França/Processo por
corrupção do ex-PR Nicolas Sarkozy é
retomado hoje
Bissau, 30 Nov 20 (ANG) – O processo por corrupção do antigo
Presidente francês Nicolas Sarkozy é retomado hoje, após o tribunal correcional de Paris ter rejeitado quinta-feira o seu adiamento, por motivos
de saúde de um dos co-acusados.
Um relatório médico
concluiu que o antigo juiz Gilbert Azibert, 73 anos, estava apto a comparecer,
mas o tribunal rejeitou o pedido de adiamento e ordenou que comparecesse “em
pessoa” hoje, às 13:30 locais (12:00 em Bissau), antes de suspender de novo a
audiência.
O julgamento de Sarkozy,
acusado de corrupção e tráfico de influências na sequência de um escândalo que envolveu
escutas telefónicas, começou há precisamente uma semana no Tribunal Criminal de
Paris, mas foi adiado pouco depois.
A decisão do tribunal
foi tomada na sequência do pedido dos advogados de um dos réus, o juiz Gilbert
Azibert, que alegaram o estado de saúde muito precário do arguido, tendo o
presidente do tribunal ordenado um exame médico que, entretanto, foi entregue.
O ex-Presidente, de 65
anos, vai julgado em conjunto com o seu advogado Thierry Herzog, também de 65
anos, e Gilbert Azibert, podendo ser condenados a uma pena suspensa de prisão
de até 10 anos e a uma multa de até um milhão de euros. Os três acusados negam
qualquer irregularidade.
Sarkozy e Herzog são
suspeitos de prometer a Azibert um emprego no Mónaco em troca de informações
sobre uma investigação ao financiamento ilegal da campanha presidencial de 2007
pela mulher mais rica da França, a herdeira da L’Oreal Liliane Bettencourt.
De acordo com a
acusação, Sarkozy e Herzog usaram, em 2014, telemóveis secretos, registados sob
o pseudónimo “Paul Bismuth”, para terem conversas privadas, já que receavam que
as conversas estivessem a ser escutadas.
Sarkozy e Herzog
explicaram que compraram os telefones para evitar serem alvo de escutas
telefónicas ilegais, mas os investigadores suspeitam que o que realmente
queriam era evitar ser gravados, até porque as conversas sugeriam que ambos
sabiam que os seus telefones oficiais estavam a ser escutados.
Sarkozy argumentou,
entretanto, que nunca interveio para ajudar Azibert, que nunca chegou a ir
trabalhar para o Mónaco, tendo-se reformado em 2014.
No entanto, o tribunal
considerou que assim que um negócio é oferecido, constitui infracção penal,
mesmo que as promessas não sejam cumpridas.
O nome de Sarkozy
apareceu, durante anos, ligado a várias outras investigações judiciais, com
alegações que incluíram financiamento ilegal da sua campanha de 2007 pelo então
ditador líbio, Muammar Kadhafi, e que lançaram uma sombra sobre a tentativa de
regresso de Sarkozy nas eleições presidenciais de 2017, não tendo sido
escolhido como candidato pelo seu partido e acabando por se retirar da política
activa. ANG/Inforpress/Lusa
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