Mudanças climáticas/Desastres causaram mais de 410 mil mortos na última década
Bissau, 17 Nov 20 (ANG)
– Os desastres naturais relacionados com as alterações climátic
as causaram mais
de 410 mil mortos na passada década e afectaram 1,7 mil milhões de pessoas,
alertou hoje um relatório da Cruz Vermelha.
Desde os anos de 1990,
estes desastres ligados ao aquecimento global aumentaram cerca de 35% em cada
década, indica-se no documento, no qual se destaca a diferença entre o
financiamento de respostas às alterações climáticas e o tipo de países que o
recebem.
De acordo com o estudo,
os cinco países mais vulneráveis a este tipo de desastres não estão entre os
maiores beneficiários do financiamento, tal como as cinco nações que mais
fundos de adaptação ‘per capita’ recebem se encontram numa situação
especialmente frágil em termos de aquecimento global.
A Somália, por exemplo,
considerado o país mais vulnerável às alterações climáticas, está em 63.º lugar
em termos de compromissos de financiamento, enquanto nações em situação
semelhante, como a República Centro Africana ou a Coreia do Norte, nada
receberam, denunciou.
A Federação
Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICV)
apelou para a protecção destas comunidades, que agora têm que responder também
ao impacto da pandemia de covid-19 nos respectivos territórios.
Em seis meses, entre
Março de 2020, quando foi declarada a pandemia, e a finalização deste
relatório, cerca de uma centena de desastres climáticos afectaram mais de 50
milhões de pessoas.
“O trabalho contra as
alterações climáticas não pode ficar em segundo plano enquanto lutamos contra a
pandemia”, declarou o secretário-geral da FICV, Jagan Chapagain, que sublinhou
“não ser inteligente” pensar que as alterações climáticas são menos importantes
do que a covid-19.
Uma das propostas da
FICV é que os pacotes de estímulo, em criação por todo o mundo para sair da
crise causada pela covid-19, devem incluir uma recuperação que proteja as
pessoas e o planeta, para evitar riscos no futuro.
“Queremos que as
soluções de hoje não se transformem nos problemas de amanhã”, considerou.
A organização pediu aos
Governos, doadores e aos sectores humanitário, ambiental e de desenvolvimento
que dêem prioridades nos apoios às pessoas, comunidades e países em situação de
maior risco.
“Investir na resiliência
dos lugares mais vulneráveis é mais eficiente do que continuar a assumir os
aumentos contínuos no custo das respostas humanitárias e contribui para um
mundo mais seguro, próspero e sustentável para todos”, concluiu Chapagain. ANG/Inforpress/Lusa
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