segunda-feira, 21 de março de 2016

Mudança em Cabo Verde

       PAICV perde eleições em Cabo Verde e sai do poder após 15 anos

Bissau, 21 Mar 16(ANG) - O Movimento para a Democracia (MpD) venceu as eleições legislativas de domingo em Cabo Verde em todos os círculos eleitorais do arquipélago, interrompendo um ciclo de três maiorias absolutas consecutivas do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV).
Ulisses Correia e Silva
 
Quando estão apurados os resultados de 1.153 das 1.241 mesas e falta a eleição dos seis deputados que representam as comunidades no estrangeiro, o MpD, liderado por Ulisses Correia da Silva, conseguiu 37 dos 72 assentos parlamentares, menos um do que o total de deputados que o PAICV conseguiu na sua maioria absoluta de 2011.

O PAICV elegeu 26 deputados e a União Cabo-Verdiana Democrática e Independente (UCID) três.

Em termos de votos expressos, o MpD conseguiu em Cabo Verde 119.401 votos (53,7por cento), o PAICV 82.246 (37 por cento) e a UCID 15.438 (6,9 por cento).

Em 2011, a diferença de votos entre o partido vencedor (PAICV) e o derrotado (MpD) foi de cerca de 23 mil votos, sendo que nestas eleições, quando ainda faltam apurar os votos da diáspora, o MpD tem já uma vantagem de 37 mil.

O MpD tira assim do poder o PAICV, que governou Cabo Verde nos últimos 15 anos, sob a liderança de José Maria das Neves.

O resultado das eleições de domingo é surpreendente, porque apesar de não haver sondagens independentes, havia dados que apontavam que nenhum dos partidos conseguiria maioria absoluta.

De acordo com os dados oficiais, a abstenção foi de 33,4por cento, acima dos 23,9 por cento das últimas legislativas.

O MpD ganhou em todos os círculos eleitorais, sendo a vitória mais significativa a conquista de três deputados na ilha do Fogo, tradicional bastião do PAICV.

A líder do PAICV, Janira Hopffer Almada, reconheceu a derrota e felicitou o líder do até agora principal partido da oposição (MpD).

Em declarações à imprensa, Janira Hopffer Almada disse que "respeita o veredicto do povo" e que nos próximos dias vai convocar o Conselho Nacional do partido para analisar os resultados.

Assumiu "as responsabilidades da derrota", prometendo fazer uma "oposição construtiva".
Por seu lado, o presidente do MpD e futuro Primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, dedicou a vitória a todos os cabo-verdianos e prometeu começar a trabalhar "imediatamente para pôr o país na rota do crescimento económico".

"A minha primeira tarefa será pôr de pé um programa de emergência para podermos dar respostas concretas aos problemas que os cabo-verdianos sofrem neste momento e à expectativa que foi criada", disse Ulisses Correia e Silva durante o discurso de vitória, na sede nacional do MpD, na cidade da Praia.

Ulisses Correia e Silva, que falou tendo como som de fundo os efusivos festejos dos militantes do MpD que enchiam as ruas junto à sede do partido, considerou que "esta é uma vitória para começar um novo ciclo, um ciclo de novas soluções" para Cabo Verde.

O futuro Primeiro-ministro reforçou também os compromissos assumidos durante a campanha eleitoral de que governará para todos os cabo-verdianos e agradeceu à todas as ilhas pela "grande vitória", deixando uma saudação especial à ilha do Fogo, onde o MpD venceu pela primeira vez.

O líder do MpD seguiu depois para a zona da Quebra Canela, reabilitada durante os seus mandatos na câmara da Praia, para festejar a vitória com os apoiantes.

Já o líder da UCID, terceira força política mais votada, reconheceu que o partido falhou o objetivo de acabar com a bipolarização partidária em Cabo Verde.

"A UCID não evitou a maioria absoluta. É nosso entendimento que funcionou a lógica do voto útil. Os eleitores, com medo de terem o PAICV mais uma vez no poder, resolveram, de uma maneira forte, votar no MpD, 'prejudicando' a UCID", reagiu António Monteiro, no domingo à noite, na sede do partido na ilha de São Vicente.

A União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID) elegeu três deputados ao parlamento, mais um do que em 2011, todos pelo círculo eleitoral de São Vicente.

