler da Alemanha, Angela Merkel, que esteve no cargo durante 16 anos, até 2021, revelou como lidou com o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, durante o primeiro mandato do republicano na Casa Branca, entre 2017 e 2021.

No seu próximo livro de memórias, cujos excertos foram publicados pelo semanário alemão Die Zeitn e citados pelo POLITICO, Merkel - que se tem mantida afastada da opinião pública - lembrou as primeiras interações que teve com Trump, incluindo quando ameaçou sair do Acordo de Paris sobre alterações climáticas.

"Ele julgava tudo na perspetiva do empresário imobiliário que tinha sido antes da política", escreveu. "Cada propriedade só podia ser atribuída uma vez. Se ele não a conseguisse, outra pessoa conseguiria. Era também assim que ele via o mundo".

Segundo Merkel, para Trump, "todos os países estavam em competição uns com os outros, em que o sucesso de um era o fracasso do outro". "Não acreditava que a prosperidade de todos pudesse ser aumentada através da cooperação", apontou.

A antiga líder da União Democrata-Cristã (CDU, na sigla em alemão) contou que chegou a pedir conselhos ao Papa Francisco sobre como lidar com Trump, na altura em que este ameaçou retirar os Estados Unidos do Acordo de Paris, que foi assinado em 2015 por 194 países e pela União Europeia. 

"Sem citar nomes, perguntei-lhe como lidaria com opiniões fundamentalmente diferentes num grupo de personalidades importantes", adiantou Merkel, acrescentando que o pontífice a compreendeu "imediatamente".

"Respondeu-me de forma direta: 'Curve-se, curve-se, curve-se, mas certifique-se de que não se parte'", recordou.

"Gostei desta imagem. Repeti-a para ele. 'Curve-se, curve-se, curve-se, mas certifique-se de que não se parte'. Neste espírito, eu tentaria resolver o meu problema com o Acordo de Paris e Trump em Hamburgo", frisou.

No livro, a ex-líder alemã recordou o encontro que teve com Trump na Casa Branca, em março de 2017, apenas poucos meses após o então presidente ter tomado posse.

"Falámos a dois níveis diferentes. Trump a um nível emocional, eu a um nível factual", escreveu Merkel. "Quando ele prestava atenção aos meus argumentos, normalmente era apenas para construir novas acusações a partir deles".

De regresso à Alemanha, a ex-chanceler afirmou não ter tido uma "boa sensação" sobre o presidente norte-americano. "Concluí das minhas conversas: Não haveria trabalho conjunto para um mundo em rede com Trump".

No mesmo encontro, recordou ainda Merkel, Trump perguntou-lhe a sua opinião sobre o presidente da Rússia, Vladimir Putin. "Donald Trump fez-me uma série de perguntas, incluindo sobre as minhas origens na Alemanha de Leste e a minha relação com Putin", escreveu, frisando que "ele estava obviamente muito fascinado pelo presidente russo". 

"Nos anos que se seguiram, tive a impressão de que os políticos com traços autocráticos e ditatoriais o cativavam", acrescentou.

Sublinhe-se que Angela Merkel foi considerada a mulher mais poderosa do mundo pela revista Forbes durante mais de 10 anos consecutivos. Foi chanceler da Alemanha, a maior economia da Europa, entre 2005 e 2021, sendo substituída por Olaf Scholz.ANG/Lusa 

 

quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Regiões/Vendedeiras do Mercado de Bissorã lamentam falta de negócios devido ao “fraco poder de compra dos citadinos”

Bissorã, 20 Nov 24(ANG) - As mulheres vendedeiras de peixe no Mercado Central de Bissorã, região de Oio, norte do país, lamentaram esta semana a falta de negócio dos seus produtos devido ao fraco poder de compra dos citadinos locais, e pedem ao Governo que faça tudo para diminuir o preço do pescado no mercado nacional.

O grito de socorro foi dado pela responsável da Associação das Mulheres Vendedeiras do Mercado de Bissorâ, Marã Sané, em declarações ao Correspondente da ANG na Região de Oio.

Marã pediu ao Ministério das Pescas que as ajudem a comprar o pescado ao preço normal para poderem abastecer aquela cidade que segundo ela é um setor muito grande com mais de 100 tabancas.

Aquela bideira explicou que compram um cartão do pescado de 30 quilogramas ao preço de  45 mil francos CFA e diz que, para obter lucro, uma vendedeira tem adoptar um que lhe vai permitir recuperar o seu investimento.

