Indiferente a indignação geral, tráfico
de madeira prossegue na Guiné-Bissau
Bissau, 05 Mai 14 (ANG)
-Quatrocentos Contentores da madeira saíram nos últimos tempos no porto de
Bissau, apesar das denuncias e do manifesto entregue as autoridades nacionais e
internacionais, exigindo o termo imediato do negócio ilegal deste produto na
Guiné-Bissau.
Diante desta realidade tão
avassaladora para a conservação da biodiversidade, o Representante da União
Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) denunciou que contentores
repletos de madeira continuam a sair do porto de Bissau para o estrangeiro.
“Isso porque, em princípio,
a voz do comando do Estado, que tem o papel de controlar as leis, não existe”,
deplorou Nelson Dias.
O representante da UICN
acrescentou que apesar das denúncias e revolta das populações, dezenas de
contentores estariam a sair das matas e, o mais grave, é que as próprias
comunidades onde os toros são abatidos não ganham nada com o negócio.
“A população não ganha nada
com este negócio. Quem participa no abate da árvore na tabanca ganha mil franco
por árvore, e como cada contentor leva 95 troncos de árvores, então são 95 mil
francos CFA por pessoa, enquanto depois o valor do contentor varia entre 10 às
12 milhões de francos CFA”, explicou Nelson Dias.
Este responsável ambiental indicou
que existe uma lei florestal aprovada na Assembleia Nacional Popular e que
proíbe a devastação da floresta, mas que não é cumprida no país.
Criticou a Direcção-Geral da
Floresta pelo facto desta limitar apenas a passar licenças as pessoas que as solicitam,
mesmo quando estas usam falsos pretextos como uso do terreno para a
agricultura, quando na verdade o que a pessoa pretende é cortar as árvores que
estão no local.
“As consequências desta
devastação serão de todos os guineenses”, advertiu a concluir.
De acordo com estudos efectuados
por peritos, plantar uma árvore de pau-de-sangue até chegar a sua fase de exploração
leva no mínimo 50 anos.
RTP/África
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