Mesmo assim, António Monteiro disse que foi uma derrota para a UCID, que ambicionava conseguir os cinco deputados necessários para constituir um grupo parlamentar.
ANG/Lusa



Justiça


    Ministério Público rejeita ter notificado ex-Combatente de Pátria, Carmen Pereira

Bissau, 21 Mar 16 (ANG) - A Procuradoria-Geral da República (PGR) rejeita ter notificado a Combatente de Liberdade de Pátria, Carmen Pereira por alegada suspeição de crime económico.
Sede do Ministério Público

Em comunicado de imprensa, o Ministério Público declara que a notificação judicial dirigida a esta histórica dirigente do PAIGC, é da Vara Cível do Tribunal Regional de Bissau, por isso, assinada por uma Juíza de Direito.

No entanto, segundo a mesma nota “o processo em causa correu o seu trâmite normal no Gabinete de Advocacia de Estado", procedimento após o qual o Ministério Público o submeteu, a 23 de Novembro de 2015, "ao Tribunal Regional de Bissau para efeitos de julgamento".

E, conclui o documento, que o Ministério Público,  sempre cumprirá  com o papel que lhe é reservado pelas leis em vigor na Guiné-Bissau.

"O Ministério Público sendo fiscal da legalidade e titular da ação penal, enquanto advogado do Estado, cumpre e continuará a cumprir simplesmente com o papel que lhe é reservado pelas leis vigentes", conclui.

Segundo o PGR a notificação é do Tribunal dirigida a Carmen Pereira e a outros beneficiários, datada de Dezembro, mas só entregue na passada quinta-feira.

Em causa está a utilidade de apoios financeiros determinados por lei de que Carmem Pereira e outros beneficiaram  para tratamento médico no exterior.  
ANG/QC/SG

Justiça


      Carmen Pereira qualifica de "provocação" sua notificação pelo Ministério Público

Bissau,21 Mar 16(ANG) - A ex-combatente guineense e dirigente histórica do PAIGC, Carmen Pereira, classificou hoje como uma "provocação" o facto de ter sido notificada pelo Ministério Público para esclarecer o uso de apoios do Estado em tratamentos médicos.

Carmen Pereira
"Acho que é uma provocação. Porquê? Dei a juventude ao partido e à luta de libertação nacional", referiu a veterana Carmen Pereira, uma das mais célebres combatentes pela Liberdade da Pátria e único membro vivo da primeira mesa da Assembleia Nacional Popular (ANP), o parlamento guineense.

A dirigente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que em Setembro completa 80 anos, explicou aos jornalistas, em sua casa, em Bissau, que o Ministério Público está a colocar em causa o seu direito de acesso ao apoio para tratamentos fora do país.

A notificação dirigida também a outros beneficiários, datada de Dezembro, mas só entregue na quinta-feira, dá-lhe 20 dias para prestar declarações.

Carmen Pereira rejeita quaisquer suspeições e acrescenta: "Não pensei que um dia chegaria a este ponto".

Fonte ligada ao processo e próxima da veterana referiu que estão em causa cerca de 3.000 euros de apoios, cuja atribuição está prevista na lei.

A missiva do Ministério Público surge após outras notificações igualmente contestadas pelos visados, nomeadamente, alguns membros do Governo do PAIGC que têm sido chamados a prestar declarações desde Janeiro.

Entre eles está o ministro das Finanças, Geraldo Martins, também a propósito da autorização de apoios médicos - entre os quais, aquele atribuído a Carmen Pereira -, declarando o governante estar de "ficha limpa".

Contactado pela agência Lusa, o Procurador-Geral da República da Guiné-Bissau Sedja Man, disse hoje desconhecer a notificação à ex-combatente pela independência do país.
Em todo o caso, rejeita o termo "provocação", sublinhando que "ninguém está acima da lei", referindo-se também às críticas feitas por outros visados.

Há processos que já estavam em curso "antes de eu chegar", acrescentou.
Garantiu ainda que não há qualquer "perseguição" feita com base em notificações.

Sedja Man foi nomeado a 23 de Novembro de 2015 pelo Presidente da República, José Mário Vaz, em substituição de Hermenegildo Pereira, numa altura em que já tinha eclodido uma crise política no país.
ANG/Lusa


Crise Política



         Missão da UA diz que a situação  deve ser resolvida pelos guineenses

Bissau,21 Mar 16 (ANG) – O Chefe da Missão de Conselho da Paz e Segurança da União Africana (UA), Mass Assi Gye disse que a crise política que o país enfrenta deve ser resolvida pelos próprios guineenses.

Mass Assi Gye
Mass Assi Gye, que falava no sábado em conferencia de imprensa no final da missão de três dias que efectuou ao país, disse que a União  Africana quer que haja paz no continente, mas o certo é que a Guiné-Bissau deve resolver os seus problemas, porque  repousam nos seus ombros.