“Por isso as pessoas optam por comprar peixes mais baratos, casos da bentana, tainha e djafal. Se o Governo baixar o preço de peixe todas as famílias vão ter alimento em sua casa”, frisou.

Marã Sané pede  as forças de segurança para aumentarem as rusgas naquela localidade, por ja se estar quase na  quadra festiva que  os malfeitores roubam as suas caixas de peixes.

Sané encorajou as suas colegas a continuarem o seu trabalho apesar das dificuldades uma vez que dali é que vem o dinheiro para  sustentar a família, pagar escola das crianças entre outras necessidades.ANG/AD/MSC/ÂC//SG

                    Regiões/Paragem Central de Catió já está em funcionamento

Catió, 20 Nov 24 (ANG) – A Paragem Central de Catío voltou a estar operacional para  condutores de transportes que fazem a ligação entre Catió e Buba.

A infraestrutura foi construída desde 2017 mas não estava operacional desde então.

A informação foi esta quarta-feira avançada pelos condutores da zona em entrevista exclusiva ao Correspondente da   Agência de Notícias da Guiné para a região de Tombali.

O porta-voz dos condutores Mamadu Aliu Djaló não escondeu a sua  satisfação pela operacionalização daquela paragem, pelo que pode o seu bom uso aos seus colegas.

 “Ter um espaço para concentrar e organizar a partida de qualquer transporte público é sempre de louvar, uma vez que a organização é sempre fundamental para alcançar o progresso comum”, disse Mamadu Aliu Djaló.

O responsável da Paragem manifestou igualmente a sua satisfação pela entrada em funcionamento daquela Paragem  e diz que não era sem tempo mas que tudo se deveu a falta  de vontade dos anteriores responsáveis administrativos de sector de Catió.

Banhan Djaló,  disse igualmente que, apesar de paragem ainda se depara com falta de água potável,  é bem vindo ter este património para melhor controlo da circulação dos transportes públicos local. ANG/JQ/AALS/ÂC//SG

Regiões/Diretor da Escola de Brufa de Bissorã preocupado com falta de materiais escolares e de professores

Bissorã, 20  Nov 24(ANG) - O Diretor da Escola do Ensino Básico da tabanca de Brufa, setor de Bissorá, região de Oio, manifestou hoje a sua preocupação em relação  a falta de materiais escolares e de professores, que diz contribuir para fraco aproveitamento dos alunos.

Domingos Pansau, em entrevista ao Correspondente Regional da ANG de Oio, disse  que as dificuldades são muitas, desde a falta de carteiras e materiais didáticos passando por falta de professores, e numa  escola pública com cerca de 300 alunos.

A Escola de Brufa funciona com  professores que exercem em Regime de Contratado.

 “Eu na qualidade de Director, o meu contrato já expirou, mas entendo que neste momento se eu abandonar a escola tal como determina o Governo(que os professores contratados fossem para casa) a escola simplesmente vai fechar”, afirmou.

Pansau pede o Ministério da Educação para diligenciar formas de  sanear essas dificuldades porque a escola necessita de  professores formados, uma vez que está a ser assegurada por jovens de tabanca que concluíram o 12 ano de escolaridade.

Disse que a escola precisa, de imediato, de oito professores de pré-primária à 6º ano, tendo ainda pedido  que seja elevado  o nível da escolaridade naquele estabelecimento de ensino, uma vez que depois do 6º  ano as crianças vão ter que deslocar até a cidade de Bissorá, uma distância
de 37 quilómetros  para frequentarem as aulas.ANG/AD/MSC/ÂC//SG

COP 29/ Guiné-Bissau vai submeter relatório Bienal de Transparência até final de 2024

Bissau, 20 Nov 24 (ANG) – O ministro do Ambiente, Biodiversidade e Ação Climática disse que o país vai submeter o relatório Bienal de Transparência até final de 2024, cumprindo assim as metas no âmbito do Acordo de Paris AP-Peter Dejong.


Viriato Soares Cassamá fez o anúncio, em entrevista à RFI, e defende  que,   nesta Cop29, que decore em Baku, Azerbaijão, “dever-se-ia concretizar a questão do financiamento climático”.

Disse esperar que desta Cop29 se comece a financiar as ações climáticas para que os países mais vulneráveis possam combater os efeitos nefastos das alterações climáticas.

“Cop de Cancún-Egipto (2010) quando se criou o Fundo Verde do Clima, foram prometidos 100 mil milhões de dólares por ano até 2020, o que se consumou”, lembrou.

