Myanmar/Antiga primeira-ministra Aung San Suu Kyi condenada a 4 anos de prisão
Bissau, 07 Dez
21 (ANG) – A antiga Primeira-ministra de Myanmar Aung San Suu Kyi foi hoje
condenada a 4 anos de cadeia por incitação a desacatos e violação das regras
sanitárias ligadas à Covid.
A antiga prémio Nobel da paz é ainda indiciada
da prática de toda uma série de crimes, denunciados por ongs de defesa de
direitos humanos, que poder-lhe-iam valer dezenas de anos de prisão na antiga
Birmânia.
A pena foi entretanto reduzida para dois anos,
anunciou a junta militar.
Desde o golpe de Estado de 1 de Fevereiro
a antiga primeira-ministra, de 76 anos, está em prisão domiciliária.
Ela é ainda indiciada por importação
ilegal de walky talkies, corrupção, fraude eleitoral e rebelião.
A também vencedora das eleições de 2015 e
2020 estaria, segundo muitos observadores, a ser vítima de um julgamento
político.
Também o antigo presidente Win Myint foi condenado à mesma pena,
segundo a junta militar eles não seriam, porém, logo levados para a prisão.
A próxima sentença a ser lida em relação a Aung San Suu Kyi deverá
acontecer a 14 de Dezembro por ter infringido a lei sobre catástrofes naturais.
Foi um tribunal especial, construído em Naypyidaw, a capital,
pelos militares, que tem estado a julgar a antiga Prémio Nobel da paz.
Os seus advogados foram proibidos de falar com a imprensa, e os
jornalistas arredados de seguir o
julgamento.
Segundo organizações não governamentais 1 300 pessoas morreram e mais de 10 000 foram
detidas na repressão dos protestos contra o golpe de Estado.
A Amnistia Internacional denuncia a determinação do exército em
eliminar qualquer oposição e asfixiar as liberdades em Myanmar.
O respectivo director executivo em Portugal denuncia uma farsa por
detrás deste julgamento e que a prazo Aung San Suu Kyi possa vir a ser
condenada a muitos mais anos de cadeia.
"Este julgamento foi uma
farsa e estas acusações também foram uma farsa. Desde Fevereiro, aquando da
tentativa de golpe de Estado, a junta militar prendeu milhares de pessoas."
A ONG apela a que a ASEAN, a organização regional do sudeste
asiático, tome posição quanto à situação dos direitos humanos em Myanmar.
"O
julgamento foi à porta fechada, não sabemos que provas foram apresentadas.
Estime-se que 1 300 pessoas tenham sido torturadas e mortas. Estamos a pedir à
ASEAN, de que Myanmar faz parte desde 1997, tome posição e faça um trabalho que
se comprometeram a fazer."
"A
situação é caótica, urge que a ASEAN entre no país e possa fazer o seu
trabalho. Enquanto isso não acontecer vamos continuar a testemunhar estes
abusos de direitos humanos de quem detém o poder em Myanmar neste momento."
A junta militar anunciou, entretanto, que a sentença passou de 4 para 2 anos de prisão. ANG/RFI
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