Aquele diplomata gambiano referiu que a missão  não veio para tomar decisões, mas sim  recolher informoções necessarias que serão traduzidas em relatrorio à ser entregue à União Africana até ao proximo dia 29 deste mês e que permitirá a organização tomar uma decisão sobre actual situação da Guiné-Bissau.

“Esta missão deveria ter vindo a Guiné-Bissau em 2014, mas  União não quer duplicar os esforços. Por isso, deixou  a Comunidades Económica dos Estados de África Ocidental (CEDEAO) para tratar da situação. Mas agora é a própria União que vai tomar conta da materia”,esclareceu o Chefe da Missão da União Africana.

Apesar disso, garante que a situação da Guiné-Bissau será tratada seriamente pela União Africana.

Em relação aos 15 deputados em questão no hemiciclo guineense, Mass Assi Gye disse que o caso já se encontra sob alçada da Justiça, por isso a Missão não manteve o encontro com  o grupo.
ANG/LPG/ÂC/SG

Raimundo Pereira em Bissau


            Ex-Presidente guineense regressa ao pais após quatro anos de exilo

Bissau,21 Mar 16(ANG) - Raimundo Pereira, Presidente da República interino da Guiné-Bissau deposto no golpe de Estado militar de 2012, regressou no passado dia 18 do corrente mês ao país.
José Mário Vaz e Raimundo Pereira

Em declarações à imprensa, à chegada ao aeroporto de Bissau, sobre se o regresso é definitivo, o ex-dirigente foi curto em palavras: "sou um cidadão guineense. Penso que sim".
 
Após deixar o aeroporto, o antigo chefe de Estado foi recebido pelo actual Presidente guineense, José Mário Vaz, no que Raimundo Pereira classificou à saída como "uma visita de cortesia", sem adiantar mais pormenores, e sem comentar a situação política do país.

Raimundo Pereira assumiu interinamente a Presidência da Guiné-Bissau após a morte, por doença, de Malam Bacai Sanhá, a 09 de Janeiro de 2012, e até à marcação de eleições, que se realizaram a 18 de Março.

Na altura, o ex. Primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior ("Cadogo"), candidatou-se com o apoio do PAIGC e venceu a primeira volta das eleições , mas a segunda ronda, em que deveria enfrentar Kumba Iála, não chegou a realizar-se.

Os militares tomaram o poder num golpe de Estado à 12 de Abril e Carlos Gomes Júnior e Raimundo Pereira abandonaram o país no final do mês - sendo que Pereira voltou pela primeira vez a pisar o solo do seu país, enquanto que "Cadogo" ainda se encontra exilado no exterior.
ANG/R. Jovem

sexta-feira, 18 de março de 2016

Política


“O PAIGC está disposto a facilitar possíveis compromissos para saída da crise”diz seu líder

Bissau,18 Mar 16(ANG) - O   líder do PAIGC disse que o partido está disposto a facilitar os possíveis compromissos, para a saida da crise.

“É vergonhoso quando se percebe  que estas missões  vem pedir o cumprimento das leis existêntes no país.Por isso, digo que a solução deste problema deve ser encontrada pelos próprioos guineenses", 
disse Domingos Simões Pereira, a saída da reuniao com a missao do Conselho de  Segurança e Paz da Uniao Africana, decorrida quinta-feira, em Bissau.

 Simões Pereira  referiu que a audiencia foi mais um  "encontro de  partilha de informações" sobre o desenvolvimento da actual situação política no país

O Presidente dos libertadores disse ter conseguido ilucidar os aspectos que faziam sombra à compreenção dos factos, como é o caso da leitura que se faz do estatuto do PAIGC  e do funcionamento da Assembleia Nacional Popular e  Constituição da República.

Simoes Pereira disse ter saído com a sensação de ter contribuido para uma saída da crise, “porque o PAIGC é um partido responsável” e que esta responsabilidade se traduz na existência de leis normativos, aos quais se deve cumprir.

O Partido da Renovação Social (PRS), segundo Victor Pereira, defendeu o cumprimento da lei, “que passa pela readmissão dos 15 deputados expulsos do parlamento”.

“O que move mais o PRS nesta questão é apenas o cumprimento da lei,  senão vai se abrir um precedente que depois pode criar situção alarmantes de expulsões arbitrárias na Assembleia Nacional Popular. É isso que queremos evitar”, disse Victor Pereira, porta-voz do PRS.  

Em representação da Sociedade Civil, Kaylândio Abdoulai Jaquité convidou  as partes para um dialogo franco e o respeito às instituições da República.