 Viriato Soares Cassamá disse que a Guiné-Bissau está na vanguarda e será o primeiro país dos PALOP e o segundo da CPLP depois do Brasil) a apresentar o seu Relatório Bienal de Transparência.

“Até Dezembro, este relatório será apresentado ao UNFCCC. A Guiné-Bissau já tem praticamente mais de 95 por cento deste relatório pronto e creio que até dezembnro o documento vai ser apresentado”, afirmou.

Instado a falar se a Guiné-Bissau sofre com as consequências das alterações climáticas, nomeadamente na subida do nível do mar, da erosão costeira e também na questão da seca e o que é que tem  feito para colmatar estes efeitos, o ministro do Ambiente afirmou que o país tem estado a aproveitar todos os recursos e todos os financiamentos postos à sua disposição no âmbito das organizações internacionais de que faz parte.

“Estamos a implementar um projeto sobre a proteção da zona costeira no montante de 12 milhões de dólares. Temos já em carteira e com financiamento, um outro megaprojeto também para reforçar a resiliência das comunidades costeiras e dos sectores produtivos da nossa economia”, frisou.

Informou que, aproximadamente, 80 por cento deles situam-se na zona costeira, acrescentando que é um projeto que vai ser financiado pelo Fundo dos Países Menos Avançados, que também vai reforçar a resiliência das comunidades que vivem na zona costeira.

Acrescentou que já se iniciou   outro projeto no âmbito da mitigação, que é o mini sistema de geração e distribuição de energia eléctrica, em pequena escala e energias renováveis.

Adiantou que, embora a emissão de gases com efeitos de estufa no país seja bastante fraca, estão também a contribuir da sua maneira para que a temperatura média global não ultrapasse os 1.5 graus centígrados.

Cassamá disse que, o projeto da Organização para a Valorização do Rio Gâmbia (OMVG), que congrega quatro países, já está a produzir energia hídrica que abastece a Guiné-Bissau, Gâmbia, Senegal e Guiné-Conacri.

“Isto vai permitir, em larga medida, a redução do  uso de combustíveis fósseis para a produção de energia. A energia eléctrica vai permitir-nos atingir as metas que estabelecemos na nossa contribuição nacional determinada até 2030, que é a redução de 30% das emissões de gases com efeito estufa, até 2030. Estamos no bom caminho. Embora sejamos um país pequeno, temos estado a contribuir - à nossa maneira - para reduzir o aquecimento global”, disse.

Questionado se a sensibilização sobre  as alterações climáticas e  o aquecimento global do planeta está, na Guiné-Bissau, também a ser levada a cabo nas camadas mais jovens, Viriato Cassamá disse que “sim, sem sombra de dúvidas”.

“Ainda antes de irmos para COP29, nomeamos uma embaixadora jovem para o clima. Temos uma rede jovem sobre o clima que está representada em todo o canto da Guiné-Bissau”, informou.

O ministro do Ambiente, Biodiversidade  e Ação Climática disse que, na Guiné-Bissau, os jovens representam 60 por cento da população e que  têm estado a trabalhar muito essa camada jovem, e diz que, com o apoio da UNICEF conseguiram trazê-la à este barco, porque antigamente trabalhavam mais com o PNUD e outras organizações.

“A UNICEF agora está a colaborar com o Ministério do Ambiente, Biodiversidade e Ação Climática e fizemos  um estudo relativamente ao impacto das alterações climáticas nos jovens. Temos estado a difundir este relatório com o apoio da UNICEF e com o apoio desta rede recém-criada de jovens”, afirmou.

Acrescentou que não é por caso que o Fundo de Partes e Danos foi acertado entre todas as partes na penúltima Cop.

“A decisão de criar um fundo para perdas e danos foi tomada na COP 27, em 2022, em Sharm el- Sheikh, no Egipto), penso que a ausência dos países, como Estados Unidos da América, da França em peso, Alemanha e até da Rússia, fez com que continuemos esta discussão nas próximas COP’s”, disse.

Viriato Cassamá disse que  a ausência desses países no Azerbaijão não é falta de vontade política de continuar a combater as alterações climáticas, diz que provavelmente tem a ver com a relação desses países com a República do Azerbaijão.

“Não há a participação ativa dos chefes de Estado, mas a delegação francesa está representada, e a dos EUA também está representada, não por figuras de proa, mas está muito bem representada sob  ponto de vista negocial”, afirmou.

