Mali/Guterres condena ataque que matou sete capacetes azuis
Bissau,
09 Dez 21(ANG) – O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou
quarta-feira “energicamente” o ataque “atroz” a uma caravana logística da
missão das Nações Unidas no Mali (Minusma) que matou sete capacetes azuis e
feriu outros três na zona central do país.
“Apresentamos as mais sinceras condolências às famíli
as das vítimas e ao governo e ao povo do Togo”, disse Stéphane Dujarric, porta-voz de Guterres, numa conferência de imprensa, referindo-se à nacionalidade dos soldados mortos.
Uma “caravana logística” da Minusma, que seguia entre Douentza e Sévaré, no centro do Mali, foi atingida por um engenho explosivo, segundo a ONU, que num primeiro momento não especificou a nacionalidade das vítimas.
Segundo
Dujarric, o secretário-geral da ONU também apelou às autoridades do Mali para
que “não poupem esforços para identificar os responsáveis pelos ataques para
que possam ser levados à justiça”.
O
representante de Guterres salientou ainda que este é um dos piores ataques do
ano às missões de manutenção da paz da ONU e sublinhou que a Minusma “tem
estado na linha da frente e tem sofrido tremendamente”, especialmente os
soldados do Togo, do Egito e do Chade.
Não
se sabe neste momento quem perpetrou o ataque, mas responde ao ‘modus operandi’
dos grupos ‘jihadistas’ presentes no Mali, entre os quais se destaca um grupo
aliado da Al-Qaeda e do ramo local do grupo extremista Estado Islâmico (EI).
A
Minusma, uma das mais dispendiosas e perigosas missões de manutenção da paz,
está no Mali desde 2013 e é atualmente a missão das Nações Unidas com mais
mortos no mundo, contabilizando mais de 150 óbitos.
A instabilidade
que afeta o Mali começou com o golpe de Estado de 2012, quando vários grupos
rebeldes e organizações fundamentalistas tomaram o poder no Norte do país
durante dez meses.
Os
fundamentalistas foram expulsos em 2013, após uma intervenção militar internacional
liderada pela França, mas extensas áreas do país, sobretudo no Norte e Centro,
continuam a escapar ao controlo estatal e são, na prática, geridas por grupos
rebeldes armados.
Além
da presença de grupos terroristas, o Mali vive uma situação de grande
instabilidade, com dois golpes de Estado em menos de um ano, após os quais se
abriu um processo de transição política. ANG/Inforpress/Lusa
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