“Se a actual situação é do forum judicial, então que a justiça seja feita. Se é  do parlamento  que seja resolvida no parlamento. E se é da política que os políticos se dialoguem e optam pela verdade”, exortou  Kaylândio Abdoulai Jaquité, avisando que é preciso estar disposta para aceitar uma decisão judicial.

O líder da  União para a Mudança (UM) salienta que , se o problema se transitar para uma crise social,  terá consequencias imprevisíveis.

Agnelo Regalla acrescentou que terminados os passos de diálogo será  a vez de os tribunais, cujo pronunciamento aguardam.

Regala saleintou  que cada um deve estar preparado para respeitar aquilo que será a decisão judicial.
O Partido da Nova Democracia(PND) defende o diálogo como forma de resolver qualquer devirgência acrescentando que sem ele não pode haver a paz porque ela tem ser construída permanentemente por todos.

Gabriel Djibril Baldé disse que a actual situação deve ser resolvida no seio dos políticos por se tratar de um assunto  de caracter político.

ANG/LPG/JAM/SG




CPLP


São Tomé e Príncipe chefia secretariado

 Bissau, 18 Mar 16(ANG)-O próximo secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) vai ser são-tomense, anunciaram quinta-feira em Lisboa os chefes da diplomacia guineense, Artur Silva, e cabo-verdiana, Jorge Tolentino, no  final de um Conselho de Ministros da organização.

Foi ainda decidido pelos chefes da diplomacia da organização que o próximo mandato é de quatro anos, com a primeira metade a caber a São Tomé e Príncipe e a segunda a Portugal. 

A indicação da liderança da CPLP que reúne nove estados cabe este ano a Portugal  e pretende promover a língua portuguesa no mundo.

O actual secretário-executivo da CPLP é Murade  Murargy, moçambicano e diplomata de carreira. 
Esta é a primeira vez que Portugal  escolhe o secretário-executivo da organização e o Governo pretende “alguém com suficiente experiência e em condições de levar à prática a nova visão estratégica que a CPLP vai aprovar”.

ANG/JA

Futebol/CAN2017


Selecionador Nacional faz antevisão da partida contra Quénia

Bissau,18 Mar 16(ANG) - O seleccionador nacional, Baciro Candé defendeu esta quinta-feira, que a selecção da Guiné-Bissau deve assumir o controlo do jogo da próxima quarta-feira, 23 de Março, em Bissau contra o Quénia, para vencer a partida.

Falando ao Jornal O Democrata depois de cumprir o primeiro treino no Estádio 24 de Setembro em Bissau com alguns jogadores que militam em clubes estrangeiros e que já se encontram no país, Baciro Candé disse que os “Djurtus” têm a obrigação de assumir o controlo do jogo e trabalhar no máximo para alcançar um resultado positivo.

O actual treinador do Sporting Clube de Bissau,   dirige a selecção nacional sucedendo-se ao português Paulo Torres, que passa a orientar a equipa de sub-23 até ao final do ano, segundo  informações avançadas pela Federação Nacional de Futebol. 

Baciro Candé vai ser coadjuvado por Romão dos Santos, actual treinador do Sport Bissau e Benfica ,e  já divulgou a lista oficial dos jogadores convocados.

O jogo da selecção nacional guineense contra o Quénia, é referente a terceira jornada do Grupo E do apuramento para Campeonato Africano das Nações (CAN2017). 

ANG/O Democrata

Ensino público


SINDEPROF  ameaça com nova greve de 10 dias 

Bissau,  18 Mar 16 (ANG) -  O Sindicato Democratico dos Professores (SINDEPROF),promete entregar ainda hoje ao governo um novo Pré-Aviso de greve para ser cumprido entre os próximos dias 04 e 15 de Abril.

Em conferencia de imprensa realizada hoje, o Presidente do SINDEPROF  acusou o executivo da falta de vontade para cumprir o acordo assinado com o sindicato.

Laureano Pereira da Costa qualificou a vaga de greve de 09 dias que hoje termina de positivo porque, na sua opinião, o sindicato conseguiu paralisar totalmente o sector de ensino em todo o território nacional.

"Isso demonstra a determinação dos professores de lutar pelos seus direitos", disse tendo lamentado o facto do patronato não ter convocado o sindicato para encontrar solucao ao diferendo.

O sindicalista acusou o executivo de ter "governantes insensíveis" que não se dignam a resolver assuntos ligados ao sector de ensino, e de  “estarem a matar os professores de uma forma lenta”.

Aquele sindicalista afirmou que, enquanto os pontos acordados no Memorando do Entendimento assinado entre as partes no dia 31 de Outubro de 2015, não forem compridas, as greves vão continuar no sector do ensino.