A COP 29 deve terminar no próximo dia 22 de Novembro.ANG/RFI

Brasil/Comunicado do G20 sai antes da hora com defesa da tributação de bilionários e mensagem para Trump sobre clima

Bissau, 20 Nov 24 (ANG) - O comunicado final de líderes do G20, que esteve a perigo, acabou saindo antes mesmo do previsto.

Com o apoio de última hora da Argentina, as 19 maiores economias do mundo, mais União Europeia (UE) e União Africana, apoiaram por consenso parte importante das prioridades da presidência brasileira do bloco.

Uma delas foi a tributação de indivíduos com "patrimônio líquido ultra-alto”, item comemorado pelo ministro da Fazenda brasileiro, Fernando Haddad.

Não há nada concreto e há a ressalva de que isso será feito de acordo com a legislação de cada país, mas é sinalização importante. O entendimento também fala em uma Coalizão para Produção Local e Regional, Inovação e Acesso Equitativo a vacinas, tratamentos terapêuticos e diagnósticos e outras tecnologias de saúde para doenças negligenciadas e pessoas em situações de vulnerabilidade.

No comunicado, os líderes reconhecem preocupação com o fato de que as perspectivas de crescimento global a médio e longo prazo estejam abaixo das médias históricas, mas veem boas perspectivas de uma aterrissagem suave da economia global, a despeito de múltiplos desafios que permanecem e do aumento de alguns riscos em meio a elevada incerteza.

Falaram no sofrimento humano e os impactos negativos da guerra e afirmaram o direito palestino à autodeterminação, reiterando o compromisso inabalável com a visão da solução de dois Estados, onde Israel e um Estado palestino vivam lado a lado, em paz, dentro de fronteiras seguras e reconhecidas, consistentes com o direito internacional e resoluções relevantes da ONU.

Especialmente em relação à guerra na Ucrânia, destacaram o sofrimento humano e os impactos negativos adicionais da guerra no que diz respeito à segurança alimentar e energética global, cadeias de suprimentos, estabilidade macrofinanceira, inflação e crescimento. Mas não tocaram no nome da Rússia.

Outra questão cara ao Brasil foi incluída. O texto afirma que a digitalização do campo da informação e a evolução acelerada de novas tecnologias, como a inteligência artificial, impactaram dramaticamente a velocidade, a escala e o alcance da desinformação, o discurso de ódio e outras formas de danos online. Por isso, destacaram a necessidade de transparência e responsabilidade das plataformas digitais.

A dois meses a posse de Donald Trump o comunicado teve direito a mensagem dirigida ao novo chefe da Casa Branca. Os países manifestaram forte compromisso com o multilateralismo, especialmente à luz do avanço alcançado no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) e do Acordo de Paris e a determinação de que permaneçam unidos nos esforços para atingir os objetivos de longo prazo do Acordo.

Fala em compreender e reconhecer não só a urgência como gravidade da mudança do clima. Trump, que já disse que a mudança do clima é uma farsa, ameaçou durante a campanha presidencial deixar novamente o acordo de Paris.

O comunicado foi visto como grande vitória do governo brasileiro, a despeito das condições cada vez mais difíceis da geopolítica.

Nesta terça-feira, será realizada a terceira e última sessão plenária da cúpula. O tema é desenvolvimento sustentável e transição energética. Em seguida, acontece a sessão de encerramento e transferência do comando do bloco à África do Sul. Ainda não está claro como (ou se) haverá foto de família. Ninguém quer sair na mesma imagem que o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov.ANG/RFI

Etiópia/ África precisa de 1,3 biliões de dólares por ano para alcançar seus ODS até 2030 – UNECA

Bissau, 20 Nov 24 (ANG) - África precisa de 1,3 biliões de dólares por ano para alcançar os seus Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030, disse o secretário executivo da Comissão Económica das Nações Unidas para África (UNECA), Claver Gatete .

Falando na consulta regional para a Quarta Conferência Internacional sobre Financiamento do Desenvolvimento em África, realizada nos dias 18 e 19 de Novembro em Adis Abeba, o Sr. Gatete indicou que em 2023, a dívida externa do continente excederá 1.000 mil milhões de dólares, com taxas extremamente elevadas, pagamentos anuais de juros, limitando a capacidade do continente de financiar o desenvolvimento.

Observou ainda que, nos últimos anos, o número de pessoas empobrecidas no continente aumentou acentuadamente e deverá atingir 476 milhões este ano, com 149 milhões de pessoas anteriormente não pobres tendo caído na pobreza, em grande parte devido à causa do crescente impacto dos desastres climáticos.

