segunda-feira, 23 de junho de 2014

Zeca - Upa Caio


Novo Presidente da Republica

Bissau, 23 Jun (ANG) –O novo  presidente da Republica, José Mário Vaz, é conhecido na sua aldeia natal, Calequisse,  pelo nome de Zeca Upa Caio(rapaz de Caio) no dialecto manjaco.

 Nasceu de uma família humilde na morança de Pdsea, que no dialecto manjaco significa,o que fica abaixo.

Em Calequisse, pessoas que o conheceram na infância disseram que  nunca imaginaram que um dia o menino Zeca Upa Caio chegaria ao mais alto cargo do estado guineense.

Em declarações à Agência de Noticias da Guiné-ANG, colegas de infâncias em Calequisse,  e pessoas que trabalharam com ele  no sector privado e em diferentes instituições do estado recordaram, cada um a sua maneira, os tempos de convivência com ele.

O filho de Mário Vaz e de Amélia Gomes era tímido e mantinha-se sempre afastado dos colegas nas brincadeiras na sua tabanca. Quem o diz é sua colega de infância, Maria da Costa, de 59 anos. Não foi  daqueles  filhos que se recusam a levantar-se pela manhã cedo para  ir a bolanha trabalhar com o pai.

“Era obediente à família e aos mais velhos, e no campo fazia a parte que lhe cabe, proteger o arroz da destruição dos pássaros”, contou a dona Maria.

Esta colega de infância de Mario vaz em calequisse ainda recorda dos tempos em que ela e o Zeca Upa Caio iam a bolanha apanhar crustáceos e fazer outros trabalhos para o professor Djemé.  

O também chamado de Jomav perdeu a mãe, Amelia Gomes, muito cedo, e o pai teve que envia-lo à um familiar que vivia noutra vila, Caio. Foi ali que ganhou o cognome de Upa Caio (rapaz de Caio) no dialecto Manjaco, etnia a que pertence, o  agora Presidente da Republica.

Depois de três anos em Caio, Jomav seguiu para Bissau para prosseguir os estudos. Na capital foi recebido por um primo do pai de nome, Manuel Pereira da Costa, quem o educou até seguir para Lisboa, onde formara em economia.

Já formado, José Mário Vaz trabalhou no Ex-Banco Nacional da Guiné-Bissau, na Câmara do Comércio, Industria e Agricultura, na Camara Municipal e Bissau e no Ministério das Finanças.

Näo é uma pessoa conflituosa. É simples e de fácil convivência». Foi assim que o empresário Fernando Flamengo caracterizou Mário Vaz, com quem trabalhou na Câmara de Comércio, Industria e Agricultura(CCIA).

Flamengo foi quem convidou ao Mário Vaz para concorrer à presidência da CCIA. “Ele nâo estava muito interessado, mas depois de o convencer deu o seu melhor e levou ao bom porto a gestão daquela organização”, contou.

Para Fernando Flamengo, o único defeito de José Mário Vaz é de não gostar de  tirar dinheiro de qualquer maneira.

O novo presidente da Republica é cumpridor à letra do ditado: nunca deixes para amanhã o que podes fazer hoje . Pelo menos é a marca que deixou no Ministério das Finanças, segundo recordações de Romão Varela, Director-geral de Orçamento.

Nas finanças ainda deixou as marcas de um líder exigente. Romäo varela diz mesmo que “é muito exigente no trabalho”.

“Jomav chegou de pedir aos funcionários das Alfândegas que arrecadassem não apenas 100 por cento das receitas previstas mas sim muito mais que isso- 150 ou 180 por cento”, recorda Varela.

É no Ministério das Finanças que José Mário Vaz ganhou maior notoriedade perante os guineenses e não só, pois foi no seu mandato que o tesouro publico tem conseguido pagar regularmente os salários da função pública, e no plano externo se concluiu o processo de perdão de divida publica guineense contraída perante credores internacionais.

O pagamento à tempo aos servidores do estado valeram ao homem um título, “Homem de 25”. Em cada 25 do mês os salários eram pagos.

Antes Jomav deixara recordações consideradas boas, na Câmara Municipal de Bissau (CMB). Contra lixos que amontoavam em diferentes pontos da capital desencadeou uma intensa campanha.

Num outro plano, Fernando Arlete considera mesmo que o” Homem de 25” revolucionou a CMB em termos de obras, e saneamento com a criação de um grupo de 40 pessoas, homens e mulheres, que se ocuparam da limpeza da cidade de Bissau.

No relacionamento entre os dois ou seja entre Jomav e Fernando Arlete, que foi vice-presidente da CMB nem tudo foi um mar de rosas. “Tivemos um atrito, as vezes nem me deixava falar e tive que pedir demissão.

Mas depois compreendi que estava a submeter-me à um teste para ver se conseguia resistir à pressões”, revelou Arlete.





ANG/JAM/GD, AI, LAL, MSC/SG





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