Entre outros pontos acordados entre as partes está a da aplicação dos Estatutos da Carreira Docente, harmonização de letras dos professores oriundos de deferentes Centros de Formação, efectivação, pagamento de retroactivos, o pagamento de três meses aos professores novos ingressos e contratados recentes.

No Pré-Aviso a ser entregue hoje, o SINDEPROF exige o cumprimento integral do Memorando assinado em 2015, aumento de salário à todos os professores com um salário mínimo de 162 mil francos CFA, conclusão do pagamento de 12 meses de diuturnidade e retroactivos aos professores, entre outros. 

ANG/MSC/JAM/SG



 


 

Pescas


Secretário de Estado promete colocar unidade de fabrico de gelo em Biombo

Bissau,18 Mar 16(ANG) - O secretário de Estado das Pescas e Economia Marítima prometeu colocar uma unidade de fabrico de gelo na região de Biombo, norte do país para facilitar os trabalhos dos pescadores artesanais daquela localidade.

Ildefonso Barros falava no acto de entrega de diversos materiais de pesca, nomeadamente redes, bóias, cordas entre outros, aos pescadores daquela região que entregaram voluntariamente as redes inadequadas à pesca artesanal no âmbito das apreensões feitas pelos serviços da Fiscalização Marítimas no ano passado.

O governante informou que a carência de gelo é uma das maiores dificuldades com que se deparam os pescadores em todas as localidades do país, salientando que, o executivo está, aos poucos, a resolver esse problema.

"A título de exemplo, já instalamos duas máquinas de produção de gelo com capacidade  de cinco toneladas por dia cada sendo uma em Cacheu e outra em Buba", explicou.

O secretário de Estado das Pescas disse que já encomendaram seis máquinas de fabrico de gelo e quando chegarem a região de Biombo será a prioridade.

Ildefonso Barros aconselhou aos pescadores de Biombo à protegerem os recursos haliêuticos,  evitando a utilização de materiais inapropriados porque é nas zonas de pesca artesanal que os peixes reproduzem.

Declarou que, ainda em termos de apoios aos pescadores, o governo tem consciência das carências que os homens do mar enfrentam em relação aos materiais de pesca.

"Estamos a trabalhar no sentido de criar as condições para que os privados podem colocar à venda os materiais de pesca suficientes no país para que os pescadores possam adquiri-los num preço acessível", explicou.

Segundo ele, pretendem com isso criar as condições para que  o país possa ter um stock de materiais de pescas para que os pescadores possam compra-los  aqui no país .

ANG/ÂC/JAM/SG






Conselho de Ministros


Governo ordena confiscação de madeiras adequiridas ilegalmente

Bissau, 18 Mar 16 (ANG) – O Governo da Guiné-Bissau ordenou a confiscação de “toda” a madeira apreendida e que  foi cortada no período de transição em 2013 e em relação a qual não houve nenhuma reclamação dentro do prazo fixado.

Segundo o comunicado da reunião de Conselho de Ministros desta quinta-feira, o executivo felicita os membros do Comité Técnico para a Gestão da Madeira Apreendida e o seu Gabinete Jurídico de Contencioso pelo trabalho feito.

 Em 2013, o então governo de transição concedeu várias licenças que originaram  o abate considerável de árvores de madeira para serem vendidos aos empresários chineses. Prática, segundo as autoridades, aproveitada também por particulares sem autorização para o efeito.

Preocupado com o desiquilibrio ecológico, em 2014, o novo governo saído das eleições criou e ordenou este Comité Técnico para prender toda a medeira em causa e, ainda, produziu um despacho que proíbe o corte de madeira durante cinco anos.

No outro plano, o colégio governamental aprovou novo modelo de papel timbrado para a expedição de documentos oficiais do governo, visando, garantir seu uso uniforme em todos os Ministérios e Secretarias de Estado.

Finalmente, o Conselho de Ministros decreta honras de Estado ao funeral do combatente de liberdade de pátria e primeiro Presidente da Câmara Municipal de Bissau, Juvêncio Gomes, falecido esta semana. 

ANG/QC/JAM/SG

Internacional


Cabo Verde e República do Congo em eleições

Bissau, 18 Mar 16 (ANG)Os eleitores da República do Congo e de Cabo Verde cumprem amanhã o dia de reflexão, após terminar a campanha eleitoral para as presidenciais de domingo no primeiro daqueles países e para as legislativas no segundo.

Uma missão da União Africana, liderada pelo ex-primeiro-ministro do Djibuti, Dileita Mohamed Dileita e constituída por técnicos da organização e do Instituto para a Democracia Duradoura em África, era aguardada ontem em Brazzaville.

