Função Pública/ UNTG considera injusta participação de funcionários estagiários e contratados num concurso público
Bissau, 26 Nov 20
(ANG) – O Secretário-geral da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné-Bissau
(UNTG) considerou de injusta a participação das pessoas que prestaram serviço
há anos no aparelho de Estado no concurso público em pé de igualdade com o
pessoal que nunca exerceram essas funções.
Disse que o objectivo
da recente greve é para precaver essa situação de injustiça que se verifica ao
longo dos anos no país.
Por isso, disse que
se não é uma questão de má fé essa
pessoa não pode ser tratada da mesma maneira com outra que quer ingressar na administração publica. “Isso não
é possível”, disse.
O sindicalista
aconselha ao executivo no sentido de agir de boa fé, tomando medidas que não
vai discriminar e nem pôr em causa direitos de ninguém.
“Se alguém tiver
agora 45 anos, saiba que essa pessoa estava a prestar serviço há muito tempo,
mesmo estando na situação de estagiário ou contratado, porque na função publica
o contratado é de dois anos e o governo tem que assumir as consequências e
neste sentido quem já exercia no aparelho de Estado, não obstante que tenha
agora 45 anos, tem que deduzir os anos que trabalhou ou seja deve contar com a
data em que começou a prestar serviço ao Estado e não após a realização do
concurso em 2020”, sustentou o sindicalista.
Disse que a comissão
esta a trabalhar e espera que vai respeitar regras e princípios que orientam o Estado.
Segundo Mendonça,
para além dessa comissão, existe também
uma outra comissão de harmonização da folha salarial na função pública.
“Acho que existe uma
interpretação irónica sobre o entendimento alcançado entre o governo e a UNTG
em acabar com exploração dos “ ditos
contratados e estagiários”
promovido pelo próprio Estado e titulares dos órgãos que representam o Estado”,
disse Julio Mendonça.
“Na mais recente
greve que decorreu durante uma semana, chegamos
á um consenso de que vai se criar uma comissão que irá detetar os despachos que nomearam pessoas sem respeitar
regras de admissão na administração pública e que põe em causa a própria adenda”,
revelou o Secretário geral da UNTG.
E no que toca ao
con
curso publico, disse ser plasmado na lei, independentemente do Estatuto do pessoal da administração publica, existe um Decreto Lei nº 4/ 2012, que
reforçou o que está referenciado no IPAP sobre a realização do concurso para o
ingresso do pessoal em todos os serviços público.
“O certo é que, o Diploma é de 2012, e enquanto sindicalistas
a nossa primeira exigência que fizemos ao governo é para efectivação de todas
as pessoas com mais de cinco anos de
serviço , não importa se é contratado ou
estagiário, mas que seja efetivado,
porque a pessoa foi explorada, durante
todo o período que trabalhou e quem tem menos de cinco anos que seja submetido
ao concurso público”, disse.
Mendonça acrescenta
que após o empossamento do actual governo, constatou-se que o executivo não só
viola o compromisso assumido com a UNTG, no passado dia 11 de março, e que impede a entrada de pessoas na administração
pública sem concurso público, assim como
está a recrutar pessoas.
À propósito, o Sindicalista
revelou ter entrado com uma participação
contra o Estado junto ao Ministério Público - fiscalizador da
legalidade.
Conforme Júlio
Mendonça, numa das reuniões da comissão,
ficou decidido que todas as pessoas que
entraram na função pública, após entrada em vigor do Decreto nº 4/ 2012, que
proíbe ingresso no aparelho de Estado sem concurso público, que sejam submetidas
ao concurso e aquelas que estão a exercer antes da entrada em vigor desse decreto que sejam efectivadas.
“Agora o governo
entendeu, por bem, que vai cumprir a lei
no seu todo, mas avisamos que vai também
assumir as consequências, porque 2012 até hoje, são oito anos, e a pessoa que
durante este tempo exerceu funções não
pode ser mandado para casa sem nada, tem que ser indemnizada, porque não é o responsável por estar na situação de estagiário ou contratado durante oito anos”, afirmou.
O Secretário-geral da
UNTG disse esperar que o bom senso reine tanto da parte dos representantes do
Estado como da parte dos sindicalistas.
“ Nós estamos a agir
na base do senso, porque estamos a
trabalhar para acabar com a exploração das pessoas, portanto o governo tem que
agir da mesma forma no sentido de salvaguardar o interesse daqueles que durante
anos serviram o Estado”, disse Mendonça.
Relativamente a
questão de idade, o sindicalista disse que, de acordo com lei, ninguém pode ter
vínculo com o Estado com mais de 45 anos. Porque, para beneficiar de pensão de
reforma na administração a pessoa tem
que ter mais 15 anos de serviço, razão pela qual é admitida ingresso na função pública antes dos
45 anos de idade. ANG/LPG//SG
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