O atual sistema financeiro global infelizmente não consegue satisfazer as necessidades de África, lamentou, observando que “se não agirmos imediatamente, corremos o risco de não alcançar os 17 ODS até 2030”.

“Chegou a hora de rever a nossa arquitectura financeira e reformá-la para que represente e responda de forma justa às necessidades dos países em desenvolvimento e promova a estabilidade financeira para o desenvolvimento de África”, disse Gatete, sublinhando que África precisa de um sistema financeiro que dê prioridade os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, a Agenda 2063 da UA e a acção climática, e que alavanca tanto o financiamento concessional como a ajuda oficial ao desenvolvimento. ANG/FAAPA


Rússia/ Moscovo diz que ataques da Ucrânia com armas americanas são “sinal” de que Kiev e Ocidente “querem escalada”

Bissau, 20 Nov 24 (ANG) - A Rússia prometeu  terça-feira (19) uma resposta “adequada” ao ataque de Kiev a seu território, com mísseis americanos ATACMS.

O chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, afirmou que o conflito caminha para “uma nova fase” e anunciou que as possibilidades de utilização de armas nucleares foram ampliadas.

 “Consideraremos isto como uma nova fase na guerra ocidental contra a Rússia e reagiremos em conformidade”, disse ele à imprensa à margem da cúpula do G20 no Rio. Para ele, os mísseis americanos de precisão não podem ser usados ​​por Kiev “sem a ajuda de especialistas e instrutores americanos”, acusando diretamente os Estados Unidos de terem ajudado o Exército ucraniano.

Os ataques acontecem após sinal verde dado por Washington a Kiev, no domingo(17) para usar mísseis de longo alcance contra o território russo

Para o Kremlin a utilização destes armamentos representava uma linha vermelha a não ser ultrapassada.Em Setembro, Vladimir Putin advertiu que se o uso de mísseis ocidentais de longo alcance pela Ucrânia contra o território russo sinalizaria que "os países da OTAN estariam em guerra com a Rússia".

O presidente russo ainda não falou publicamente sobre o ataque ucraniano, mas de acordo com Moscou o alvo eram instalações militares.

Segundo o relato do exército russo, “às 3h25, o inimigo atingiu um local na região de Bryansk”, não muito longe da fronteira com a Ucrânia, com “mísseis táticos ATACMS”. Cinco projéteis foram destruídos e outro danificado pela defesa antiaérea russa.

O ataque foi confirmado por uma autoridade à AFP, sob anonimato. O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky disse simplesmente, numa conferência de imprensa em Kiev, que seu país tinha estes mísseis e iria “utilizá-los”.

Vladimir Putin levantou repetidamente a possibilidade de usar armas nucleares desde o início da ofensiva em fevereiro de 2022.

Na terça-feira, o presidente russo respondeu à decisão americana de permitir o uso de suas armas, assinando o decreto que formaliza a nova doutrina nuclear da Rússia, , que amplia a possibilidade de recurso a armas atômicas em caso de ataque “massivo” por parte de um país não nuclear, mas apoiado por uma potência nuclear. Uma referência clara à Ucrânia e aos Estados Unidos.

“Era necessário adaptar os nossos fundamentos (da doutrina nuclear) à situação atual”, defendeu friamente Dmitri Peskov, porta-voz do governo russo.

A Ucrânia exigiu durante meses permissão dos Estados Unidos para atacar alvos militares em território russo, visando perturbar a logística de seu exército, agora apoiado por soldados norte-coreanos.

Diane do Parlamento ucraniano, Volodymyr Zelensky estimou nesta terça-feira que o resultado da estratégia chegaria em 2025. “Esta fase determinará quem vencerá”, disse, garantindo que “a Ucrânia pode derrotar a Rússia”, mesmo que “seja muito difícil”. Mas Zelensky reconheceu, pela primeira vez, que a Ucrânia poderá ter de esperar até depois de Putin para “restaurar” a sua integridade territorial, pois os russos a ocupam quase 20% de seu território.

No âmbito diplomático, a volta de Donald Trump à Casa Branca gera temores de que a Ucrânia seja forçada a fazer concessões.

Neste contexto, a Polônia e outros Estados europeus afirmaram estar “prontos para assumir a responsabilidade do apoio militar e financeiro” a Kiev, conforme o chefe da diplomacia polonesa, Radoslaw Sikorski, após uma reunião em Varsóvia com vários outros ministros de Relações Exteriores europeus.ANG/RFI/AFP