As eleições presidenciais congolesas são observadas apenas pela União Africana e pela Comunidade Económica  dos Estados da África Central (CEEAC), após a União Europeia e, de certo modo, a Organização Internacional da Francofonia as terem boicotado.

A União Europeia decidiu que a observação se deve limitar a relatórios sobre a votação feita por diplomatas dos países com Embaixadas em Brazzaville e a Organização Internacional da Francofonia apenas enviou “uma missão para a promoção de um clima apaziguador”.

O Comité de Acompanhamento da Convenção para a Paz e Reconstrução da República do Congo, encarregado de supervisionar as eleições, anunciou quinta-feira que há 362 observadores nacionais em todo o país.

Nestas presidenciais, nas quais participam o  Presidente cessante, Denis Sassou Nguesso, tido como favorito, e mais oito candidatos, estão registados 2.124. 651 eleitores,  mais 244 mil do que no referendo de 25 de Outubro, que aprovou a nova Constituição que permite ao Presidente cessante concorrer a mais um mandato.

Os candidatos prometeram realizar “profundas reformas” para “mudar a imagem do país e fazê-lo avançar”, “restituir ao Estado as bases sólidas, com instituições democráticas e consensuais dignas” e “sanear a gestão financeira pública e reforçar as capacidades da justiça”.

Além de Denis Sassou Nguesso, concorrem Anguios Nganguia Engambé, Pascal Tsaty Mabiala, Jean-Marie Michel Mokoko, André Okombi Salissa, Guy Brice Parfait Kolélas, Joseph Kignoumbi Kia Mboungou, Michel Mboussi Ngouari e Claudine Munari, a única mulher.

Em Cabo Verde, o PAICV encerrou quinta-feira a campanha eleitoral com um comício em São Vicente, depois da líder do partido, Janira Hopffer Almada, a primeira mulher a concorrer à chefia do Governo cabo-verdiano, ter participado em acções porta a porta nos bairros da Bela Vista e Ribeirinha, arredores da cidade do Mindelo. 

PAICV, MpD e UCID, os três maiores partidos cabo-verdianos, apostaram forte nas redes sociais, usadas pela primeira vez de forma ampla na mobilização do eleitorado e na tentativa de passagem de  mensagens políticas. 

Dos 551 candidatos a deputados, 173 são mulheres, o que corresponde a 31 por cento do total, incluindo efectivos e suplentes.

 O PAICV tem a maior representação feminina, 59, correspondente a 34 por cento dos candidatos do partido a deputados .

A mais recente sondagem, realizada pela MGF Research, Instituto de Pesquisas e Sondagens, de 26 a 29 de Fevereiro, atribui ao PAICV, o partido que governa, a vitória nas eleições legislativas, com 30,1 por cento das intenções de voto. 

A seguir surgem o  MpD, com 27,5, e a UCID, com oito por cento. 

O inquérito revela que 32,5 por cento dos eleitores sente-se mais próximo do PAICV e 22,7 do MpD. Do total dos inquiridos, 56 por cento afirmaram que a escolha era definitiva, 33,1 por cento que podem mudar de opinião e sete por cento que não sabe. 

Na sondagem, realizada  com recurso ao telefone, foram ouvidas 1.064 pessoas residentes em Cabo Verde, com idade igual ou superior a 18 anos. A margem de erro da sondagem é de três por cento. 
Em termos de idade dos inquiridos, a faixa entre os 45 e 54 anos representou 18,4 por cento e a dos 25 aos 34 anos, 17,6 por cento.

Os principais candidatos, além de Janira Hopffer Almada,  são Ulisses Correia e Silva, do MpD, e António Monteiro, do UCID.

Entre as promessas eleitorais, os partidos têm como denominador comum a criação de mais postos de trabalho, maior crescimento económico, redução de impostos e melhor segurança. 

O PAICV, que promete criar entre 15 a 25 mil postos de trabalho por ano, aumentar o salário mínimo e implementar uma segurança interna assente na informação estratégica, elege a Polícia Nacional como “pilar determinante”. 

O MpD propõe criar 45 mil postos de trabalho, garantir um crescimento económico na ordem dos 7 por cento ao ano e actualizar anualmente os salários e pensões. Também promete “tolerância zero” à criminalidade urbana e “criar imediatamente” a Polícia Municipal e redes de videovigilância.

A UCID, que se propõe fomentar o auto-emprego, define como prioridades da sua governação a “tolerância” zero para os criminosos e melhorar a celeridade processual.

ANG/JA

Cultura


Artista plastico, Braima Queta acredita no desenvolvimento do país nos próximos dez anos

Bissau, 18 Mar 16 (ANG) – O artista plástico, Braima Queta considera que se houver  estabilidade política, boa governação e  união em torno do bem comunm, a Guiné-Bissau pode desenvolver-se em dez anos.

Em entrevista a  ANG, Braima Queta disse que, em consequência, o país passará a ser cobiçado por muitos migrantes  de outros países, mudando assim, o curso migratório dos guineenses para o estrangeiro.

Este “homem” da cultura que fez na semana passada a exposição dos seus quadros em Bissau, sob o lema: “Guiné-Bissau, Terra Nova e Cultura”, explica que as suas obras se resumem em passar uma mensagem “positiva” da África e, em particular, da Guiné-Bissau, não obstante as guerras civis, a luta pelo poder e a má governação.

“ O meu sonho é dentro de 20 a 30 anos, ver uma Guiné-Bissau muito desenvolvida, com escolas e hospitais modernas nas tabancas, com água potável para todos, com estradas em condições e com caminhos de ferro que a  liga à outros países”, acrescenta Queta.

Este Planificador e Gestor Urbano de formação assegura que o país tem  recursos naturais e uma condição geográfica (mais de oitenta ilhas para fazer um turismo atractivo) para proporcionar o seu desenvolvimento.

Sobre os seus projectos futuros, Braima Queta promete realizar a segunda exposição de suas pinturas este ano, na qual pretende abordar os direitos que assistem aos cidadãos, nomadamente os dieitos à escola, ao trabalho, à habitação, entre outros.

Porque, segundo as suas palavras, “devemos ter uma Guiné-Bissau em que cada um viva condignamente”.

Para além de  uma visita ao Museu Louvre, em França, para “aprender com artistas mundiais”, este pintor disse que tem em carteira, a publicação de um livro sobre a arte, com o objectivo de explicar as suas obras plásticas.

Finalmente, perante a actual crise política, o artista apela a população guineense à ter uma conduta apaziguadora. Aos políticos pede o “diálogo” na resolução dos diferendos e aos militares que “continuem longe da política”.

O artista plástico Braima Queta nasceu em 1985, em Cumura, sector de Prabis (norte)concluiu o curso de mestrado em Planificação e Gestão Urbana em 2015 na República de Togo, país onde esteve durante seis anos.

ANG/QC/SG

quinta-feira, 17 de março de 2016

America

Vitória de Trump é ameaça em nível global, segundo a EUI

Londres - A possibilidade de que o milionário Donald Trump se torne presidente dos Estados Unidos representa uma ameaça a nível global, equiparável às consequências económicas da ascensão do jihadismo, segundo um relatório da Economist Intelligence Unit (EUI).

No último estudo sobre as ameaças que afectam o mundo, o serviço de análises do prestigiado semanário britânico The Economist considera que o triunfo do republicano representa uma ameaça numa lista na qual o maior risco global é a queda súbita da economia chinesa.

Para justificar a sua análise, a EUI se baseia no afastamento de Trump em relação à China e a sua proposta de proibir a entrada de muçulmanos nos Estados Unidos, que representaria "uma potente ferramenta de recrutamento para os grupos jihadistas".

Os analistas também tem
em uma guerra comercial se Trump chegar à presidência. "Foi excepcionalmente hostil ao livre comércio, incluindo o Tratado de Livre Comércio da América do Norte (TLCAN), e classificou várias vezes a China de 'manipuladora de divisas'", indica o documento.

A EUI o considera uma ameaça tão importante quanto as consequências económicas da ascensão do grupo Estado Islâmico (EI), que pode colocar fim a cinco anos de crescimento dos mercados de divisas em Estados Unidos e Europa.

O informe também aponta outros riscos globais que considera menos graves, como a possibilidade de um conflito armado no mar da China Meridional ou a saída do Reino Unido da União Europeia.

ANG/Angop

Cooperação


Embaixador russo termina missão no país

Bissau, 17 Mar 16 (ANG) - O Embaixador  russo despediu-se hoje do Presidente da República, depois de ter cumprido sete anos de missao diplomatica na Guiné-Bissau .

Em declarações à imprensa, a saida da audiência, Mikhail Valinskiy garantiu que o seu país sempre estara ao lado da Guiné-Bissau, tal como fez na altura da Luta de Libertação Nacional..  

Solicitado a comentar a actual crise politica do país, o Embaixador da Rússia respondeu que, o Presidente Jose Mario Vaz manifestou-lhe a vontade e disponibilidade, de prosseguir na via do dialogo para encontrar uma solução para a crise.

instado a fazer o balanço da sua missao no pais, Mikhail Valinskiy disse que o mesmo é positivo, mas lamentou o facto de não ter cumprido "todos os planos" traçados, que entretanto não revelou. 

ANG/PFC/JAM/SG

Ensino Superior


OOAS encoraja governo a fechar instituições de formação médica que funcionam sem condições

Bissau, 17 Mar 16 (ANG) – O Chefe da missão da Organização Oeste Africana de Saúde (OOAS) recomenda ao governo da Guiné-Bissau a prosseguir com o encerramento das instituições de ensino superior na área da medicina que funcionam sem mínimas condições.

Abdoulaye Diallo falava quarta-feira à imprensa em jeito de balanço da visita de três dias ao país, realizada no âmbito da implementação do currículo harmonizado nos países da sub-região, na área da saúde.

O chefe da Missão elogiou a decisão do governo de fechar algumas instituições de ensino superior por alegada falta de condições para o seu funcionamento. 

Diallo enalteceu o empenho do governo em adquirir equipamentos de laboratórios para funcionamento dos hospitais, assim como a vontade para rever o currículo escolar.

Em relação ao funcionamento das instituições do ensino superior, Abdoulaye Diallo disse que estas funcionam com muitas dificuldades, sobretudo nas divisões de ciências médicas:

Indicou que  algumas estão numa situação em que se pode melhorar as suas condições de funcionamento , mas que outras devem mesmo ser encerradas.

Abdulai Diallo  pede para que o interesse dos estudantes do Instituto Benhabló fossem salvaguardados, por já se encontrarem no terceiro ano do curso de medicina.

Apesar dessas situações o chefe da
Missão da OOAS reconhece a determinação dos  responsáveis das Universidades Jean Peaget e Lusófona de harmonizar os currículos escolares como forma de melhorar a qualidade do ensino na Guiné-Bissau.

Disse ainda que os laboratórios e bibliotecas destes estabelecimentos estão em boas condições técnicas e electrónicas. 

Perante esta realidade Abdoulaye Diallo pediu ao governo para subvencionar mais as instituições de ensino público e privado.

Criticou a suposta falta de professores de categoria “A” ou seja titulares das cadeiras nas universitárias e das normas de acesso ao estágio para estudantes, sobretudo os da medicina,” porque a teoria não é suficiente para formar uma pessoa nesta área pelo que é preciso que ela seja acompanhada com actividades  práticas”. 

Referiu  que o país dispõe somente de nove médicos especialistas e que estes estão fora do sistema do ensino, mas que  deveriam ser integrados no sistema para garantir a qualidade.

Lamentou igualmente a ausência de critérios de selecção de candidatos para o ensino superior, tanto no privado como no ensino público,  e a não aplicação do currículo harmonizado e das ordens profissionais aos estudantes de medicina.

Abdoulaye Diallo pede implementação da lei que regula o Ensino Superior aprovado há quatro anos pela Assembleia Nacional popular (ANP).

O chefe da Missão da (OOAS) defende que o Ministério da Educação Nacional deve ser a única entidade a proceder a entrega de diplomas de formações e não a direcção das instituições de ensino superior. 

ANG/LPG/ÂC/SG

Futebol



Presidente da FFGB acusa governo de transferir disputas políticas para desporto

Bissau,17 Mar 16(ANG) - O Presidente da Federação  Nacional de Futebol, Manuel Irénio Lopes,(Manelinho) acusa o governo de pretender transferir para a federação de futebol as disputas políticas e problemas internos do PAIGC.
Manuel Lopes disse que o jogo da selecção nacional da próxima quarta-feira está em risco.

Em declarações à Rádio Sol Mansi, em reacção às declarações do secretário de Estado de Desporto, Conduto de Pina, que acusa a federação de "incompetente, irresponsável e corrupta" e que nunca apresentou as contas, Manuel Nascimento Lopes, afirma que houve grandes melhorias nos estágios da selecção nacional.

De acordo com Manuel Nascimento Lopes, a federação de futebol sempre remeteu ao governo despesas do campeonato e da selecção, mas o executivo nunca se dignou a disponibilizar” a tal subvenção à federação”.

Manelinho Lopes, disse que, se não fosse por ameaças e interferências do governo teria já financiado pessoalmente às despesas do campeonato e da selecção. 

Irénio Nascimento Lopes, disse que herdou a federação  cheia de dívidas e citou o caso do mandato de Lobato. 

O campeonato nacional de futebol foi interrompido por falta de verbas. 

ANG/ÂC/SG